RELATÓRIO FINAL DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO – RFCEST



INSTITUTO PARAIBANO DE ENSINO RENOVADO - INPER

ASSOCIAÇÃO PARAIBANA DE ENSINO RENOVADO - ASPER

Coordenação de Estágio Supervisionado

SILMARA GRACIELY FERNANDES ALVES

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

HABILIATAÇÃO EM MARKETING

Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora.

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

JOÃO PESSOA-PB

“Eu posso chegar até onde eu acreditar.”

Silmara

Alves, Silmara Graciely Fernandes. Sistemas de informação aplicados a logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora. 2005. 151f. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado em Administração de Empresas com habilitação em Marketing, Faculdades ASPER, João Pessoa - Paraíba.

RESUMO

Os sistemas de informação permitem às organizações controlarem suas atividades, racionalizar seus recursos financeiros, humanos, materiais e controlar o fator tempo, fator este, determinante para áreas como a logística, cuja qualidade e nível de serviço são medidos pela velocidade e prontidão de entrega. Dada a importância dos sistemas de informação para a logística, este estudo se destina a averiguar como os sistemas de informação atuam nos processos logísticos de uma empresa atacadista distribuidora. Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo de caráter descritiva, um estudo de caso na empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A. Para a obtenção de informações que fundamentassem este estudo foram utilizados como instrumentos de coleta de dados uma entrevista estruturada aplicada junto ao supervisor da logística e uma observação sistêmica que permitiu a análise do funcionamento dos setores relacionados à logística, bem como a aplicação dos sistemas de informação nos processos logísticos da empresa. Após análise dos dados coletados, concluiu-se que: a empresa dispõe de procedimentos funcionais de logística, de técnicas de armazenagem e tecnologia e sistemas de informação que viabilizam o controle de suas atividades.

Palavras-chave:

Sistemas de informação

Tecnologias

Logística

Armazenagem

Transporte

Alves, Silmara Graciely Fernandes. Sistemas de informação e logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora. 2005. 151f. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado em Administração de Empresas com habilitação em Marketing, Faculdades ASPER, João Pessoa - Paraíba.

ABSTRACT

The systems of information allow the organizations to control its activities, to rationalize its financial, humans and materials resources and to control time, wich is decisive for logistics area, whose quality and service levels are measured by speed and delivery readiness. Considereing the importance of the systems of information for the logistics, this study he/she/it destines to discover as the systems of information to logistics, this study intends to discover hon the siptems of information act in the logistics process of a information company. This study is characterized as field research, a descriptive case study in the company Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A. In order to obtair fundamental information for this study, it was as collect data instruments interview to the supervisor of and a systemic observation route in order to analysis the operation of the sections related to logistics, as well as the application of the systems of information in the logistics processes of the company. After analysis the collected data, this study concluded that: the company has functional procedures of logistics, of storage techniques and technology and systems of information that make possible the control of its activities.

Key-words:

Systems of information

Technologies

Logistics

Storage

Transport

SUMÁRIO

|LISTA DE FIGURAS | |

|LISTA DE TABELAS | |

|LISTA DE GRÁFICOS | |

|LISTA DE SIGLAS | |

| | |

|INTRODUÇÃO......................................................................................... |16 |

|CAPITULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO | |

| | |

|DEFINIÇÃO DO TEMA................................................................................... | |

|DEFINIÇÃO DO PROBLEMA........................................................................ |18 |

|JUSTIFICATIVA.............................................................................................. |21 |

|OBJETIVOS...................................................................................................... |23 |

|Objetivo geral.................................................................................................... |26 |

|Objetivos específicos......................................................................................... |26 |

| |27 |

|CAPITULO II – REVISÃO DA LITERATURA | |

| | |

|PARTE I - LOGÍSTICA | |

|CONCEITOS E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA.............................................. |28 |

|LOGÍSTICA E TEORIA DOS SISTEMAS................................. |35 |

|PAPEL ESTRATÉGICO DA LOGÍSTICA.................................................... |37 |

|SUPPLY CHAIN OU CADEIA DE LOGÍSTICA INTEGRADA............... |38 |

|Supply Chain Manegement ou Gerenciamento da cadeia logística............... |40 |

|Fluxo de materiais............................................................................................. |44 |

|ARMAZENAGEM............................................................................................. |45 |

|Gestão de estoques............................................................................................ |47 |

|Custos de estoques............................................................................................ |49 |

|Avaliação dos níveis de estoque....................................................................... |49 |

|DISTRIBUIÇÃO................................................................................................ |50 |

|Canal de distribuição........................................................................................ |51 |

|Transporte......................................................................................................... |52 |

|Distribuição física............................................................................................. |55 |

| | |

|PARTE II - LOGÍSTICA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO | |

| | |

|INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO............... | |

|SISTEMAS DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA............................ | |

|Gestão da informação na logística.......................................... |58 |

|Fluxo de informações e materiais........................................... |58 |

|NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO............................................... |64 |

| |65 |

|Eletronic Document Manegement (EDM) ouGerenciamento Eletrônico de Dados |67 |

|(GED).................................................... | |

|Armazenamento dos Dados (Data Warehouse)........................ | |

|Customer Relatioship Manegement (CRM) ou Gestão do Relacionamento com o Cliente |67 |

|.............................................. |68 |

|Enterprise Planning Resource - (ERP) ou Planejamento de Recursos da | |

|Empresa............................................................................................................. |68 |

|Tecnologia da informação na armazenagem.................................................. | |

|Softwares específicos de gestão logística................................. |69 |

|Distribution Requirements Planning - (DRP) ou Planejamento das necessidades de |73 |

|Distribuição............................................................................ |80 |

|Electronic Data Interchange (EDI) ou Intercâmbio Eletrônico de Dados.... | |

|Warehouse Manegement Systems (WMS) ou Sistemas de gerenciamento de armazéns |82 |

|..................................................................................................... |83 |

|Transportation Manegement Systems (TMS) ou Sistemas de Gerenciamento de Transportes | |

|..................................................................... |86 |

|Radio Frequency Data collection (AUTO ID e RDF) ou Coleta de dados por radiofreqüência | |

|....................................................................................... |89 |

|IMPACTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS NAS ORGANIZAÇÕES .......................................................... | |

| |90 |

| | |

| |94 |

|CAPITULO III -PROCEDIMENTOS METODOLÓGOCOS DO ESTUDO | |

| | |

|DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA.......................... | |

|Tipo de estudo................................................................................................... |95 |

|Natureza do estudo........................................................................................... |95 |

|DADOS DA PESQUISA.......................................................... |96 |

|Dados primários................................................................................................ |96 |

|Dados secundários............................................................................................ |96 |

|DEFINIÇÃO DO PROCESSO METODOLÓGICO..................... |97 |

|Caracterização do universo de pesquisa......................................................... |97 |

|Instrumentos de coleta de dados..................................................................... |97 |

|Ordenação e tratamento dos dados................................................................. |97 |

|Análise e interpretação dos dados................................................................... |98 |

| |98 |

|CAPITULO IV – LEVANTAMENTO ANALÍTICO | |

| | |

|IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA........................................... |99 |

|Histórico da empresa............................................................. |99 |

|Apresentação da empresa...................................................... |101 |

|Funcionamento da empresa.................................................... |105 |

|Organograma com destaque ao setor abordado ..................... |108 |

|Fluxograma do processo Logístico......................................... |109 |

|Análise e descrição das atividades desenvolvidas durante o | |

|estágio................................................................................... |109 |

| | |

| | |

|CAPITULO V - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS | |

| | |

|DADOS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA.................................... | |

|Obtenção das respostas dos setores................................................................ |111 |

|OBSERVAÇÃO SISTÊMICA.......................................................................... |111 |

|Dados obtidos através do roteiro de observação sistêmica........................... |128 |

| |128 |

|CAPITULO VI - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES | |

| | |

|CONCLUSÃO......................................................................... |142 |

|RECOMENDAÇÕES............................................................... |144 |

|REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO.............................................. |146 |

|APÊNDICE | |

|APÊNDICE 1 – Entrevista Estruturada | |

|APÊNDICE 2 – Roteiro de Observação Sistêmica | |

LISTA DE FIGURAS

|Figura 1 – Percurso do produto (da fábrica ao consumidor final). |32 |

|Figura 2 – Escopo da logística empresarial. |35 |

|Figura 3 – Fatores de pressão por mudanças no papel logístico. |39 |

|Figura 4 – Hierarquia do sistema de informação logística. |62 |

|Figura 5 – Fluxo de informação versus fluxo de materiais no SIL. |65 |

|Figura 6 – Sistema de informação na armazenagem. |81 |

|Figura 7 – Foto aérea da empresa pesquisada, CAD-PB |102 |

|Figura 8 – Área de abrangência da distribuição CAD-PB |103 |

|Figura 9 – área de abrangência comercial do CAD-PB |104 |

|Figura 10 – Sistema de endereçamento do armazém. |106 |

|Figura 11 – Layout parcial do armazém. |107 |

|Figura 12 – Organograma funcional da empresa. |108 |

|Figura 13 – Fluxograma do processo logístico. |109 |

LISTA DE TABELAS

|Tabela 1 – Comparação dos custos logísticos por setor |25 |

|Tabela 2 - Comparação dos custos. |33 |

|Tabela 3 – Classificação dos itens ABC. |48 |

|Tabela 4 – Funcionalidade de uma solução WMS. |89 |

|Tabela 5 – área de abrangência comercial do CAD-PB |104 |

LISTA DE GRÁFICOS

|Gráfico 1 – Utilização dos modais de transportes no Brasil. |53 |

LISTA DE SIGLAS

EDI – Eletronic Date Interchage ou Intercâmbio Eletrônico de dados.

ERP – Enterprise Planning Resource ou Planejamento das Necessidades de Material.

DRP – Distribution requeriments Planning ou Planejamento das Necessidades de Distribuição.

WMS – Warehouse Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Armazéns.

DW – Data Warehouse ou Armazenagem dos Dados.

EDM – Eletronic Document Manegement ou Gerenciamento Eletrônico de Dados.

TMS – Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Transportes.

AUTO ID E RDF – Radio Frequency Data Colletion ou Coleta de Dados por Radio freqüência.

PCP – Planejamento e Controle de Produção.

PNB – Produto Interno Bruto.

CAD – Central de Armazenagem e Distribuição.

CDA – Centro de Distribuição Avançada.

UCC – Unifor Code Council ou Código de Identificação Comum.

FIFO – First In First Out ou Primeiro que entra Primeiro que Sai.

INTRODUÇÃO

Em uma economia globalizada, onde a competitividade impulsiona a redução dos preços dos produtos e serviços e em contra partida eleva a exigência pela qualidade dos produtos e nível dos serviços, os empresários deparam-se com um problema que é produzir bens e serviços com qualidade e a custos baixos.

Com as atividades logísticas não é diferente. A logística que antes era associada apenas ao transporte de cargas, nas últimas décadas vem assumindo um novo papel nas organizações. Uma nova visão estratégica foi incorporada a esta atividade com base em um conceito essencial para o sucesso das organizações que é o de atendimento das necessidades do cliente.

No decorrer do desenvolvimento da logística, ela teve seus custos elevados consideravelmente, pois lhe foi atribuída à missão de entregar em tempo hábil, no local, quantidade e hora desejada pelo cliente a custos baixos, isso porque, em geral, as mercadorias transportadas serão ainda processadas ou se destinam a um ponto de venda, ou seja, trata-se de um negócio entre empresas e manter custos baixos com a logística representa a continuidade da competitividade dos produtos que ainda serão vendidos, em cujos, a atividade logística não tem um valor percebido pelo cliente final.

Na busca, por redução nos custos e elevação da qualidade e nível de serviço das atividades logísticas, muitas são as estratégias e investimentos feitos pelas empresas para adquirir esse diferencial competitivo e se manterem no mercado com lucratividade.

Nesta busca, as empresa encontraram na tecnologia um grande aliado, os sistemas de informação gerenciais, que têm a capacidade de gerenciar informações com velocidade, segurança e ainda garantir uma maior percepção de qualidade junto ao cliente devido à prontidão nas respostas de informação.

Os sistemas de informação aplicados à logística garantem uma melhor utilização do tempo, que é um dos fatores condicionantes ao sucesso dessa atividade; garante um melhor aproveitamento do espaço físico nos locais de armazenagem; uma melhor utilização da mão-de-obra, pois os sistemas são capazes de alocar as atividades a mão-de-obra disponível.

São capazes de gerenciar os estoques com precisão e segurança, além de fazer uma ligação entre os demais setores da empresa como vendas, compra e contabilidade que participam do gerenciamento dos estoques, seja no controle, na entrada ou saída das mercadorias. Atuam também na atividade mais importante da logística, a entrega, os sistemas são capazes de formar as cargas e roteirizá-las de acordo com o caminho economicamente mais viável.

Com base no exposto, este trabalho científico tem como finalidade apresentar a utilização dos sistemas de informação aplicados às atividades logísticas da empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S/A.

CAPITULO I

CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA

As atividades logísticas existem desde os tempos mais remotos, quando o homem percebeu a importância de movimentar e armazenar materiais, mas foi só durante a 2º guerra mundial que a logística foi aprimorada, devido à necessidade de abastecimento das tropas militares, pois era preciso estudar formas de tornar o transporte e o abastecimento de armamentos, medicamentos e alimentos suficientes para manter suas tropas.

Dessa forma, ao longo da história, os militares desenvolveram técnicas para aprimorar seu abastecimento, com o objetivo de manter seus estoques constantes para atender às demandas, de forma que os mantivessem em prontidão e constantemente preparados, pois não haveria vitória para essa batalha se por problemas logísticos, as munições e armamentos não chegassem a tempo, ou faltasse alimento e medicamentos para os seus soldados.   

É neste cenário de necessidades que a logística começa a ter importância, e logo após a 2º guerra mundial, as empresas também começaram a utilizar as técnicas desenvolvidas pelos militares para ter um diferencial competitivo em um mercado, cuja economia encontrava-se devastada pela guerra e reduzir os custos com um planejamento estratégico de suas atividades logísticas poderia representar a sua permanência no mercado.

Com o aumento da competitividade e as melhorias constantes da qualidade dos serviços das empresas que se mantiveram no mercado, elas passaram a utilizar técnicas cada vez mais avançadas de controles logísticos para atender às necessidades urgentes de uma economia capitalista e globalizada.

Economia esta, onde cumprir prazos e acordos deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser qualidade de prestação de serviço e para atingir o nível de satisfação exigido pelos clientes e ao mesmo tempo equilibrar os custos logísticos em um ambiente veloz e com um grande fluxo de informações e decisões a serem tomadas surgem os sistemas de informações, tecnologias indispensáveis nos controles das informações logísticas das empresas.

Tecnologias estas, capazes de reduzir custos operacionais, agilizar os processos logísticos consideravelmente e diminuir o tempo entre pedido e entrega. Assim a logística empresarial tornou-se uma ferramenta estratégica para penetrar e se manter no mercado.

Domier (2000), define logística como sendo “a gestão de fluxos entre funções de negócios” e processos como “qualquer movimentação que aceita entradas e usa recursos para transformar essas entradas em saídas de valor”.

Ballou (2001), define logística de forma mais ampla:

a logística trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o ponto de consumo final, assim como todos os fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável.

Dessa forma entende-se por processos logísticos as atividades interdependentes entre os diversos elos da cadeia logística, com início do processo, meio e fim.

Foi nessa fase de mudanças e inovação que as empresas passaram a buscar formas mais ágeis e eficientes de planejamento e controle de suas atividades logísticas, encontrando na tecnologia da informação uma arma poderosa no gerenciamento dos seus fluxos de informações.

Informação é definida por Contador (1998) como, “todos os dados colocados num contexto significativo e útil e comunicado para um destinatário que os utiliza para tomar decisões”

Rezende (2003), define sistemas de informação da seguinte forma:

sistemas de informação são um conjunto de pontos (quaisquer) que geram informações, ou também um conjunto de softwares, hardwares, recursos humanos e respectivos procedimentos que antecedem ou sucedem o software. Tem como maior objetivo o apoio nos processos de tomada de decisões na empresa e seu foco está direcionado ao principal negocio da empresa.

Polloni (1998), define sistemas de informação como sendo “qualquer sistema usado para prover informações (incluindo seu processamento), qualquer que seja sua utilização.”

Como o tema em questão trata da utilização e importância dos sistemas de informação para os processos logísticos será discorrido no evoluir deste trabalho sobre os mecanismos de tecnologia e sistemas de informação utilizados pela empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A, em seus processo logísticos, enfocando os sistemas de informação como necessidade condicionante para o sucesso da organização que têm suas atividades logísticas como alvo de sua lucratividade.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Cada vez mais empresas utilizam as técnicas de logísticas para aumentar sua competitividade no mercado, as estratégias logísticas proporcionam às empresas abertura de novos mercados, a conquista de novos clientes e a fidelização dos mesmos através da confiança na prestação dos serviços.

Visto que todos os setores da economia necessitam de algum tipo de atividade logística e que essa necessidade é crescente, as empresas prestadoras de serviços logísticos buscam melhorias que possam satisfazer e comportar essa demanda, pois trata-se de uma atividade que exige agilidade, flexibilidade e qualidade a custos baixos.

Sendo assim, as ferramentas utilizadas nos processos logísticos são decisivas para o sucesso da empresa. Dentre estas ferramentas estão a tecnologia e os sistemas de informação, ferramentas importantíssimas para atuar numa atividade com grande fluxo de informações, movimentações físicas e de mudanças constantes.

A não utilização de um sistema de informação adequado ao processo logístico poderá gerar interferências no processo que possivelmente resultará no fracasso das operações, pois há uma diversidade de variáveis a serem definidas e mensuradas antes da tomada de decisão logística, variáveis estas, difíceis de serem calculadas sem um avançado sistema de informação e equipe preparada.

Frequentemente grandes empresas utilizam processos de comunicação eletrônicos e não admitem negociação com fornecedores que não utilizem as mesmas técnicas. Por isso para não ficar fora do mercado, torna-se necessário essa adaptação ao mundo digital. Quando esse intercâmbio com o fornecedor não ocorre, cargas inteiras podem ser devolvidas por não-conformidade nas mercadorias, nos prazos de pagamento e preços, ocorrendo desperdício de tempo e recursos.

Empresas que trabalham com uma grande variedade e quantidade de mercadorias e usam softwares gerenciadores de armazéns e estoques vêem sua produtividade crescer, pois há um planejamento de espaço físico, de tempo das operações, localização eletrônica imediata de determinada mercadoria que foi recebida ou produzida num certo período; o processamento e separação dos pedidos de venda ocorrem de forma precisa, sequenciada, ágil e segura.

Empresas que têm um grande volume de entregas a clientes diversos, em locais distanciados e utilizam um sistema que possibilite roteirizar e sequenciar suas cargas, terão uma diminuição nos custos de transporte, um atendimento mais rápido e estarão sempre à frente das empresas concorrentes que fazem cálculos prováveis, sem um sistema adequado que consiga enxergar as variáveis do processo.

Empresas que trabalham sem nenhuma garantia tecnológica, que não possuem um planejamento logístico interno que possibilite um processo ágil e eficiente e que sobretudo não compartilhem informações entre seus setores internos e fornecedores. Estas, estarão destinadas a perder clientes, reduzir sua participação no mercado e fatalmente encerrar suas atividades.

Esses sistemas que administram a cadeia de suprimento logístico e que causam grande impacto na produtividade e faturamento das empresas que os utilizam vão além de tecnologias adequadas ao processo, eles também são visualizados como instrumentos de competitividade, que as organizações modernas reconhecem e os utilizam.

Verificada a relevancia da utilização dos dos sistemas de informação e a aplicação dos conceitos e técnicas logísticas para as organizações, este trabalho analisará a aplicação dos sistemas de informação na logística, tendo como objetivo responder à seguinte indagação-problemática:

Como os sistemas de informação atuam nos processos logísticos da Marins Comércio e Serviço de Distribuição S/A?

1.3 JUSTIFICATIVA

Os sistemas de informação são ferramentas de muita importância para as empresas que atuam com um fluxo grande de informações, como as empresas especializadas em serviços logísticos e de distribuição, pois estas têm como principal desafio atender às necessidades dos clientes em tempo hábil e a custos satisfatórios.

Para alcançar esse nível de satisfação tanto da empresa quanto do cliente, é indispensável a utilização de tecnologias e sistemas de informação que lhes permitam o uso racional do tempo e possibilite a elaboração de cálculos precisos do custo/benefício de entregas e abastecimento de clientes que podem estar em áreas de vizinhança ou nos lugares mais longínquos.

Assim, as tecnologias viabilizam e agilizam todo o fluxo logístico desde o recebimento de mercadorias, movimentação, armazenagem, separação, roteirização e entrega. Os resultados alcançados por cada etapa do processo resultará num sistema de logística eficiente, pois a produtividade alcançada pelos setores envolvidos definirá qual empresa será líder no mercado, quem entregará primeiro e com qualidade e quem terá condições de oferecer os menores preços frente aos altos custos logísticos.

Esta eficiência nos processos informatizados de logística começam internamente e torna-se necessário uma maior integração entre as partes envolvidas no processo. As informações que em outros tempos eram utilizadas de forma individualizada por determinados setores da empresa, hoje precisam ser compartilhadas e em tempo real.

As atividades logísticas, que até os anos 80 eram conhecidas por logística empresarial e tratavam apenas da distribuição física dos seus produtos acabados, a partir dos anos 90, como descreve Ching (2001),

uma nova concepção entrou em vigor, e passou a existir a integração das diversas áreas envolvidas na produção, transporte (roteirização, dimensionamento de frota de veículos), distribuição, seleção de fornecedores e clientes externos, surgindo um conceito que é conhecido como supply chain ou logística integrada.

Dando início a uma nova visão informatizada que é capaz de reduzir o tempo entre as comunicações internas e a tomada de decisões que em muitas vezes por falta de autonomia ou ineficiência na transmissão das informações travam o processo, atrasando todo o longo percurso logístico. Esta eficiência nas comunicações internas resultam em diminuição dos custos com mão-de-obra, retrabalhos, paradas na produção e geração de relatórios.

As reduções nos custos logísticos não são apenas internas, as melhorias no processo de informatização logística podem gerar reduções de custos em âmbito Nacional, visto que todos os setores da economia necessitam de algum tipo de serviço logístico.

Pozo (2001), descreve estudos realizados nos E.U.A por Heskett, glaskowsky e Ivie publicados em Business Logistcs e os usa como referencial para o Brasil, descrevendo que “no nosso Brasil os custos logísticos giram em torno dos 30% do PIB, o Produto Interno Bruto, que é o valor de todos os bens e serviços produzidos no país.”

Segmentando os custos por atividades, Pozo (2001) diz que, desses 30%, temos:

Tabela 1 – Comparação dos custos logísticos por setor.

|Comparação dos custos logísticos por setor |

|Armazenagem |Manutenção de estoques |Distribuição |Administração logística |Custo total com logística|

| | | |e SI | |

|35% |12% |45% |8% |30% |

Fontes: Adaptado de Pozo (2001.p.10).

Além disso, as pesquisas indicam que as atividades logísticas empregam de 10% a 15% da força de trabalho do País.”

Existe um espaço muito grande para estes custos serem reduzidos, com a aplicação de métodos e processos administrativos adequados, com a tecnologia da informação necessária e melhoramentos no escoamento dos pedidos pelas vias modais de transporte, esses gastos podem diminuir em até 10%, pois conforme os estudos já mencionados nos E.U.A os custos totais com logística giram em torna dos 21% do seu PNB, enquanto no Brasil esse percentual chega a 30%.

A logística da empresa pesquisada apresenta números relevantes para o estado no qual esta inserido, sendo a 20º empresa classificada no ranking das 100 maiores contribuintes do Imposto sobre Circulação e Movimentação de Mercadorias – ICMS do Estado da Paraíba.

Quanto ao transporte, a logística Martins atende hoje 100% dos municípios Brasileiros, no mínimo uma vez por semana através de logística multimodal, em números, são gastos 1,4 milhão de litros de diesel/mês para entregar 11.000 cargas roteirizadas/mês, são 281.000 entregas/mês e 4,7 milhões de quilômetros rodados por mês.

São números significativos e provam a relevância de se estudar a logística bem como as melhorias propiciadas nesta área, pelo uso da tecnologia e sistemas de informação.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

DESCREVER OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS DE UMA EMPRESA ATACADISTA DISTRIBUIDORA. UM ESTUDO DE CASO NA MARTINS COMÉRCIO E SERVIÇO DE DISTRIBUIÇÃO S.A

1.4.2 Objetivos Específicos

• Identificar as mercadorias com as quais a empresa trabalha;

• Identificar os recursos tecnológicos de que a empresa dispõe;

• Analisar o fluxo logístico da empresa, desde o recebimento de pedidos, recebimento de mercadorias, armazenagem, separação e expedição.

• Analisar como os sistemas de informação processam as entradas e saídas de informação e mercadorias.

CAPITULO II

REVISÃO DA LITERATURA

PARTE I - LOGÍSTICA

1.1 CONCEITOS E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

A origem lingüística da palavra “logística” é francesa – do verbo loger, que significa “alojar”, está associada ao suprimento, deslocamento e acondicionamento de materiais e tropas militares, pois a origem dos estudos logísticos se deu por necessidades militares em épocas de guerra. Com o decorrer dos anos a logística evoluiu ao ponto de tornar-se uma ferramenta competitiva entre as empresa em todo o mundo.

Novaes (2001), define logística como “o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”.

Até poucos anos, as empresas concentravam o seu potencial de planejamento nas atividades de marketing, finanças e produção, dando a estas, importância a tal ponto de não perceber a relevância das atividades que intermediam estas funções.

O aumento da competitividade global permitiu às empresas enxergar “brechas” no seu planejamento estratégico e orientar seu planejamento a atividades como: suprimentos (que alimenta a produção) e demanda (que alimenta o mercado), dessa forma, fechando o ciclo de planejamento empresarial, pois das atividades de gestão de suprimentos e de demanda dependem o sucesso de marketing, para que o produto chegue ao consumidor em tempo hábil; a produção que depende de um bom abastecimento de matéria-prima para produzir sem interferências por falta de material e finanças que funciona como provedor destas atividades e funções afins.

Segundo Ballou (1993), a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.

Ballou (2001), define um conceito baseado nos padrões modernos do entendimento das funções logística, como conseqüência de sua evolução a logística empresarial passou de logística a gerenciamento da cadeia de suprimentos, o autor afirma que: “a novidade neste campo resulta do gerenciamento coordenado das atividades, em oposição à histórica abordagem de gerencia-las separadamente, e do conceito que a logística adiciona valor aos produtos ou serviços, que são essenciais para as vendas e satisfação dos clientes”.

Ballou (1993), classifica as atividades de transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos, como sendo as atividades primárias da logística e as atividades de armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de produtos e manutenção de informações como sendo as atividades de apoio.

Esta divisão e aceitação das atividades de apoio como parte integrante das atividades logísticas, compõem o novo conceito do que se chama de gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Quanto à evolução da logística, Ballou (1993) desmembra o desenvolvimento histórico da logística em três eras: antes de 1950, 1950-1970, e após 1970.

- Antes de 1950, os anos adormecidos.

Até cerca de 1950, as empresa fragmentavam a administração logística baseando-se em suas atividades principais e atribuindo-as as áreas de maior destaque na empresa, dessa forma o transporte e os estoques ficavam sob o comando gerencial da produção e o processamento de pedidos era controlado por finanças ou marketing.

O desenvolvimento dessa etapa da evolução logística sofreu influência de diversos estudiosos e empresários como Arch Shaw 1912 e Fred Clark 1922, conforme afirma Ballou (1993), estes estudiosos identificaram a natureza da distribuição física e como ela diferia da criação de demanda no marketing, isso se deu após a 2º Guerra Mundial, onde a economia dos EUA experimentou rápido crescimento, em contra partida a demanda reprimida dos anos de depressão. A posição dominante da indústria americana no mercado mundial despontou e se fez necessário um rearranjo das atividades empresariais.

Após sofrer essa influência, por volta de 1945, algumas empresas puseram o transporte e armazenagem de produtos acabados sob uma mesma gerencia. As conquistas relevantes nesta fase se deram mediante o inicio do aperfeiçoamento das atividades logísticas, que surgiram do reagrupamento das atividades tradicionais, porém havia certa ineficiência na distribuição dos produtos, que era tolerada devido à atenção que o marketing desprendia na administração empresarial, onde despontava como o “assunto da vez” e as organizações, outrora orientadas para a produção, passaram a orientar-se para o marketing (consumidor).

- 1950-1970, o período de desenvolvimento.

Neste período havia um ambiente propício à aceitação de novidades administrativas, pois o marketing já estava razoavelmente estabelecido em quanto conceito. Contudo, não havia atenção suficiente à atividade de distribuição física, que era muitas vezes subestimada.

No decorrer do desenvolvimento desta fase, chegou-se ao conceito de custo total, fator determinante no entendimento e valorização do planejamento logístico. Baseando-se neste conceito, pode-se, por exemplo, entender que, embora o transporte aéreo represente um alto custo para a distribuição, estes podem ser compensados, mediante a redução de custos com estoques que serão reduzidos devido à agilidade garantida pelos transportes aéreos e a segurança dos produtos, propiciadas pela entrega rápida.

O conceito de custo total tornou-se muito importante para o reagrupamento das atividades empresariais e culminou no desenvolvimento de quatro condições-chave, que Ballou (2003), identifica como: alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores, pressões por custos nas indústrias, avanços na tecnologia de computadores e a influência do trato com a logística militar.

Alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores: deve-se ao aumento das regiões metropolitanas e ao aumento populacional, o que resulta no surgimento de diversos pontos varejistas de supermercados, farmácias, padarias e vestuários, que necessitam ser abastecidos pelos distribuidores e fábricas, além disso, a diversidade de produtos criados para atender à segmentação do mercado consumidor aumentou consideravelmente, podendo chegar a 12.000 itens nos grandes supermercados, aumentando, portanto, o número de itens a ser transportados.

Com o aumento da diversidade de itens vem o aumento dos custos totais, como por exemplo, produzir automóveis em diversas cores, custa mais do que se todos fossem produzidos em uma única cor, atender à opção dos clientes que podem optar por qualquer cor é ainda mais complexo do que se só houve uma única opção ao cliente.

Esta diversidade de opção ao cliente aumenta em muito os custos logísticos, uma solução encontrada foi a criação dos Centros de Distribuição, significa dizer que, há um ponto estratégico de armazenagem entre a fábrica e os consumidores finais, que neste caso são as concessionária, porém, na maioria dos produtos, geralmente bens de menor valor e alimentícios percorrem um caminho maior.

Até chegar ao consumidor final, o produto produzido na fábrica é encaminhado aos centros de distribuição, estes viabilizam a entrega a diversos pontos varejistas, diminuindo os custos com estoques nos pontos de varejo. Nos pontos de venda varejista, os consumidores finais têm acesso à compra dos produtos, conforme se verifica na figura 1.

Figura 1 – Percurso do produto (da fábrica ao consumidor final).

Fonte: baseado no estudo da revisão literária, 2005.

Pressão por custos nas industrias: após a segunda guerra mundial, seguiu-se um período de recessão, as empresa passaram a buscar formas de vender mais para aumentar seus lucros, contudo a competitividade também crescia e neste cenário de busca pelo lucro e o aumento da competitividade, os engenheiros de produção buscavam formas de encontrar o equilíbrio para alcançar a lucratividade, descobriu-se então, que o equilíbrio encontrava-se na busca pela produtividade, que significa produzir mais desprendendo o menor número de recursos possíveis, seja materiais, humanos ou instrumentais.

Na busca pela redução dos custos operacionais, analistas como Heskett, Glaskowsky e Ivie em pesquisas publicadas no Business Logistcs e descritas por Pozo (2001), os custos logísticos é estimado por 15% do Produto Nacional Bruto (PNB), considerando a economia como um todo (mundial). No Brasil estes custos estão em torno dos 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Segmentando os custos por atividades e pelos diversos setores da economia, Pozo (2001, p.18) diz:

Tabela 2 - Comparação dos custos.

|Comparação dos custos logísticos totais e seus principais componentes de diversos setores como percentagem das receitas. |

|Indústrias |Armazenagem |Manutenção |Processamento |Distribuição |Custo total |

| |% |% |% |% |% |

|Alimentício |

| |A |B |C |Total |

|% dos itens representados em estoque |8% |25% |67% |100% |

|% representado em valor no custo |75% |20% |5% |100% |

|total | | | | |

Fonte: pesquisa baseada em Pozo (2001).

Por meio desse método é possível estabelecer quais itens do estoque merecem maior atenção, em respectivos graus de importância A, B e C.

Conforme Pozo (2001), a utilização da curva ABC é extremamente vantajosa, porque se pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela controla mais rigidamente os itens de classe A e, mais superficialmente, os de classe C.

1.5.2 Custos de estoques

Ballou (1993), diz que os armazéns ou centrais de distribuição executam um papel-chave para aumentar a eficiência da movimentação de mercadorias. Permite a compensação eficaz dos custos de estocagem com menores custos de transporte, ao mesmo tempo em que mantêm ou melhoram o nível de serviço.

As empresas usam estoques para melhorar a coordenação entre oferta e demanda e diminuir os custos totais, contudo os níveis de estoque são determinantes para a eficiência financeira de um armazém, pois segundo Ballou (1993), os custos com armazenagem e manuseio de mercadorias absorvem de 12 a 40% das despesas logísticas de uma empresa.

Estes custos com armazenagem e manuseio de materiais são justificáveis, pois eles podem ser compensados com os custos de transportes e de produção, ou seja, uma empresa pode reduzir seus custos produtivos, pois seus estoques armazenados absorvem flutuações dos níveis de produção.

Ching (2001), diz que o controle de estoque exerce uma influência muito grande na rentabilidade da empresa. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e têm o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque libera ativo e economiza o custo da manutenção do inventário.

1.5.3 Avaliação dos níveis de estoque

Uma atividade importante dentro do conjunto da gestão de estoque é prever o valor do estoque em intervalo de tempo adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o planejado, e tomar as devidas ações quando houver desvios de rota.

Segundo Pozo (2001), os fatores que justificam uma avaliação de estoques são:

– Assegurar que o capital imobilizado seja o mínimo possível;

– Assegurar que estejam de acordo com a política da empresa;

– Garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu conteúdo;

– Assegurar que o valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de decisão;

– Evitar desperdício como obsolescência, roubos, extravios, etc.

Quanto aos métodos de avaliação de estoques, Pozo (2001), apresenta algumas formas de avaliá-los, tais como: o método de custo médio, PEPS ou FIFO (first in, first out ou primeiro que entra, primeiro que sai) e UEPS ou LIFO (last in, first out ou último a entrar, primeiro a sair).

O objetivo desses métodos é gerenciar a entrada e saída das mercadorias em estoque, controlar o tempo de permanência das mercadorias e no caso do PEPS possibilitar a renovação dos itens em estoques, de forma rotativa.

Além do controle físico, estes métodos possibilitam a administração contábil dos estoques, também permite controlar o nível médio dos preços das mercadorias, como no caso do método do custo médio, que por meio de média do preço entre entrada e saída controla os custos dos estoques.

1.6 DISTRIBUIÇÃO

Novaes (2001), define logística de distribuição como o segmento da logística que trata do deslocamento de produtos acabados desde a manufatura até o produto final. Ela pode ser tanto interna (referindo-se aos deslocamentos dentro da fábrica), quanto externa (referindo-se aos deslocamentos entre armazéns, centros de distribuição, intermediários e consumidores finais).

Ching (2001), apresenta métodos para maximizar a eficiência dos recursos de distribuição, como: Distribution Utility ou Associação de Recursos e o Cross Docking.

- Distribution Utility ou Associação de Recursos: é uma associação de empresas não concorrentes que servem os mesmos clientes finais. Essa associação permite entregas mais freqüente das cargas de todos os fabricantes da aliança, utiliza melhor os recursos de distribuição, além de fornecer possibilidade de redução das flutuações de uso devido à sazonalidade.

- Cross Docking: é uma operação do sistema de distribuição em que os produtos são recebidos, selecionados e encaminhados para outro veículo. No entanto, essa operação necessita de grande exatidão quanto ao tempo de entrada e saída de produtos.

Nas operações cross docking os ativos (estoques e armazéns) são substituídos por informações. Pode se perceber quão crítico e importante é ter sistemas de informação de alto nível e capacidade de planejamento, de modo a evitar gargalos no tempo de entrada e saída de produtos de um veículo para outro.

1.6.1 Canal de distribuição

O canal de distribuição de produtos em uma cadeia de abastecimento constitui os locais de fluxo logísticos (físico e de informações) e as transações comerciais. O canal de distribuição abrange unidades internas e agentes externos à empresa, por onde um bem ou serviço é comercializado. Dessa forma, o canal de distribuição e todos os agentes e unidade nele inseridos são responsáveis pelo produto, do inicio ao fim do processo.

Para Novaes (2001), os principais objetivos e funções dos canais de distribuição são:

garantir a rápida disponibilidade do produto no mercado, intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto em questão, buscar a cooperação entre os participantes da cadeia de suprimentos, garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos participantes, e buscar de forma integrada e permanente, a redução de custos, analisando a cadeia de valor no seu todo.

O fluxo logístico requer uma atenção especial aos custos inerentes em todos os processos, pois quanto maior a movimentação dos materiais maior será a utilização de recursos humanos, maquinários, tecnológicos e consequentemente maiores custos financeiros.

1.6.2 Transporte

Transporte para Pozo (2001), é atividade logística mais importante, simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois nenhuma firma moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma.

Pozo (2001), classifica os sistemas básicos de transporte para cargas em cinco: sistemas por ferrovias, por rodovias, por hidrovias, por dutos e por aerovias. A importância de cada um desses modais varia de acordo o tempo, com condições geográficas, com o tipo e valor da carga e com urgência, necessidade e disponibilidade financeira do cliente.

A avaliação e escolha do transporte adequado a um produto variam, conforme Pozo (2001), deve-se analisar a localidade, os custos do peso por quilometragem, seguros, manipulação e estocagem (custos tangíveis), mas também todos os intangíveis (rapidez, facilidade, confiabilidade, segurança, rastreabilidade, garantia, perfeição e satisfação). A análise de custo-benefício é fator determinante na escolha do melhor modal de distribuição de nossos produtos.

No Brasil a utilização dos modais de transportes está distribuída assim: rodoviários 57,5%; ferroviários 21,2%; hidroviários 17,4%; dutoviários 3,5%; aéreos 0,3%. Conforme o gráfico a seguir:

[pic]

Gráfico 1 – Utilização dos modais de transportes no Brasil.

Fonte: Pesquisa baseada em Pozo (2001).

Quanto aos avanços tecnológicos, Pozo (2001), afirma que essa tecnologia tem causado um impacto significativo sobre as oportunidades de aperfeiçoamento da cadeia de suprimentos, trazendo como benefícios tanto a redução de custos, como melhores níveis de prestação de serviço ao cliente.

Essa nova visão de administrar materiais requer maior disponibilidade de informação, para que seja possível gerenciar os custos da cadeia de suprimentos de maneira muito mais eficiente.

A informática apóia o sistema multimodal para rastrear serviços do mais elevado nível e, ao mesmo tempo, minimizar falhas e maximizar a utilização de seus ativos. Estabelece também uma ligação instantânea entre a empresa e seus clientes para receber e confirmar solicitação de transporte e para manter todos informados sobre a situação de determinados pedidos e as disponibilidades de estoque.

Pozo (2001), afirma ainda que, as principais áreas de interesse são: rastreamento por satélite, comunicação por satélite e intercambio eletrônico de dados (EDI), para conectar toda a cadeia de suprimentos, desde o recebimento, passando pela produção, indo até o ponto de venda. É uma tecnologia que cada vez mais será usada em conjunção com os pedidos feitos por computador e o reabastecimento automatizado, dando informações em tempo real, acelerando os deslocamentos ao longo da cadeia de suprimentos, otimizando os serviços e aumentando a lucratividade.

Uma empresa pode optar por meio de transporte próprio (compra) ou pelo aluguel (leasing). Uma das principais razões para possuir ou alugar uma frota de veículos é obter menores custos e melhor desempenho na entrega do que seria possível através do uso de transportadora convencionais.

Em se tratando de frota própria, a empresa necessita de um sistema de administração da distribuição e de transporte, de forma que o planejamento dessas atividades torna-se determinantes para o sucesso da distribuição física, assim planejamento como: a rota ou plano de viagem, a roteirização e programação de veículos, o despacho de veículos, o sequenciamento de roteiros e o balanceamento de viagens se fazem necessária. (Ballou, 1993).

Rota ou plano de viagem: trata-se da decisão do direcionamento dos veículos através de uma rede e de vias, rios ou corredores aéreos. O movimento pode ser feito pela mínima distancia, mínimo tempo ou por uma combinação destes.

Roteirização e programação de veículos: trata-se da decisão do despacho do veículo a partir de uma base central, da determinação do número de veículos envolvidos, suas capacidades, os pontos de parada para coleta ou entrega em cada roteiro de um dado veículo e a seqüência das paradas para coleta, o total de roteiros possíveis é astrônomo.

Despacho de veículos: trata-se da decisão do direcionamento dos veículos à medida que a demanda ocorre, de forma a utilizá-los eficientemente, dirigindo os veículos a parada mais próxima adequada às suas capacidades.

Sequenciamento de roteiros: a decisão da empresa em optar por transporte pode estar menos interessado no projeto dos roteiros e mais na minimização da quantidade de caminhões necessários para atender uma dada programação. Isto exige a sequenciação dos roteiros, de maneira a minimizar o tempo ocioso no programa e, portanto, a quantidade de caminhões necessária.

Balanceamento de viagens com e sem carga: o gerenciamento de uma frota é o balanceamento das perdas de ida e de retorno. Um caminhão pode partir do seu depósito totalmente carregado para realizar uma entrega e, após executá-la, retornar completamente vazio, assim para melhorar a utilização do veículo há a possibilidade de viagem de retorno com cargas para o depósito que pode ser, por exemplo, matéria-prima ou entrega de fornecedores para reabastecer o depósito.

1.6.3 Distribuição física

De acordo com Ballou (1993), a distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da firma. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custos para a maioria das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos.

A distribuição Física preocupa-se principalmente com bens acabados ou semi-acabados, ou seja, com mercadorias que a companhia oferece para vender e que não planeja executar processamentos posteriores.

A distribuição atua desde o instante em que a produção é finalizada até o momento na qual o comprador toma posse dela, as mercadorias são responsabilidades da logística, que deve mantê-las no depósito da fábrica e transporta-las até depósitos locais ou diretamente ao cliente.

A movimentação e armazenagem de produtos/serviços levados até ao cliente ou transferida entre unidades de produção ou transição comercial (interior das mesmas) estão relacionadas ao fluxo físico; dessa forma, a logística atua no interior de um local produtivo e entre agentes da cadeia de abastecimento.

A troca de informações que acontece no processo logístico tem a finalidade de apoiar a movimentação de materiais, no sentido de atender às necessidades em toda a cadeia de abastecimento. Enquanto o marketing cria uma demanda, os canais de distribuição procuram atender a essa demanda.

Ching (2001), apresenta duas formas de redução dos custos logísticos por meio da distribuição:

- Redução do capital empatado nos estoques por meio da diminuição do tempo que o produto permanece na cadeia de suprimento: a redução dos custos e do tempo para o processo de pedidos do cliente é um dos requisitos essenciais para a excelência no atendimento ao cliente. Isto significa melhorar significativamente o tempo total entre a obtenção do pedido junto ao cliente e a entrega completa do pedido.

- Minimização do custo por meio da melhoria na eficiência dos recursos utilizados, tanto na armazenagem como no transporte: visa encontrar o equilíbrio entre qualidade de serviço prestado, custo de operação e capital investido. A busca por eficiência nas operações, a redução do tempo de entrega e diversos fatores contribuem para o aumento dos custos logísticos a empresa. Dessa forma a lucratividade é obtida por meio da utilização racional dos recursos, da informatização que diminui os custos de mão-de-obra, racionaliza o tempo e reduz erros de processo.

PARTE II

LOGÍSTICA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

2.1 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Rezende (2001), conceitual tecnologia da informação como recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. Esse conceito enquadra-se na visão de gestão da tecnologia da informação e do conhecimento.

Segundo Ballou (1993), um sistema de informações gerenciais é um sistema integrado homem/máquina, que providencia informações para apoiar as funções de operação, gerenciamento e tomada de decisão numa organização. O sistema utiliza hardware e software de computadores, procedimentos manuais, modelos gerenciais e de decisão e uma base de dados.

Rezende (2001), descreve os componentes da tecnologia da informação como sendo: hardware e seus dispositivos e periféricos; softwares e seus recursos; sistemas de telecomunicações e gestão de dados e informações.

2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA

“As informações não podem ser melhores que os dados que as geram” é uma máxima freqüentemente citada sobre a qualidade da informação que alimenta o processo decisório. Reconheceu-se há muito tempo que o desempenho do planejamento e controle gerencial depende da qualidade, forma e precisão das informações disponíveis. (Ballou, 1993).

Para Ballou (1993), o sistema de informação logística (SIL) é um subsistema do sistema de informações gerenciais (SIG), que providencia a informação especificamente necessária para a administração logística.

A globalização trouxe o aumento do fluxo de informações em todo o mundo. Assim, os clientes, que muitas vezes são empresas, necessitam dessa interação de informações entre parceiros comerciais que possibilite uma ação mais rápida quanto à tomada de decisão por meio das informações que gerenciam o fluxo de material.

Assim os clientes esperam informações atualizadas sobre as operações logísticas, pois a logística além de englobar uma parcela dos custos da empresa, exige também um tempo de operação, esse tempo pode ser maior que o tempo de fabricação das mercadorias. Dessa forma, as decisões importantes precisão ser alimentadas com informações seguras e em tempo real.

Na busca por informações seguras e em tempo real, que colaborem com o planejamento estratégico logístico, as empresas contam hoje com os sistemas de informação logística (logistcs information systems – LIS).

O LIS engloba a monitoração de fluxo ao longo de toda a cadeia de atividades logísticas. E segundo Dornier, Ernst, Fender et al (2000), desempenha as seguintes funções:

– Captura os dados básicos;

– Transfere os dados para centros de tratamento e processamento;

– Armazena os dados básicos conforme seja necessária;

– Processa dos dados em informações úteis;

– Armazena as informações conforme seja necessária;

– Transfere as informações aos usuários.

Estas informações capturadas pelo LIS satisfazem aos objetivos de monitoração logística e podem ser usadas para:

– Prover, antecipar e planejar;

– Garantir que as operações podem ser rastreadas no tempo e que produtos podem ser localizados;

– Controlar e relatar as operações completadas.

Com todos os benefícios oferecidos pelos sistemas de informação, há áreas de atuação como a logística, que além de manipular grande volume de informações, manipula, sobretudo, materiais e um grande volume de mercadorias necessitam ser movimentadas.

O processo de transformação dos materiais em informações compatíveis aos sistemas de informação é possível através da tecnologia aliada às telecomunicações.

Segundo Dornier, Ernst, Fender et al (2000), o sistema de logistcs information and telecomunication systems – LITS ou informação logística e telecomunicações, desempenham uma peça decisiva na disseminação das informações logísticas ao longo de múltiplos locais geográficos (em paises diferentes), diferentes funções (marketing, vendas, produção) e diversos setores (pedidos, transferências de informações logísticas entre fornecedores, fabricantes, distribuidores e provedores de serviços logísticos).

Dornier, Ernst, Fender et al (2000), enumeram as atribuições de um LITS, como sendo:

– Contribuir para a redução de custos na gestão do ciclo de fluxos de materiais. O LITS cuida de todos os passos de processamento necessários para um eficiente fluxo de produtos dentro das restrições de nível de serviço e custos (formulários de preparação de pedidos, papéis de entrega, notas de entrega, recibos de entrega etc.);

– Otimizar os recursos físicos alocados em toda a cadeia de suprimentos. Dessa forma, O LITS forma o banco de dados necessário e implementa as ferramentas de suporte à decisão para gerenciar recursos e usa-las com a máxima eficiência;

– Acompanha o desempenho operacional. O LITS fornece informações de retorno úteis para o controle de desempenho logístico e também para indicadores logísticos.

– Fornecer ferramentas de tomada de decisão para a gerencia.

– Gestão de interfaces entre diferentes funções na forma de banco de dados unificados ou transferência de informações interfuncionais;

– Transferência de informações entre diferentes elos da cadeia logística (fabricantes, distribuidores, clientes, provedores de serviços logísticos e transportadores);

As necessidades logísticas podem ser separadas em quatro níveis, conforme a figura 4:

Figura 4 – Hierarquia do sistema de informação logística

Fonte: Adaptado de Ballou (1993, p.281).

O nível mais baixo da pirâmide refere-se às transações e às consultas, como andamento de pedidos, verificação de estoques, preparação de manifestos e cotação de fretes.

O segundo nível, de baixo para cima, envolve o uso de informações pelos supervisores de primeira linha, com relação a informações de controle e utilização de espaço, estoques, e produtividade da mão-de-obra nas operações de atendimento de pedidos.

O terceiro nível, trata do planejamento e controle tático, sendo uma extensão do nível de supervisão, informações de reavaliação dos pontos de reposição de inventário, seleção de transportadoras, arranjos físico de armazéns e planejamento de espaço e transporte com sazonalidade.

O topo da pirâmide, trata do planejamento estratégico, envolve a definição de metas, políticas e objetivos, decidindo toda a estrutura logística e, portanto, os recursos necessários para executar a distribuição e o suprimento.

Dornier, Ernst, Fender et al (2000), apresenta as características básicas que um sistema de informações logísticas e telecomunicação devem apresentar, que são:

- Uma visão para os clientes: o LITS deve fornecer indicadores necessários para saber precisamente como o processo logístico trabalha por cliente, ponto de entrega, pedido e artigo listado.

- Acurácia de dados, informações e sistemas: o LITS da um quadro acurado em dado momento no tempo do estado e posição de todos os fluxos físicos. A unificação do banco de dados permite segurança de informação em qualquer ponto de consulta.

- Relevância dos dados ao longo do tempo: deve existir a sincronização mais completa possível entre os fluxos físico e de informações, de forma que a tomada de decisões possa corresponder à forma real como as operações acontecem. O fluxo de informações é o reflexo confiável do fluxo físico.

- Adaptação à diversidade dos fluxos físicos: o LITS deve ser capaz de introduzir diferentes soluções para diferentes clientes, produtos e/ou mercado. As particularidades de um cliente, um novo produto e um novo canal de distribuição para um novo produto devem ser levados em consideração pelo LITS.

- Capacidade de mobilidade: faz parte da natureza das soluções logísticas adaptar-se aos objetivos estratégicos e as restrições táticas em qualquer momento. Assim, as respostas físicas mudam de forma que sejam capazes de propor as ofertas de serviços esperados a um custo aceitável.

2.2.1 Gestão da informação na logística

Num âmbito gerencial, os sistemas de informação logística devem ser geridos de forma a manter suas funções e os objetivos a que se destinam, de forma que atendam as necessidades de informação dos usuários em níveis operacional, tático e estratégico e fluxo material das operações logísticas sejam alimentadas por um banco de dados atualizado e em tempo real.

Segundo Ballou (1993), um SIL (Sistemas de Informação Logística), auxilia o pessoal da logística ao passo que gerencia o processamento, análise e recuperação de dados e informações.

- Processamento de dados: processar dados para conseguir informações é a função básica do sistema de informação. Através da codificação, manipulação aritmética, classificação e consolidação, os dados são convertidos em informações úteis para a tomada de decisões logística e para feitura de relatórios. O processamento de dados inclui análise e transformação de informações geográficas do cliente, previsões e estatísticas em informações manipuláveis.

- Análise de dados: Além da simples conversão de dados numa forma mais tratável, um sistema de informação moderno também contém modelos de apoio à decisão. Esses modelos tiram informações a partir da base de dados ou por processamento e empregam-na para avaliar cursos de ação alternativa. O objetivo é fazer o sistema procurar a melhor alternativa possível.

- Recuperação de dados: A recuperação de dados acessa uma base de dados relativamente extensa rapidamente e mostra a informação no local onde está o usuário, muitas vezes num computador pessoal.

- Informações de saída: a comunicação das informações armazenadas aos interessados é o componente final da estrutura do sistema de informação. Velocidade e formato são duas importantes considerações de projeto para esta parte do sistema. A informação é usualmente expressa em relatórios informativos ou relatórios de ação.

Dentre as formas de saída de informação Ballou (1993), destaca os relatórios informativos e os relatórios de ação. No primeiro, a administração do fluxo de materiais e serviços exige uma série de relatórios. Dentre esses, há os relatórios gerenciais, de posição ou andamento e de exceção.

No segundo, os relatórios são comandos enviados pelo SIL para a execução de alguma atividade, por exemplo, ordens de reposição de estoque, romaneios de entrega e lista de coleta no armazém.

2.2.2 Fluxo de informações e materiais

A informação tem grande relevância na gestão do fluxo de materiais, estando os dois, informação e materiais, estritamente relacionados, visto que, os fluxos físicos são cada vez mais complexos, as operações cada vez mais abrangem novas áreas e há uma demanda crescente por reações rápidas e tempos de entrega curtos.

Segundo Dornier, Ernst, Fender et al. (2000), as características dos fluxos logísticos estão relacionadas a duas tendências: a primeira é a intensificação do tráfego, que está sobrecarregando a capacidade da infra-estrutura em muitas áreas.

A segunda é o rápido crescimento de fluxos de retorno causados pela crescente preocupação ecológica e por técnicas agressivas de vendas.

Figura 5 – Fluxo de informação versus fluxo de materiais no SIL.

Fonte: Adaptado de Ballou (1993, p.284).

2.3 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO

2.3.1 Eletronic Document Manegment (GED) ou Gerenciamento Eletrônico de Dados (EDM)

Silva (2003), define gerenciamento eletrônico de documentos como:

um conjunto de tecnologias e metodos utilizados para armazenar, gerenciar e recuperar informações. Um sistema GED serve para mapear, analisar, arquivar e recupear informações como voz, sons, dados, desenhos, textos, imagenm e quaisquer outro tipo na organização, usando software e armazenamento digital.

O Gerenciamento Eletrônico de Documentos é uma solução que faz uso de novas tecnologias, para agilizar o fluxo de documentos representados na forma de papel, aumentar a velocidade na troca de informações, e tornar os processos de negócios mais rápidos. (SILVA 2001, APUD SPRAGUE JR., 1995).

Dentre as vantagens do GED, estão: a economia de papel, já que os documentos estarão disponíveis em mídia eletrônica-digital; a facilidade ao efetuar alguma consulta e redução do tempo de localização em grandes acervos; o aumento na integridade de arquivos; a disponibilidade de um documento para vários usuários; a fácil manutenção do acervo, pois o sistema assegura a organização do acervo em tempo integral; a correção de erros e aumento de legibilidade de documentos.

2.3.2 Armazenamento dos Dados (Data Warehouse)

Rezende e Abreu (2003), definem Data Warehouse, como: “ um grande banco de dados que armazena dados de diversas fontes para futura geração de informações integradas, com base nos dados do funcionamento das funções empresariais operacionais de uma organização inteira. Frequentemente chamado de armazém de dados de uma empresa”.

Um Data Warehouse consiste em um conjunto de hardware e software que constituem um ambiente, onde as pessoas podem acessar dados estratificados e consolidados de maneira rápida e consistente, evitando buscas redundantes. (FERREIRA, 2003).

2.3.3 Customer Relatioship Manegement (CRM) ou Gestão do Relacionamento com o Cliente

O CRM é um termo da tecnologia da informação, que abrange a metodologia, softwares e capacidade da Internet para ajudar uma empresa a gerenciar suas relações com clientes de uma maneira organizada.

O CRM é mais que um software, é conjunto de ferramentas que tem por objetivo conhecer melhor o cliente, fazer distinção entre eles, no sentido de perceber quais os clientes mais lucrativos, prover campanhas e formas de abordagens adequadas para atender às necessidades dos consumidores, entre outras, permitindo assim, prover a fidelização dos clientes. (FERREIRA, 2003).

Os sistemas de CRM constituem uma nova forma de conceber e gerir os sistemas de relacionamento com o cliente, articulando e conciliando novas tecnologias da computação com uma análise aprofundada da empresa e seus clientes.

São constituídos por módulos que permitem analisar e perceber o comportamento dos clientes de maneira a segmentá-los e possivelmente utilizar esta segmentação para otimizar a comunicação com o cliente e satisfazer os seus requisitos.

Dentre as ferramentas do CRM, estão: Call Center (registra os contatos, pedidos e reclamações dos clientes e assistência pós compra), Data Warehouse (cria o que se chama de um “armazém de dados”, com informações relativas aos volumes de vendas informações on-line a respeito do cliente, estoques, etc., bem como receber os pedidos e processá-los mais rapidamente), entre outras. (FERREIRA, 2003).

2.3.4 Enterprise Planning Resource (ERP) ou Planejamento de Recursos da Empresa

É um Sistema de gestão, conhecido pelo termo Enterprise Resource Planning (ERP), têm como função coletar, armazenar e disponibilizar dados transacionais de uma corporação. É composto por módulos de suporte aos fluxos de informação relacionados às áreas de manufatura, logística, finanças, vendas, e recursos humanos, e sua implementação visa à integração de todas as aplicações de negócios em um único ambiente tecnológico, com isso a empresa ganha em velocidade e acuracidade de informação para um adequado gerenciamento de seus recursos.

Segundo Neto e Campos (2002), os sistemas ERP são constituídos por uma base de dados única e por módulos que suportam diversas atividades da empresa. Os dados utilizados por um módulo são armazenados na base de dados central, onde são manipulados por outro módulos, eliminando redundância e inconsistências nas informações.

Nos sistemas ERP é mais fácil parametrizar e alterar dados, uma vez que, este integra módulos que antes operavam isoladamente. Assim, por exemplo, quando um material recebido é registrado no sistema, ele automaticamente atualiza a situação do estoque, a posição do pedido de compra e gera a informação de pagamento que deve ser efetuada ao fornecedor.

Os setores de compras, almoxarifado e financeiro compartilham a informação do recebimento a partir do momento que este é registrado no sistema.

O ERP pode gerenciar um conjunto de atividades que permitam o acompanhamento dos níveis de fabricação em balanceamento com a carteira de pedidos ou previsão de vendas. O resultado é uma organização com um fluxo de dados consistente que flui entre as diferentes interfaces do negócio. Na essência, o ERP propicia a informação correta, para a pessoa correta e no momento correto.

Segundo Rezende e Abreu (2003), a gestão empresarial é facilitada quando a empresa possui um software integrado ERP de alta tecnologia e com total segurança, amparado em uma documentação clara e eficiente.

Sendo um sistema integrado, oferece a possibilidade de melhoria de relatórios, fidelidade de dados, consistência e comparação de dados, devido à utilização de um critério único em todas as atividades da empresa. Decisões ao longo dos processos da empresa também são possíveis graças ao ERP. Isto resulta em economia de tempo e domínio sobre as operações.

A tecnologia ERP e seus recursos, ao processar os dados quotidianos das funções empresariais operacionais, possibilita integração de suas informações interdependentes.

Como exemplo desta integração, pode-se relatar o atendimento de um pedido, que considera e gerência o processo e a capacidade fabril, a relação com demais produtos em produção, a mão-de-obra necessária, o fluxo de caixa previsto e real, o atendimento de prazos, a análise dos clientes e dos fornecedores e ainda, o grau de risco de uma operação. (Rezende e Abreu, 2003).

- Origens e evolução do ERP:

O sistema ERP tem sua origem no Planejamento das Necessidades de Materiais ou Material Requirements Planning (MRP), constituindo-se, portanto de uma série de evoluções tecnológicas e conceitos de gestão.

De acordo com Neto e Campos (2002), o MRP surgiu na década de 70, sendo utilizado para planejamento futuro de uso de matérias primas e das etapas produtivas.

O MRP baseia-se no cálculo das necessidades, que é uma técnica que permite o cálculo, normalmente com a utilização de um computador, das quantidades e momentos em que os recursos de manufatura serão necessários, para que os programas de entrega de pedidos sejam atendidos com a mínima formação de estoques.

Com a evolução dessa técnica e aplicação do MRP à situação real da produção, os pesquisadores observaram que a mesma lógica de cálculo de necessidades poderia ser aplicada no planejamento de outros recursos de produção, além dos materiais, tais como necessidades de mão de obra e equipamentos.

Surge assim, o MRP II, onde foram acrescidos módulos para o cálculo de necessidades de outros recursos denominados: Capacity Requirements Planning ou Planejamento das Necessidades de Capacidade Produtiva e módulos de controle da fábrica (Shop Floor Control).

Corrêa e Gianesi (1998), define MRP II, como sendo um sistema de Planejamento e Controle da Capacidade da produção hierárquica, onde os planos de produção agregados e de longo prazo são sucessivamente detalhados até chegar ao nível de detalhamento de componentes e máquinas específicas. Funcionalmente apresentam cinco módulos principais:

– Módulo de Planejamento da Produção, recentemente denominado de Planejamento de Vendas e Operações (S&OP);

– Módulos de planejamento Mestre da produção (MPS);

– Módulos de cálculo de Necessidade de Materiais (MRP);

– Módulos de cálculo de Necessidade da Capacidade (CRP);

– Módulo de Controle da Fábrica (SFC).

Com o objetivo de apoiar as empresa na gestão dos demais recursos organizacionais, os fornecedores dos sistemas MRPII passaram a desenvolver módulos capazes apoiar outras áreas da empresa como: financeiros, RH, Comercial, contabilidade e logística.

As empresas hoje podem adquirir estes módulos que funcionam de forma integrada e contribuem para uma gestão global e informatizada das organizações. Estes sistemas integrados são extensões do principio básico do MRPII e que atualmente são chamados de ERP (Enterprise Resource Planning).

2.3.5 Tecnologia da informação na armazenagem

Os sistemas de informação específicos para armazéns foram desenvolvidos especialmente para que fosse possível atender necessidades próprias deste tipo de operação, conhecidos como WMS (Warehouse Manegement Systems ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns) este sistema visa promover a integração entre software, hardware e equipamentos periféricos para gerenciar estoques, espaço, equipamentos e mão-de-obra, otimizando assim o gerenciamento das atividades de armazenagem da empresa por meio de uma melhor gestão das informações.

As informações fornecidas por todos os elos da cadeia logística, como fornecedores, clientes, produção, e o próprio sistema corporativo (ERP) se convergem em um sistema WMS para gerir o fluxo de atividades do armazém de forma constate.

Sucupira (2002), descreve os objetivos de um WMS, como sendo:

Aumentar a precisão das informações de estoque: a acuracidade das informações de estoque é parte da garantia de qualidade dos serviços aos clientes, pois erros, para mais ou para menos, causam faltas ou excessos em estoque.

Estes erros podem representar uma venda inútil à empresa, ou seja, um determinado produto será vendido, mas a entrega não será efetuada, pois fisicamente este produto não estará disponível, o inverso também poderá ocorrer de um produto não constar no sistema de gestão de estoque e fisicamente haver esta mercadoria, ocasionando perdas consideráveis pela não rotatividade da mercadoria e possíveis perdas da mesma.

Aumentar a velocidade e qualidade das operações do centro de distribuição: devido o aumento da competitividade, há uma cobrança maior por eficiência nas operações de separação e entrega de pedidos dos clientes, que resulta em atendimento mais rápido e diminuição nos erros cometidos na separação dos pedidos.

O uso de equipamentos de movimentação automatizados, controlados pelo próprio sistema computadorizado e também a utilização de coletores de dados através de códigos de barras e a comunicação on-line por radiofreqüência, tornaram-se imprescindíveis para que as transações de estoque sejam realizadas velozmente e com alto grau de certeza, evitando-se os erros de expedição e atendendo os clientes em prazos cada dia, menores.

Aumentar a produtividade do pessoal e dos equipamentos do depósito: Lotes menores, maior freqüência dos pedidos e a necessidade de menores prazos de entrega causam aumentos significativos nos custos logísticos, dessa forma a produtividade tornou-se uma grande aliada na busca pela lucratividade.

Os sistemas WMS, através do seu princípio de convocação ativa e da sua habilidade em trabalhar com equipamentos de movimentação automatizados, propiciam grande redução de custos com pessoal, além de reduzir a necessidade de equipamentos para a mesma quantidade de movimentações se estas fossem feitas através de sistemas tradicionais.

Sucupira (2002), também descreve as características básicas de um WMS, como sendo:

Facilidade de acoplamento com sistemas ERP de mercado ou desenvolvidos internamente: os sistemas WMS se integram a sistemas ERP em pontos como o cadastro de materiais, as carteiras de pedidos de clientes e de fornecedores, a contabilização de estoques, o planejamento de compras e de produção, os sistemas de transportes, os ambientes de SAC, etc.

Sendo assim, uma das características altamente desejáveis nos WMS é a facilidade e confiabilidade com que as trocas de dados com os demais sistemas da empresa puderem ser feitas.

Possibilidade de administrar múltiplos locais de estocagem: o conceito de múltiplos locais de armazenagem pode ser entendido como a existência de vários armazéns em uma única planta de um único CGC ou de vários armazéns em locais geograficamente separados, com vários CGCs. O sistema deve manter o controle de um mesmo item em vários depósitos de uma mesma empresa.

Possibilidade de administrar mercadorias de diferentes proprietários: quando utiliza-se um sistema WMS na gestão de atividades de um operador logístico ou de um tradicional armazém geral, torna-se necessário identificar as transações efetuadas com as mercadorias de cada uma das empresas que o operador logístico presta serviços.

O sistema WMS deverá ter a habilidade de ser consultado e receber dados de cada uma destas empresas através dos diversos sistemas de comunicação, mantendo-se a privacidade das informações das demais empresas que compartilham os locais de armazenagem do operador logístico ou do armazém geral.

Utilização de sistemas de coletas de dados por rádio freqüência: a necessidade de aumentar a produtividade e a importância de se trabalhar no conceito de “zero erro” obriga que os sistemas WMS tenham a habilidade de efetuar transações on-line e através também da utilização de códigos de barras.

O uso de coletores de dados que permitem a leitura de dados escritos em linguagem de código de barras e a possibilidade de transmitir estas informações de para cada ponto do armazém através de rádio freqüência, são hoje requisitos fundamentais para tais sistemas.

Utilização do conceito de convocação ativa: este conceito é baseado na atribuição de tarefas aos operadores, segundo regras do próprio sistema. Os operadores do armazém são cadastrados para cada uma das tarefas em que estejam habilitados e o sistema os convocará para tais tarefas a medida que eles informam que a tarefa anteriormente convocada foi realizada.

Sucupira (2002), descreve ainda as principais funcionalidades de um software WMS, que são:

 Rastreabilidade das operações: todas as movimentações, recebimentos, separações, expedições e outras atividades cadastradas nas regras de negócio do sistema, são registradas em tempo real, inclusive quanto a identificação do operador ou equipamento que realizou a tarefa, permitindo, portanto, a recuperação da “história” de cada uma das atividades realizadas no armazém.

Inventários físicos rotativos e gerais: através de regras parametrizadas pelo usuário, o sistema convocará operadores para a realização de inventários rotativos ou gerais, sejam inventários orientados por item ou orientados por endereço.

Planejamento e controle de capacidades: através do cadastramento de “centros de trabalho” como docas de recebimento, docas de expedição, operadores, empilhadeiras, etc., e também cadastrando o consumo de recursos de cada uma das tarefas, pode-se fazer um planejamento de atividades como agendamento de entregas dos fornecedores ou separação de pedidos de clientes, com a possibilidade de se analisar antecipadamente os “gargalos”, de maneira a tomar medidas de realocação de recursos com a necessária antecedência.

Definição de características de uso de cada local de armazenagem: através do mapeamento dos locais de armazenagem, pode-se identificar para o sistema, todos os endereços e as características dos itens que possam ser armazenados em cada um dos locais.

Tendo-se as características dos itens, o sistema convocará os operadores para colocar os materiais em endereços adequados para a correta proteção e máxima produtividade das movimentações dos itens trabalhados.

Sistema de classificação dos itens: o WMS deverá ter um módulo de cadastramento dos itens de maneira a permitir o cadastramento de parâmetros em um nível, possibilitando que os materiais pertencentes àquela classe cadastrada possam absorver os parâmetros automaticamente, reduzindo o trabalho de cadastramento individual de cada item.

Controle de lotes: o sistema deve manter registro em cada uma das unidades de armazenagem, das informações dos lotes de fabricação de produtos sujeitos a este tipo de controle, de maneira a permitir a identificação futura de para quais clientes, internos ou externos, as mercadorias de um lote foram enviadas.

Separação de pedidos – picking: o sistema deve permitir que se faça a separação das mercadorias da área de armazenamento para a expedição ou de uma área de armazenamento consolidada para uma área de separação secundária.

Estas movimentações devem ser parametrizadas por métodos como FIFO, LIFO ou mesmo métodos especiais para situações de excesso de carga ou falta de equipamentos de movimentação em altas estantes.

Interfaceamento com clientes e fornecedores: o sistema deve permitir a fácil comunicação, por meios como a internet, de maneira a receber dos fornecedores os documentos de remessa de mercadoria, notas fiscais, antecipadamente, possibilitando programar as operações de recebimento com antecedência.

Da mesma forma, deve permitir o recebimento de informações da empresa-cliente, quanto aos pedidos colocados nos fornecedores e das notas fiscais de venda para impressão no local do CD. Tais informações deverão sempre respeitar os padrões de EDI estabelecidos pelas entidades responsáveis.

 Cálculo de embalagens de despacho e listas de conteúdo: um WMS deve ter algoritmos para calcular as embalagens necessárias para acondicionar as diversas mercadorias a serem enviadas para um cliente, possibilitando também a emissão de listagem do conteúdo e pesos bruto e líquido de cada embalagem.

Controle de rotas e carregamento de veículos: o sistema deve permitir o cadastramento de rotas e controlar os volumes carregados em cada veículo.

Documentos de transporte como conhecimentos e manifestos devem poder ser transmitidos aos transportadores, visando agilizar o tempo de liberação dos veículos. Tal integração com transportadoras deve permitir, também, a transmissão de dados de recebimento pelos clientes (canhoto da nota fiscal), visando permitir a avaliação de desempenho do transportador e informações de rastreabilidade de encomendas para os clientes.

Segundo Banzato (2003, p.168), um WMS pode otimizar o negócio da empresa em duas grandes categorias: redução de custos e melhorias do serviço ao cliente.

A redução de custos deve-se ao fato da melhoria da eficiência de todos os recursos operacionais, como equipamentos e mão-de-obra, entre outras. Já a melhoria do serviço ao cliente se deve ao fato de minimizarmos os erros e falhas de separação e entrega, bem como pela agilização de todo o processo de atendimento ao cliente, combinando a melhoria do fluxo de materiais com a melhoria do fluxo de informações.

Nos sistemas WMS o nível de serviço ao cliente é o primeiro foco de melhoria, mantendo uma acuracidade de informação muito alta e minimizando os erros operacionais, evitando-se inclusive, atividades de conferências e controles manuais. Isto acontece devido à autoverificação que faz parte do sistema WMS. Todas as atividades são executadas em tempo real e controladas pelo WMS, em vez de serem feitas por um operador. Este método assegura um melhor nível de serviço.

2.3.6 Softwares específicos de gestão logística

DRP, EDI, WMS, TMS, AUTO ID e RFDC são soluções propostas para o gerenciamento da cadeia logística que separadamente ou em módulos atendem as necessidades de informação e operação dos departamentos que compõem a cadeia logística e que em conjunto visa a gestão da empresa, integrando todos as suas áreas funcionais, criando um fluxo de processo contínuo e viabilizando o que se chama de Supply Chain Manegment ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.

Os atributos destes sistemas gerenciadores são diversos, passando pelo gerenciamento de informações de entrada, o recebimento de pedidos de clientes, o recebimento físico de mercadorias, bem como o fluxo dos materiais em estoques e o fluxo das atividades de recebimento, endereçamento e estocagem,

Além disso, estes sistemas são capazes de alocar atividades em espera à mão-de-obra disponível, a separação do pedido, carregamento e entrega ao cliente e a manutenção constante das informações de entrada, processamento e saída nos sistemas que gerenciam estoques, que fornecem informações quantitativas dos estoques aos setores de venda, aos clientes e aos fornecedores.

Figura 6 – Sistema de informação na armazenagem.

Fonte: Adaptado de Banzato (2003, P.166).

2.3.6.1 Distribution Requirements Planning (DRP) ou Planejamento das necessidades de Distribuição

Distribution Requirements Planning ou Planejamento das necessidades de Distribuição é um sistema de planejamento global de toda a cadeia de abastecimento, possibilita que todos os integrantes da cadeia de abastecimento entendam as suas necessidades logísticas. (BANZATO 2003).

O DRP funciona como um dos módulos do ERP. Correspondendo aos módulos de produção e logística. A representação das informações de produção se baseia na lógica do Material Requirements Planning (MRP).

Trata-se de um módulo especial de suporte à logística. Este tipo de módulo segue, tipicamente, a lógica conhecida pelo termo Distribution Requirements Planning (DRP).

Neste caso, produtos são analisados em toda a rede logística ao nível de Stock Keeping Unit (SKU). O cálculo do DRP começa com uma previsão do replanejamento dos níveis de estoque de cada SKU nos Centros de Distribuição (CDs).

Baseado nessa previsão e nos tempos médios de produção e transferência (das fábricas aos CDs), o mesmo gera um plano completo de distribuição. Um DRP típico muitas vezes indica se existem gargalos de transporte ou produção.

2.3.6.2 Electronic Data Interchange (EDI) ou Intercâmbio Eletrônico de Dados -

Banzato (2003), define EDI como uma transferência eletrônica de documentos de um sistema de computadores para outro sistema de computadores, onde atualmente o canal mais utilizado está sendo a Internet. Em função de a transação ficar livre da interferência humana, o EDI provê um alto nível de garantia de que a informação que está sendo recebida ou transmitida é precisa.

Novaes (2001, p.79), define EDI como sendo uma transferência eletrônica de dados entre os computadores de empresas participantes, dados esses estruturados dentro de padrões previamente acordados entre as partes.

O EDI proporciona capacidade e viabiliza a comunicação eletrônica de informações entre duas organizações, substituindo as formas tradicionais de comunicação, como: correio, fax, courier, entre outras.

Para Ferreira (2003, apud. Simões 2002), a mensagem eletrônica é a informação gerada, enviada, recebida ou arquivada eletronicamente, por meio óptico ou por meios similares, incluindo o intercâmbio eletrônico de dados (EDI).

A troca eletrônica de dados via EDI é realizada por canais físicos específicos contratados junto às operadoras de telecomunicações. Esta tecnologia permite troca direta de computadores para computadores, dispensando, em alguns casos, digitação e manipulação de dados e permitindo automatizar documentos como ordens de compras, fatura, notas fiscais, etc., transmitidos e recebidos eletronicamente, independente de horário, distancia e dos sistemas e computadores utilizados.

A EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação Comercial (2002), afirma que o EDI é uma ferramenta que viabiliza a troca de documentos comerciais eletronicamente e com isso possibilita diminuir a quantidade de erros gerados pela redigitação e o volume de papel, ao mesmo tempo que aumenta a eficiência e a rapidez na comunicação entre os parceiros comerciais.

Segundo a EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação Comercial (2002), Os principais benefícios do EDI são:

– Redução de custos administrativos e operacionais, frente a brusca redução dos trâmites, que originam montes de papéis,os quais operam em fluxos viciosos de vai-e-vem de vias de documentos, protocolos e assinaturas;

– Alinhamento com os padrões EAN.UCC de identificação física do itens comerciais e unidades logísticas;

– Redução de estoque acontece à medida que o gerenciamento dos produtos permite a reposição calculada sobre o consumo, firmando-se alianças estratégicas entre fornecedores e clientes;

– Aumento de vendas devido ao monitoramento constante do consumo e planejamento pré-acordado para a rápida reposição por parte do fornecedor;

– Valorização dos profissionais de compras e vendas, quando os mesmos assumem a função de estrategistas de negócios;

– Agilidade no processo, porque grandes volumes de dados comerciais podem ser comunicados de um computador a outro em questão de minutos, permitindo, por exemplo, reduzir prazos de entrega e garantindo maior satisfação por parte do cliente;

– Eliminação de erros, o EDI elimina os inevitáveis erros resultantes da entrada manual de dados;

– Aumento da produtividade, pois o EDI permite que as companhias controlem e manejem melhor as necessidades de produção, compras e entregas. O EDI é um componente chave nos elos de ligação entre clientes, fornecedor e transportando em significativas reduções nos níveis de estoque

– Outros benefícios como: redução de saldos, redução de itens faltantes, redução de devoluções, agilização do recebimento de mercadorias, dentre outros.

- As Redes de Valor Agregado (VAN) e Web EDI

Há duas formas das empresas que atuam com transferência eletrônica de dados transacionarem suas informações, uma é disponibilizando no site da empresa um browser (aplicativo para visualização da página na internet) para cadastramento de fornecedores, pelos quais é possível transmitir dados de Notas Fiscais, pedidos de compra e compartilhar informações sobre agenda de entrega e até níveis de estoque.

A segunda forma de efetuar estas trocas de informações é por meio de VAN’s (Value Added Network) ou Rede de Valor Agregado, que são empresa que disponibilizam uma rede privada, restrita a assinantes.

As VAN’s gerenciam o tráfego de informações postadas pelos parceiros comerciais e disponibilizam caixas postais virtuais para o armazenamento dos documentos eletrônicos. (EAN Brasil, 2002).

Quanto às vantagens da utilização dos serviços das VAN’s, a EAN Brasil (2002), cita: segurança no recebimento dos dados, pois as VAN’s emitem, a cada intervalo de tempo, notificação de entrega e recebimento de informações; comodidade, pois libera a empresa da administração de uma rede de comunicação potencialmente completa; proporciona uma grande segurança dos dados e outros serviços, como conversão de documentos para diferentes formatos e padrões.

A Web EDI, surgiu do avanço tecnológico e da disponibilização desta ferramenta. Suas principais vantagens, segundo a EAN Brasil (2002), são: redução de custos, podendo não custar nada se a empresa já dispuser de computador com fax-modem, linha telefônica e acesso à Internet; os custos mensais de manutenção são até 87% menores no Web EDI do que no EDI puro (via VAN’s), independente do volume de dados; a Web EDI derruba a burocracia entre empresas e fornecedores e democratiza o acesso à informação; Não há necessidade de treinamento dos funcionários.

2.3.6.3 Warehouse Manegement Systems (WMS) ou Sistemas de gerenciamento de armazéns

Warehouse Manegement Systems ou Sistemas de gerenciamento de armazéns é um sistema de gestão de armazéns que otimiza todas as atividades operacionais, o fluxo de materiais e fluxo de informações dentro do processo de armazenagem, incluindo recebimento, inspeção, endereçamento, estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos e inventário, entre outras.

Gasnier (2000), descreve o que espera-se de uma solução WMS:

– Funcionalidade de administração da mão-de-obra em tempo real. Estes sistemas possuem a capacidade de, independentemente, determinar qual funcionário do armazém deverá realizar uma tarefa, a atual localização do indivíduo e a prioridade da tarefa. O aumento da produtividade ocorre quando diferentes tipos de tarefas são intercaladas para otimizar a utilização da mão-de-obra e dos recursos.

– Planejamento, acompanhamento e funcionalidade de administração da mão-de-obra. Estes sistemas ajudam a planejar e projetar o desdobramento da mão-de-obra no armazém usando padrões históricos ou estabelecidos do armazém. Também permitem realizar uma auditoria de acompanhamento da atividade do funcionário e oferecer relatórios específicos.

– Comunicação integrada com o sistema central - estes sistemas são capazes de ter interfaces on-line com o Sistema ERP em tempo real.

– Desenvolvimento de software modular. O projeto de software permite a iniciação de um sistema seqüenciado com parâmetros para facilitar a modificação do usuário para refletir a mudança de necessidades do armazém.

– Controle do dispositivo de movimentação de material. Estes sistemas podem fazer interface, facilmente, sistemas de controle de sistemas de movimentação de material existentes, como transportadores e veículos automaticamente guiados (AGVs), entre outros.

– Controle do equipamento de estocagem automatizado. Similares ao controle do dispositivo de movimentação de material, estes sistemas possuem capacidade de fazer interface com sistemas de software de controle automatizado do armazém (WACS) que controlam equipamentos automatizados, como AS/RS, sistemas de separação por luzes e carrosséis.

– Total adequação da funcionalidade do armazém. Estes sistemas não apenas otimizam o desempenho das quatro funções básicas de armazenagem, ou seja, recebimento, estocagem, separação e expedição, como também aumentam as funções de valor agregado, como processamento do pedido, controle de inventário e relatório de administração.

A adequada aplicação de um sistema WMS a uma empresa permite melhorias consideráveis em seus resultados logísticos, pois para vencer o desafio de oferecer prazos reduzidos e confiáveis, cumprir a data de entrega prometida sem comprometer o balanceando o fluxo produtivo, se faz necessário a utilização de recursos tecnológicos que viabilizem este fluxo de atividades de forma constante e equilibrada.

Torna-se indispensável um sistema capaz de administrar pedido e estoques, com o menor custo possível, eliminando o desperdício de materiais e tempo, sem perder a qualidade dos serviços.

|Funcionalidade de uma solução WMS |

|Processa o pedido |Processa pedido em atraso |

|Integração com EDI (intercâmbio Eletrônico de dados); |Programação e entrada de pedidos |

|Controle de portaria |Inspeção e controle de qualidade |

|Controle de estoque |Controle do ote |

|Integração com o AUTO-ID (código de barras e radiofreqüência) |Controle do FIFO - First In First Out. (Primeiro que entra, |

| |primeiro que sai); |

|Atualiza on-line o saldo em estoque |Capacidade de previsão |

|Endereçamento automático |Reconhecimento das limitações físicas dos endereços |

|Confirmação de estocagem nos endereços corretos |Otimização da alocação dos recursos |

|Programação de mão-de-obra necessária |Análise do desempenho da mão-de-obra |

|Análise da produtividade da mão-de-obra |Prioriza tarefas operacionais |

|Parametrizar a consolidação do “picking-list”; |Determina a rota de separação |

|Determina a melhor seqüência de paradas na separação |Possibilita separação por tipo de produto, cliente, pedido, etc. |

|Controla o processo de “cross-docking”; |Controla transferência e reabastecimentos de estoque |

|Forma “kits”; |Prepara documentos de expedição |

|Confirma embarque e liberação de veículos |Possui banco de dados com taxas de fretes |

|Programa a manutenção de veículos apresenta relatórios do “status”|Auxilia no projeto do layout de armazém |

|do veículo | |

|Controla contenedores |Determina a prioridade de descarga |

|Reserva de docas e programa carga e descarga |Gerencia o pátio |

Tabela 4 – Funcionalidade de uma solução WMS.

Fonte: Adaptado de Banzato (2003, p. 174).

2.3.6.4 Transportation Manegement Systems (TMS) ou Sistemas de Gerenciamento de Transportes -

Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Transportes são também conhecidos por roteirizadores.

As funções básicas são planejamento e controle dos Transportes, do carregamento de veículo, das distâncias e rotas percorridas e pagamentos de fretes.

Os sistemas de roteirização de veículos visam à determinação de rotas ótimas de atendimento, minimizando o deslocamento total entre o ponto de origem (fábrica, depósito etc.) e os pontos de destino que são os clientes (pontos de venda), processando todas as tarefas sobre o mapa digital.

São compostos por módulos que cobrem todas as partes do processo de transporte, desde o atendimento do cliente até a realização do serviço. Assim como módulos de coleta e entrega, transferências e viagens, nos quais os sistemas de rastreamento, monitoração e roteirização de veículos e cargas ganham relevância, pois possibilitam o seu controle total.

Ressalta-se que, as funções de um TMS são mais produtivas quando utilizadas de forma integrada com um WMS, pois dessa forma a comunicação entre o armazém, responsável pela separação do pedido e carregamento do veículo se dará de forma ampla e em tempo real, possibilitando uma comunicação mais eficiente entre as áreas de armazenagem e transporte da empresa.

2.3.6.5 Radio Frequency Data collection (AUTO ID e RDF) ou Coleta de dados por radiofreqüência

Identificação Automática e RFDC (Radio Frequency Data collection ou Coleta de dados por radiofreqüência) é uma tecnologia da informação voltada a identificação automática de dados, permite a troca de informação de forma precisa, interligando o ponto de coleta de dados a um sistema.

O que viabiliza a captura automática dos dados é o código de barras, representação alfanumérica de uma informação, que pode se decodificada por meio de leitura óptica nas operações automatizadas, com o código de barras é possível capturar várias informações de forma rápida e segura. Por meio dele é possível saber qual produto foi colocado em determinado endereço ou localizar um produtos solicitados em pedido.

Quanto a identificação e padronização dos códigos de barras, o Sistema EAN.UCC - Uniform Code Council, reconhece três simbologias de código de barras para representar as estruturas de numeração padronizada: EAN/UPC; ITF-14 e UCC/EAN-128, padrões mundiais de identificação e decodificação alfa numérica.

Este processo apóia a identificação do produto em todas as etapas da cadeia de abastecimento, desde a produção, passando pela identificação de recebimento em armazém, estocagem, separação de pedidos até a venda ao consumidor final.

Permitindo a identificação e intercambio de informações de forma automática, além de proporcionar agilidade nos processos, permite uma maior visibilidade do produto e um rastreamento total, em toda a cadeia de suprimentos.

Segundo a EAN Brasil, baseado nos padrões EPC Global, em conjunto com a EAN International e o Uniform Code Council (UCC) – organizações internacionais que desenvolvem e promovem padrões mundiais de identificação eletrônicas de produtos, os elementos que compõem uma solução RFDC são:

Número EPC: Identificador global e único, utilizado para acessar os dados na rede EPC. Acomoda as informações do GTIN - Identificador Global de Item Comercial, que identifica os produtos no Sistema EAN UCC.

Etiqueta EPC: É composta de um componente eletrônico (chip semicondutor) que tem o seu número de identificação gravado e um transmissor conectado a uma antena. As tags podem ser confeccionadas em todos os tamanhos e formatos, com espessura tão fina que permite a aplicação na superfície dos produtos. Algumas têm a capacidade adicional de registrar novos dados.

Leitor de Radiofreqüência: Emite ondas magnéticas que aciona a etiqueta RFID, permitindo que transmita de volta a informação armazenada no micro-chip. Decodifica, verifica, armazena os dados e se comunica com o computador.

Savant TM (atua como o sistema nervoso da rede): Também chamado de EPC Middleware, recebe o código pelo leitor, pergunta ao ONS onde encontrar informação sobre um produto, e então busca os dados na rede, conforme definido pelo ONS.

Serviço de Nomeação de Objeto (ONS): Bastante semelhante ao Serviço de Nome de Domínio (DNS) da Internet. O serviço ONS traduz números EPC para endereços da Internet. Isso faz com que as consultas de informações baseadas em número EPC informações solicitadas.

EPC- IS: Sistema de informação que mantém todos os dados EPC com regras de acesso, controle, autorização e autenticação. O Physical Markup Language (PML) é o vocabulário definido em XML, que permite a consulta e a obtenção de dados relativos aos números EPC.

Banzato (2003, p.178), enumera os benefícios do uso do código de barras e radiofreqüência:

– Manutenção do funcionário em seu posto de trabalho (a informação disponível em qualquer terminal de micro conectado a rede);

– A qualidade de serviço é obtida no local de trabalho (o sistema instantaneamente identifica os objetos separados pelo operador);

– A visão dos pedidos separados e em processo de separação é feita em tempo real;

– Pode ser efetuada uma dupla conferencia dos pedidos a custos baixos.

A integração de um sistema de radiofreqüência e um sistema WMS permite a obtenção e manutenção das informações em tempo real. Com esta associação de sistemas é possível obter-se à acuracidade das informações (quantidade e localidade), controle operacional, rastreabilidade do pedido, controle individual por SKU (Stock Keeping Unit), eliminação dos erros operacionais através de conferência por cruzamento de informações, conforme Banzato (2003, p. 184).

2.4 IMPACTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS NAS ORGANIZAÇÕES

As tecnologias e sistemas de informação impactam diretamente no ambiente organizacional, de modo que, ou a empresa adapta-se a nova inserção de um sistema de informação ou o sistema de informação é adaptado as necessidades da organização, de forma a respeitar sua cultura, seu fluxo de atividades e sua cultura, para que a implantação de um sistemas de informação alcance o sucesso esperado a empresa a tecnologia aplicada devem caminhar em linhas convergentes e nunca divergentes.

Segundo Rezende (2003, p.120), “os impactos dos sistemas de informação nas empresas são na organização e estrutura, na imagem, na competitividade, na administração, no desempenho, na qualidade, na adequação do produto e nos investimentos”.

A tecnologia da informação é o recurso tecnológico que mais desperta atenção em um ambiente empresarial, isso acontece porque sua utilização é muito disseminada em diversos ambientes de trabalho e a abrangência de seus impactos é muito amplo, um exemplo desse impacto é a preocupação com as informações que, ao serem mais facilmente utilizadas com a informática, geram uma série de alteração na organização das empresas, quanto ao sigilo e quanto à administração das informações. (REZENDE, 2003, p.121).

CAPITULO III

PROCEDIMENTOS METODOLÓGOCOS DO ESTUDO

3.1 DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA

A pesquisa ocorreu na empresa Martins Comercio e Serviço de Distribuição S/A. Caracteriza-se por ser uma empresa de grande porte, no setor de distribuição que atua em 95% do território nacional.

A pesquisa foi desenvolvida na unidade CAD-PB, localizado no distrito industrial de João Pessoa, sendo o segundo maior CAD dentre os três CAD’s da empresa. Os setores envolvidos na pesquisa foram os diretamentes relacionados as atividades logísticas da empresa.

3.1.1 Tipo de estudo

O presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa de campo de caráter descritiva com abordagem qualitativa.

Para Prestes (2003), a pesquisa de campo:

é desenvolvida principalmente nas ciências sociais, a pesquisa de campo é aquela em que o pesquisador através de questionário, entrevistas, protocolos, verbais, observação, et., coleta seus dados, investigando e pesquisando no seu meio.

Para Oliveira (1998), um estudo descritivo procura abranger aspectos gerais e amplos de um contexto social: como salários e consumo, mão-de-obra, população,situação social, opiniões, dentre outras.

Oliveira (1998), também descreve a abordagem qualitativa como o método onde não se emprega dados estatísticos, como sendo o centro do processo de análise do problema, ou seja, a abordagem qualitativa não tem a pretensão de enumerar, nem medir unidades ou categoria.

3.1.2 Natureza do estudo

Esta pesquisa se caracterizou-se por ser um estudo de caso.

Segundo Chizzotti (2000), estudo de caso,

é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos afim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avalia-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora.

3.2 DADOS DA PESQUISA

Para o levantamento dos dados, foram utilizados na pesquisa dos tipos de dados: os primários e secundários.

3.2.1 Dados primários

Este estudo utilizou para o levantamento dos dados primários instrumentos de pesquisa, por meio de observação sistêmica e a entrevista estruturada, que foram aplicadas e observadas no decorrer da pesquisa na empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A.

3.2.2 Dados secundários

Para formulação deste estudo foram pesquisados: livros, revistas, documentos eletrônicos e relatórios gerenciais.

3.3 DEFINIÇÃO DO PROCESSO METODOLÓGICO

3.3.1 Caracterização do universo de pesquisa

A pesquisa foi realizada na empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A, na filial CAD-PB , no distrito industrial desta cidade. foram analisados todos os setores que estão diretamente envolvidos nos processos logísticos da empresa.

3.3.2 Instrumentos de coleta de dados

Foram utilizados a entrevista estruturada e observação sistémica.

Observação sistêmica, para Prestes (2003),

é estruturada e realizada em condições controladas de acordo com o objetivos e propósitos previamente definidos. Vale-se em geral de um instrumento adequado a sua efetivação, indicando e delimitando a área a ser observada e requerendo um planejamento prévio para ser desenvolvida.

Andrade (2002) define entrevista estruturada como sendo:

fazer uma série de perguntas a um informante, conforme um roteiro preestabelecido. Esse roteiro pode constituir-se de um formulário que será aplicado da mesma forma a todos os informantes, para que se obtenham respostas para as mesmas perguntas.

3.3.3 Ordenação e tratamento dos dados

Os dados foram ordenados e tratados através do editor de texto, Word da Microsoft. Os dados foram analisadas qualitativamente, após manipulação e análise dos resultados obtidos por meio dos instrumentos de pesquisa utilizados, os quais são descritos no capítulo a seguir.

3.3.4 Análise e interpretação dos dados

Os dados forão analisados e interpretados considerando a quantidade e a qualidade das informações coletadas a partir das informações obtidas por meio da entrevista estruturada e da observação sistêmica.

A entrevista estruturada foi realizada junto a supervisão do PCP – Planejamento e Controle de Produção e a observação sistêmica se deu no acompanhamento, análise e descrição das atividades e procedimentos do fluxo logístico da empresa pesquisada.

CAPITULO IV

LEVANTAMENTO ANALÍTICO

1. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

A presente pesquisa teve como objeto de estudo de caso a empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A., localizada no distrito industrial de João Pessoa, sendo uma das unidades de distribuição do grupo Martins é identificada por CAD-PB ou Central de Armazenagem e Distribuição da Paraíba.

1. Histórico da empresa

A primeira unidade do Grupo, a matriz, foi inaugurada em 17 de dezembro de 1953, em Uberlândia e chamava-se Armazéns Secos e Molhados Martins.

Iniciou suas atividades distribuindo mercadorias diversas para caminhoneiros e em 1956 passou a vender os excedentes para comércios da redondeza, era o início do Martins como distribuidor atacadista.

Em 1964 passou a atuar somente como distribuidor e alcançou um faturamento de U$$ 900.000.

Em 1976, já com faturamento de U$$ 20 milhões, a Martins decide apostar na nova tecnologia dos computadores e informatizou todas as suas atividades com o que havia de mais moderno no mercado da informática para realização dos balanços da empresa e assim ganhou mais agilidade em seus processos e na administração.

Em 1982, foi inaugurada a Central de Distribuição e Armazenagem, no distrito industrial de Uberlândia, o primeiro modulo com capacidade de 13.000 m² e o segundo com 29.000 m² em 1987. Em 1988 o faturamento da empresa chega a U$$ 241,2 milhões. Nos anos 90 foi inaugurado mais 22.000m² de depósito.

Em 1993, a frota somava 1.303 caminhões e mais de 90 veículos de apoio. Eram estes os caminhões que levavam os pedidos a 13,712 localidade, entre cidades, povoados e comércios rurais, cobrindo cerca de 97% do território nacional.

Em 1994, a Martins tornou-se o primeiro atacadista brasileiro a atingir a marca de 1 bilhão de reais de faturamento. Também neste ano foi a 40º colocada no ranking das 500 “Melhores e Maiores” empresas privadas do Brasil pela revista Exame.

No final da década de 90, a Martins criou um programa para fidelizar seus mais de 205.000 clientes, o NCA - Núcleo de Clientes Associados que recebem benefícios exclusivos e diferenciados que visam o auto-desenvolvimento e crescimento sustentado.

Os clientes NCAs participam do Programa de Relacionamento Martins, cuja reciprocidade em compras é reconhecida através do acúmulo de bônus, papel moeda do programa, e trocados por produtos e serviços promovidos pela UMV - Universidade Martins do Varejo.

São 13.000 NCA que representam mais de 43% do faturamento da empresa, com menos de 6% da base de clientes.

2. Apresentação da empresa

Atualmente o Grupo Martins dispõe de 42 CDAs - Centros de distribuição avançados e 3 CADs - Centrais de Armazenagem, sendo a matriz em Uberlândia, um CAD em Manaus e o terceiro em João Pessoa, sendo esta a unidade pesquisada.

Hoje conta com um total de 114 mil m² de área de armazenagem, com capacidade para armazenar 108.300 toneladas distribuídas em 20.000 itens diferentes nos 164.000 endereços de armazenagem.

Conta com a mão-de-obra de 2.450 colaboradores e possui uma distribuição equipada com 1.450 veículos para atender os mais de 205.000 clientes ativos. São 26 milhões de itens movimentados por mês, 29.000 toneladas movimentadas.

Com o objetivo de tornar os negócios mais lucrativos, o CAD-PB foi implantado em João Pessoa em 1999, possui uma localização regionalmente estratégica, pois está situado entre as demais filiais do Nordeste que não possui armazéns, chamadas de filiais de faturamento ou CDA - Central de Distribuição Avançada.

A Martins CAD-PB possui área de 18.562 m², com 8.455 endereços de armazenagem, 5.714 endereços de Picking (área de apanha, localiza-se no solo) e 3.000 m² de área de blocado (área onde as mercadorias são armazenadas em forma de pilhas e em grandes quantidades em um único endereço de blocado).

- A logística da empresa

A logística Martins atende hoje 100% dos municípios brasileiros no mínimo uma vez por semana através de logística multimodal, em números são gastos 1,4 milhão de litros de diesel/mês para entregar 11.000 cargas roteirizadas/mês, são 281.000 entregas/mês e 4,7 milhões de quilômetros por mês o que equivalente a 117 voltas ao redor da Terra ou 6 viagens ida e volta a lua por mês. Para tanto dispõe de 1.450 veículos próprios.

- A logística do CAD-PB

O CAD-PB, sendo o único armazém do Nordeste, distribui as mercadorias para as filiais, os CDAs e os pontos de apoio nas cidades de Teresina, Sobral, Fortaleza, Natal, Crato, Patos, Salgueiro, Recife, João Pessoa, Maceió e Aracaju, para tanto dispõe de uma frota de 65 tocos, 39 caminhões ¾, 15 caminhões Ivecos e 24 Accelos.

Figura 8 – Área de abrangência da distribuição CAD-PB

Fonte: Pesquisa direta, (2005).

Figura 9 – área de abrangência comercial do CAD-PB

Fonte: Pesquisa direta, (2005)

Os números comerciais do atendimento Martins CAD-PB acompanham as estratégias logísticas da empresa em atender 100% dos municípios brasileiros. A força de vendas é plenamente informatizada e trabalha com equipamentos eletrônicos de última geração que garantem acompanhamento on-line dos estoques e agilidade na emissão dos pedidos de venda.

Tabela 5 – área de abrangência comercial do CAD-PB

|Piauí |Ceara |Rio G. Norte |Paraíba |Pernam buco |Alagoas |Sergipe |Total CADPB | |GM |03 |04 |02 |10 |02 |04 |02 |27 | |CA |2972 |2760 |1258 |8067 |610 |2331 |675 |18991 | |NCA |144 |650 |226 |386 |96 |423 |87 |2012 | |RCA |84 |73 |36 |187 |15 |65 |27 |515 | |

Fonte: Pesquisa direta, (2005).

Siglas da tabela 5:

GM- Gerentes de Mercado.

CA - Clientes Ativos

NCA- Núcleo de Clientes Associados

RCA - Representante Comercial Autônomo

3. Funcionamento da empresa

Trata-se de uma empresa atacadista distribuidora cujo funcionamento engloba as atividades de compra, armazenagem, venda e distribuição de mercadorias diversas.

A empresa tem em sua estruturação física projetos de layout bem delimitados. O seu sistema de armazenagem permite a racionalização inteligente e segura do espaço disponível.

As áreas de armazenagens são compostas por estantes porta-paletes. Este sistema permite a utilização do espaço aéreo do armazém empilhando as mercadorias sem riscos de avarias e disponibilizando um maior número de endereços para armazenagem.

O sistema de endereço funciona como um endereço de localização geográfica comum, composto por módulos ou blocos, ruas, prédios ou estantes, níveis ou andares e os apartamentos.

O módulo ou bloco é onde se pode segmentar as mercadorias por setores ou categorias, por exemplo: módulo de mercadorias alimentícias ou de limpeza.

As ruas significam a abertura entre uma estante e outra, os prédios são as estantes que podem variar de altura dependendo da norma de paletização das mercadorias deste prédio e os níveis ou andares que também variam de altura e quantidade.

Por fim os apartamentos que são endereços exclusivos de um único item, o sistema de endereçamento do armazém é reconhecido pelo sistema WMS que sistematiza cada local, solicita os operadores para retirada ou armazenagem das mercadorias nos locais por ele mapeados.

Figura 10 – Sistema de endereçamento do armazém.

Fonte: Pesquisa direta, (2005).

A seguir, na figura 8, há um layout parcial do armazém, que servirá para visualização das atividades dos setores que serão descritas posteriormente.

Figura 11 – Layout parcial do armazém.

Fonte: Pesquisa direta, (2005).

4. Organograma com destaque ao setor abordado

Figura 12 – Organograma funcional da empresa

Fonte: Pesquisa direta, (2005).

5. Fluxograma do processo Logístico

Figura 13 – Fluxograma do processo logístico

Fonte: Pesquisa direta, (2005).

6. Análise e descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio

As atividades desenvolvidas no período de estágio foram de caráter administrativo, na área logística da empresa, desenvolvendo:

➢ Atividades no controle de depósito, referentes a avaliação de devoluções,

➢ Entradas e saídas especiais em estoque;

➢ Administração de movimentação de mercadorias e documentações entre filiais;

➢ Entrada de documentos fiscais para recebimento de mercadorias;

➢ Agendamento de recebimento e controle de dispositivos de armazenagem e entrega.

CAPITULO V

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para analisar o tema proposto foram utilizados dois instrumentos de pesquisa, a entrevista estruturada e a observação sistêmica. Ambos foram descritos por meio do editor de texto Word e tratados de forma qualitativa.

5.1 DADOS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA

A entrevista foi aplicada com a finalidade de obter dados mais consistentes sobre o tema observado, considerando o depoimento do supervisor do Planejamento e Controle de Produção (PCP) sobre a utilização dos sistemas de informação nos processos logísticos.

Sua aplicação se deu no mês de setembro de 2005 e todas as respostas foram considerados válidas para a análise proposta deste estudo.

A entrevista estruturada, em especial, se destinou a responder os objetivos específicos deste estudo referentes à aplicação dos sistemas de informação nos processos logísticos da empresa, por se tratar de objetivos que exigem conhecimento técnico do assunto.

1. Obtenção das respostas dos setores

A descrição dos resultados obtidos através da entrevista estruturada abrangeu perguntas referentes à utilização dos sistemas de informação logísticos em todos os setores que utilizam estes sistemas na empresa. As perguntas foram respondidas pelo setor de controle logístico da empresa, o PCP.

PCP LOGÍSTICO

1 - Há um sistema de Enterprise Planning Resouce ou Planejamento das Necessidades de Material (ERP) na empresa ou algum correspondente?

Resposta: sim. É utilizado o ERP da Oracle, um dos fornecedores que atendem as especificações de um sistema ERP.

Verifica-se a presença de um sistema central alimentado pelos demais sistemas de informação da empresa compostos por módulos.

2 - Qual a forma de acesso ao sistema de informações logísticas da empresa?

Resposta: as entradas ocorrem em tempo de processamento, desde a negociação com os fornecedores através de digitação direta no sistema de gestão de estoques, passando pelo agendamento do recebimento e troca eletrônica de informações de recebimento no módulo de recebimento fiscal, na internalização das mercadorias no warehouse, utilizando-se de rádio freqüência, o qual é disponibilizado para vendas, armazenagem e picking (mercadorias de giro rápido que ficam endereçados em locais de fácil acesso), ambos controlados pelo FEFO (First Expire First Out, ou primeiro que vence, primeiro que sai), até a expedição da carga do cliente e entrega. As saídas ocorrem por meio de aplicativos nos sistemas integrados ao ERP, em tela ou através de relatórios, ou ainda de consultas estruturadas em bancos de dados padrão SQL.

A disponibilização dos acessos em tempo real permite a interação entre todos os setores da empresa e os aplicativos integrados ao ERP facilitam as atividades dos funcionários à medida que disponibiliza informações reais em linguagem de fácil compreensão para os usuários do sistema.

3 - O sistema ERP pode ser encontrado em módulos como: programação e roteamento de veículos, previsão de demanda, gerenciamento do armazém e planejamento de estoques. Na empresa há integração entre esses módulos?

Resposta: sim, a empresa trabalha com agenda de roteirização de cargas para as diversas regiões do país, distribuindo a demanda ao longo da semana, pedidos são transmitidos eletronicamente e aguardam processamento de acordo com a agenda. São vendidos apenas estoques disponíveis e a atualização ocorre no momento da passagem do pedido em tempo real. Após processamento os pedidos estarão divididos em veículos, o picking é iniciado. Ao final da semana a carga é faturada e o estoque baixado automaticamente. Todos os módulos são integrados.

A integração entre os módulos permite a troca de informação entre os setores e alimentação do banco de dados central, o ERP, disponibilizando o fluxo das operações para todos os usuários do sistema envolvidos no processo.

4 - A empresa possui um sistema de Data WareHouse (DW) que serve para armazenar dados históricos e atuais em um único banco de dados? Se não, há um similar? Como a empresa armazena esses dados?

Resposta: sim, os dados são armazenados no data warehouse e disponibilizados através de consultas SQL ou relatórios específicos. Dados confidencias ou de uso diário estão em bases distintas, com controle de acesso e performance.

A disponibilização das informações seja por relatórios automáticos seja por consultas programadas resulta na qualidade das informações adquiridas e necessárias ao bom andamento das atividades da empresa. Os acessos limitados garantem a segurança das informações, a integridade e confiabilidade das informações do banco de dados.

Todavia foi verificada a utilização de dois bancos de dados para armazenagem dos dados, um RUDIPRD de DB2 com informações de clientes, faturamento, vendas e produtos e o banco Oracle, sistema ERP – Enterprise Resouce Planning com informações fiscais e financeiras.

O sistema ERP Oracle, como é classificado como sistema central deveria manter em seu database todas as informações da empresa, sem a utilização de um sistema coadjuvante, pois o compartilhamento de banco de dados pode gerar duplicidade de informações, lentidão no acesso as informações e altos gastos com manutenção.

5 - As melhorias nos Sistemas de Informação já implantadas na empresa permitiu-lhes verificar alguma atividade que não agregava valor? Possibilitou o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de outras atividades? Justifique.

Resposta: Os sistemas são desenvolvidos conforme necessidade do cliente interno. Antes do desenvolvimento a área interessada aprova o projeto e negocia a prioridade de implantação com a diretoria, que determina o prazo de conclusão. Casos que representam maiores ganhos, redução de perdas ou riscos para o negócio tem prioridade de implantação.

Embora os sistema adquiridos sejam planejados há uma série de adaptações que os usuários sofrem quando passam a utilizar um novo sistema e esta interferência pode resultar na atividade central da empresa, no caso específico, as atividades logísticas. Um sistema bem planejado, se foi criado para aperfeiçoar e melhorar as atividades por meio da agilidade no acesso e processamento das informações deve sempre fornecer melhorias percebíveis no processo, se não, não justificaria os altos custos de sua implantação.

6 – Uma tecnologia muito disseminada no mercado é o Eletronic Date Interchange – EDI ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, sendo uma ferramenta que viabiliza a troca de documentos comerciais eletronicamente, possibilitando diminuir a quantidade de erros gerados pela redigitação e volume de papel, ao mesmo tempo em que aumenta a eficiência e a rapidez na comunicação entre os parceiros comerciais. Descreva como essa tecnologia é utilizada na empresa, quais os benefícios proporcionados, as limitações e as possibilidades de melhorias que você enxerga.

Resposta: O EDI é praticado pelos fornecedores, com 98% das informações de recebimento, inclusive janelas de entregas, sendo passadas pelo meio. Mesmo com a sua utilização alguns fornecedores ainda comentem erros nas informações, por não terem desenvolvido um sistemas adequado para atendimento ao EDI.

Verifica-se uma boa aplicação do sistema de EDI na empresa, conforme observado 90% de tudo que é recebido fisicamente na empresa foi previamente agendado e suas informações fiscais foram recebidas via EDI, sendo 90% a meta estipulada pela empresa, entende-se que é um bom resultado tendo em vista o cumprimento das metas.

Conforme o respondido na entrevista, há apenas 2% das informações digitadas manualmente, visto que 98% são recebidas via EDI, não há metas para esta informação na empresa, porém contata-se também um bom resultado, o próprio fato de não haver metas justifica conformidade com os resultados obtidos.

Verifica-se também uma boa integração entre o sistema de EDI e o módulo WMS do armazém que proporciona a troca de informações fiscais e físicas.

7 - O módulo de gerenciamento de armazéns, conhecido como Warehouse Manegement Systems ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) atende as necessidades de processamento de informação em tempo e qualidade desejada pela empresa? Quais as limitações percebidas pelos usuários frente às novas tecnologias apresentadas pelo mercado e frente às necessidades crescentes de atendimento ao cliente em menor espaço de tempo?

Resposta: atualmente são utilizados dois WMS na empresa, na matriz utiliza-se um software desenvolvido internamente, que se apresenta robusto e evoluído, atendendo a todas as necessidades de controle, em contrapartida o sistema de base que suporta o WMS esta ultrapassado tecnologicamente e não suporta operações com rádio freqüência e ambiente gráfico, além do alto custo de manutenção. Na tentativa de substituir esse sistema em 1999 foi adquirido um software WMS que atualmente é utilizado no CAD PB. Possui muitas vantagens em relação ao caseiro, mas apresenta falha no seu desenvolvimento e na correção de Bugs. Em 2005 esta prevista a implantação de um novo WMS que substituirá os atuais em utilização e tem como principal proposta permitir a expansão dos negócios da empresa no mercado.

Verifica-se um erro de planejamento na aquisição do software WMS, contradizendo a resposta anterior. Há inclusive a utilização de sistemas diferentes nas unidades da empresa e sobre tudo o compartilhamento de um sistema profissional e um caseiro que demonstra a incapacidade de ambos, pois nenhum dos dois é capaz de manter a qualidade das operações e subsistir individualmente atendendo as necessidades de processamento e armazenamento das informações.

O compartilhamento de sistemas pode acarretar duplicidade de informações, dificuldade de retorno destas informações e espera em tempo de transmissão dos dados e causar aos usuários a sensação de ineficiência do sistema.

Ao adquirir um sistema de informação é imprescindível uma análise completa de todo o sistema de informação da empresa, do sistema central que servirá de base para o novo, a capacidade de integração entre os demais módulos de sistemas, a capacidade de armazenagem de dados a médio e longo prazo e sobre tudo a facilidade de utilização desse sistema pelos usuários.

8 – O Warehouse Manegement Systems – WMS ou Sistemas de Gerenciamento de Armazéns é um sistema que visa promover a integração entre hardware, software e equipamentos periféricos para gerenciar estoques, espaço, equipamentos e mão-de-obra, otimizando assim o gerenciamento das atividades de armazenagem da empresa por meio de uma melhor gestão das informações. O sistema WMS que a empresa utiliza prover esta integração? Justifique.

Resposta: Provém todas as opções fornecidas, exceto as de otimização dos recursos, ficando apenas no campo do controle desses recursos. A empresa está buscando no mercado um WMS que atenda além das necessidades de recursos, as de gestão e otimização destes recursos.

Verifica-se uma necessidade não atendida pelo WMS utilizado na empresa devido a uma limitação percebida e descrita pelo entrevistado. Trata-se de uma opção importante para a otimização dos recursos da empresa que poderia ajudar na redução dos custos e no aumento da produtividade, resultando no aumentando dos lucros da empresa.

9 – O sistema WMS se integra ao Enterprise Resource Planing - ERP ou planejamento dos Recursos de Material, em pontos como o cadastro de materiais, as carteiras de pedido de clientes e de fornecedores, a contabilização de estoques, o planejamento de compras e de produção, os sistemas de transportes, os ambientes de Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC, etc. Sendo assim, uma das características altamente desejáveis num WMS é facilidade e confiabilidade com que as trocas de dados com os demais sistemas da empresa puderem ser feitas. O sistema WMS da empresa possibilita essa confiabilidade? Descreva com quais sistemas da empresa o WMS interage e os benefícios que esta interação proporciona.

Resposta: sim, os sistemas WMS (um desenvolvido internamente e outro adquirido no mercado) estão totalmente integrados aos sistemas de vendas (estoque on-line), compras (pedidos), contas a pagar e receber e contabilidade (ERP), além do sistema de roteirização de cargas e TMS (transportation manegement system).

Verifica-se uma integração satisfatória entre os módulos dos sistemas de informação dos setores, o sistema possibilita unidade das informações quando são convergidos no ERP. Porém um dos módulos, o WMS da armazenagem apresenta-se inadequado, visto que são utilizados dois sistemas, um caseiro e outro profissional sendo um complementar ao outro.

Observou-se que não há erros nas informações fornecidas pelo WMS ao ERP porque somente um sistema tem relação direta com o central. O outro serve de base para as operações com equipamentos de automação como o de radiofreqüência.

10 – Uma solução WMS adequada, utiliza instrumentos de coleta de dados por meio de tecnologias com códigos de barros e radiofreqüência, esta integração permite a troca de informação precisa, interligando pontos de coletas de dados a um sistema. Quais os benefícios que essa tecnologia propicia as atividades de recebimento e armazenagem na empresa?

Resposta: com a utilização de códigos de barras os erros de recebimentos e expedição foram reduzidos a praticamente zero erros. Esse processo, interligado ao WMS, permite um controle total do estoque do warehouse, que utiliza de rádio freqüência para gerir os recursos e controlar a operação. Os custos com papel (relatórios e etiquetas) foram reduzidos em 79% quando implantado o sistema de rádio freqüência.

Verificou-se que a empresa dispõe de tecnologia de ponta e todas as suas atividades logísticas são automatizadas, conforme o respondido na entrevista, a empresa utiliza tecnologias como radiofreqüência que através de coletores de códigos de barras dispensa a contagem manual de mercadoria, evitando erros de contagens referentes a quantidade, a descrição e o destino da mercadoria.

11 – A definição do layout do armazém é um fator condicionante para o seu desempenho. Análises estatísticas baseadas na regra de Pareto, comprovam que 80% das atividades do armazém são representados por 20% de SKU’s, o que significa dizer que 20% dos produtos vendidos detém um maior giro de estoque. Na empresa os itens de maior giro de estoques são agrupadas em famílias e dispostos de forma que o fluxo de apanha e separação de pedidos seja mais ágil eficaz? Descreva as soluções aplicadas ao escoamento dessas mercadorias de maior giro e como os sistemas de informação auxiliam nessas atividades.

Resposta: por ter um mix com muitos produtos em estoque além da disposição por famílias e giros, a empresa também se depara com o fator de obediência as leis do meio ambiente, principalmente as elaboradas pela ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, no desenvolvimento e implantação do layout, para tanto são utilizados diversas formas de armazenagem, como: blocados, estrutura porta paletes e drivein’s. Essa é uma atividade dinâmica no armazém e as mudanças ocorrem diariamente em tempo de processo, para se garantir maior produtividade e evitar gargalos na produção. As informações de giro são obtidas do sistema de vendas e as regras de armazenagem estão cadastradas no WMS, dividindo o armazém em regiões.

Verificou-se um bom sistema de armazenagem por área, foi observado que as mercadorias são agrupadas por características e por giro, assim as mercadorias de grupos como: alimentício, eletrônicos, veterinário e de higiene possuem uma área específica facilitando sua localização no momento de reposição e composição do pedido do cliente. A pergunta referiu-se a separação dos itens por giro, para tanto foi verificado que também há as áreas de apanha, onde localiza-se as mercadorias de maior giro e cuja a facilidade de localização é determinante para a agilidade do processo.

12 – Dentre as principais funcionalidades de um software WMS quais você identifica nos sistemas utilizados pela empresa?

(x) Rastreabilidade das operações: todas as movimentações, recebimentos, separação, expedição e outras atividades cadastradas nas regras de negócio do sistema, são registradas em tempo real.

(x) Inventários físicos rotativos e gerais: através de regras parametrizadas pelo usuário, o sistema convocará operadores para a realização de inventários rotativos ou gerais, sejam inventários orientados por item ou orientados por endereço.

(x) Planejamento e controle de capacidades: através do cadastro do controle de “centros de trabalho” como docas de recebimento ou expedição, pode-se fazer um planejamento de atividades como agendamento de entregas dos fornecedores ou separação de pedidos de clientes, com a possibilidade de se analisar antecipadamente os “gargalos” de maneira a tomar medidas de realocação de recursos com a necessária antecedência.

(x) Definição de características de uso de cada local de armazenagem: através do mapeamento dos locais de armazenagem pode-se identificar para o sistema, todos os endereços e as características dos itens que possam ser armazenados em cada um dos locais

(x) Tendo-se as características dos itens, o sistema convocará os operadores para colocar os materiais em endereços adequados para a correta proteção e máxima produtividade das movimentações dos itens trabalhados.

(x) Controle de lotes: o sistema deve manter registro em cada uma das unidades de armazenagem, das informações dos lotes de fabricação de produtos sujeitos a este tipo de controle, de maneira a permitir a identificação futura de para quais clientes, internos ou externos, as mercadorias de um lote foram enviadas.

(x) Separação de pedidos – picking: o sistema deve permitir que se faça a separação das mercadorias da área de armazenamento para a expedição ou de uma área de armazenamento consolidada para uma área de separação secundária.

(x) Interfaceamento com clientes e fornecedores: o sistema deve permitir a fácil comunicação, por meios como a Internet, de maneira a receber dos fornecedores os documentos de remessa de mercadoria, notas fiscais, antecipadamente, possibilitando programar as operações de recebimento com antecedência.

(x) Controle de rotas e carregamento de veículos: o sistema deve permitir o cadastramento de rotas e controlar os volumes carregados em cada veículo.

As alternativas representam as principais características de um sistema WMS, se foram identificadas pelo entrevistado significa dizer que o sistema WMS da empresa apresenta as características desejáveis neste tipo de sistema.

13 - Quais dos seguintes erros você consegue identificar no processo de separação? (quando houver, responda nos espaços correspondentes ao percentual aproximado desses erros. Considere um período de um mês).

I. Erro de separação de itens, por erro na lista de separação.

( ) não acontece ( x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

II. Erro de separação de itens, por erro no código do produto.

( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

III. Erro de separação de quantidade (faltas e sobras), por falha na transmissão de informações

( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

IV. Erro de montagem do pedido, por erro no código do produto.

( ) não acontece (x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

V. Erro de montagem do pedido, por insuficiência de informação.

( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

VII. Montagem do pedido no veículo errado - erro na expedição

( ) não acontece (x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%

A automação das atividades logísticas da empresa permite a diminuição das possibilidades de erros já que a interferência humana ocorre geralmente no deslocamento das mercadorias e no atendimento dos comandos de apanha e separação das mercadorias.

14 - Dos erros que você reconheceu a cima, você poderia descrever possíveis causas propiciadoras desses erros e possíveis sugestões de melhorias?

Resposta: os erros de separação, em geral tendem a zero e quando existem são resultados do uso inadequado dos equipamentos portáteis de rádio freqüência para leitura dos códigos de barras nas operações, relacionados à falhas humanas, seja por negligencia ou desconhecimento.

Tendo em vista a resposta do entrevistado verificou-se que os erros são referentes à falhas humanas e que possíveis melhorias podem ocorrer com treinamento do pessoal.

15 - O CRM (Customer Relatioship Manegement ou Gestão do Relacionamento com o Cliente) é um termo da tecnologia da informação, que abrange a metodologia, software e capacidade da Internet para ajudar uma empresa a gerenciar suas relações com clientes de uma maneira organizada, fornecendo informações sobre demanda (dados mercadológicos, ações promocionais, que podem fornecer informações para o processo de previsão de demanda ao setor de compras). Há um sistema que gerencie as informações dos clientes na empresa?

Resposta: sim, os sistemas de vendas e de compras estão integrados e toda força de vendas é informatizada, possuindo ferramentas que podem ser acessadas em tempo real para troca de informações estratégicas para o negócio.

O CRM é mais que uma disponibilização de acessos. É um software administrador das informações dos clientes. Permitindo elaborar planos estratégicos ao negócio mediante informações personalizadas de clientes que podem ser disponibilizadas em forma de grupos de clientes por estado para formação de plano especial que atenda a necessidades especificas desse grupo, além de fornecer informações do histórico desses clientes para setores como vendas, cobrança e crédito. Não ficou claro na resposta se há um sistema abrangente como o descrito e que se possa caracterizar como um CRM.

Porém, de acordo com o observado nas operações da empresa, pode-se afirma que há um sistema similar ao que se espera de um sistema CRM que pode ser um sistema caseiro alimentado pelo Oracle, sistema central ERP.

Conclui-se isso, devido a integração percebida entre o telemarketing que dispões de todas as informações de compra dos clientes e atendimento logístico dos pedidos, o crédito que possui um banco de dados alimentado por informações de vendas e o setor de cobrança que recebe informações bancárias, de vendas e do crédito.

16 - O CRM é conjunto de ferramentas que tem por objetivo conhecer melhor o cliente, fazer distinção entre eles, no sentido de perceber, por exemplo, quais são os clientes mais lucrativos, prover campanhas e formas de abordagens adequadas para atender às necessidades dos consumidores, entre outras, permitindo assim, prover a fidelização dos clientes. O sistema que a empresa utiliza permite-lhes usufruir destas informações consolidadas dos clientes?

Resposta: sim, existe a segmentação e o controle é realizado pelo CRM.

Conforme justificado nos comentários da resposta anterior, reitera-se a existência desse sistema, o que confirma a qualidade e operacionalização desse sistema é o fato da empresa possuir um programa chamado NCA – Núcleo de Clientes Associados.

Nesse programa o cliente é acompanhado assistencialmente por pessoas e eletronicamente pelo sistema, funciona como um programa de fidelização, o cliente acumula bônus de valore, quando efetua compra ele adquire bônus que podem ser trocados por promoções especiais ou por serviços de treinamento aos funcionários do seu estabelecimento.

São promovidos cursos, melhorias no layout da loja e acompanhamento do seu desenvolvimento por uma equipe especial da empresa, esse tipo de relacionamento com clientes com o objetivo de fidelização só é possível por meio de um sistema CRM.

17 - Os sistemas de CRM constituem uma nova forma de conceber e gerir os sistemas de relacionamento com o cliente, articulando e conciliando novas tecnologias da computação que permitem analisar e perceber o comportamento dos clientes de maneira a segmentá-los e possivelmente utilizar esta segmentação para otimizar a comunicação com o cliente e satisfazer os seus requisitos. A seguir identifique as ferramentas que você utiliza neste programa:

(x) Call Center - registra os contatos, pedidos e reclamações dos clientes e assistência pós compra.

(x) Data Warehouse - cria o que se chama de um “armazém de dados”, com informações relativas aos volumes de vendas, informações on-line a respeito do cliente, estoques, etc., bem como receber os pedidos e processá-los mais rapidamente.

Mediante já comentado, estas duas características são marcantes do CRM e apresenta-se na empresa pesquisada. Constata-se que este é um módulo dos sistemas de informação utilizados no processo e que contribuem para a qualidade das atividades logísticas da empresa pesquisada.

18 - TMS – Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Transportes, também conhecidos por roteirizadores, tem por funções básicas o planejamento e controle dos Transportes, do carregamento de veículo, das distâncias e rotas percorridas e pagamentos de fretes. O sistema TMS da empresa atende a estes requisitos? Que características ou benefícios que diferencia o serviço de entrega ao cliente você poderia acrescentar?

Resposta: através da integração do TMS, TR (roteirizador) e WMS as mercadorias são carregadas na ordem inversa de entrega e o motorista, ao chegar no cliente retira a mercadoria sem ter que procura-la otimizando o tempo de entrega. Está em fase de implantação um sistema similar ao EDI entre o motorista e a empresa para que no ato da entrega ele informe o status do atendimento ao cliente, permitindo o controle em tempo real da distribuição. Isto permitirá que o cliente acompanhe seu pedido via internet, a localização do veículo e a previsão de chegada em seu estabelecimento.

Verificou-se que o sistema roteirizador da empresa pesquisada apresenta as características básicas esperadas desse tipo de sistema e conforme a pergunta frisa, que é o diferencial no sistema de entrega ao cliente. O entrevistado afirma que esta em fase de implantação um sistema que controla a distribuição em tempo real, por meio do qual seria possível obter-se status atualizados da entrega do pedido do cliente, contribuindo inclusive para melhoria na qualidade dos serviços.

19 - As funções de um TMS são mais produtivas quando utilizadas de forma integrada com um WMS, pois dessa forma a comunicação entre o armazém, responsável pela separação do pedido e carregamento do veículo se dará de forma ampla e em tempo real, possibilitando uma comunicação mais eficiente entre as áreas de armazenagem e transporte da empresa. Sendo assim, como você avalia a interação entre estes sistemas na empresa? A armazenagem e a Distribuição tem o nível de integração adequada para se obter qualidade nos serviços de entrega ao cliente?

Resposta: a interação entre os sistemas de roteirização, WMS e TMS é completa, permitindo carregar os pedidos na ordem inversa de entrega.

Verificou-se que conforme resposta do entrevistado há a interação esperada entre os módulos dos sistemas de informação da empresa.

20 - O Transporte é atividade logística mais importante, simplesmente porque ele absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos totais, contudo a utilização de sistemas de informação podem garantir a redução de custos por meio de um melhor aproveitamento dos recursos. Quais melhorias ou economias de recursos você consegue identificar na utilização do sistema TMS na empresa?

Resposta: a principal melhoria que se pode obter é o planejamento e controle das atividades de distribuição. Atualmente o motorista, ao sair para as entregas tem conhecimento da kilometragem que irá percorrer e qual a seqüência de entrega deverá cumprir. Ao retornar da viagem, o TMS permite a verificação dos dados previstos e realizados, localizando desvios e dando suporte a decisão e correção de rotas, cadastro de localização de clientes, barreiras e entradas.

A possibilidade de controle e confronto entre o orçado e o realizado em cada entrega permite a empresa analisar os custos e reduzi-los.

5.2 OBSERVAÇÃO SISTÊMICA

Para responder os demais objetivos específicos desta pesquisa foi utilizado um roteiro de observação sistêmica para observar as atividades logísticas da empresa e observar o seu funcionamento.

Para tanto foi utilizado como roteiro:

A. Identificar os setores envolvidos no processo logístico da empresa pesquisada;

B. Descrever o funcionamento de cada setor identificado;

C. Identificar as mercadorias processadas pela empresa e em cada setor especificamente;

D. Identificar as tecnologias de informação utilizadas por cada setor;

E. Identificar o fluxo logístico das atividades da empresa, ou seja, identificar o percurso produtivo das mercadorias e informações;

5.2.1 Dados obtidos através do roteiro de observação sistêmica

A. Identificar os setores envolvidos no processo logístico da empresa pesquisada;

Detectou-se que, os setores envolvidos diretamente no processo logístico da empresa, são: recebimento fiscal, recebimento físico, armazenagem, distribuição, PCP Logístico, separação, carregamento e expedição.

B. Descrever o funcionamento de cada setor identificado;

Recebimento Fiscal

É no recebimento fiscal que se iniciam as atividades internas da empresa. Este setor é responsável pelas entradas de documentos fiscais no banco de dados da empresa.

As informações fiscais dos fornecedores chegam a um sistema que interage com o banco de dados da empresa através do Eletronic Date Interchange – EDI ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, mediante o uso desta tecnologia as programações de entrega são feitas antecipadamente respeitando o limite de capacidade de recebimento da empresa e as necessidades especiais de recebimento de alguma mercadoria sinalizada pelo departamento de compras.

Assim sendo, o recebimento fiscal da empresa efetua entrada fiscal apenas do que esta programado para o dia, que foi cadastrado via EDI.

Recebimento Físico

O recebimento físico é responsável pelo descarregamento das mercadorias, pela conferencia e confirmação física das mercadorias que foram previamente cadastrados no sistema de recebimento fiscal da empresa.

Esta conferencia se da de forma eletrônica, devido à interação do sistema Warehouse Manegement Systems – WMS ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns, com o módulo de recebimento fiscal, que permite conferencia de dados, através do código de barras das mercadorias, utilizando coletores de dados que alimentam o sistema via rádio freqüência.

Depois que os conferentes conferem e confirmam a descrição e a quantidade dos itens, as informações são replicadas ao recebimento fiscal que efetua a transição das informações fiscais para o WMS, que na empresa chama-se SAGA, a partir de então as mercadorias recebidas passam a fazer parte do ativo imobilizado.

O sistema de recebimento fiscal possui interface direta com o sistema central, o Enterprise Planning Resource - ERP ou Planejamento das Necessidades de Material, chamado Oracle, assim no momento da confirmação das informações fiscais os dados são enviados a este sistema, o mesmo ocorre após o recebimento físico, no módulo WMS, após conferencia e confirmação do recebimento as informações ficarão acessíveis a todos os departamentos da empresa, como a contabilidade, compras e vendas.

Armazenagem

Em seguida ao recebimento físico vem à armazenagem das mercadorias recebidas, nesta atividade a participação do WMS da empresa, o SAGA é imprescindível, devido ao volume de mercadoria, a diversidade de itens e ao tamanho físico do armazém.

Na administração dessa atividade, o SAGA é responsável por diversas funções, como a rastreabilidade das operações, onde as atividades são registradas em tempo real e proporciona acompanhamento pelo supervisor do armazenagem que estará na ilha 2, conforme descrição do layout na figura 4 , ou visualizada pelo PCP que poderá programar as atividades subseqüentes mediante acompanhamento do fluxo.

À medida que as mercadorias vão sendo conferidas e confirmadas pelos conferentes e entram no sistema WMS, o próprio sistema convoca os operadores pelo sistema portátil de convocação via rádio freqüência que há nas empilhadeiras dos operadores, nesta convocação o sistema apresenta o local onde o empilhador deve coletar a mercadoria e os endereços adequados para a correta armazenagem das mercadorias.

O sistema também possui o mapeamento dos locais de armazenagem, podendo então identificar os endereços e as características dos itens que possam ser armazenados em cada um dos locais, dessa forma o sistema identifica a área de material de higiene e beleza, a área alimentícia, de materiais elétricos eletrônicos e os demais, para que cada item seja armazenado na sua área adequada.

Distribuição

A distribuição é o setor responsável pela administração da frota própria da empresa e administração dos serviços de distribuição e transporte de cargas prestadas por terceiros.

No Caso do CAD – Central de Armazenagem e Distribuição a distribuição é responsável também pela transferência de cargas para as filiais ou CDAs – Central de Distribuição Avançada que estão estrategicamente localizadas em pontos que seja viável recebimento das mercadorias do CAD, o local de armazenagem.

Na administração das informações a distribuição usa um módulo de sistema de informação também interligado aos demais sistemas da empresa, um roteirizador, o Time Routh - TR, que dentre suas principais aplicações, estão à formação das cargas, geradas a partir da confirmação dos pedidos de venda, o rastreamento de veículos e a formação das rotas de entrega.

Na formação das cargas, o sistema usa princípios de otimização no que diz respeito à capacidade de carregamento do veículo, na otimização das rotas de entrega, o sistema alinha o percurso para que haja o máximo aproveitamento dos recursos.

PCP Logístico

O Planejamento e Controle de Produção Logístico é responsável pelas operações de processamento e expedição das mercadorias e a manutenção das informações necessárias ao processo.

O PCP controla os resultados logísticos da empresa, a produtividade, o controle de faturamento, rotatividade das mercadorias, controle de estoque, controle dos sistemas integrados de informação, controle dos hardwares, softwares e a mão-de-obra necessária ao cumprimento das atividades.

Em especial, o PCP é responsável também pelo controle do nível de serviço ao cliente, que na empresa recebe o nome de Horal Mart, significa o controle de cumprimento das metas de horário estipulado para o desempenho de cada atividade envolvida no processo, desde armazenagem até a saída dos veículos.

Além disso, o PCP elabora os planos de produção, a emissão dos relatórios de produção, que são a descrição, quantidade, endereçamento das mercadorias, nome e endereço do cliente, dados do carregamento, como: Box para destinar mercadorias, número de frota do veículo e tipo de dispositivo que deverá ser usado no carregamento.

O dispositivo é a embalagem retornável de entrega da empresa, são caixas plásticas de diversos tamanhos, raques de ferros, baús de proteção a mercadorias especiais e lonas.

Separação

É neste setor que se inicia a separação dos pedidos de vendas. Os pedidos, antes de chegarem ao processo de separação físico de mercadorias, passam pelo sistema de roteamento e sequenciamento de cargas, já mencionados na descrição do setor de distribuição.

No sistema de roteamento, porque para que a separação de um pedido feito por um cliente seja confirmada em um determinado dia é necessário que haja uma seqüência de entregas em regiões consideradas pelo sistema economicamente viável de se entregar.

Esse processo é o que garanti a lucratividade das atividades logísticas da empresa, sendo assim, são considerados: o valor da carga a ser entregue, o volume e a distancia a ser percorrida, o sistema entende que quanto maior for o valor agregado da carga entregue a uma determinada região e quanto maior for o número de entregas, os custos serão menores, pois serão rateados por um maior numero de clientes, por isso, embora os pedidos de regiões com grande volume e valor agregado sejam entregues em 24 h. haverá pedidos cujo roteirizador aguardará o dia programado de entrega àquela região, podendo durar uma semana.

Após os pedidos passarem pelo sistema de roteirização, são agrupados em cargas, formando lotes que são gerados pelo PCP através de uma Ordem de Serviço – O.S, no caso, um serviço de carregamento dos lotes formados.

As OS’s, seguem para o setor de separação juntamente com os relatórios emitidos pelo WMS SAGA, onde o supervisor do setor poderá distribuir as atividades pelos colaboradores disponíveis, através dos números dos lotes contidos nos relatórios são impressas as etiquetas Serv Location que serão afixadas nas mercadorias no ato da apanha no seu local de endereço de armazenagem para formação das cargas e que posteriormente serão reconferidas por meio de aparelhos chamados coletores, esta reconferencia ocorre pelo próximo setor, o carregamento.

Depois de separadas todas as mercadorias referentes a um lote, este é encaminhado ao carregamento, para o Box previamente agendado pelo sistema, o mesmo sistema já informou ao setor de distribuição qual veículo deverá estar em qual Box. Dessa forma no relatório de produção utilizado pelo supervisor haverá as informações de qual lote deverá ser carregado em qual Box e em qual veículo.

Um erro no carregamento das cargas em um Box ou veículo poderá destinar as cargas a um outro caminho e no momento da entrega o motorista não encontrará as cargas destinadas ao cliente, gerando perda para empresa, tanto no tempo de produção que foi gasto na separação e carregamento, como nos custos do transporte, no atraso ao cliente e nos riscos de avarias e perdas das mercadorias; no mínimo mais 24h serão gastas para consertar um erro dessa proporção.

Para que erros assim não aconteçam, a tecnologia da informação atua de forma completa no sistema logístico da empresa pesquisada, para tanto, todos os setores estão interligados, de forma que uma atividade cumprida por um setor é automaticamente passada pelo sistema para o próximo setor que dará continuidade ao processo, assim o fluxo de trabalho ocorre sem interferências ocasionadas por falta de informação ou duvidas quanto ao cumprimento de uma atividade, visto que o sistema acompanha todas as atividades passo a passo, já que tudo ocorre eletronicamente.

Carregamento e Expedição

Neste setor ocorre a etapa do carregamento das cargas e lotes formados pelo setor anterior e o lacre do veículo.

Nesta última etapa o carregamento reconfere as cargas eletronicamente, os conferentes portando os coletores de dados, alimentam o sistema WMS SAGA automaticamente.

Ao passo que cada carga vai sendo conferida pelo código de barras, contido na etiqueta de Serv Location, as cargas conferidas são baixadas e o sistema envia comando para o PCP para a impressão automática das Notas Fiscais referentes às cargas conferidas eletronicamente e cujo sistema libera para entrar no veículo.

Há uma ordem de carregamento ou de conferencia das cargas, isso significa dizer que, os conferentes não podem conferir cargas qualquer e carrega-las aleatoriamente, o carregamento é feito conforme parametrização do sistema, isso porque a rota de entrega deve ser obedecida, as cargas que serão entregues primeiro devem ficar mais próximo a porta do veículo e por isso devem ser carregadas por último, o que facilitará a entrega que será efetuada pelo motorista da empresa.

A etiqueta Serv Location, além de assegurar ao conferente que a mercadoria pertence realmente ao lote que ele esta carregando, além de finalizar o lote e contribuir para a autorização da impressão das notas fiscais, finalizando uma etapa do processo.

Ela servirá também, como guia ao motorista no momento da entrega, pois contêm o nome do cliente e o código de identificação, os mesmos que contém a nota fiscal e servirá para confronto de informações, contém endereço do cliente, número de carga e quantidade de volumes para que não ocorra falta ao cliente.

Após carregamento, lacre do veículo e impressão das Notas Fiscais, o veículo é liberado do Box e passa a aguardar autorização da distribuição para fazer a entrega. A distribuição finaliza com o ultimo processo que é à entrada dos documentos fiscais no sistema SISTRAN - Sistema de Transporte, onde são armazenados dados de tudo que é transportado pela empresa, seja para venda aos clientes, seja para transferência de mercadorias entre filiais.

C. Identificar as mercadorias processadas pela empresa em cada setor especificamente;

Verificou-se, que a empresa pesquisada movimenta uma grande variedade de mercadorias, sendo aproximadamente um total de 6.000 itens, distribuídos entre: eletrodomésticos, eletro/portáteis, informática, produtos automotivos, utilidades domésticas, papelaria, produtos esportivos, móveis, alimentícios diversos, bomboniere, material de limpeza, higiene pessoal, material de beleza, agropecuários, veterinários e materiais de construção.

Observou-se que há um local de armazenagem específico para cada tipo de mercadoria, o setor responsável por receber e armazenar estas mercadorias, independente de sua característica é o recebimento físico, que as destina para os setores de carga grossa, fracionados e controlados.

Durante a armazenagem ocorre à subdivisão das mercadorias por característica, onde são agrupadas em áreas de armazenagem específicas. Além da separação por característica, há a separação por volume de vendas, as mercadorias vendidas em grandes quantidades são armazenadas no setor de Carga Grossa e são endereçadas de forma que possam alimentar as áreas fracionadas de armazenagem e as áreas de apanha.

A área fracionada de mercadoria é o setor onde são agrupados itens diversos em pequenos volumes, este setor desprende muitas horas de trabalho e muita mão-de-obra para atender as necessidades de pequenos e médios clientes que compram em pequenas quantidades.

As áreas de apanha são as endereçadas no nível um de armazenagem, conforme o sistema de endereçamento mencionado no tópico do funcionamento da empresa, o endereçamento no nível um, ou seja, no solo, facilita a localização e coleta de materiais com maior giro e alimenta também o setor de fracionados, sendo ambos alimentados pelo setor de carga grossa.

Há ainda o setor de Controlados, onde são armazenadas mercadorias de maior valor agregado, localiza-se numa área restrita e sua separação e coleta de pedidos é acompanhado com mais controle.

D. Identificar as tecnologias de informação utilizadas por cada setor;

▪ Recebimento fiscal

A tecnologia da informação observada no Recebimento Fiscal é o Módulo de Sistema de Recebimento Fiscal (SRF). Este módulo esta interligado ao EDI e o módulo WMS, permite a integração e comunicação digital entre os fornecedores e a empresa.

▪ Recebimento físico e armazenagem

Este setor utiliza o módulo WMS, do Fornecedor SAGA, como administrador das atividades de armazenagem. Verificou-se também a utilização de um sistema de base ou interface com o sistema Oracle (ERP), um sistema caseiro chamado Risc, que auxilia as atividades de entrada e consulta de informações.

Verificou-se a utilização de um sistema de radio freqüência interligado ao sistema WMS, que utiliza coletores (hardware portáteis) para leitura de códigos de barras para efetuar entrada digital de informações.

▪ Distribuição

A Distribuição utiliza o módulo roteirizador chamado Time Routh (TR), que forma e roteiriza as cargas, delimita rotas de entrega e faz cálculos de viabilidade de entrega, além de localizar veículos através de rastreamento via satélite.

▪ PCP Logístico

Verificou-se que o PCP trabalha no controle e acompanhamento dos módulos gerenciadores do armazém, o WMS e RISC com interface ao sistema central ERP da Oracle, que permite consultas diretas aos demais módulos de gerenciamento por meio de banco de dados padrão SQL.

▪ Separação (carga grossa, fracionados, controlados)

Verificou-se que no setor de separação que esta divido em três áreas, a carga grossa, o fracionados e o controlados utiliza o mesmo sistema de administração de armazéns o WMS SAGA. Enquanto que o recebimento e armazenagem utilizam o WMS na entrada das mercadorias, a separação e expedição utiliza-os no processo inverso, o de separação e entrega, também fazendo uso de sistema de leitura e captura automática de dados por meio de coletores de dados que fazem a leitura de códigos de barras.

▪ Carregamento e expedição.

O Carregamento e expedição concluem o processo das operações no armazém utilizando também o sistema WMS no processo de impressão de relatórios e etiquetas de identificação e confirmando o carregamento das mercadorias no sistema WMS por meio dos coletores de dados, que ao ler os códigos de barras dos lotes de cargas que estão sendo postos nos caminhões finaliza o processo.

E. Identificar o fluxo logístico das atividades da empresa, ou seja, identificar o percurso produtivo das mercadorias e informações;

Foi observado o funcionamento de cada setor envolvido no processo logístico e constatou-se que o fluxo das operações logísticas da empresa inicia-se no setor de Recebimento Fiscal, que efetua as entradas dos documentos fiscais e confirma o recebimento dos pedidos de compra no Sistema de Recebimento Fiscal (SRF).

A seguir, o Recebimento Físico e Armazenagem dão continuidade, recebendo, conferindo as quantidades e descrição dos itens e confirmando no sistema as entradas das mercadorias, que passam a ser disponibilizadas para vendas e podem ser visualizadas por todos os usuários do sistema ERP o Oracle, assim, setores como a contabilidade, o PCP e administração do armazém acompanham em tempo real toda a movimentação do armazém.

Após entrada dos pedidos de venda, entra em ação o setor de Distribuição com sua primeira participação no fluxo logístico que é formar os lotes de cargas para entrega, roteirizar as cargas e agenda-las mediante a demanda para uma determinada área e de acordo com a viabilidade da entrega.

Em seguida, o PCP, mediante agenda de programação efetua as Ordens de Serviço (OS), emite os relatórios com informações de cargas, lotes, endereços de coletas de mercadorias, box de expedição e veículos a serem carregados, destino e cliente.

Estes relatórios e OS’s são entregues ao setor de Separação, que efetuará a coleta das mercadorias nos setores de Carga Grossa, fracionados ou controlados coletando os diversos itens que podem ser eletrodomésticos, eletro/portáteis, informática, produtos automotivos, utilidades domésticas, papelaria, produtos esportivos, móveis, alimentícios diversos, bomboniere, material de limpeza, higiene pessoal, material de beleza, agropecuários, veterinários e materiais de construção, esta coleta formará as cargas referentes aos pedidos dos clientes.

Após separados, os lotes de cargas são enviados aos box e passam a ser de responsabilidade do setor de Carregamento ou Expedição que conferem eletronicamente as mercadorias antes de carrega-las nos veículos e concluem o processo de movimentação de mercadoria no armazém.

Com os veículos carregados e lacrados, a Distribuição atua com sua segunda participação no fluxo logístico que é o serviço de entrega ao cliente e conclui o processo logístico da empresa.

CAPITULO VI

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1 CONCLUSÃO

Analisada a aplicação dos sistemas de informação e os conceitos de logística nas atividades e processos logísticos da empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S/A, conclui-se que:

▪ A empresa dispõe de um sistema ERP – Enterprise Resouce Planning alimentado pelos módulos de sistemas de informação específicos de cada setor.

▪ O ERP Oracle contribui para administração das informações logísticas da empresa, porém apresenta descaracterização de sua aplicação ao passo em que seu banco de dados não é plenamente utilizado e algumas das informações importantes da empresa são armazenadas em outro sistema de database, o RUDIPRD de DB2 com informações de clientes, faturamento, vendas e produtos, o que atualmente gera duplicações de informações, lentidão no acesso e maiores custos de manutenção de sistemas.

▪ Verificou-se que há uma integração satisfatória entre os módulos de recebimento fiscal – SRF, armazenagem – WMS, contabilidade – ERP (alimentado pelos de mais módulos), administração de frota e roteirização. Esta integração entre os sistemas, permite uma maior integração entre os setores e o acesso ao banco de dados em tempo real permite o acompanhamento do processo e fluxo das atividades logísticas da empresa, agilizando a tomada de decisões.

▪ Verificou-se a utilização de ferramentas eletrônicas como o EDI que permite à empresa administrar o tempo e a capacidade de recebimento.

▪ O uso de equipamentos periféricos aliados a softwares como o WMS nos processos de radiofreqüência para coleta automática de dados permite a empresa aumentar a sua produtividade e diminuir as possibilidades de erros humanos.

▪ Todavia, foi verificado no módulo de armazenagem a utilização de dois sistemas, um WMS profissional e outro com característica similar, sendo este um sistema caseiro que além de servir de base para o WMS profissional funciona como interface do sistema ERP da empresa.

▪ A utilização de dois sistemas para uma mesma atividade, denuncia que ambos não alcançam se usados separadamente, a plenitude do funcionamento esperado em um sistema WMS, o que limita o crescimento das atividades que necessitam desse sistema.

▪ Além disso, o WMS utilizado na empresa não desempenha uma função importante que é a otimização dos recursos da empresa, que poderia contribuir para o melhor aproveitamento dos recursos materiais, humanos, financeiros e de tempo, contribuindo para a redução dos custos e o aumento da produtividade.

▪ Os processos e fluxos produtivos são bem definidos e controlados, as atividades logísticas da empresa são iniciadas pelo setor de recebimento fiscal, em seguida, o recebimento físico, a armazenagem, a roteirização, o PCP, a separação, o carregamento e por fim a distribuição que faz as entregas das mercadorias aos clientes.

▪ O sistema de armazenagem visa à otimização do espaço físico, há um sistema de endereçamento das mercadorias reconhecido pelo sistema WMS que regionaliza o armazém, dividindo-o em módulos, ruas, prédios, andar e apartamento.

▪ As mercadorias são armazenadas por categorias de produtos, assim, são agrupadas em locais específicos do armazém as mercadorias de categorias alimentícias, eletro e eletrônicos, higiene e beleza, material de construção, equipamentos, móveis, escolar e escritório, utilidades domésticas e demais.

▪ Além disso, há um processo de armazenagem que obedece o giro das mercadorias, nas áreas de apanha ou picking são armazenadas mercadorias que terão saída mais rápida, caracterizando a utilização de procedimentos logísticos.

▪ Portando apresenta um sistema de armazenagem otimizado, em espaço físico, na divisão das mercadorias por categoria e por giro e sobretudo pela automação dos processos de armazenagem e separação, utilizando-se de recursos tecnológicos integrando softwares como o WMS-SAGA e equipamentos coletores de códigos de barras por meio de radio freqüência.

▪ Apresenta distribuição e entrega controlada por meio de sistemas roteirizador e administrador de frota que administram as atividades de entrega de mercadorias considerando variáveis de localização geográfica, data de entrega, volume e peso das cargas e capacidade produtiva dos recursos.

5.2 RECOMENDAÇÕES

▪ Recomenda-se estudos de viabilidade de implantação de um sistema WMS capaz de substituir os atuais, o caseiro e profissional tanto na capacidade de operação e processamento das atividades quanto na capacidade de armazenagem das informações processadas. Possibilitando à empresa segurança e confiabilidade na administração do processo logístico e nas informações armazenadas e que possua capacidades importantes para o desenvolvimento da empresa que é a função de otimização de recursos, por meio do qual o sistema detecta falhas na utilização dos recursos e sugere possibilidades e melhorias.

▪ Recomenda-se ainda, a utilização de um único banco de dados para armazenagem das informações gerais da empresa que poderão ser unificadas no próprio sistema central que a empresa dispõe, o Oracle.

▪ Ressalta-se a importância de implantação de um sistema de consulta ao status de entrega de um pedido, por meio do qual a distribuição e o Call Center poderia informar aos clientes a localização do motorista e calcular o tempo para entrega.

▪ Quanto às aplicações dos conceitos logísticos e técnicas de armazenagem e transporte a empresa apresenta procedimentos funcionais e eficientes não restando nada a sugerir a não ser a continuidade do trabalho.

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Clientes

Fábrica

Fornecedor

Fábrica

Varejista

Varejista

Distribuidora

Consumidor Final

Qualidade, produtividade e competitividade

Melhoria dos indicadores de desempenho

Redução dos custos operacionais

Melhoria do nível de serviço

Desenho do sistema de informação

Aumento de capacidade

Racionalização de espaço e equipament.

Redução de custos com pessoal

Redução do tempo de aten-dimento

Redução de erros ao cliente

Sistemas de informação na armazenagem

RFDC

Auto ID

TMS

WMS

EDI

DRP

Sistemas de informação na armazenagem

Suprimento Físico

(administração de materiais)

Distribuição Física

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

- Transporte

- Manutenção de estoques

- Processamento de pedidos

- Obtenção

- Embalagem protetora

- Armazenagem

- Manuseio de materiais

- Manutenção de informação

- Transporte

- Manutenção de estoques

- Processamento de pedidos

- Programação de produção

- Embalagem protetora

- Armazenagem

- Manuseio de materiais

- Manutenção de informação

Demanda por parcerias

Novos canais p/ os consumidores

Competição externa

Clientes mais fortes e melhores informados

Papel mais restrito dos distribuidores

Ciclo de vida dos produtos mais curtos

Cadeia logística tradicional:

Fontes ( Fornecedores ( Processadores( Distribuidores ( Varejistas ( Consumidores

Processamento de transações

Respostas a consultas

Informações gerenciais para

Planejamento, decisão e

Controle operacional

Informações gerenciais para

Planejamento tático

SIG

Para plane-

jamento, política e

Decisão estratégica

Operacional

Supervisão

Média gerencia

Alta administração

Nível hierárquico

Centro de processamento de dados

Fornecedor

Cliente

Ordem de compra

Ordem de venda

Relatório de recebimento

Ordem de entrega

Programação de produto

Registros de estoques

Registros de contas a receber

Relatórios de produção

Manufatura

Armazenagem de materiais

Armazenagem de bens finais

Fluxo de informação

Fluxo de materiais

Box 2

Box 3

Box 1

Box de Recebimento e Expedição

Box 4

Box 5

Box 6

Box 12

Box 11

Box 10

Box 9

Transit Point ou

Cros Docking

Logística

Box 8

Box 7

PCP logístico

Distribuição

Ilha 3

Separação e Expedição

Ilha 1

Recebimento Fiscal

Ilha 2

Recebimento Físico

Área de movimentação e Separação de pedidos

Depósito 20 - Ruas de Armazenagem

SME

Oper.M&A : 2

Aux. Adm.: 1

Assist. Produção : 1

Esteira de separação

Box 13

Box 14

Mercadorias Fracionadas

Eletros/Eletrônicos/Informática

Higiene e Beleza

Material de construção e Agro/veterinários

Cara Grossa – Alimentício/Limpeza/Higiene/Beleza/Escolar/utilidades domésticas

Supervisão

Manutenção

Supervisor: 1

assistente: 1

Aux. Adm. : 1

Lavador: 1

Mecânico: 1

Eletricista: 3

Frentista: 2

Motoristas: 68

Gerencia de Armazém

Transit Point

Oper. M&A : 2

Assist. ADM: 1

Recebimento Fiscal

Assist. Adm. : 1

Aux. Adm. : 1

Perfumaria

Oper.M&A : 33

Oper. M&A : 1

Oper. Equip. M&A : 2

Fracionados

Oper.M&A : 14

Oper. M&AI : 1

Oper. Equip. M&A : 1

PCP

Analista Logistica: 1

Aux. Adm. : 4

Oper. Informatica : 3

Carregamento

Oper.M&A : 16

Oper. Equip. M&A :0

Oper. M&AII : 0

Carga Grossa

Oper.M&A : 18

Oper. Equip. M&A : 4

Oper. M&AII : 2

Supervisão

Recebimento

Supervisão

Fracionados

Supervisão

PCP

Controlados

Oper.M&A : 9

Supervisão

Carregamento

Supervisão

Carga Grossa

Assistência Gerencial Geral

Recebimento

Aux. Adm. : 1

Mot. Manobrista : 1

Oper. Equip. M&A : 6

Oper.M&A : 7

Farmacêutica: 1

Gerencia de Distribuição

Compras

Distribuição

Separação Carregamento

PCP

Roteirização

Armazena-

gem

Recebimento

Físico

Recebimento

Fiscal

Vendas

Supervisão de Distribuição

Supervisor: 1

Analista Logistica: 1

Aux. Adm. : 4

Motoristas: 68

Ag. Cont. Patrim. : 3

Analísta de RH 1

Assist.. Adm. : 1

Tec. Seg.Trabalho: 2

Supervisão

RH

Fornecedor

................
................

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