I Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil



I Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil

CPTEC-INPE, Cachoeira Paulista

11-13 de Novembro de 2009

O “I Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil”, coorganizado pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), realizado no CPTEC/INPE como parte das comemorações pelo seu 15º aniversário, reuniu várias instituições operacionais de meteorologia de atuação Nacional, Estadual e Municipal junto a representantes da Secretaria Nacional da Defesa Civil (SEDEC) e de órgãos estaduais de Defesa Civil.

O Workshop teve como objetivo principal aprimorar a comunicação, entendimento e entrosamento entre as instituições de meteorologia, assim como melhorar a comunicação destes organismos com o Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC), com a finalidade de atender melhor à população em situações de risco meteorológico e, fundamentalmente, de evitar a perda de vidas em situações meteorológicas adversas. Para isso, foi discutida em dois Grupos de Trabalho paralelos, a necessidade de 1-Consensuar, adequar e unificar os critérios de envio de avisos meteorológicos para a Defesa Civil; 2-Definir os mecanismos mais eficientes de encaminhamento e distribuição dos avisos meteorológicos, assim como estabelecer âmbitos de discussão entre as instituições de meteorologia e o SINDEC.

As principais conclusões do Workshop foram:

1-Respeito dos avisos meteorológicos

O termo utilizado para divulgar um aviso de ocorrência de fenômenos meteorológicos adversos será “AVISO METEOROLÓGICO”, definido como:

Evento atmosférico capaz de produzir, direta ou indiretamente, danos às pessoas ou danos materiais de consideração. Também pode-se considerar como tal, qualquer fenômeno capaz de alterar a atividade humana de forma significativa em um âmbito espacial determinado.

Os fenômenos meteorológicos adversos considerados nos avisos meteorológicos serão:

• Chuvas intensas ou acumulados significativos de precipitação

• Vento intenso ou rajadas de vento

• Queda de granizo

• Descargas elétricas

• Geadas

• Incursões de ar frio intenso ou friagens

• Condições de baixa umidade

• Ondas de calor

• Neve

Será feito um único tipo de aviso meteorológico com prazo de validade que poderá se estender até cinco dias, dependendo da região e do fenômeno atuante. No caso específico das regiões Norte e Nordeste, os avisos terão validade máxima de 48 horas. Em função da severidade do fenômeno e da confiabilidade da previsão, os avisos serão acompanhados por comunicação via telefone e/ou Skype.

A linguagem utilizada nos avisos meteorológicos deverá ser simples e objetiva, dando ênfase apenas ao fenômeno e à área a ser atingida. Recomenda-se não referenciar o sistema meteorológico causador do fenômeno.

Sugere-se, sempre que possível, elaborar um cessar do aviso meteorológico. Isso dependerá da região e do tipo de fenômeno.

Com o objetivo de refinar a elaboração dos avisos meteorológicos, o CPTEC/INPE disponibilizará uma ferramenta objetiva de previsão de fenômenos adversos, disponível em . Solicita-se que as instituições participantes colaborem na avaliação e futuro aprimoramento desta ferramenta.

Com o objetivo de avaliar a qualidade e utilidade dos avisos meteorológicos emitidos, as instituições de meteorologia solicitam da SEDEC e dos órgãos estaduais de Defesa Civil, o repasse das informações necessárias que permitam confirmar a ocorrência dos fenômenos adversos previstos. Neste sentido, os órgãos estaduais de Defesa Civil se comprometem a repassar as informações correspondentes à SEDEC.

Recomenda-se estabelecer foros de discussão mais específicos dentro do SINDEC, incorporando aspectos de hidrologia e geologia para estabelecer avisos/alertas mais completos.

2-Respeito da disseminação dos avisos

Foi estabelecida a necessidade de um mecanismo de discussão a nível nacional que permita compatibilizar e unificar os avisos meteorológicos encaminhados para a SEDEC e para os órgãos estaduais de Defesa Civil.

Foi discutida uma estratificação da informação encaminhada, e recomendado que as instituições de meteorologia se comuniquem com os respectivos órgãos de Defesa Civil a seu nível de governo.

Foi enfatizado que as instituições de meteorologia e de Defesa Civil (em nível Federal e Estadual) devem estar constantemente em comunicação. Foi acordado o uso do software Skype, para o qual as instituições se comprometem a abrir uma conta no prazo de um mês, a contar da data deste Workshop, e repassar seu endereço para os e-mails marcelo.seluchi@cptec.inpe.br e gustavo.escobar@cptec.inpe.br. Como alternativa a esta via de comunicação, se propõe o uso de telefone, para o qual será necessário manter constantemente atualizados os números de telefone das instituições, assim como o nome das pessoas de contato.

Estabeleceu-se, para fins de organização, que os órgãos federais de meteorologia enviem seus avisos meteorológicos para a SEDEC, e que os núcleos Estaduais de Meteorologia e Distritos de Meteorologia do INMET enviem seus avisos para órgãos estaduais de Defesa Civil. Foi definido um “fluxograma da informação”, que se detalha esquematicamente na Figura 1 e se descreve a seguir, com a finalidade de unificar e consensuar os textos contendo os avisos meteorológicos.

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Figura 1: fluxograma do envio e distribuição dos Avisos Meteorológicos

No âmbito Federal, o INMET e o CPTEC entrarão diariamente em contato às 10h30min para definir as áreas sujeitas a avisos meteorológicos e os fenômenos envolvidos (para o qual existe, previamente, uma discussão interna entre a sede do INMET, em Brasília, e os Distritos de Meteorologia). O Aviso resultante da discussão entre CPTEC e INMET será repassado para os Núcleos Estaduais de Meteorologia, que os receberão, detalharão e encaminharão para o órgão de Defesa Civil do seu Estado. Em caso de dúvidas ou discrepâncias, o Núcleo Estadual entrará em contato com os institutos federais para entrar novamente em acordo sobre o novo texto do aviso. Em caso necessário, o texto será revisado e repassado novamente para a SEDEC. As instituições de meteorologia que realizam previsões de curtíssimo prazo, e que, portanto, podem enviar avisos frequentes e de curto prazo de validade, poderão repassar esses avisos para as instituições federais de acordo com seu critério. Adicionalmente, em caso de necessidade, os Núcleos Estaduais de Meteorologia e DISMEs poderão enviar avisos meteorológicos diretamente para os órgãos estaduais de Defesa Civil sem prévio conhecimento das instituições federais. Contudo, nesses casos, os avisos devem ser repassados imediatamente para o CPTEC e INMET para serem incorporados aos avisos de âmbito nacional, repassados para a SEDEC. Em caso de dúvida ou discordância, os órgãos federais de meteorologia poderão contatar o Núcleo Estadual que emitiu o aviso para discutir a situação meteorológica e, eventualmente modificar o texto original. No âmbito Estadual, os DISMEs e Núcleos Estaduais de Meteorologia também poderão discutir seus avisos meteorológicos e informar o texto de consenso para o INMET e CPTEC, que o incorporarão a seus avisos de abrangência federal.

Para o perfeito funcionamento do mecanismo criado, se faz necessário que órgãos envolvidos tenham uma estrutura que inclua linha telefônica, acesso à Internet de alta velocidade, assim como a possibilidade de uso de aplicativos sem restrições. Solicita-se o compromisso dos órgãos gestores para viabilizar esses meios de comunicação, tendo em vista que a data da primeira reunião virtual será no dia 14 de dezembro de 2009.

Foi decidida a criação de dois comitês executivos, composto por instituições de todas as regiões do país, com o objetivo de ajustar os procedimentos acordados, quando houver necessidade. O primeiro será um Comitê Executivo Técnico, composto pelas instituições a seguir:

Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR), PR

Sistema Meteorológico do Estado de Rio de Janeiro (SIMERJ), RJ

Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás (SIMEGO), GO

Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis (NHMET), AP

Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), CE

Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que atuará como coordenador

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)

O segundo será um Comitê Técnico Gestor, composto pelas seguintes instituições:

Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), SC

Centro de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul, (CEMTEC), MS

Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (SIMGE), MG

Núcleo de Meteorologia e Hidrologia do Amazonas, (NMHAM), AM

Laboratório de Meteorologia de Pernambuco, (LAMEPE), PE

Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), que atuará como coordenador

Foi estabelecido um ambiente virtual para a realização de discussões meteorológicas diárias, para ajudar na elaboração dos avisos meteorológicos. Tal discussão se realizará inicialmente de segunda a sexta-feira, às 16 horas (horário de Brasília) e será coordenada, alternadamente, pelo CPTEC e INMET. A discussão deverá ser breve, em virtude do conhecimento prévio da situação meteorológica.

Recomenda-se realizar Workshops anuais para discutir aspectos relacionados com as instituições operacionais de meteorologia e Defesa Civil. Propõe-se a realização do II Workshop sobre Meteorologia Operacional e Defesa Civil na cidade de Brasília (provavelmente coorganizado pela SEDEC e o INMET) junto aos coordenadores dos órgãos estaduais de Defesa Civil, com o objetivo de avaliar o andamento dos mecanismos definidos, assim como dos resultados e decisões adotadas no I Workshop.

Sugere-se que este documento seja amplamente divulgado para todos os núcleos de meteorologia do Brasil e os órgãos integrantes do SINDEC, assim como para as instituições federais e demais órgãos de meteorologia. Solicita-se o comprometimento das instituições envolvidas para que os procedimentos descritos nesse documento sejam praticados de forma uniforme pelas instituições de meteorologia do país. Sugere-se também, que com a prática desses procedimentos, esse documento seja revisado periodicamente.

Lista de participantes:

|Adriano Augusto do Nascimento |Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas – Cbmal – Alagoas |

|André de Souza Nascimento |Defesa Civil Amazonas |

|Armin Augusto Braun |Sistema Nacional De Defesa Civil |

|Cátia Cristina Braga Rodrigues |AGRAER / CEMTEC – MS |

|DAVID FERRAN MONCUNILL |FUNCEME |

|Diego Simões Fernandes |SIMEHGO – Goiás |

|Eliane Nikoluk Scachetti |Policia Militar do Estado de São Paulo |

|Gustavo Escobar |CPTEC/INPE |

|Fabiana Carnaúba Medeiros |SEMARH – Alagoas |

|FABIO BORGES |CPTEC/INPE |

|Fernando de Almeida Tavares |IPMET |

|Francis Lacerda |LAMEPE |

|João de Matos Suzano |Defesa Civil Amazonas |

|José Ueliton Pinheiro |EMPARN |

|José Luiz CABRAL DA SILVA JUNIOR |UNITINS |

|kURTIS FRANCOIS BASTOS |IBAMA/CE |

|HUMBERTO BARBOSA |UFAL |

|iGOR oLIVEIRA |GEORIO |

|Leonardo Calvetti |SIMEPAR |

|Lindenberg Lucena |LAMEPE |

|LUIZ AUGUSTO MACHADO |CPTEC/INPE |

|luiz cavalcanti |INMET |

|Marcelo Schneider |INMET |

|MARCELO SELUCHI |CPTEC/INPE |

|Márcia dos Santos Seabra |INMET |

|Márcio Alves |Defesa Civil Santa Catarina |

|Maria Laura Guimarães Rodrigues  |EPAGRI |

|Maria Marle Bandeira |AESA |

|Maryfrance de Cássia Santos Diniz |INGA |

|Michelle de Lima Ribeiro |SIMERJ |

|Naurinete Barreto |NHMET - Amapá – Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis |

|Naziano Filizola |Núcleo Estadual do Amazonas |

|Paula Pereira de Souza |Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM |

|Pedro ROCHA DE MEDEIROS |Defesa Civil Tocantins |

|Sérgio Luiz Zampieri |EPAGRI |

|TANIA BUSTAMANTE |CPTEC/INPE |

|TÔNI KASAI |Defesa Civil do Estado de São Paulo |

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