EXERCÍCIOS SOBRE AFRICANOS NO BRASIL

[Pages:10]EXERC?CIOS SOBRE AFRICANOS NO BRASIL

TESTE DE ATEN??O

Perguntas 1. Por que o rei de Portugal proibiu a escravid?o ind?gena no Brasil? 2. Como os africanos eram aprisionados? 3. Como era o trabalho de um escravo de ganho? 4. Qual era a fun??o do feitor? 5. O que ? um quilombo?

Respostas poss?veis A. Impedir que os escravos fugissem e faz?-los trabalhar. B. Porque os ?ndios t?m alma. C. Doen?a que dizimou muitos escravos D. Os portugueses lutavam contra os africanos e aprisionavam-lhes. E. Plantava, capinava e colhia nas planta??es. F. Ele percebeu que ganharia mais se escravizasse africanos. G. Cidade murada e escondida onde os escravos fugidos iam viver em liberdade. H. Manter os escravos revoltados. I. Os pr?prios africanos aprisionavam africanos e trocavam por bebidas e armas. J. Sa?a vendendo coisas ou se oferecendo para fazer trabalhos em troca de pagamento. No final do dia deveria dar dinheiro ao seu senhor.

PR?-DESAFIO

1. Com base em seus conhecimentos e a partir dessa leitura podemos afirmar que A) Apesar dos escravos serem mal alimentados e maus tratados havia no navio que os trazia da ?frica para o Brasil um m?dico que n?o os deixava morrer e tratava dos doentes durante a viagem porque cada escravo era muito valioso para o capit?o. B) Como os escravos eram vendidos em leil?o e os mais fortes eram os mais caros, os africanos recebiam muita comida para engordar e ficarem mais robustos antes de chegarem ao Brasil. C) Os africanos que mudaram-se para o Brasil em busca de uma vida melhor tiveram que enfrentar condi??es de transporte muito dif?ceis. D) Muitos africanos foram capturados e vendidos no Brasil como escravos para trabalhar em planta??es de cana-de-a??car fazendo assim uma migra??o for?ada.

Leia o texto para responder a pergunta. S?o amontoados em pequenos navios, normalmente amarrados com ferro e reduzidos a uma dieta

inadequada consistindo geralmente em farinha de mandioca e carne salgada (...). Assim, submetidos os escravos durante esse tempo a condi??es danosas, seus organismos se deterioram, e eles desembarcam em nossas praias em estado bastante deplor?vel.

Fonte: Lima Duarte, Ensaio. In: CONRAD, Robert Edgar. Tumbeiros. S?o Paulo: Brasiliense, 1985. p.56 2. Sabendo que a viagem da ?frica para o Brasil de navio no s?culo XVI levava de 30 a 45 dias e que no Brasil havia 1 milh?o de ?ndios assinale a alternativa que explica porque os africanos eram escravizados e trazidos ao Brasil. A) Porque os ?ndios eram pregui?osos. B) Porque era mais lucrativo para o rei de Portugal escravizar africanos do que brasileiros. C) Porque os africanos s?o negros e assim era mais f?cil distinguir quem era escravo e quem era livre. D) Porque era mais f?cil escravizar africanos do que ?ndios.

(SIADE 2009) Observe a figura e responda ? quest?o.

Sapataria. Aquarela de Jean-Baptiste Debret (1768-1848)

3. Assinale a alternativa correspondente ? forma de trabalho representada na imagem. A) Servid?o. B) Escravid?o. C) Profissional liberal. D) Trabalho assalariado.

Leia os textos abaixo para responder ?s quest?es que se seguem. O senhor deve dar a quem o serve suficiente alimento, rem?dios na doen?a e roupas com que

decentemente se cubra e n?o deix?-lo quase nu pelas ruas. Deve tamb?m moderar o servi?o de forma que n?o seja superior ?s for?as dos que trabalham.

Fonte: ANTONIL, Andr? Jo?o. In: Secretaria de Educa??o do Estado de S?o Paulo. Colet?nia de documentos hist?ricos para o 1? grau ? 5? a 8? s?ries. S?o Paulo: CENP, 1979. p.20

H? alguns anos que negros fugidos ao rigor do cativeiro e engenhos desta Capitania formaram povoa??es numerosas pelo interior entre os Palmares e matos. Crescendo cada dia em n?mero se adiantam tanto no atrevimento com cont?nuos roubos e assaltos que afastam moradores desta Capitania vizinhos aos seus mocambos. Este exemplo vai convidando os demais a fugirem por se livrar do rigoroso cativeiro que padecem. Teme-se que cres?am em poder e n?mero. Fonte: COUTINHO, Fern?o de Souza. In: Secretaria de Educa??o do Estado de S?o Paulo. Colet?nea de documentos

hist?ricos para o 1? grau ? 5? a 8? s?ries. S?o Paulo: CENP, 1979. p.21 4. Com base em seus conhecimentos e a partir dessas leituras podemos afirmar que A) Mesmo seguindo estes conselhos v?rios escravos fugiam ou cometiam suic?dio. B) Mesmo seguindo estes conselhos v?rios escravos fugiam, mas n?o chegavam ao ponto de se matarem. C) Para os senhores que seguiam os conselhos acima os escravos revoltavam-se apenas destruindo as planta??es e os produtos de seu trabalho. D) Seguir estes conselhos era suficiente para que os escravos n?o se revoltassem, mas como nem todos os fazendeiros seguiam estes conselhos havia escravos fugidos.

5. A partir da an?lise dos textos podemos concluir corretamente que A) Uma vez que os escravos fugiam, eles procuravam viver longe dos fazendeiros e nunca mais tinham contato com eles. B) Os fazendeiros n?o tinham medo dos escravos fugidos porque tinham armas de fogo e facilmente os capturavam de volta. C) Os escravos fugiam e iam viver em Capitania, uma cidade fortificada criada por eles e para eles. D) Os quilombos de certa maneira podem ser entendidos como uma forma de luta pela extin??o do trabalho escravo.

Leia os textos a seguir para responder ? pr?xima quest?o. Texto 1- E chegou mais um navio no porto, e l? vai ele pegar mais caixas pesadas para deixar na alf?ndega. Ele se perguntava "o que ser? que tem aqui dentro?". Texto 2 ? Ele era acordado muito cedo, seu desjejum era um gole de cacha?a, pegava no fac?o e come?ava a cortar cana. Texto 3- Era um privil?gio poder andar livremente por a?, ficava cansado, ? verdade, andava o dia todo carregando aquele peso nas costas e tinha que voltar ? noite com o dinheiro combinado, mas preferia viver assim do que como viviam seus irm?os. Texto 4 ? T?o logo o patr?o chegava para tomar seu desjejum ela ia para o seu quarto arrumar a cama e dar in?cio ? limpeza do ch?o. 6. Cada texto acima trata de um tipo de escravismo praticado no Brasil colonial. Assinale a alternativa que nomeia corretamente e na ordem cada tipo. A) Escravo de ganho, urbano, de campo e dom?stico. B) Escravo urbano, de campo, de ganho e dom?stico. C) Escravo de ganho, de campo, urbano e dom?stico. D) Escravo dom?stico, de ganho, do campo e urbano. (SIADE 2010) Observe a imagem, leia o texto e responda ? quest?o.

"Nenhuma cultura, nenhuma gente, nenhum povo depois do portugu?s, exerceu maior influ?ncia na cultura brasileira do que o negro. Quase todo brasileiro traz a marca dessa influ?ncia. Da negra que o embalou e lhe deu de mamar. Da sinhama que lhe deu de comer, ela pr?pria fazendo com os dedos o bol?o de comida."

Fonte: FREYRE, G. Casa-grande & senzala em quadrinhos. S?o Paulo: Global, 2009. P. 35. 7. O texto e a imagem anterior A) demonstram a influ?ncia dos ?ndios sobre a cultura do Brasil. B) explicam a elimina??o da cultura dos africanos no Brasil. C) mostram a influ?ncia da cultura negra sobre o Brasil. D) tratam da influ?ncia da cultura europ?ia sobre a dos negros.

De acordo com o recenseamento realizado pelo IBGE, no ano 2010, 6,3% da popula??o brasileira declarou-se negra, 43,2% pardos, 49,9% brancos, 0,5% amarela e 0,4% ind?gena.

O crit?rio usado pelo IBGE para esta classifica??o ? a autodeclara??o, o que, segundo alguns, gera distor??es na estat?stica pois existe preconceito contra o negro no pa?s, sendo que muitos negros geralmente se declaram "pardos" e tamb?m h? casos de "pardos" que se declaram "brancos". Este termo "pardo", utilizado pelo IBGE, na pr?tica acaba englobando todos os que se consideram n?o-brancos mas que tamb?m n?o se identificam como negros, ind?genas ou amarelos (asi?ticos). Isto tem gerado controv?rsia, uma vez que muitos dos contr?rios ?s pol?ticas afirmativas (entre elas a pol?tica de cotas raciais) n?o consideram todos os "pardos" como afrodescendentes, algo que o governo tende a fazer.

Fonte: Wickpedia, verbete "Demografia do Brasil". (Com adapta??es) Dispon?vel em: . Acesso em

24/04/2011. 8. Conclui-se da leitura do texto anterior que... A) O n?mero de brancos no Brasil pode ser maior do que 49,9%. B) O n?mero de negros no Brasil pode ser maior do que 6,3%. C) O n?mero de pardos no Brasil deve ser exatos 43,2%. D) Somente os negros s?o considerados afrodescendentes.

(SIADE 2009) Leia e responda ? quest?o. De acordo com a Funda??o Palmares existem 1.002 comunidades quilombolas reconhecidas no Brasil,

das quais apenas 82 t?m posse de terra. Fonte: MACHADO, G. Luta de quilombolas hoje ? pela posse da terra, afirma professor. 2007. Dispon?vel em: . Acesso em: 25 de maio de 2009.

9. Assinale a alternativa que melhor representa o conte?do expresso no texto anterior. A) Apesar do grande n?mero de comunidades quilombolas, poucas conseguiram a posse de suas terras. B) Praticamente todas as comunidades quilombolas do Brasil receberam a posse de suas terras. C) Nenhuma comunidade quilombola no Brasil tem o direito de ter reconhecida a posse sobre suas terras. D) O reconhecimento da exist?ncia das comunidades quilombolas garantiu a posse sobre as terras para todas elas.

(1? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil ? 2009) A revista Ci?ncia Hoje publicou a seguinte not?cia: O Brasil no Atl?ntico Sul

O historiador Luis Felipe de Alencastro defende que, nos s?culos XVI e XVII, o Brasil foi um p?lo de produ??o escravista dependente e organicamente ligado a Angola, um outro p?lo produtor de m?o-deobra escrava para a agricultura brasileira. A forma??o do Brasil, portanto, seria um resultado da rela??o entre esses dois pa?ses.

"A nossa Hist?ria n?o est? restrita ao nosso territ?rio", afirma o autor. Tendo o Atl?ntico Sul como liga??o, a trajet?ria do Brasil dos s?culos XVI e XVII est? intimamente ligada ? de Angola. Com uma ocupa??o portuguesa efetiva, esse pa?s teve seus reinos independentes dizimados e limitou-se a desenvolver uma economia complementar ? brasileira. A prioridade era o fornecimento de escravos para o mercado brasileiro, e atividades que pudessem concorrer com a agroind?stria exportadora do Brasil n?o eram incentivadas. Sob esse aspecto, Alencastro sustenta que o Brasil, tradicionalmente visto como um pa?s explorado, tamb?m explorou. "Angola foi pilhada pelos brasileiros, ou pelos colonos deste enclave lusitano", afirma o historiador. Isso ocorreu por meio de guerras com o intuito de aumentar o tr?fico de escravos.

10. Baseado nesta reportagem, sobre o Brasil col?nia, seria errado pensar que: A) O Atl?ntico sul relacionava a Am?rica e a ?frica, logo a forma??o do Brasil n?o se restringiu apenas ao bin?mio Brasil-Portugal. B) O tr?fico de escravos foi um neg?cio formador do territ?rio brasileiro. C) Angola foi explorada e colonizada por brasileiros. D) O trabalho compuls?rio no Brasil col?nia foi formado pelo tr?fico de escravos africanos e tamb?m por "negros da terra".

(1? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil ? 2009) "Eu abaixo assinado declaro que tenho vendido a Ilm? D. Maria Antonia Teixeira um Escravo de

nome Benedicto de na??o Crioulo com todos os v?cios e achaques novos e velhos tal e qual o possuo pela quantia de Duzentos e dez mil r?is que recebi em favor desta em notas correntes ? livre e

desembara?ado de penhores e hipotecas, obrigando esse se fazer boa e valiosa venda para sempre fazendo o dito __________________ obrigado a pagar a Ciza.

Rio de Janeiro 4 de Set de 1851 S?O R500$010

Declaro que este escravo me foi remetido de Pernambuco por Manoel Pereira Teixeira. do qual fa?o venda por consentimento e ordem de Jos? Teixeira Bastos.

Consentimento e afirma??o acima Jo?o Antonio da C. Porto"

11. Observe o documento e indique a alternativa impertinente: A) Trata-se de um documento que possui texto impresso, texto manuscrito e imagem. B) A imagem de senhores e de escravos era utilizada porque muitas pessoas n?o alfabetizadas poderiam mesmo assim reconhecer que se tratava de um ato de compra e venda. C) N?o ? um contrato comercial. D) ? um documento que comprova que a propriedade de escravos era regida por lei.

(2? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil - 2010) Fogo Morto Trecho de romance

Seu Lula, por?m, n?o devia, n?o tomava dinheiro emprestado. Todas as apar?ncias de senhor de engenho eram mantidas com dignidade. Diziam que todos os anos ia ele ao Recife trocar as moedas de ouro que o velho Tom?s deixara enterrada. A cozinha da casa-grande s? tinha uma negra para cozinhar. E enquanto na v?rzea n?o havia mais engenho de bestas, o Santa F? continuava com as suas almanjarras. N?o botava m?quina a vapor. Nos dias de moagem, nos poucos dias do ano em que as moendas de seu Lula esmagavam a cana, a vida dos tempos antigos voltava com ar animado, a encher tudo de cheiro de mel, de ru?do alegre.

Tudo era como se fosse uma imita??o da realidade. Tudo passava. Na casa de purgar ficavam os cinq?enta p?es de a??car, ali onde, mais de uma vez, o capit?o Tom?s guardara os seus dois mil p?es, em caix?es, em f?rmas, nas tulhas de mascavo seco ao sol. Apesar de tudo, vivia o Santa F?. Era engenho vivo, acendia sua fornalha, a sua bagaceira cobria-se de abelhas para chupar os restos de a??car que as moendas deixavam para os corti?os. O povo que passava pela porta da casa-grande sabia que l? dentro havia um senhor de engenho que se dava ao respeito. Ningu?m gostava do velho Lula de Hollanda, mas ao v?-lo, com as barbas at? o peito, todo de preto, de olhar duro e fala rompante, todos o respeitavam. Era um homem s?rio. As hist?rias com seus negros, as suas malvadezas iam ficando de longe, de uma outra ?poca. Havia os que tinham medo, havia os que falavam de castigo caindo sobre a fam?lia que era de uma tristeza de luto fechado.

N?o parava ningu?m para oferecer uma vendagem, para puxar uma conversa, para uma visita. O Santa F? cobria-se de mist?rio.

Trecho de romance de Jos? Lins do Rego, descrevendo um engenho de a??car. 12. Baseando-se na leitura do texto anterior assinale a alternativa errada: A) O lento desaparecimento da cultura de cana no Brasil trouxe o fim dos engenhos. B) Trata-se de uma narrativa que descreve o Brasil p?s-1930, a crise do setor agroexportador da cana de a??car e a reorienta??o do eixo econ?mico para a ind?stria. C) A narrativa descreve a fragilidade econ?mica do engenho e o desgaste de seu senhor. D) Apresenta metaforicamente mudan?as tecnol?gicas e das rela??es de trabalho e de poder no Nordeste brasileiro p?s-1930.

(2? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil - 2010) Revoga??o de carta de alforria

Dizemos nos abaixo assinados Jo?o Louren?o Dias, e minha mulher D. Joaquina Claudia de S?o Jos?, que havendo em 15 de julho de 1844, passado carta de liberdade a Paulino Crioulo com a condi??o de servir-nos por vinte anos, e que dentro deste prazo alguma grave desobedi?ncia cometesse contra n?s, ficaria de nenhum efeito a mesma carta, sucede que no dia 5 do mesmo m?s ele se arrojara armado de ferro a assassinar-me, vibrando golpes de que custozamente me defendia, quando por socorro pranto de outras pessoas, e feito da Provid?ncia Divina foi o mesmo embara?ado de tirar me a vida, evadindo-se imediatamente depois. Por esta causa, por tanta sua ingratid?o, revogamos agora, e de efeito revogado temos de hoje para sempre aquela carta de liberdade; pedimos as justi?as de S. M. Imperial, que, sendo averbada esta revoga??o no mesmo Livro de Notas em que tal carta se acha lan?ada, seja considerada de minha vontade desde de a data desta, sendo esta por n?s assinada perante testemunhas, e a nosso rogo escrita por Domingos Jose Alves de Souza. Ponte Nova, 8 de Dezembro de 1848.

(...) tendo os autos provado plenamente tudo quanto alegar?o, e ? vista da Ordena??o do 1? e 4? T?tulo, par?grafo 7?. Julgo justa e bem intentada a presente a??o, e os autores desligados dos contratos que com o r?u tinha o feito, ficando o mesmo reduzido ? cativeiro perpetuo, como se nunca existisse contrato algum entre ele e seus senhores, e o condeno nos custos. Mariana 19 de Fevereiro de 1852.

13. Ap?s a leitura do documento anterior assinale a alternativa errada.

A) Trata da revoga??o da carta de liberdade ? com condi??o de servir por 20 anos ? concedida ao escravo Paulino Crioulo. B) Permite verificar que a revoga??o de liberdade por ingratid?o era uma possibilidade legal, amparada pelo T?tulo 63 do Livro IV das Ordena??es Filipinas. C) Apresenta a carta de alforria como um instrumento utilizado pelo senhor para garantir a o trabalho e fidelidade do escravo ao longo de muitos anos. D) Demonstra como a possibilidade da revoga??o da liberdade tornava a alforria pouco desejada pelos escravos.

(2? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil - 2010) Palmares (Trechos de artigos e declara??es)

A rea??o do homem negro contra a escravid?o, na Am?rica Portuguesa, teve tr?s aspectos principais. (...) A rea??o mais geral foi, entretanto, o quilombo. Era uma rea??o negativa ? de fuga, de defesa. Era a rea??o mais simples. (...) A peculiaridade de Palmares, entre os muitos quilombos do Brasil, est? em ter vivido por quase todo um s?culo, n?o obstante as dezenas de expedi??es que os brancos enviaram para reduzi-lo.

Fonte: CARNEIRO, Edison. O Quilombo de Palmares. Rio de Janeiro: Editora Civiliza??o Brasileira S. A. 1966, p.03-04. Primeira publica??o em 1946.

Palmares nasceu com perfil africano e com gentes brasis: ?ndios, negros, brancos e mesti?os. A riqueza da obra est? mais no projeto social que ela nos oferece e menos na capacidade b?lica e militar de Palmares e seus l?deres, Ganga-Zumba e Zumbi.

Fonte: ARA?JO, Zezito. Apresenta??o a obra Rep?blica de Palmares ? Pesquisa e Coment?rios em documentos hist?ricos do s?culo XVII. Por: D?cio Freitas. Alagoas: Edufal ? Ide?rio, 2004.

Meu av? me contava sobre os 400 anos de escravid?o do povo negro no Brasil e da luta de Zumbi. Hoje, o hip-hop me deu conhecimento para perceber que o principal l?der do maior dos quilombos, Palmares, ? mais atual que nunca: lutava por igualdade social, pelos direitos dos negros como cidad?os e por uma distribui??o humanit?ria da renda.

Fonte: HOOD, Rappin. Revista MTV, Editora ZMA, Setembro de 2002. 14. Assinale a alternativa incondizente com o texto anterior. A) O texto escrito pelo advogado soteropolitano Edison Carneiro, estudioso dos cultos religiosos africanos no Brasil, durante os anos 1940, apresenta os quilombos como uma rea??o negativa e simples do homem negro ? escravid?o. B) Os textos de Edison Carneiro, Zezito Ara?jo e Rappin Hood atestam o interesse hist?rico e social acerca do Quilombo de Palmares. Desde o s?culo XVII at? a atualidade, Palmares tem sido objeto de discuss?o, admira??o e exalta??o por parte da historiografia e da sociedade como um todo. C) Para Rappin Hood, Zumbi seria um s?mbolo da luta contempor?nea dos negros. De forma anacr?nica, o rapper projeta um conceito atual, o de cidadania, para o contexto do Brasil do s?culo XVII. D) As palavras do historiador Zezito Ara?jo, escritas em um contexto temporal diferente do vivenciado por Edison Carneiro, exaltam a experi?ncia social do Quilombo de Palmares que teria permitido a conviv?ncia de ?ndios, negros, brancos e gentis. Ao contr?rio de Carneiro, a excepcionalidade de Palmares n?o se encontra na for?a b?lica deste quilombo.

(2? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil - 2010) Serm?o de Ant?nio Vieira, 1633.

Oh! se a gente preta, tirada das brenhas da sua Eti?pia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto deve a Deus e a sua Sant?ssima M?e por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgra?a, e n?o ? sen?o milagre, e grande milagre? Dizei-me: vossos pais, que nasceram nas trevas da gentilidade, e nela vivem e acabam a vida sem lume da f? nem conhecimento de Deus, aonde v?o depois da morte? Todos, como credes e confessais, v?o ao inferno, e l? est?o ardendo e arder?o por toda a eternidade. (...)

Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado: Imitatoribus Christi crucifixi ? porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paix?o. (...)

A Paix?o de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais s?o as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e v?s despidos; Cristo sem comer, e v?s famintos; Cristo em tudo maltratado, e v?s mal-tratados em tudo. Os ferros, as pris?es, os a?oites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se comp?e a vossa imita??o, que, se for acompanhada de paci?ncia, tamb?m ter? merecimento de mart?rio.

S? lhe faltava a cruz para a inteira e perfeita semelhan?a o nome de engenho: mas este mesmo lhe deu Cristo, n?o com outro, sen?o com o pr?prio voc?bulo. Torcular se chama o vosso engenho, ou a vossa cruz, e a de Cristo, por boca do mesmo Cristo, se chamou tamb?m torcular (...) Em todas as inven??es e instrumentos de trabalho parece que n?o achou o Senhor outro que mais parecido fosse com o seu que o vosso. A propriedade e energia desta compara??o ? porque no instrumento da cruz, e na oficina de toda a

Paix?o, assim como nas outras em que se espreme o sumo dos frutos, assim foi espremido todo o sangue da humanidade sagrada (...)

E se ent?o se queixava o Senhor de padecer s?(...) e de n?o haver nenhum dos gentios que o acompanhasse em suas penas: (...) vede v?s quanto estimar? agora que os que ontem foram gentios, conformando-se com a vontade de Deus na sua sorte, lhe fa?am por imita??o t?o boa companhia!

(...) E como a natureza gerou os pretos da mesma cor da sua fortuna (...) quis Deus que nascessem ? f? debaixo do signo da sua Paix?o e que ela, assim como lhes havia de ser o exemplo para a paci?ncia, lhes fosse tamb?m o al?vio para o trabalho. Enfim, que de todos os mist?rios da Vida, Morte e Ressurrei??o de Cristo, os que pertencem por condi??o aos pretos, e como por heran?a, s?o os dolorosos

. 15. Assinale a alternativa incondizente com o texto anterior. A) Devido ? no??o da ?poca sobre a indignidade do trabalho, o jesu?ta prop?e "paci?ncia" aos escravos como forma de iludi-los e, assim, condicion?-los ? realiza??o das tarefas nas lavouras. B) Vieira utiliza-se de passagens b?blicas da vida de Cristo para confortar os negros sobre sua condi??o de escravos. C) A partir da l?gica social, pol?tica e econ?mica de seu per?odo, Vieira proporciona aos negros um entendimento de pertencimento ao mundo colonial na medida em que os define como m?rtires dessa sociedade brasileira. D) Ao evocar os epis?dios b?blicos da Paix?o de Cristo e compar?-los ? situa??o do negro no Brasil, Vieira legitima o sistema escravocrata vigente na col?nia.

(3? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil ? 2011) Cultura e Opul?ncia do Brasil por suas Drogas e Minas de 1711, por Andr? Jo?o Antonil

"Os bra?os de que se vale o senhor do engenho para o bom governo da gente e da fazenda, s?o os feitores. Por?m, se cada um deles quiser ser cabe?a, ser? o governo monstruoso e um verdadeiro retrato do c?o C?rbero, a quem os poetas fabulosamente d?o tr?s cabe?as. Eu n?o digo que se n?o d? autoridade aos feitores; digo que esta autoridade h? de ser bem ordenada e dependente, n?o absoluta, de sorte que os menores se hajam com subordina??o ao maior, e todos ao senhor a quem servem. Conv?m que os escravos se persuadam que o feitor-mor tem muito poder para lhes mandar e para os repreender e castigar quando for necess?rio, por?m de tal sorte que tamb?m saibam que podem recorrer ao senhor e que h?o de ser ouvidos como pede a justi?a. Nem os outros feitores, por terem mandado, h?o de crer que o seu poder n?o ? coartado nem limitado, principalmente no que ? castigar e prender. Portanto, o senhor h? de declarar muito bem a autoridade que d? a cada um deles, e mais ao maior, se excederem, h? de puxar pelas r?deas com a repreens?o que os excessos merecem; mas n?o diante dos escravos, para que outra vez se n?o levantem contra o feitor, e este leve o mal de ser repreendido diante deles e se n?o atreva a govern?-los. S? bastar? que por terceira pessoa se fa?a entender ao escravo que padeceu e a alguns outros dos mais antigos da fazenda que o senhor estranhou muito ao feitor o excesso que cometeu e que, quando se n?o emende, o h? de despedir certamente."

16. Assinale a alternativa incondizente com o texto anterior. A) Prop?em a limita??o dos poderes dos feitores de acordo com a sua posi??o, embora a autoridade de cada um, segundo seu cargo e sua fun??o, deva ser reconhecida por todos. B) Apontam para a exist?ncia de diferentes graus de import?ncia entre os indiv?duos no interior dos engenhos: entre senhores e feitores, entre feitores e entre os pr?prios escravos. C) Apresentam o castigo aos cativos como algo necess?rio para a manuten??o da ordem, desde que dentro de limites tidos como aceit?veis por senhores e escravos. D) Demonstram que aos escravos n?o era dada a possibilidade de acusar um feitor que lhes maltratassem.

(3? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil ? 2011) "Um dos quilombos mais famosos de Mato Grosso foi o de Quariter? (...) As informa??es existentes

a seu respeito originam-se de um coment?rio sucinto fornecido no s?culo XVIII por Felipe Jos? Nogueira Coelho, provedor da Fazenda Real e Intend?ncia do Ouro, em suas mem?rias. O quilombo do Quariter?, ou Quariter?, ou ainda do Piolho, situava-se nas imedia??es do rio Galera, afluente da margem ocidental do rio Guapor?. Foi batido pela primeira vez por uma bandeira que partiu de Vila Bela, ent?o sede do governo da capitania, comandada pelo sargento-mor Jo?o Leme do Prado, em 1770, na ?poca em que Lu?s Pinto de Sousa Coutinho era governador de Mato Grosso. Nogueira Coelho afirma que esse aldeamento existiria desde os primeiros tempos de explora??o das minas da regi?o do Guapor?, portanto teria, no momento em que foi batido, por volta de tr?s d?cadas de exist?ncia. Era, nessa ?poca, habitado por mais de cem pessoas, sendo 79 negros (entre homens e mulheres) e cerca de trinta ?ndios. Sua forma de governo recorria ? met?fora da `realeza', segundo relato de Nogueira Coelho: `Havia tido rei; ent?o

governava a rainha vi?va Thereza, bem assistida de ?ndias e negras'. Existia como que um Parlamento, presidido pelo `Capit?o-Mor' Jos? Cavalo. A rainha, no exerc?cio de suas fun??es, contava com a atua??o de um conselheiro, Jos? Piolho. Como na maioria dos quilombos estudados, algumas das preocupa??es centrais eram os esfor?os de defesa, que inclu?am o sigilo sobre sua localiza??o. Para a obten??o desse objetivo, a disciplina interna era r?gida e os castigos efetivamente pesados: quando julgavam necess?rio, as autoridades do Quariter? mandavam enforcar, quebrar as pernas e enterrar vivos os insubordinados. Entre as faltas mais duramente punidas pelo quilombo estava a deser??o.

A agricultura do aldeamento produzia com fartura g?neros aliment?cios necess?rios aos seus habitantes. Al?m desses produtos, cultivavam fumo e algod?o, mantendo ainda duas tendas de ferreiro, provavelmente voltadas para o fabrico de ferramentas e armas.

Vencido o quilombo, os propriet?rios se apossaram dos prisioneiros, destru?ram os ranchos e planta??es e voltaram para Vila Bela. Apesar da a??o violenta da bandeira comandada pelo sargento-mor Jo?o Leme do Prado, os negros que escaparam aos ataques embrenhando-se nos matos retornaram e recompuseram o aldeamento: o quilombo entrou em uma nova etapa, que durou at? 1795. Por essa ?poca, o capit?o-general Jo?o de Albuquerque de Melo Pereira e C?rceres decidiu organizar uma expedi??o com duplo objetivo: realizar trabalhos de prospec??o, no intuito de encontrar novas jazidas aur?feras e dar ca?a a escravos fugitivos, batendo os quilombos (...)

[Dentre as pessoas ali encontradas] apenas seis eram remanescentes do antigo quilombo destru?do havia 25 anos. Pessoas idosas que exerciam as fun??es de comando do aldeamento, sob cuja orienta??o havia se reestruturado a vida econ?mica de Quariter?, eram igualmente respons?veis pela orienta??o da vida religiosa e pelo cuidado dos doentes. A maioria dos habitantes havia nascido no pr?prio aldeamento, descendendo dos sobreviventes do arranchamento anterior."

17. A partir do texto escolha a alternativa err?nea. A) O quilombo do Quariter?, assim como muitos outros, era organizado a partir de formas de governo tradicionais na ?frica, tais como o reino ou o conselho de anci?os. B) A exist?ncia de puni??es violentas contra os quilombolas que amea?avam a seguran?a e o sigilo sobre a localiza??o dos quilombos contesta a interpreta??o de que esses locais eram comunidades id?licas. C) Por meio de relatos e mem?rias de indiv?duos que exerciam cargos administrativos e militares e que perseguiam os quilombos ? poss?vel conhecer as formas de organiza??o quilombolas. D) A aus?ncia de complexidade social na organiza??o interna dos quilombos os tornavam experi?ncias ef?meras e de curta dura??o.

(4? Olimp?adas Nacional de Hist?ria do Brasil ? 2012) "Quando viu aquele embrulho suspeito na porteira do curral do capit?o Carlos de Oliveira em Vila

Real do Senhor Bom Jesus do Cuiab?, o preto alforriado Joaquim Moreira achou por bem averiguar o que havia ali dentro. Encontrou, entre outros objetos, peda?os de couro, corais, uma argola de ferro, versos de uma ora??o e at? mesmo alguns bicos de p?ssaros, tudo isso envolvido por um len?o de tabaco. Pensando ser feiti?aria, Joaquim ateou fogo naquelas coisas. Contrariado, o escravo Manoel Qui?am?, autor do embrulho, foi tomar satisfa??o, afirmando que "aquilo n?o era feiti?o, mas rem?dio para curar os outros de feiti?o".

As pr?ticas de feiti?aria e magia faziam parte do diaadia dos habitantes da regi?o do Mato Grosso no s?culo XVIII. Casos como o de Joaquim Moreira e uma s?rie de den?ncias sobre pr?ticas de adivinhadores, rezadores, curadores e feiticeiros podem ser encontrados nos Autos da Devassa da Visita Geral da Comarca Eclesi?stica de Cuiab?, realizada em 1785. Apesar de o Tribunal do Santo Of?cio ? bra?o da Igreja respons?vel pelo julgamento de crimes religiosos ? n?o ter se estabelecido no Brasil, seus representantes realizaram sete importantes visitas, al?m de outras de menor impacto. Os n?meros da Devassa, que significa "investiga??o", revelam aspectos muito interessantes sobre as acusa??es. Das 15 den?ncias de pr?tica de magia, 12 foram feitas por brancos. Em rela??o ?s acusa??es de feiti?aria, temos uma propor??o pr?xima: das 48 acusa??es, 30 foram feitas por brancos. Seguindo a mesma l?gica, das 15 pessoas acusadas por magia, apenas seis eram brancas. Al?m disso, entre os supostos feiticeiros n?o havia sequer um branco. O grande n?mero de den?ncias de magia e feiti?aria feitas por brancos mostra como eles acreditavam que negros e ?ndios usavam estas pr?ticas nos conflitos cotidianos. (...)

Mergulhar no fascinante e misterioso universo da feiti?aria no Mato Grosso do s?culo XVIII nos permite ampliar os horizontes da hist?ria do per?odo. Mas resta uma pergunta: o saldo de suas pr?ticas trouxe aos feiticeiros mais conquistas ou perdas? Mesmo perseguidos e denunciados, muitos escravos conseguiram, gra?as a supostos dons sobrenaturais, afrouxar os grilh?es e renegociar sua condi??o."

19. Indique a alternativa incorreta.

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