Relatório de Intercâmbio - Politecnico di Milano



RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO – POLITECNICO DI MILANO

Intercâmbio realizado pelo aluno Samuel Horta de Castro, do curso de Design Gráfico da Universidade Federal do Paraná, que cursou o 9° semestre acadêmico na Faculdade de Design – Politecnico di Milano, Itália, no primeiro semestre europeu de 2007/2008, início em setembro de 2007 e final em março de 2008 através do programa de “Acordo Bilateral” entre essas duas instituições.

INÍCIO

Documentação de seleção:

Para seleção de alunos que querem cursar um semestre letivo no POLIMI, são requeridos alguns documentos, que deverão ser encaminhados de acordo com os prazos fornecidos no site da universidade. No nosso caso o prazo era até final de abril. De fato são exigidos apenas:

- Carta de “motivação/interesse do aluno”, nessa carta foram colocadas as disciplinas pretendidas por nós, bem como o período que desejávamos permanecer.

- Carta do professor coordenador do projeto de intercâmbio (nesse caso a do professor Aguinaldo) indicando os alunos;

- Formulário de apresentação do aluno, semelhante a um currículo, contendo informações sobre sua formação, língua, interesses, etc. Nesse formulário foram colocadas as disciplinas pretendidas por nós, bem como o período que desejávamos permanecer. Esse documento foi feito semelhante a um enviado por uma estudante italiana que queria estudar na UFPR, porém já existe no site da nossa universidade, na parte de mobilidade acadêmica, um exemplo de como deve ser esse formulário.

- Currículo.

Também foram entregues outros documentos, por medida de precaução, tais como:

- Carta do coordenador do curso de design (na época do prof° Dalton), indicando as matérias a serem cursadas pelos alunos no POLIMI;

- Histórico escolar;

- Declaração de matrícula;

- Cópia do termo aditivo, referente ao acordo bilateral entre as duas instituições, com assinaturas de ambos os reitores.

Obviamente todos os documentos entregues foram em inglês, mesmo aqueles que não existiam nessa língua, como por exemplo, o histórico escolar, que foi traduzido.

O tempo de resposta foi longo, pois mandamos os documentos em final de março, para tentar entrar no segundo semestre acadêmico deles, e a resposta oficial, ou seja, os documentos declarando que estávamos selecionados para estudar no POLIMI,foram chegar apenas em junho. Pensávamos que o porquê disso era o fato de realmente haver uma burocracia grande, ou a lentidão dos correios, mas o que ocorre é que os alunos são selecionados com certa antecedência, mas os documentos só são liberados após a certeza de que está tudo certo, sendo então enviados às respectivas universidades com um prazo mínimo antes de começarem as aulas do primeiro semestre europeu, pois é de preferência deles que os estudantes andem para esse período, época em que estão mais preparados para receberem estrangeiros.

Em relação ao tempo de permanência, por uma questão de precaução, por sermos os primeiros estudantes a participar desse convênio, colocamos um tempo máximo de um semestre. Porém o acordo prevê a possibilidade de ficar até um ano. Se for solicitado, nesse processo inicial, ficar apenas 6 meses, e haja o interesse de depois permanecer mais 6 meses, deve ser feito um pedido oficial lá no POLIMI, sujeito a avaliação.

Documentação para o NAA

Para poder participar do intercâmbio, é preciso montar um processo no NAA, na parte de Mobilidade Acadêmica, com os seguintes documentos:

- Carta da universidade que se vai cursar;

- Matérias que se vão cursar, aprovadas pelo coordenador do curso de design daqui;

- Carta do coordenador do convênio, nesse caso do prof° Aguinaldo.

Com isso o aluno é matriculado numa matéria chamada “Convênio I”, fazendo com que não haja a necessidade de trancar o semestre.

Documentação para o visto de estudante:

Para aqueles que não possuem cidadania européia, é preciso ir ao consulado italiano e tirar o visto de estudante, para poder entrar e estudar no país. São exigidos alguns documentos para isso:

- Passaporte;

- Carta da instituição de lá, no caso do POLIMI, dizendo que tínhamos sido aprovados no programa e que cursaríamos um semestre lá.

- Carta da instituição daqui, no caso da UFPR, dizendo que tínhamos sido aprovados no programa e que cursaríamos um semestre lá.

- Declaração de matrícula;

- Declaração de renda, nesse caso, deve-se fazer uma carta registrada em cartório dizendo que nossos pais poderiam custear em 800 euros por mês a nossa estadia durante o semestre. Também entreguei a declaração de renda do meu pai.

- Comprovante de residência na Itália. Esse comprovante foi a própria carta de aceitação do POLIMI, onde dizia que ficaríamos em uma de suas casas de estudantes. No meu caso era verdade, mesmo eu indo ficar numa diferente da que eles mencionaram, mas no de meus colegas não, pois eles não sabiam ainda onde ficar. A carta nos pareceu que foi escrita já com esse propósito de ajudar no visto.

- Seguro Saúde. Utilizamos um alemão, indicado por alguns colegas do convênio de Colônia, que é muito barato e pode ser feito segundo o tempo de sua preferência, podendo ser renovado. Chama-se CaraMed – Internacional Travel Insurance. O pagamento é em dólar e feito por cartão de crédito pela internet, saindo na época cerca de 30 dólares mensais.

- Foto 3x4 ou tamanho passaporte;

- Fotocópia do CPF e RG.

Passagens

As passagens aéreas foram compradas na época de baixa temporada, para ida em final de setembro e retorno final de março, por serem as épocas mais baratas. Poder-se-ia comprar por um preço mais baixo, uma diferença de cerca de 200 dólares, caso a resposta da universidade tivesse saído antes. Deve-se comprar as passagens de ida e volta. Caso não se tenha certeza da data de retorno, pode-se mudar depois, com validade de até um ano.

Documentação de permanência na Itália

Além do visto de estudante, é preciso fazer alguns documentos de permanência. O primeiro é o chamado “Permesso di Soggiorno”, onde se deve preencher alguns formulários, retirados no correio italiano, a chamada “Posta”, e entregar depois no mesmo lugar juntamente com:

- Fotocópia de todo o Passaporte;

- Fotocópia do documento de seguro saúde;

- Fotocópia da declaração do Politécnico di Milano;

- Selo específico, chamado “Marca da Bollo”, comprado em Tabacarias no valor de 14,62 euros. Ele deve ser colado nos formulários preenchidos;

O preço para enviar os formulários é de 30 euros, mais os outros impostos e mais a “Marca da Bollo”, deixando o valor total desse documento em torno de 80 euros. Esse documento demora até 6 meses para sair, é entregue na residência que você provar morar. Pelo longo tempo de espera, eles dão um recibo, a “Ricevuta”, que serve como o permesso enquanto você ainda não o recebe.

Outro documento importante, principalmente para alguém que quer estagiar ou trabalhar, é o “Codice Fiscale” (Código Fiscal), equivalente ao nosso CPF. Ele é feito na “Comune di Milano”, como uma prefeitura. Deve-se chegar muito cedo, pois há um número limitado de senhas entregues. O expediente abre às 9h, porém as pessoas costumam chegar às 7h. Não é preciso pagar nada para fazer esse documento, apenas é preciso fotocópia do Passaporte e o recibo do “Permesso di Soggiorno”. O documento sai na hora.

Esses documentos de fato só são importantes para quem vai morar na Itália, porque teoricamente até turistas deveriam fazê-lo. Só me foram pedidos quando fui fazer a carterinha de transporte, quando trabalhei num restaurante e em bancos para trocar dinheiro. Nunca foram solicitados por autoridades (policiais, por exemplo). O documento mais importante ainda é o Passaporte, não podendo nunca deixar de usá-lo.

FACULDADE

Matrícula/Plano de estudos

Os alunos estrangeiros de design devem se apresentar na faculdade no Studesk6, divisão que cuida dos estudantes dessa área. Não existe um prazo mínimo para isso, normalmente é feito uma semana antes de começarem as aulas, no nosso caso, as aulas começaram na primeira semana de outubro. Mas muitos estudantes chegam até um mês depois. Ocorre que nesse primeiro contato com os alunos e a faculdade, são explicados os procedimentos para fazer o plano de estudos, ou seja, a matrícula nas disciplinas, e como funciona a questão dos prazos, etc. São fornecidos a cada aluno um guia prático, bem como os documentos oficiais, o plano de estudo e o de controle de créditos e o calendário acadêmico.

É permitido escolher quaisquer matérias que desejar, de qualquer período, tanto dentro da faculdade de design, com seus cursos de “Design da Comunicação” (o Design Gráfico deles), “Design Industrial” (o Design de produto deles), “Design de Moda”, “Design de Interiores”, “Design de Mobiliário Urbano”, “Design Náutico” (esse na cidade de Como), entre outros mais específicos, quanto na faculdade de Arquitetura.

A maioria das faculdades européias funciona segundo o “Acordo de Bologna”, nele foi decidido dividir os cursos de graduação em duas partes. Assim funciona o Politecnico di Milano, em que os 3 primeiros anos, chamados de “Laurea”, e os 2 últimos chamados “Láurea Magistrale” compõe seu currículo. Em teoria, o primeiro equivale à graduação e o segundo a um tipo de especialização, ou até mestrado. Porém o curso completo de 5 anos não difere em conteúdo de um curso brasileiro de igual duração. A diferença é que no Laurea são cursos mais gerais, e no Magistrale é mais específico, podendo também mudar a área de estudos. Alguém que fez os 3 primeiros anos da área de engenharia, pode muito bem terminar os 2 últimos fazendo design da comunicação, por exemplo. Nós podemos escolher matérias em qualquer uma das duas.

Segundo o programa europeu, deve-se escolher matérias que preencham de 20 a 30 créditos. Porém por sermos de uma faculdade fora do programa “ERASMUS” (programa de apoio interuniversitário de mobilidade de estudantes da Europa), podemos escolher quantas matérias quisermos, sem uma quantidade mínima ou máxima de créditos. O importante é lembrar que, pelo menos uma dessas matérias deve haver equivalência com alguma do currículo da UFPR, pois senão o programa de intercâmbio não tem validade. As nossas equivalências são dadas de acordo com a ementa da disciplina e sua carga horária, cada crédito europeu (1CFU=1ECTS) é igual a 25 horas de estudo em sala ou fora dela. As disciplinas variam entre 5, 10 e 20 CFC ou ECTS.

As aulas são ministradas nos períodos da manhã e da tarde, podendo algumas disciplinas ser o dia inteiro. As matérias podem ter mais de 1 professor, possibilitando diversas abordagens do mesmo assunto, ou a divisão da matéria em módulos de temas. Isso é interessante, pois se trabalha com a disciplina em diversos níveis. Porém caso haja interesse em apenas um dos assuntos estudados, por exemplo, animação ou fotografia na matéria de metodologia visual, deve-se fazer todo o programa e não apenas uma parte. E o problema é que muitas dessas matérias ocupam muito tempo, não permitindo fazer outras disciplinas. Então é preciso avaliar e estudar muito bem o “Plano de Estudos”.

É dado mais de 1 mês para escolhermos as matérias e efetivarmos nossas matrículas, mas acontece que o número de vagas para alunos estrangeiros em sala de aula pode ser limitado, tornando mais cedo a escolha. Deve-se pedir autorização para os professores das disciplinas para freqüentar as aulas, principalmente naquelas de créditos muito altos.

O horário das aulas vai de 08h30min à13h30min pela manhã e 14h30min à 18h30min pela tarde.

Matérias

Como sou aluno de final de curso e precisava de apenas algumas matérias para fechar meu currículo, escolhi algumas que pudessem me ajudar nas equivalências, mas também fiz outra que simplesmente somava com os meus interesses. Escolhi fazer as 3 seguintes:

Cultura del Cinema: consistia basicamente em aulas teóricas, em que assistíamos diversos filmes e os analisávamos em sala, segundo o programa dos professores. As aulas eram dadas por 2 profissionais e veteranos da área, eram mais voltadas para área de comunicação e linguagem do cinema. Na avaliação deveria ser feita a análise crítica de 4 filmes, de uma lista indicada pelos professores. Não cheguei a fazê-la por coincidir com as datas de outra disciplina. A matéria possuía 5 ECTS e era ministrada todas as terças a tarde, era uma disciplina equivalente as nossas optativas, e era aberta a todos dos cursos de design. Havia uma bibliografia que complementava a disciplina.

Sound Design: consistia em analisar, pensar e projetar sons para ambientes, voltado principalmente para design de interiores, seus estudos podem ser aplicados tanto em gráfico quanto em produto. Visto que era estudada mais a metodologia de uso correto do som em projetos, sendo eles de design ou artísticos também. Os assuntos abordados em aula variavam de obras de arte, som, música, design gráfico, design de produto, tecnologia, informação, comunicação, etc. Era ministrada por 2 soundesigners e artistas sonoros, que se revezavam em parte técnica e parte artística. Foram feitos diversos exercícios no decorrer do semestre, que ajudaram no entendimento dos assuntos. A avaliação final era projetar um espaço sonoro – ou uma sala de espera para hospital pediátrico, ou um jardim sonoro, ou um museu antropológico – com base na bibliografia dada. Eu e meu grupo – duas amigas mexicanas – criamos um jardim sonoro de água para estudantes universitários. Para a apresentação fizemos uma maquete, um vídeo e um infográfico impresso, além é claro de termos feito uma pesquisa grande com sons de água. A avaliação era a apresentação do projeto apenas para um dos professores, não para a turma, e perguntas que relacionassem o trabalho com termos e assuntos dos livros. A matéria possuía 5 ECTS e era ministrada todas as terças de manhã, era uma disciplina equivalente as nossas optativas, e era aberta a todos dos cursos de design. Havia uma bibliografia que complementava a disciplina. Aqui na UFPR estou solicitando equivalência em outras disciplinas optativas, como “Semiótica Aplicada ao Design Gráfico” e “Metodologia Científica”.

Laboratório di Sintesi Finale – Movie Design: Matéria com uma grande quantidade de conteúdo, pois é o preparatório para o projeto teórico final deles. É o último laboratório (equivalente a uma matéria de projeto) realizado no curso, e, portanto o mais completo. No segundo semestre essa disciplina é a chamada “Tese”, que é equivalente ao nosso TCC. A ementa dela previa a abordagem de uma nova área de trabalho do design, o “Movie Design”. Este está ligado a diversas áreas, como comunicação, informação, design estratégico, Web, tecnologia, Net cinema, web design, filmes e jogos interativos, seqüências animadas, net art, software art, vídeo, performing art, interaction design, tech media, moda, etc. Foi ministrada por 7 professores, das áreas de cinema, design gráfico, branding, marketing, tecnologia, gestão do projeto, metodologia, etc. As aulas foram divididas em duas fases, metade do semestre teórica, com aulas em sala, e metade prática, realizada no laboratório de “Movie Design” do POLIMI. O projeto consistia em elaborar uma programação de um canal de WebTV para uma empresa real de Roma, chamada “Comunika”. Nosso tema era cinema, para um tipo de público específico, as etapas de construção do projeto consistiram em conceituação, criação de metáfora visiva, pré-produção, produção e pós- produção de um vídeo de 15 minutos. Além disso, deveria ser elaborado um layout de site com os padrões da empresa, seguindo um briefing dado. Todos os componentes do grupo, 2 brasileiros (eu e o Daniel, da minha turma da UFPR) e 3 italianos, participaram de todas as partes de criação do produto. No final foi apresentado o projeto aos professores, à turma e ao cliente. Também tiveram outras avaliações no decorrer do semestre. A matéria possuía 20 ECTS e era ministrada todas as segundas e sextas o dia inteiro, era uma disciplina específica do Laurea Magistrale de Design da Comunicação. Havia uma bibliografia que a complementava. Aqui na UFPR estou solicitando equivalência em “Animação II”, “Projeto Gráfico VI – Web” e “Interface Homem Computador”, isso é possível graças ao programa da disciplina e a carga horária dela, 500 horas de aula. Sem mencionar que o tempo que restava nos outros dias da semana, quarta e quinta, eram dedicados praticamente só para essa matéria.

Sistema de Ensino

O Politecnico di Milano é considerado uma das melhores instituições de ensino de design do mundo, e é considerada extremamente prática e funcionalista na Itália. Isso se só considerarmos lá, porque comparada com a UFPR, sempre em design, é muito mais teórica. Todas as matérias possuem uma bibliografia obrigatória, são feitos exames no final do semestre baseados nela. “Sound Design” é um exemplo, por mais que a proposta fosse mais prática, a avaliação final deveria ser totalmente baseada nos livros usados em aula. Além disso, a duração das disciplinas teóricas era muito longa, com apresentações infindáveis sobre o tema. Mesmo em disciplinas que são predominantemente práticas, como os Laboratórios (matérias de projeto), a parte teórica é maçante e o trabalho, por exemplo, de conceituação do projeto é demorado e chato.

O último mês do semestre, fevereiro no nosso caso, é dedicado às avaliações. Todos os alunos devem se inscrever e escolher as datas, tendo duas opções, uma no começo e outra no final do mês, muitas vezes as datas coincidem com as de outras matérias. Há a possibilidade de fazer os exames no segundo semestre também. Dependendo da matéria, podem ser feitos diversos exercícios em sala de aula, bem como trabalhos, pesquisas, provas, acompanhamentos, entre outros, no decorrer do semestre que valem nota. Mas essa última avaliação é a que tem peso maior, sendo muitas vezes a única nota dada. O sistema de notas deles é diferente, sendo 30 a nota máxima e 18 a média, pode-se ainda conseguir a nota “30 e lodi”, que significa 30, nota máxima, mais congratulações por ela. Não sei o porquê desse sistema e nenhum italiano soube me explicar também.

A faculdade de Design é equipada com laboratórios – aqui nesse caso, espaços físicos – para cada área, onde geralmente se desenvolve a parte prática. São espaços completos, com todo tipo de equipamento da área. O que eu usei foi o Laboratório de Fotografia e Movie Design, para desenvolver nosso projeto em Sintesi Finale. Havia nele bancadas com computadores Macintoshs, estúdios e equipamentos de fotografia, além de material de filmagem e som.

Studesk 6

Canal de comunicação entre os estudantes estrangeiros de design com a faculdade, localizado no campus Bovisa. Quem atualmente cuida dele é Lívia Fabbrini, que pode ser contactada pelo e-mail studesk6@polimi.it. Ela é muito simpática e atenciosa e está sempre disposta a ajudar nos problemas burocráticos. Além disso, sabe falar um pouco de português.

VIDA EM MILÃO

Língua

O italiano é fundamental, apesar de o inglês poder ser perfeitamente usado dentro da faculdade, todas as instruções para estudantes estrangeiros são em inglês, são poucos os lugares fora dela, e de relativa importância, como correio e metrô, que possuem pessoas que falem bem inglês. No comercio então, somente nas regiões mais turísticas das cidades. Nas casas de estudante os funcionários em sua maioria sabem inglês. No próprio POLIMI as aulas são em sua maioria em italiano, porém as avaliações podem ser em inglês, dependendo do professor. Além disso, uma vez que você fale italiano, mesmo mal, as pessoas são muito mais receptivas e simpáticas, na faculdade e fora dela.

O POLIMI oferece cursos de italiano para estudantes estrangeiros, devendo esses fazerem um teste de nivelamento. Existem várias turmas, mas as vagas são limitadas, todos os interessados devem se inscrever para os testes. A qualidade dos cursos é boa, com professores qualificados e pacientes para nos atenderem. Cada um desenvolve técnicas diferente de ensino, podendo ser as vezes mais para conversação ou para gramática, dependendo da necessidade dos alunos. As aulas são ministradas no período da noite, das 18:00 às 20:00, podendo ser de uma a três vezes por semana.

Moradia

Morar em Milão é realmente algo muito caro, e há certa dificuldade em encontrar lugares bons e baratos para estudantes. O que a maioria dos estudantes faz é procurar lá mesmo, pois por internet é muito complicado, normalmente tem que pagar adiantados o “calzone” (taxa equivalente a um mês de aluguel, que vale como garantia, mas que é devolvida no fim do contrato) mais o valor do primeiro mês de aluguel. O mais comum é achar apartamentos para dividir com outros estudantes. Outra alternativa são as casas de estudante, essas oferecidas pelo próprio POLIMI, foi a minha escolha.

No decorrer do processo de seleção para participar do intercâmbio, foram oferecidas a nós vagas em uma das casas de estudantes. Apesar de existirem várias casas, não podíamos escolher, somente poderíamos aceitar aquela que nos era indicada. Apenas eu, dos 3 alunos que foram no intercâmbio, aceitei, fui morar na “Casa Dello Studente Leonardo Da VInci” ().

O valor era relativamente baixo, 230 euros mensais, e existiam outros fatores, como limpeza, infraestrutura e localização que ajudaram na escolha.

No geral o lugar era bom, uma cama num quarto para duas pessoas, com banheiro dentro do quarto, cozinha (precária) e lavanderia no mesmo andar. Também existia um laboratório com internet. Era do lado do campus Leonardo Da Vinci,de engenharia, do politécnico, e para ir até Bovisa era rápido, existia uma estação de metrô a 5 minutos a pé dali.

Existem organizações dentro da faculdade que ajudam na procura de moradia, como o ESEG, organização estudantil que ajuda os estudantes estrangeiros.

Alimentação

Ao redor da faculdade existem diversas opções de comida, porém sempre dentro do cardápio italiano, com muita massa, paninos (sanduíches), pizzas, etc. O preço mínimo é de pelo menos 2 euros por refeição, uma focaccia ou um prato de macarrão por exemplo. Mas comer isso todo dia é meio enjoativo. Uma alternativa é fazer a carterinha da “mensa”, o refeitório da faculdade, pagando por uma refeição completa, com salada, carne, massa, bebida e até sobremesa, 4,30 euros. Em Bovisa essa mensa se localiza na parte de engenharia, do outro lado do campus de design. Existe uma também na “Casa dello Studente”.

O preço da comida no mercado é relativamente barato, principalmente as massas e os molhos. Porém carne, verdura e frutas são extremamente caros.

Transporte

Para estudantes é algo realmente barato, basta fazer a carterinha da ATM – empresa de transportes de Milão – por 10 euros e pagar 17 euros por mês. Essa carterinha vale para todos os meios de transporte público dentro de Milão, como os ônibus, metrôs, passantes, trens, etc.

Mas independente disso, para o início principalmente, um bilhete normal custa 1 euro, e o “giornalero”, para um dia e que permite usar todos os meios de transporte também, custa 3 euros.

A multa para alguém que usa os meios de transporte sem o bilhete ou a carterinha é de 30 euros. Existe fiscalização por parte da ATM.

Comunicação

Existem diversas operadoras de celular para atender o publico italiano, foi indicada pra nós a “Wind”, usada principalmente por estrangeiros e com as tarifas mais baixas. Nela comprávamos o Chip por 15 euros e assinávamos um pacote de pós-pago de 200 min por mês de Wind pra Wind por 8 euros.

Na faculdade é disponível para os alunos internet wireless, bem como laboratórios com computadores e internet.

Diversão

O ESEG, uma organização estudantil para estudantes estrangeiros - promove eventos (esportivos e culturais), viagens (com preço acessível) e festas (todos os dias) para integrar todos os intercabistas.

Milão é uma cidade que pode não ser a melhor na parte turística, mas possui grande variedade de museus e uma programação cultural muito interessante, principalmente na área de design e moda. Na cidade há a chamada “Trienale”, uma instituição que promove exposições de grande porte, tanto na área de arte quanto de design. Pode-se fazer a carteirinha por 30 euros e ver todas as exposições durante um ano.

RETORNO

Seguindo as orientações do NAA, da parte de Mobilidade Acadêmica, ao retornarmos devemos montar um processo para conseguirmos as equivalências das disciplinas cursadas fora. São necessários os seguintes documentos:

- Histórico escolar ORIGINAL com o timbro da universidade para qual o estudante viajou, com as notas e a carga horária;

- Ementas ORIGINAIS das disciplinas cursadas, de preferência em inglês;

- Solicitação das matérias que se pretende equivalência aqui.

É importante antes de montar o processo, conversar com o coordenador do curso de Design e com os professores das matérias das quais se quer pedir equivalência, para quando montar o processo, ele chegar na coordenação e já ser aprovado sem maiores problemas. O aluno permanece como reprovado na matéria “Convênio I” até a finalização do processo.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A oportunidade de conhecer e viver outra cultura, outra língua, ou seja, de ter outra vida é algo surpreendente. Poder comparar a faculdade daqui e de lá, observando tanto as coisas boas quanto ruins, nos dá uma idéia melhor sobre a nossa formação e nos direciona melhor para a área de atuação de nosso interesse. Uma universidade como a do Politécnico di Milano, proporciona as mais variadas experiências acadêmicas, são cursos de qualidade e com professores altamente qualificados. Podemos saber não só o que se passa na Itália, mas no mundo todo, pois há contato direto com estudantes e profissionais das mais diversas partes. Além disso, devido aos problemas que enfrentamos ou às novas condições de ambiente, bem como com esse intercâmbio cultural, abrimos os nossos horizontes, não só profissionalmente, mas para a vida. A experiência de estudar fora foi realmente muito boa, espero poder repetir.

Sites úteis

Site do POLIMI:

Site da faculdade de design:

Link do guia de estudante, com todas a matérias e programas:

Link sobre as casas de estudantes do POLIMI:

Link sobre a “Casa dello Studente”:

Site ESEG - organização estudantil que ajuda os estudantes estrangeiros:

Site da ATM - empresa de transportes de Milão:

Site da” Trienale” de Milão:

Site da “Trenitalia”, empresa de trens da Itália:

Site da Caremed, seguro saúde utilizado por nós:



................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download

To fulfill the demand for quickly locating and searching documents.

It is intelligent file search solution for home and business.

Literature Lottery

Related searches