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Escola Básica do 2º e 3ºCiclos do Aranguez

Ano Lectivo de 2009/2010

1º Ficha de trabalho de Geografia 3ºPerido 8º Ano

Nome: _________________________ Nº____ Turma: ___ Classificação: ________________

Documentário: PORTUGAL, UM RETRATO SOCIAL 2007

Um país como os outros, Uma sociedade Europeia

(de António Barreto e Joana Pontes, numa parceria entre o jornal Público e a RTP)

1 – Elabora um texto, tendo em conta o documentário que acabaste de visualizar na aula, relembrando os conteúdos que aprendeste nas aulas de Geografia.

Os tópicos que se seguem podem servir-te de fio condutor na organização das tuas ideias:

• A evolução recente da população Portuguesa (uma população a envelhecer ou a rejuvenescer?)

• Os Indicadores Demográficos (natalidade, mortalidade, esperança média de vida, crescimento natural e estrutura etária da população)

• As Condições de vida (alimentação, higiene, saúde, ensino e segurança social);

• Portugal: o que penso do meu país.

Portugal está a envelhecer e o fenómeno estende-se praticamente a todo o país. Apenas as ilhas e alguns concelhos do Norte do Continente registam uma estrutura etária relativamente rejuvenescida.

A crescente diminuição da natalidade, associada ao aumento da esperança de vida, tem provocado em Portugal um envelhecimento da população. Embora o fenómeno não seja novo, ele é sempre actual pelas dificuldades que pode colocar às gerações futuras (em termos de força de trabalho, encargos com a saúde e com a segurança social, entre outros).

Entre os últimos dois recenseamentos (1991 e 2001) o número de jovens até aos 14 anos diminuiu 16%, tendo também diminuído o seu peso no total da população.

Em 2001, a região Sul apresentava-se como a mais envelhecida: o número dos seus efectivos com menos de 14 anos representava apenas 14.1% da sua população total. Pelo contrário, a Região Autónoma dos Açores apresentava a estrutura etária mais rejuvenescida, com 21.5% de jovens nos seus efectivos.

O concelho mais jovem do país era o de Ribeira Grande, nos Açores, com 27.9% de jovens, e o menos jovem, o de Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco), com 7.7% de população com menos de 14 anos.

Mesmo as regiões tradicionalmente mais jovens no país apresentam uma quebra importante neste indicador entre os dois recenseamentos, como podemos verificar nos dois mapas seguintes:

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A diminuição da população em idade activa irá iniciar-se, segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), entre 2010 e 2020. O expressivo ritmo de crescimento da população idosa, e em particular da muito idosa, embora com tendência para abrandar, caracteriza a evolução da dinâmica populacional nos próximos cinquenta anos. Em termos de proporção de pessoas idosas, Portugal acompanha o padrão comunitário.

As mudanças em Portugal desde 1970 até 1990 e o Portugal dos últimos 20 anos?

Mudámos muito? Pouco? Para melhor? Para pior?

Se tivéssemos colocado estas perguntas há 20 anos, ninguém hesitaria nas respostas. O Portugal de 1990 era muito diferente do de 1970, e não apenas porque mudara o regime político e regressara aos seus limites europeus: os costumes tinham mudado, estávamos mais ricos, mais livres, sentíamo-nos sobretudo melhor com a vida.

Mas hoje, quando fazemos as mesmas perguntas relativamente ao período 1990-2010,hesitamos. Olhando para os números de 1990 e para as estatísticas mais recentes (2008), não há dúvidas que estamos mais ricos, que é total a liberdade de circulação na União Europeia ou muito maior o número de famílias que escolhe escolas privadas

É certo que hoje vivemos mais anos, que a mortalidade infantil diminuiu e que o Estado gasta muito mais dinheiro com a protecção social, saúde e ensino. Mas, ao mesmo tempo, a taxa de desemprego mais do que duplicou, o que fez do medo de perder o emprego a principal preocupação dos portugueses.

Mas estes indicadores não são suficientes para percebermos por que motivo não respondemos sem hesitar que, nos últimos 20 anos, o país mudou para melhor.

Os indicadores económicos e sociais, mostram um país que, depois de quatro décadas de crescimento mais ou menos rápido, estancou ao entrar no terceiro milénio.

Há dez anos que a economia portuguesa não tem encontrado soluções para vários problemas, mesmo continuando a receber generosas ajudas externas vindas da União Europeia.

Relativamente è Educação, a percentagem de analfabetos diminuiu, mas continua a ser muito elevada, há mais portugueses licenciados, a taxa real de escolarização no pré-escolar aumentou, assim como, a percentagem de alunos a optar por escolas privadas

Por comparação com 1990 somos hoje um país mais envelhecido, com maior dificuldade para repor a população e onde começam a pesar os encargos com os mais idosos. Vivem no nosso país menos jovens e há mais idosos, sobretudo porque a esperança de vida tem continuado a aumentar: nos homens passou de 70,6 anos em 1990 para 75,5 anos em 2007; nas mulheres de 77,6 para 81,7 anos. Para o aumento da esperança de vida contribuiu a diminuição da taxa bruta de mortalidade e mortalidade infantil, cuja taxa baixou de 10,8 para 3,3 por cada mil nascimentos.

Da mesma forma que os portugueses vivem mais anos, também têm menos filhos.

Esta evolução da demografia tem consequências e, não é por acaso, que assistimos ao longo deste período a várias reformas do sistema de Segurança Social.

Tal como as despesas com a Segurança Social, também as despesas com a saúde, quer as despesas do Estado, quer as dos privados têm crescido. A evolução deste tipo de despesas está ligada à demografia (uma população envelhecida é uma população que exige mais cuidados de saúde) e, ao mesmo tempo, ligada à crescente sofisticação dos cuidados médicos.

Quando passamos à Justiça o balanço é negativo, apesar de nestes 20 anos o número de advogados quase triplicar e o número de magistrados aumentar. Aumentou o número de presos e de condenações pondo em causa a tranquilidade das populações. O número de queixas à polícia aumentou 55 por cento.

É possível voltar a crescer?

Em 1990, o país, embalado pela recente adesão à Comunidade Europeia, registava a maior taxa de aumento do PIB de todo o pós-25 de Abril (7,9 por cento).

Em 2010, o país, vive abalado por uma crise económica que não sabe quando termina, aumentando o défice, o desemprego e a carga fiscal.

O país tomou não só consciência da estagnação dos últimos anos como parece viver naquele clima de insegurança. Portugal, à semelhança de outros países da União Europeia, ainda tacteia para encontrar a melhor forma de recuperar o crescimento económico e muitos portugueses já recomeçaram a emigrar.

Em muitos aspectos os últimos anos criaram maus hábitos, que as estatísticas voltam a ilustrar com eloquência. Os portugueses, por exemplo, trocaram a poupança pelo consumo, aumentam os créditos à habitação a ao consumo,

Em alguns sectores da população jovem, cresceu uma cultura de dependência (rendimento mínimo garantido, subsídio social de inserção, subsidio de desemprego etc) e as redes de solidariedade familiar que, tradicionalmente, amortecem o impacto das crises diminuíram.

Com o documentário, Portugal, um retrato social lançado numa parceria entre a RTP e o jornal Público, dirigido pela dupla António Barreto Joana Pontes pretende informar e dar a conhecer a realidade sócio-económica de Portugal.

Este documentário foca a mudança de vida dos portugueses desde 1970, nomeadamente a sua passagem da ruralidade para a vida urbana, da pobreza à melhoria das condições de vida, quer ao nível do emprego, da saúde, educação, segurança social, higiene e alimentação).

No entanto também mostra uma nova realidade desde 1990, com a crescente redução da qualidade de vida das populações, a falta de planeamento urbano, a crise ecomómica e o desemprego. As desigualdades sociais começam a acentuar-se como confirmam dois relatórios internacionais sobre a desigualdade social recentemente publicados, um mais abrangente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outro mais restrito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), não classificam bem as políticas sociais do nosso país ao longo dos últimos vinte anos. Ambos convergem em classificar Portugal no grupo de países onde as desigualdades entre ricos e pobres são maiores. As desigualdades sociais em Portugal são as mais elevadas da Europa e devem-se, sobretudo, ao fosso entre salários determinados pelo nível de educação (Carlos Farinha Rodrigues[i]).

Bibliografia:

Espaço Geo, 8ºano, Edições Asa, 2008











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[i] Investigador do Instituto Superior de Economia e Gestão

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