América do Sul: América Platina



América do Sul: América Platina

Características gerais dos países platinos

Os três Estados que formam a América Platina - Paraguai, Argentina e Uruguai - são banhados pelos rios formadores do rio da Prata e possuem uma rica tradição histórica em comum. Durante grande parte do período da colonização espanhola, esses três países fizeram parte de uma única administração. Em 1776 a coroa espanhola decidiu desmembrar o antigo vice-reinado do Peru, instalando nessa região o vice-reinado do Prata, que naquela época incluía a atual Bolívia.

A colonização dos três países platinos ocorreu graças à navegação fluvial,tendo como ponto de entrada o estuário do rio da Prata, situado entre Argentina e Uruguai. Esses três países possuem também uma história de conflitos e de guerras, envolvendo até mesmo o Brasil. Observe no mapa a divisão política da América Platina.

Os nomes rio da Prata e Argentina (do latim argentum: prata) foram dados pelos espanhóis, que tinham esperança de encontrar minas de prata nessa região. Porém, eles não localizaram grandes riquezas minerais aí. Como o clima temperado e subtropical do Uruguai e da Argentina não era adequado ao cultivo dos produtos tropicais que interessavam ao mercado europeu na época, essa área foi praticamente deixada de lado pelos colonizadores até o século XIX.

Com o avanço industrial e a concentração populacional nas grandes cidades européias, no século XIX houve a necessidade de aumentar a produção de gêneros básicos de clima temperado, como o trigo. Foi nesse momento que se acelerou a ocupação da região platina, principalmente ao redor do estuário do rio da Prata, onde até hoje se encontram as maiores concentrações demográficas e as principais cidades, com destaque para as metrópoles Buenos Aires e Montevidéu. Já a ocupação do interior se deu mais lentamente, mas seguiu o curso dos rios formadores dessa bacia hidrográfica.

A colonização dos países platinos foi tardia e quase não houve utilização de mão-de-obra escrava, africana ou indígena, devido à inexistência de atividades coloniais lucrativas. Por isso até hoje esses países, principalmente a Argentina e o Uruguai, apresentam características étnicas bastante diferentes das dos demais países sul-americanos. Neles quase não existem afro-americanos e é muito grande a presença de europeus e seus descendentes. A população de índios e seus descendentes e de mestiços também é quase inexistente, com exceção do Paraguai. Nesse país cerca de 95% da população é constituída de indígenas ou mestiços originados da miscigenação de índios com espanhóis.

Argentina

A Argentina é o segundo maior país sul-americano em área e população, com 3 761 274 km² e 38.4 milhões de habitantes, e o terceiro mais industrializado da América Latina (depois de Brasil e México). Sua capital, Buenos Aires, localizada ao norte do estuário do rio da Prata, forma uma gigantesca área metropolitana, com cerca de 12 milhões de habitantes (cerca de um terço da população argentina). É a terceira maior cidade da América Latina, menor apenas que as regiões metropolitanas da Cidade do México e da Grande São Paulo.

A vida política na Argentina tem sido muito conturbada nos últimos anos. Após um longo período de ditadura militar, o padrão de vida do trabalhador argentino - que era bem maior que o da maioria dos demais países latino-americanos - caiu drasticamente desde 1966 e a distribuição social da renda tornou-se mais concentrada. A dívida externa do país cresceu muito e hoje é uma das maiores da América Latina.

Uma grave crise econômica e política atingiu o país entre 1999 e 2002. O principal motivo foi a diminuição das exportações, devido ao elevado valor da moeda nacional, o peso (que era cotado ao mesmo valor do dólar). Em 2002 a renda per capita no país havia caído 1,45%. Em 2003 1,4 milhão de argentinos passavam fome e 57% viviam abaixo da linha de pobreza; 18% da população estava desempregada, 20% subempregada e 12,9% das crianças não freqüentavam as a mudança política e a desvalorização do peso, desde2003 a situação argentina vem aos poucos se normalizando.

Uruguai

Com 175215 km² e 3,4 milhões de habitantes, o Uruguai é o menor país platino. A oeste, faz fronteira com a Argentina pelo rio Uruguai; ao norte e nordeste, com o Brasil,o que marcou profundamente a sua história. Brasil e Argentina sempre disputaram esse território, que chegou a fazer parte ora de um, ora de outro.

A economia uruguaia - baseada na pecuária ovina, na exportação de lã e de carnes - teve um período de grande desenvolvimento entre o fim do século XIX e meados do século XX, passando por um processo de industrialização, inclusive com exportação de vestuário, calçados e outros produtos. Essa industrialização trouxe como conseqüência uma fase de intensa urbanização (quase 85% da população uruguaia vive nas cidades).

O padrão de vida da população uruguaia na primeira metade do século XX foi bem superior ao dos demais países da América Latina, talvez comparável apenas ao da Argentina. Graças ao baixo índice de analfabetismo, à boa alimentação, às cidades limpas e bonitas – especialmente a capital, Montevidéu, onde vive quase metade da população do país-, o Uruguai foi uma "ilha de prosperidade".

A situação mudou após a década de 1960, com as sucessivas quedas dos preços da lã e da carne (produtos básicos de exportação) no mercado internacional. O governo contraiu enormes dívidas externas e tentou pagá-Ias à custa dos rendimentos dos trabalhadores. Além disso, o Uruguai passou por um forte período de militarização. Após quase duas décadas de estagnação, a economia uruguaia voltou a crescer, o que deve continuar a ocorrer neste início de século. Parte da recuperação econômica do país se deve à sua participação no Mercosul.

Paraguai

Com 406 752 km² e pouco mais de 6 milhões de habitantes, o Paraguai localiza-se no sudoeste da América do Sul e, como a Bolívia, não tem saída para o mar. Grande parte das exportações paraguaias é feita pelo porto de Paranaguá, no Brasil. País de clima tropical, faz fronteira com Brasil (pelos rios Paraguai e Paraná), Bolívia (na altura do Chaco, uma região alagada) e Argentina (pelos rios Pilcomayo e Paraná).

O Paraguai é o país mais pobre da América Platina e um dos mais pobres de toda a América do Sul. O padrão de vida da população é baixíssimo. Na capital, Assunção, vivem cerca de 550 mil habitantes. Aproximadamente 50% de sua população ainda vive no campo.

A industrialização do país é fraca. A economia se baseia na agricultura, com o cultivo de algodão, soja, mandioca, milho, tabaco, e na silvicultura, sendo a madeira o produto mais explorado. Há também um tradicional extrativismo vegetal, com a exploração da erva-doce e do quebracho.

Na década de 1970 Brasil e Paraguai firmaram um acordo para a construção da hidrelétrica de Itaipu, no rio Paraná, na fronteira entre os dois países. Com isso a economia paraguaia tornou-se ainda mais dependente do Brasil. Como o país utiliza cerca de 1% da energia que produz, vende boa parte dela ao Brasil e para outros Estados vizinhos, o que constitui uma fonte de renda para o país. A participação do Paraguai no Mercosul vem contribuindo para diminuir o déficit de sua balança comercial e também sua tradicional instabilidade política.

ATIVIDADES

1. Que Estados formam a América Platina? Explique quais são os traços comuns que caracterizam sua história.

2. O que diferencia os Estados platinos na América do Sul, do ponto de vista populacional?

3. Explique a atual situação da economia argentina.

4. Porque o elevado padrão de vida uruguaio declinou a partir de 1960?

5. Porque o Paraguai é o país mais pobre da América Platina e um dos mais pobres da América do Sul?

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