O que são paradigmas



Sumário

Sumário 1

Introdução 2

Desenvolvimento 3

Conclusão 7

Bibliografia 8

Anexos 9

Introdução

Um paradigma é um conjunto de crenças e valores que sustentam uma sociedade. As sociedades ocidentais da era industrial na qual vivemos baseiam-se em paradigmas bastante semelhantes. Entretanto, cada sociedade, seja um país, um região ou uma unidade federativa de uma nação, tende a possuir uma base de crenças e valores ligeiramente distinta das demais, o que faz com que cada uma destas unidades possuam os seus próprios paradigmas. Como se não bastasse essa divisão geográfica, cada área de interesse e atuação das pessoas que vivem nessas sociedades também possuem seus próprios pressupostos, fazendo com que existam "sub-paradigmas" para medicina, religião, economia, artes, engenharia e, como não podia deixar de ser, administração das organizações.

Desenvolvimento

Normalmente, as mudanças de paradigma na gestão das organizações são alterações nos pressupostos que norteiam as decisões tomadas no âmbito de cada função organizacional. Quando essas mudanças ocorrem, estes pressupostos, que costumavam ser a base para o bom desempenho das organizações, deixam de sê-lo. Recentemente assistimos a algumas mudanças nos paradigmas de produção, marketing e contabilidade, por exemplo.

A função marketing nas organizações praticamente surgiu quando Alfred Sloan assumiu a GM na década de 1920. Ele foi contra o paradigma anterior de que as pessoas comprariam sempre mais carros quanto mais baratos eles fossem. Ele partiu do pressuposto que diferentes grupos de clientes, que fariam usos diferentes do automóvel, iriam preferir veículos diferentes! Parece óbvio? Sim, mas naquela época não era! Sloan passou a produzir cinco carros diferentes usando o sistema de produção em massa de Ford e criou a era do marketing de massa. O cliente tinha, inclusive, alternativas para a cor da pintura! No início dos anos 80, alguns malucos começaram a questionar o marketing de massa. Disseram que era possível fazer marketing um a um, atendendo necessidades específicas de cada cliente.

Com a contabilidade não vem sendo muito diferente. Os sistemas e ferramentas tradicionais da contabilidade tradicional foram criados para o paradigma produtivo da produção em massa. Assim, quanto menos ociosidade e mais estoques, menor o custo unitário e maior o lucro, correto? Hoje em dia, longe disso! O lucro por unidade passou a ser uma ficção contábil! A rentabilidade assumiu o papel de carro-chefe dos indicadores contábeis-financeiros. Produzir sem ociosidade só se for vender tudo! Isso sem falar nos balanços. De acordo com eles, o valor de mercado de uma empresa deveria ser equivalente ao patrimônio líquido. Será? Alguns dados sinalizam que não! O patrimônio líquido das empresas cujas ações eram negociadas na bolsa de Nova York em 1982 representava em média 62% do seu valor de mercado. Em 2000, esse valor caiu para 15%! Ainda em 2000, o valor contábil da AOL era equivalente a 3% de seu valor de mercado e mesmo na velha Coca Cola Company esta mesma relação era de 8%! A grande importância dessa constatação é que grande parte das decisões gerenciais que aumentam o valor contábil acabam reduzindo o valor de mercado! Ou seja, aqueles que hoje continuam a buscar a maximização do lucro no curto prazo podem estar comprometendo seu fluxo de caixa no longo prazo, e por esse motivo devem assistir a queda de seu valor de mercado! Isso justifica o surgimento de teorias como o Capital Intelectual e o Balanced Scorecard.

Uma das grandes verdades relacionadas aos paradigmas da Administração é que, num primeiro momento, todos que o questionam parecem malucos. Isso ocorre porque tudo o que se entende por racional só pode sê-lo à luz do paradigma vigente. O problema é que, depois que os pressupostos que constituem esse paradigma começam a serem substituídos, são os que defenderam o paradigma anterior que ficam parecendo loucos. O que era antes racional passa a ser irracional.

A primeira vista estamos num momento histórico repleto de mudanças de paradigma. Na prática, as decisões tomadas em todos os campos da vida humana nos dias de hoje estão moldando aquilo que será o paradigma pós-industrial. Neste ponto, mudam paradigmas de artes, ciências, medicina, religião e administração. Aparentemente, a melhor solução pode ser questionar os paradigmas e não se ater a nenhum deles. Como diz Peter Senge, a única certeza hoje é a mudança. Entretanto, não é tão simples assim. A Ferrari continua ganhando dinheiro produzindo do jeito artesanal, as indústrias siderúrgicas continuam ganhando dinheiro com a produção em massa e as empresas chinesas vêm dando um show de marketing de massa. Ser totalmente contra os pressupostos considerados ultrapassados pode não ser a solução. Henry Mintzberg, o grande crítico das diversas escolas de gestão estratégica, diz que todo processo de mudança em uma organização combina mudanças incrementais com mudanças descontínuas. Entretanto, mesmo as mudanças descontínuas ocorrem justamente quando se aceita os pressupostos fundamentais que deram origem a algumas das mudanças incrementais. Assim, pode ser mais prudente manter os pressupostos do paradigma que pareçam mais racionais para a sua empresa, sem entretanto deixar de questionar os demais pressupostos "pelas bordas". É esse questionamento que irá favorecer a criatividade e, consequentemente, a inovação. A empresa se habilita para mudar, mas não muda totalmente. Quando houver a oportunidade de ruptura, ela ocorrerá naturalmente. Afinal, nos dias de hoje, talvez o maior paradigma da administração seja a própria ausência de paradigmas. Portanto, nunca se esqueça de que o louco de hoje pode ser o gênio de amanhã.

Conclusão

É difícil falar de idéias novas, afinal idéias novas causam mudanças, pois destroem o status quo e criam incertezas. E é sempre muito mais fácil fazer como sempre fizemos. Idéias novas são repelidas em diretorias e linhas de montagem no mundo todo. Idéias boas são derrubadas por pessoas que supõem que o futuro é uma simples continuação do passado. E acreditam que são as mesmas regras e regulamentos que impedem de acertar ou prever o futuro, porque se tenta descobrir o futuro procurando basear aos paradigmas atuais. Com o novo paradigma volta-se à estaca zero. O sucesso passado não garante nada no futuro se as regras mudarem.

Bibliografia

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. v. 1. ed. 6. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

DRUCKER, Peter F. Os novos paradigmas da administração. Revista Exame, Edição 682. São Paulo, 24 de fevereiro de 1999.

MAXIMIANO, Antonio. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 1997.

MOTTA, Fernando C. Prestes. VASCONCELOS, F. Gouveia de. Teoria geral da administração. ed. 2. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

Anexos

De zero a 10 bilhões em sete anos

  22.03.2007

As escolhas que fizeram do Google uma das empresas mais lucrativas do mundo

Por Sérgio Teixeira Jr.

EXAME O Google é um fenômeno cultural. O nome da empresa entrou para dicionários de língua inglesa no ano passado como um verbo sinônimo de buscas na internet. O Google também é um fenômeno como poucos já vistos no mundo dos negócios. A empresa faturou 10 bilhões de dólares em 2006 e segue crescendo a uma velocidade que deixa os analistas estupefatos e os acionistas eufóricos. A ação foi lançada a 85 dólares e hoje, dois anos e meio depois, vale mais de 460. No começo deste século, o Google era apenas uma idéia. Uma idéia genial, capaz de colocar ordem no caos crescente chamado world wide web. Mas, ainda assim, apenas uma idéia. Essa transformação de um projeto acadêmico em uma das empresas mais admiradas do mundo, capaz de ditar os rumos de setores inteiros da economia, é uma história formidável. A decisão pelo formato de links patrocinados, os pequenos textos de duas linhas que aparecem no canto da página de resultados, ilustra como essa abordagem matemática deu origem a uma das empresas mais inovadoras de nosso tempo. Mas tudo começou com uma cópia.

"No início, ninguém sabia qual seria o modelo da empresa", diz Omid Kordestani, vice-presidente sênior de vendas e novos negócios da companhia. Embora para o grande público a imagem persistente do Google seja a dos fundadores, Larry Page e Sergey Brin, é o iraniano Kordestani quem leva o título de "fundador do negócio" da empresa. Ele foi o 12o contratado pelo Google, quando a equipe se amontoava numa sala perto da Universidade Stanford e a bolha da internet estava prestes a estourar. Enquanto a dupla Page e Brin se concentrava nas questões técnicas, Kordestani foi o responsável por descobrir como o Google ganharia dinheiro. No início, valia tudo. "Até pensamos em vender banners ou patrocínios, como os portais tradicionais", disse ele a EXAME. Mas esse modelo tinha dois problemas. O primeiro era montar uma equipe de vendas. O Google não tinha nem os recursos nem o desejo de reproduzir a estrutura das empresas de mídia tradicional, diz Kordestani. Também não era uma opção, pelo menos inicialmente, ceder à publicidade tradicional. "Os fundadores insistiam que os anúncios deveriam ter somente texto e seriam relacionados à busca", relata o jornalista John Battelle em seu livro A Busca, que conta a história da empresa. Ou, como resume Kordestani, demonstrando o espírito que prevalece em todas as decisões da empresa: "Queríamos tratar a publicidade como tratamos a informação. Ela deveria ser útil para nosso usuário".

Foi aí que surgiu a inspiração dos links patrocinados. A idéia não era exatamente nova. O primeiro a atrelar publicidade às palavras buscadas pelos internautas foi um empreendedor chamado Bill Gross, fundador do site . Mas foram os rapazes do Google que adicionaram um elemento revolucionário a essa fórmula. Hoje, essa nova forma de publicidade é uma máquina de fazer dinheiro. Além de leiloar as palavras-chave, o Google decidiu ordenar os links também pela quantidade de cliques recebidos. Dessa maneira, o segundo colocado no leilão poderia aparecer em primeiro lugar caso seu anúncio fosse mais procurado pelos internautas. Numa só tacada, a empresa conseguiu maximizar suas receitas e melhorar a relevância da publicidade exibida. Além disso, os engenheiros desenvolveram um sistema online para que os próprios anunciantes gerenciassem suas campanhas. A combinação da relevância dos links patrocinados com a automação fez a procura por essa nova forma de publicidade explodir.

"Talvez tivéssemos feito dinheiro mais rápido com banners", diz Kordestani. "Ninguém sabia, àquela altura, que o modelo seria tão bem-sucedido." Mas não demorou para que os números começassem a aparecer no balanço. Em 2001, a empresa faturou 85 milhões de dólares. No ano seguinte, quando estreou seu novo sistema de links patrocinados, o faturamento chegou perto dos 450 milhões de dólares. Cinco anos depois, atingiu 10 bilhões. Além de consolidar a idéia de que a publicidade online pode ser mensurável, o Google também foi um dos primeiros negócios a lucrar com o que hoje se conhece como a cauda longa: dezenas de milhares de negócios que jamais teriam condições de comprar um anúncio na TV ou no rádio, mas que, juntos, representam um novo e enorme mercado anunciante na rede. Como todas as operações são feitas automaticamente e o sistema pode ser replicado em qualquer mercado do mundo, o Google cresce com a internet.

Com sua participação decisiva em uma das mais bem-sucedidas empresas deste século, Kordestani, de 45 anos, já entrou para a lista dos homens mais ricos do mundo. Sua fortuna pessoal é estimada em 2,1 bilhões de dólares. Sobre a melhor decisão que já tomou na empresa, ele não hesita: "Ter entrado para o Google".

................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download