Arnaldo Lemos Filho



Boa Noite e Boa Sorte?Good Night, and Good LuckBoa Noite e Boa SorteDirigido por George Clooney. Com: David Strathairn, Robert Downey Jr., Patricia Clarkson, Ray Wise, George Clooney, Frank Langella, Jeff Daniels, Tate Donovan, Dianne Reeves.?? incrível (e deprimente) como uma história que se passou há 50 anos pode se revelar t?o atual quanto aquela narrada em?Boa Noite e Boa Sorte, mas o fato é que o clima conspiratório que hoje toma conta da sociedade norte-americana n?o é muito diferente daquele provocado pela canalhice de Joseph McCarthy durante a década de 50 – a diferen?a é apenas de termos, n?o de realidade: se na época aqueles que questionavam o temido senador eram taxados de “comunistas”, hoje os críticos de Bush e sua corja s?o questionados quanto ao seu “patriotismo” ou, em casos extremos, classificados como simpatizantes do terrorismo. E se o gigante da mídia William Randolph Hearst (leia-se:?Charles Foster Kane) fazia as vezes de “voz oficial” do governo, hoje o papel é desempenhado pelo n?o menos repulsivo Keith Rupert Murdoch.O que falta hoje, portanto, é alguém que ocupe o lugar de Edward R. Murrow, lendário ?ncora da CBS que, em seu programaSee It Now, mostrou-se essencial, com suas críticas e reportagens, para a queda de McCarthy. Em vez disso, o jornalismo (brasileiro, inclusive) vem sendo dominado por figuras covardes e sem ética, cuja busca pela verdade cedeu lugar a interesses corporativos e políticos – como comprovam as matérias tendenciosas de determinada revista semanal, de um importante diário paulista e a linha editorial de um famoso jornalista-blogueiro que só se preocupa em noticiar denúncias que favore?am seus interesses partidários. Assim, com sua coragem, seu zelo profissional e sua ética, a trajetória de Murrow é uma verdadeira aula de jornalismo - e?Boa Noite e Boa Sorte?deveria ser exibido nas faculdades no mínimo pelo belíssimo discurso feito pelo “personagem” na abertura e na conclus?o do filme.Ambientado em um período de tempo relativamente curto, de outubro de 1953 a maio de 54 (com exce??o do já citado discurso, que ocorre em 58), o roteiro escrito por George Clooney e Grant Heslov passa a acompanhar Murrow e sua equipe já no auge do?mccarthysmo, quando o clima de paranóia fomentado pelo senador levou a Aeronáutica norte-americana a expulsar um tenente em fun??o de denúncias an?nimas relacionadas ao?pai?do militar – algo que deu origem a um episódio de?See It Nowdedicado ao caso. A partir daí, Murrow e seu produtor Fred Friendly deram início às pesquisas que resultariam em um programa no qual usariam as palavras de McCarthy contra ele próprio – e, no processo, finalmente fizeram com que o público conhecesse a verdadeira face do senador e inspiraram a??es mais críticas por parte de jornalistas e mesmo de políticos.???????????Voltando à cadeira de diretor depois de sua estréia na fun??o com o ótimo?Confiss?es de uma Mente Perigosa, Clooney se mostra bem mais contido desta vez, evitando movimentos de c?mera rebuscados e concentrando-se mais nos diálogos e no clima de tens?o inspirado pelo confronto entre duas grandes for?as: a mídia e a política. Esfor?ando-se ao máximo para resgatar o visual e a mentalidade da época, o diretor utiliza pe?as publicitárias produzidas na década de 50 e inclui pequenos interlúdios ao longo da narrativa nos quais Dianne Reeves surge cantando clássicos do?jazz?que, além de conferirem um tom nostálgico ao filme, ainda comentam (mesmo que pontualmente) alguns dos incidentes retratados e sentimentos dos personagens. Aliás, as participa??es de Reeves representam as únicas interven??es musicais no longa, já que Clooney – seguindo uma tendência cada vez maior entre cineastas contempor?neos – descarta a utiliza??o de trilha instrumental para ressaltar suas idéias (outro exemplo recente:?Paradise Now).???????????Fotografado em preto-e-branco por Robert Elswit (colaborador habitual de Paul Thomas Anderson) de maneira incrivelmente elegante e evocativa (a utiliza??o de sombras é magnífica),??Boa Noite e Boa Sorte?adota um tom sempre realista ao narrar uma batalha feroz travada apenas em edifícios – n?o há um único plano em externa em todo o filme. Neste sentido, a dire??o de arte assume um caráter ainda mais importante, recriando a reda??o e os estúdios da CBS de forma a ser fiel à realidade, mas também artisticamente expressiva ao conotar a frieza e a impessoalidade daquele ambiente. Além disso, os trabalhos de dire??o de arte e fotografia merecem elogios particulares pela forma impecável com que se encaixam às imagens documentais da época, já que Clooney utiliza fartamente imagens de arquivo para contar sua história.Aliás, é vergonhoso que a montagem brilhante do espetacular Stephen Mirrione ( HYPERLINK "" \t "_blanck" Traffic,?21 Gramas) n?o tenha sido indicada ao Oscar, já que?Boa Noite e Boa Sorte?certamente poderia ser classificado como “fic??o documental” em fun??o das constantes transi??es entre cenas protagonizadas por atores e outras que trazem figuras da vida real – quando Joseph McCarthy surge na tela da CBS, por exemplo, vemos vários figurantes reagindo ao que está sendo dito, além da própria equipe do?See It Now. A decis?o de Clooney em empregar imagens de arquivo, aliás, confere uma credibilidade adicional ao filme, além de permitir que os espectadores contempor?neos possam, de fato, conhecer McCarthy – e seria difícil, diga-se de passagem, que um ator soasse convincente ao reencenar a resposta enviada pelo senador ao programa de Murrow: nervoso, ofegante e hesitante, McCarthy protagoniza um dos momentos mais constrangedores do filme, quando praticamente sofre um colapso nervoso diante das c?meras (e percebam que nem sequer estava falando ao vivo, mas em um depoimento gravado, o que indica seu nervosismo).???????????Mas Clooney, como ator, também faz um ótimo trabalho ao orquestrar as atua??es: em meio a um elenco homogeneamente competente, Frank Langella (que também merecia ter sido indicado) merece destaque por conferir complexidade a William S. Palley, presidente da CBS, que é retratado como um homem dividido por suas obriga??es corporativas e seu compromisso com a ética jornalística. Enquanto isso, Ray Wise vive o trágico Don Hollenbeck com simpatia e sofrida dignidade, ao passo que Robert Downey Jr. e Patrícia Clarkson trazem um pouco de leveza ao filme com os problemas do casal que deve esconder o matrim?nio de seus chefes, que proibiam o casamento entre funcionários. Finalmente, o próprio Clooney, com seu carisma habitual, estabelece um ar de cumplicidade importante entre seu Fred Friendly e o Edward Murrow interpretado por David Strathairn.???????????Porém, Murrow, como n?o poderia deixar de ser, representa mesmo o centro de?Boa Noite e Boa Sorte. Jornalista famoso, rico e prestigiado, ele jamais se acomoda com o?status?adquirido, buscando, em vez disso, assumir novas batalhas que fa?am jus à influência que sabe exercer sobre o público (alguns dos momentos mais bem-humorados do filme, aliás, s?o aqueles nos quais um visivelmente torturado e embara?ado Murrow é obrigado a fazer entrevistas triviais com personalidades em voga). Com um ar sempre formal diante e atrás das c?meras, o ?ncora (com seu indefectível cigarro – ele morreria de c?ncer de pulm?o cerca de dez anos depois) tenta apresentar uma fachada sempre firme e segura, embora, em certos instantes, possamos perceber que há um homem de carne-e-osso por trás daquela armadura: ele sacode os pés nervosamente antes de uma de suas transmiss?es mais importantes e, após defender-se dos ataques de McCarthy, respira pesadamente depois que o programa chega ao fim. Tudo isso é retratado com grande talento por Strathairn, que enfrenta a dificuldade adicional de ter que viver um personagem contido, reservado, o que sempre é um desafio enorme. Por outro lado, a principal fraqueza de?Boa Noite e Boa Sorte?diz respeito justamente ao retrato excessivamente idolátrico que pinta de Murrow: o filme certamente ganharia mais dimens?o caso tivéssemos acesso a outras facetas do jornalista, como sua vida familiar ou mesmo sua conhecida atra??o pelo perigo, que freqüentemente o levava a se arriscar em suas reportagens durante a Segunda Guerra e mesmo a correr imprudentemente com seu carro particular. (Aliás, sua insistência em desafiar figuras poderosas n?o seria uma manifesta??o desta sua idiossincrasia?)???????????Bravamente consciente da import?ncia deste projeto, George Clooney usa Murrow como um símbolo (o que n?o impossibilitaria um retrato mais complexo) da virtude jornalística: depois de um programa como o que desmascarou McCarthy, sentimos que aqueles homens ir?o dormir com orgulho naquela noite. Em vez disso, o que temos hoje em dia é uma programa??o cada vez mais voltada para o fútil, o apelativo e o inconseqüente. A televis?o tornou-se, como previu Murrow, apenas “fios e luzes numa caixa”, desperdi?ando seu potencial informativo em prol do entretenimento na maioria das vezes vazio e descartável, tornando-se justamente uma arma importante para governantes que querem manter a popula??o distraída e num constante vácuo de informa??es. Onde está o Globo Repórter da época de Eduardo Coutinho, com suas matérias e denúncias política e socialmente relevantes? O que interessa a vida sexual dos golfinhos ou a magia da pororoca diante do caos da violência e da miséria????????????Boa Noite e Boa Sorte?é mais do que um filme interessante e eficiente; é uma li??o cívica como aquelas que o próprio Murrow se encarregava de ministrar em seu programa.right000Boa noite e Boa?Sorte? HYPERLINK "" \o "Posts de ojornalismonocinema" ojornalismonocinema??Filmes??15 de dezembro de 2014?5 minutosPor:?Giovani Vieira? ? ? ? ??Ousadia. Se fosse para resumirmos a produ??o do longa ‘Boa noite e boa sorte’ (Good night, and Good Luck, 2005). O segundo filme escrito e dirigido por George Clooney se distancia a passos largos do cinema estritamente comercial. Seja pelo roteiro, pela trilha sonora ou pela fotografia nostálgica e sensível em preto e branco. O filme foi financiado por uma produtora independente que o próprio Clooney mantém com o amigo e cineasta Steven Soderbergh. Isso, com certeza, permitiu ao diretor ousar na produ??o e apontar para feridas da sociedade norte-americana.? ? ? ? ? Outro acerto do diretor foi o ótimo elenco. Destacam-se principalmente o personagem principal Edward Murrow, interpretado por David Strathairn, e seu chefe, William Paley, vivido pelo veterano Frank Langella. Talvez Clooney tenha se empenhado pela proximidade do enredo com parte de sua historia familiar. Seu pai, assim como o personagem principal do drama, sofreu por ser um jornalista combativo em uma época em que a liberdade de imprensa enfrentava inúmeros desafios nos Estados Unidos.? ? ? ? ? A história com fundamentos reais se passa nos anos 1950. De um lado, o senador republicano Joseph McCarthy, do Estado do Wisconsin, promovia uma verdadeira Inquisi??o contra o que ele chamava de “amea?a vermelha”. Qualquer um podia se transformar em suspeito, ser acusado pelo senador e sofrer puni??es e processos arbitrários. ? época, com poucas exce??es, a grande imprensa norte-americana em geral, mas a televisiva principalmente, pisava em ovos na cobertura das atividades do republicano. No entanto, do outro lado, Edward Murrow, ?ncora do programa?See It Now?da rede de televis?o CBS, uma das três principais dos Estados Unidos, vai além desse medo e mostra coragem ao desafiar o senador, de maneira séria e objetiva. Ao seu lado, uma dedicada equipe, chefiada pelo seu co-produtor Fred Friendly, interpretado por Clooney, e o repórter Joseph Wershba (Robert Downey Jr) produzem o polêmico programa. A trama se desencadeia quando eles resolvem combater as táticas e mentiras usadas pelo senador McCarthy.? ? ? ? ? No programa, Murrow discursa como defensor de um dos princípios da sociedade norte-americana: a liberdade de express?o. O filme real?a a tese de que o jornalismo e a mídia devem perseguir esse princípio, devem ser o guardi?o da sociedade, o defensor dos cidad?os diante de autoritarismos e de arbitrariedades do Estado. Também devem defender a pluralidade, a polêmica, a diversidade, o debate e os direitos civis.? ? ? ? ? A partir dos anseios do ?ncora e da sua equipe em defender esses princípios e desmascarar o senador McCarthy, os jornalistas deparam-se com dilemas e quest?es de integridade e ética profissional para se manterem firmes na miss?o. Por um lado, surgem as press?es da empresa de comunica??o, tentando impor a autocensura e as press?es econ?micas dos patrocinadores. Por outro lado, os jornalistas enfrentam as press?es políticas para desistirem.? ? ? ? ? O medo das persegui??es é constante na tentativa de relatar os fatos da “ca?a às bruxas” aos comunistas elaborado por McCarthy. Criticar o senador significava cutucar a on?a com a vara curta. A press?o exercida sobre o jornalista Murrow e sua equipe evidencia o quanto é difícil manter o equilíbrio e a liberdade de express?o na mídia. E aqui em caráter universal, n?o apenas contextualizada nos Estados Unidos. Entretanto, apesar dos riscos, o editor chefe apoia o grupo na sua op??o. No fim, apesar do programa ser bem sucedido na sua luta, ele perde o patrocinador. E o ?ncora é transferido para um horário de menor import?ncia. Contradi??es da mídia.? ? ? ? ? O direito de resposta e o contraditório também est?o presentes no filme, pois o Senador McCarthy tem a possibilidade de se defender sobre os fatos de que é acusado. No entanto, a situa??o se complica quando o parlamentar reage sem provas e acusa o ?ncora Edward Murrow de ser o líder dos comunistas.? ? ? ? ? Do início ao fim do filme, o piv? Edward R. Murrow transmite uma imagem de honestidade e de ética, porque n?o cedeu às press?es e procurou exercer um jornalismo objetivo e isento, sem influências políticas, colocando em risco o próprio emprego. O título do filme é a última frase emitida no programa e se remete a situa??o de guerra, uma vez que a express?o usada pelo protagonista foi cunhada durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto reportava os acontecimentos. Ao n?o saber o que se poderia acontecer entre a noite e a manh?, sempre se desejava boa-noite e boa-sorte aos membros da comunidade.? ? ? ? ? O filme n?o retrata a vida pessoal dos personagens, com exce??o dos recém-casados, Joseph e Shirley Wershba (Robert Downey Jr. e Patricia Clarkson), que tinham que esconder seu casamento para poderem continuar empregados na CBS, já que n?o era permitido o matrim?nio entre funcionários da empresa; e o suicídio de Don Hollenbeck (Ray Wise), acusado na imprensa de ser um comunista.? ? ? ? ? Quase todas as cenas se passam dentro da emissora, as reuni?es, a tensa prepara??o do programa e as transmiss?es. Por meio dessas cenas podemos ter acesso às grava??es originais das audiências dirigidas pelo senador McCarthy e os depoimentos públicos e reais de suas vítimas. Essas imagens históricas, retiradas de arquivos, v?o dando base às argumenta??es de Murrow tanto no programa como nos bastidores. Realidade e fic??o se misturam na imagem em preto e branco, com trilha sonora jazzística, recorrentes closes que real?am as tens?es, contínuas cenas enevoadas pelo cigarro sempre aceso e c?meras observadoras que nos colocam como testemunhas daquele período conturbado.? ? ? ? ? “Boa Noite, Boa Sorte” consegue colocar quest?es ainda atuais. N?o só sobre os direitos dos cidad?os, mas também sobre a responsabilidade dos media numa sociedade. O filme defende que a televis?o n?o deve ser somente uma “caixa mágica” utilizada para entreter, divertir e isolar, mas que tem a incumbência de educar e tornar os seus espectadores informados e conscientes da realidade. Os questionamento de Clooney, na figura do ?ncora, ainda s?o válidos e pertinentes para uma mídia que tenta transpor a mente do telespectador. Sem atingir diretamente qualquer ideário político, Clooney critica a fase governista de Bush com classe e para provar que a história se repete inúmeras vezes nas m?os dos poderosos chefes de estado. Por outro lado, sempre há um guardi?o da sociedade para impedir a livre a??o dos opressores.Links e referências interessantes: técnica:Título Original:?Good Night, and Good Luck?BOA NOITE E BOA SORTEDe: GEORGE CLOONEYCom: DAVID STRATHAIRN, ROBERT DOWNEY JR., PATRICIA CLARKSON, RAY WISE22.02.2006Por Nelson HoineffSOBRE TELEVIS?O E DEC?NCIAQuase no final de?Boa Noite e Boa Sorte, o combativo apresentador de TV Edward Murrow refere-se ao lixo da televis?o, mencionando entre outros Ed Sullivan e Steve Allen. Ninguém está livre de dizer bobagens, nem mesmo um filme admirável como este. Sullivan foi, no mínimo, um dos principais responsáveis pela penetra??o dos Beatles nos EUA. E Steve Allen representa, para a história da televis?o, um nome muito mais importante que o próprio Murrow. (O texto é tirado quase literalmente do discurso de Murrow na conven??o da RTNDA em 1958. Há a cita??o de Stonewall Jackson ao uso de armas e à batalha em curso contra a ‘ignor?ncia, intoler?ncia e indiferen?a’ mas n?o aos nomes citados no filme).?Mas o relato que George Clooney desenha sobre um dos mais influentes jornalistas da TV americana dos anos 50 é repleto de excepcionalidades, a come?ar pelo que ele parece indicar na constru??o da obra de um cineasta recente. Este é o segundo longa-metragem dirigido por Clooney. O primeiro,?Confiss?es de uma Mente Perigosa, tra?ava o perfil de um outro astro da TV americana, Chuck Barris, que comandou programas inquietantemente trash-transgressores como o genial?The Gong Show, e teria sido também, segundo a sua própria auto-biografia que alimentou o roteiro de Charlie Kaufman, um frio assassino a servi?o da CIA.Em seus dois filmes, Clooney fala sobre personagens polêmicos da televis?o norte-americana, cujos auges se deram com 20 anos de diferen?a. Nos dois casos, o diretor mergulha nos mecanismos e no espírito da televis?o que se fazia a cada momento e estimula a confus?o entre o referencial e a referência. Há raz?es para isso: seu pai, Nick Clooney, era ele mesmo um ?ncora da ABC em Cincinnatti na época em que George nasceu - e que coincide com o apogeu de Murrow.?O grande debate entre Ed Murrow e Joseph McCarthy, por exemplo, se dá entre a a??o encenada de Strathairn e as imagens reais do senador. Nas sess?es que antecederam ao lan?amento, Clooney recebeu críticas ao que alguns espectadores desavisados consideravam uma representa??o over do político anti-comunista. ? um recurso admirável, assim como a decis?o de favorecer a recria??o da época – em particular da televis?o da época – filmando em preto e branco (na verdade, Clooney filmou em película colorida, transformando eletronicamente a escala de cores).Murrow é notavelmente recriado por David Strathairn, que n?o se parece fisicamente com o jornalista, mas dele extrai o “stoneface”, face de pedra, uma de suas mais fortes características. Clooney foca nele – e no pequeno grupo de profissionais que o acompanhavam – a batalha para desmascarar o mcarthismo. A batalha aconteceu já no ocaso da paranóia anti-comunista. S?o particularmente notáveis as imagens da famosa audiência em que Joseph Welch vocifera repetidamente ao senador: “O senhor n?o tem decência?”Boa Noite e Boa Sorte?n?o se esmera em procurar a decência perdida de McCarthy mas se aprofunda nos bastidores da CBS, cujo legendário chefe William Paley (Frank Langella) bancava a ousadia de seu repórter principal. Clooney detém-se nos conflitos de Paley entre a integridade de seu jornalista e a seguran?a da emissora numa época de forte intimida??o. O filme fala sobre televis?o e integridade, termos que, por mais surpreendente que possa parecer, n?o nasceram mutuamente excludentes. ................
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