1 A supremacia de Deus nas missões por meio da adoração - Gospel Mais

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A supremacia de Deus

nas miss?es por meio da adora??o

A

s miss?es n?o s?o o alvo fundamental da igreja. A adora??o ¨¦.

As miss?es existem porque n?o h¨¢ adora??o. A adora??o ¨¦

fundamental, n?o as miss?es, porque Deus ¨¦ essencial, n?o o

homem. Quando esta era se encerrar e os incont¨¢veis milh?es de redimidos

estiverem perante o trono de Deus, n?o haver¨¢ mais miss?es. Elas s?o uma

necessidade tempor¨¢ria. A adora??o, por¨¦m, permanece para sempre.28

A adora??o ¨¦, portanto, o combust¨ªvel e a meta das miss?es. ? a meta

das miss?es porque, nelas, simplesmente procuramos levar as na??es ao

j¨²bilo inflamado da gl¨®ria de Deus. O alvo das miss?es ¨¦ a alegria dos povos

na grandiosidade de Deus. ¡°Reina o SENHOR. Regozije-se a terra, alegrem-se

as muitas ilhas¡± (Sl 97.1). ¡°Louvem-te os povos, ¨® Deus; louvem-te os povos

todos. Alegrem-se e exultem as gentes¡± (Sl 67.3-4).

Mas a adora??o ¨¦ tamb¨¦m o combust¨ªvel das miss?es. A paix?o por

Deus em adora??o precede o oferecimento de Deus por meio da prega??o.

Voc¨º n?o pode recomendar o que n?o aprecia. Os mission¨¢rios jamais

exclamar?o: ¡°Alegrem-se os povos¡±, se n?o puderem dizer de cora??o: ¡°Eu

me alegrarei no Senhor... Alegrar-me-ei e exultarei em ti; ao teu nome, ¨®

Alt¨ªssimo, cantarei louvores¡± (Sl 104.34; 9.2). As miss?es come?am e

terminam com a adora??o.

Se a busca da gl¨®ria de Deus n?o for colocada acima da busca do bem

humano nas afei??es do cora??o e nas prioridades da igreja, o homem n?o

ser¨¢ bem servido e Deus n?o ser¨¢ devidamente honrado. N?o estou pleiteando

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uma diminui??o de miss?es, mas a exalta??o de Deus. Quando a chama da

adora??o arder com o calor digno de Deus, a luz das miss?es brilhar¨¢ para

os povos mais remotos da terra. Eu anseio pela chegada desse dia!

Onde a paix?o por Deus for fraca, o zelo pelas miss?es ser¨¢ fraco. As

igrejas que n?o est?o centradas na exalta??o da majestade e da beleza de

Deus raramente se inflamam por um desejo fervente de ¡°anunciar entre as

na??es a sua gl¨®ria¡± (Sl 96.3). At¨¦ os leigos sentem a disparidade entre a

ousadia de nossa reivindica??o das na??es e a brandura do nosso compromisso

com Deus.

A acusa??o de Albert Einstein

Por exemplo, Charles Misner, um cientista especializado em Teoria

Geral da Relatividade, expressou o ceticismo de Albert Einstein sobre a igreja

com palavras que deveriam nos despertar para a falta de profundidade da

nossa experi¨ºncia com Deus na adora??o:

O des¨ªgnio do universo... ¨¦ demasiado magnificente e n?o deveria ser

dado por certo. Na realidade, acredito que ¨¦ por isso que Einstein tinha

t?o pouco apre?o pela religi?o institucionalizada, embora me surpreendesse

como um homem essencialmente religioso. Ele deve ter observado o que

os pregadores diziam sobre Deus e sentiu que estavam blasfemando.

Ele tinha visto muito mais majestade do que eles jamais poderiam

imaginar e eles simplesmente n?o estavam falando sobre algo real.

Meu palpite ¨¦ que ele simplesmente sentiu que as religi?es que encontrou

n?o tiveram um respeito apropriado... para com o autor do universo.29

A acusa??o de blasf¨ºmia ¨¦ pesada. A inten??o ¨¦ dar um golpe por

tr¨¢s da acusa??o de que, em nossos cultos, Deus simplesmente n?o aparece

como ele ¨¦, sendo inconscientemente depreciado. Para aqueles que est?o

surpresos com a indescrit¨ªvel magnitude do que Deus tem feito, sem levar

em conta a grandiosidade infinita daquele que fez tudo isso, a refei??o

tranquila na manh? de domingo com manuais pr¨¢ticos de aprendizagem, o

relaxamento psicol¨®gico, a terapia relacional e o planejamento t¨¢tico

parecem dramaticamente alienados da realidade ¨C o Deus de grandeza

esmagadora.

? poss¨ªvel ser desviado de Deus ao tentar servi-lo. Como Marta,

negligenciamos a ¨²nica coisa indispens¨¢vel e logo come?amos a apresentar

Deus como sendo t?o ocupado e impaciente quanto n¨®s. A. W. Tozer nos

advertiu sobre isso:

Comumente, descrevemos Deus como um Pai ocupado, ansioso e um

tanto frustrado que se apressa na busca de ajuda para a execu??o do seu

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plano benevolente de trazer paz e salva??o ao mundo... Muit¨ªssimos

apelos de mission¨¢rios baseiam-se nessa suposta frustra??o do Deus

Todo-Poderoso.30

Os cientistas sabem que a luz viaja ¨¤ velocidade de 9,392 trilh?es de

quil?metros em um ano. Sabem tamb¨¦m que a gal¨¢xia da qual nosso sistema

solar faz parte tem cerca de 100 mil anos-luz de di?metro ¨C aproximadamente

939 quatrilh?es de quil?metros. H¨¢ cerca de um milh?o de tais gal¨¢xias no

raio de a??o ¨®ptico de nossos telesc¨®pios mais potentes. Estima-se que, em

nossa gal¨¢xia, existam aproximadamente 100 bilh?es de estrelas. O Sol ¨¦

uma delas, uma estrela modesta que queima a uma temperatura de 6 mil

graus cent¨ªgrados na superf¨ªcie e viaja em uma ¨®rbita a 248 quil?metros por

segundo, o que significa que ele leva cerca de 200 milh?es de anos para

completar uma revolu??o em torno da gal¨¢xia.

Os cientistas sabem de todas essas coisas e ficam extasiados diante

delas. Eles dizem: ¡°Se h¨¢ um Deus pessoal, como os crist?os dizem, que

chamou este universo ¨¤ exist¨ºncia, ent?o, quando falamos sobre ele e o

adoramos, devemos faz¨º-lo com certo respeito, rever¨ºncia, admira??o

e temor¡±.

N¨®s, que cremos na B¨ªblia, sabemos disso ainda melhor que os cientistas,

porque ouvimos algo ainda mais surpreendente:

A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? diz o Santo.

Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que

faz sair o seu ex¨¦rcito de estrelas, todas bem contadas, as quais ele

chama pelo nome; por ser ele grande em for?a e forte em poder, nem uma

s¨® vem a faltar (Is 40.25-26).

Cada uma dos bilh?es de estrelas no universo est¨¢ l¨¢ por uma determina??o

espec¨ªfica de Deus. Ele sabe o seu n¨²mero e, o mais assombroso, as conhece

todas pelo nome. Elas cumprem suas ordens como agentes exclusivas.

Quando sentirmos o peso dessa imensid?o nos c¨¦us, teremos apenas tocado

a bainha de suas vestes. ¡°Eis que isto s?o apenas as orlas dos seus caminhos!

Que leve sussurro temos ouvido dele¡± (J¨® 26.14). Eis por que clamamos: ¡°S¨º

exaltado, ¨® Deus, acima dos c¨¦us¡± (Sl 57.5). Deus ¨¦ a realidade absoluta

com quem todos no universo devem harmonizar-se. Tudo depende inteiramente

da sua vontade. Todas as outras realidades comparadas a ele s?o como uma

gota de chuva no oceano ou como um formigueiro diante do monte Everest.

Ignor¨¢-lo ou diminu¨ª-lo ¨¦ uma insensatez absurda e suicida. Como pode ser

um emiss¨¢rio do grande Deus aquele que n?o tremeu diante dele com

assombro jubiloso?

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A segunda principal atividade do mundo

O aspecto mais dif¨ªcil nas miss?es ¨¦ colocar Deus como o centro da

vida da igreja. Se as pessoas n?o se estupefazem ante a grandeza de Deus,

como podem ser enviadas com a mensagem vibrante: ¡°Grande ¨¦ o SENHOR

e mui digno de ser louvado, tem¨ªvel mais que todos os deuses!¡± (Sl 96.4)?

As miss?es n?o s?o o come?o e o fim. Deus ¨¦. Essas n?o s?o meras palavras.

Essa verdade ¨¦ a energia vital da inspira??o e da perseveran?a do mission¨¢rio.

William Carey, o pai das miss?es modernas, que velejou da Inglaterra ¨¤ ?ndia,

em 1793, expressou sua experi¨ºncia:

Quando deixei a Inglaterra, minha esperan?a de converter a ?ndia era

muito forte; por¨¦m, diante de tantos obst¨¢culos, ela minguaria, se n?o

fosse pelo sustento recebido de Deus. Bem, Deus est¨¢ comigo e sua

Palavra ¨¦ verdadeira. Embora as supersti??es dos pag?os fossem mil

vezes mais fortes e o exemplo dos europeus, mil vezes pior, mesmo diante

do abandono e da persegui??o, minha f¨¦, posta na seguran?a da Palavra,

ainda superaria todos os obst¨¢culos e suportaria cada prova??o. A causa

de Deus triunfar¨¢.31

Carey e milhares como ele t¨ºm sido movidos pela vis?o de um Deus

grande e triunfante. Essa vis?o deve vir em primeiro lugar, devendo o

mission¨¢rio experiment¨¢-la na adora??o antes de difundi-la nas miss?es.

Isso se resume em avan?ar em dire??o a um grande alvo: a adora??o

inflamada a Deus e a seu Filho por todos os povos da terra. As miss?es

n?o s?o esse objetivo, s?o os meios e, por essa raz?o, s?o a segunda principal atividade no mundo.

A paix?o de Deus por ele mesmo ¨¦ o fundamento para a nossa

Uma das coisas que Deus usa para fazer essa verdade se apoderar de

uma pessoa e de uma igreja ¨¦ a surpreendente constata??o de que isso

tamb¨¦m ¨¦ verdadeiro para ele. As miss?es n?o s?o a meta suprema de Deus,

a adora??o, sim. Quando isso penetra no cora??o de uma pessoa, tudo muda.

O mundo est¨¢ frequentemente mudando seu curso e tudo parece diferente ¨C

inclusive o empreendimento mission¨¢rio.

O princ¨ªpio fundamental para a nossa paix?o de ver Deus glorificado ¨¦

sua pr¨®pria paix?o de ser glorificado. Deus ¨¦ ¨²nico e supremo em suas pr¨®prias

afei??es. N?o h¨¢ quaisquer rivais para a supremacia da gl¨®ria de Deus em

seu pr¨®prio cora??o. Deus n?o ¨¦ um id¨®latra. Ele n?o desobedece o primeiro

e grande mandamento. Com todo o seu cora??o, alma, for?a e mente, ele se

deleita na gl¨®ria das suas m¨²ltiplas perfei??es.32 O cora??o mais apaixonado

por Deus em todo o universo ¨¦ o seu pr¨®prio cora??o.

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Essa verdade, mais do que qualquer outra que conhe?o, ratifica a

convic??o de que a adora??o ¨¦ o combust¨ªvel e a meta das miss?es. A raz?o

mais importante para que a nossa paix?o por Deus supra as miss?es ¨¦ que a

paix?o de Deus por ele mesmo prov¨º suprimento para as miss?es. As miss?es

s?o o transbordamento de nosso regozijo em Deus porque s?o o transbordamento

do regozijo de Deus em ser ele pr¨®prio. A raz?o mais importante para a

adora??o ser o alvo das miss?es ¨¦ porque ela ¨¦ a meta de Deus. Certificamonos desse objetivo pelo registro da B¨ªblia sobre a busca incans¨¢vel de Deus

pelo louvor entre as na??es. ¡°Louvai ao SENHOR, v¨®s todos os gentios,

louvai-o todos os povos¡± (Sl 117.1). Se essa ¨¦ a meta de Deus, deve ser

tamb¨¦m a nossa.

O prop¨®sito principal de Deus ¨¦ glorificar-se e alegrar-se em si

mesmo para sempre

Todos os meus anos de prega??o e ensino sobre a supremacia de Deus

em seu cora??o t¨ºm provado que essa verdade atinge muitas pessoas como

um caminh?o carregado de frutas desconhecidas. Se as pessoas sobreviverem

ao impacto, descobrir?o que ¨¦ a fruta mais saborosa do planeta. Revelei

essa verdade com argumentos mais extensos em outras publica??es.33 Ent?o

farei aqui apenas uma breve abordagem dos fundamentos b¨ªblicos. O que

estou querendo dizer ¨¦ que a resposta ¨¤ primeira pergunta do Catecismo de

Westminster ¨¦ a mesma para Deus e para o homem. Pergunta: ¡°Qual ¨¦ o fim

principal do homem?¡± Resposta: ¡°O fim principal do homem ¨¦ glorificar a

Deus e alegrar-se nele para sempre¡±. Pergunta: ¡°Qual ¨¦ o fim principal de

Deus?¡± Resposta: ¡°O fim principal de Deus ¨¦ glorificar-se e alegrar-se em si

mesmo para sempre¡±.

Simplesmente, outro meio de dizer isso ¨¦: Deus ¨¦ justo. O oposto da

justi?a ¨¦ valorizar e apreciar o que n?o ¨¦ verdadeiramente valioso ou

gratificante. Eis a raz?o de as pessoas serem chamadas de injustas em

Romanos 1.18. Elas oprimem a verdade do valor de Deus e trocam-no por

coisas criadas, reduzindo-o e desacreditando a sua valia. A justi?a ¨¦ o oposto,

o que significa o reconhecimento do verdadeiro valor pelo que ele ¨¦ e o

apre?o e estima na propor??o de sua real valia. O injusto, em 2Tessalonicenses

2.10, perece porque se recusa a amar a verdade. Os justos, entretanto, s?o

aqueles que acolhem o amor pela verdade. A justi?a reconhece, acolhe, ama

e sustenta o que ¨¦ verdadeiramente valioso.

Deus ¨¦ justo. Isso significa que ele reconhece, acolhe, ama e sustenta

com zelo e energia imensur¨¢veis o que ¨¦ infinitamente valioso, isto ¨¦, o seu

pr¨®prio valor. A paix?o e o deleite justos de Deus s?o para revelar e amparar

sua gl¨®ria infinitamente valiosa. Essa n?o ¨¦ uma vaga conjectura teol¨®gica.

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