EDVALDO DA MATTA E SILVA



EDVALDO DA MATTA E SILVA

LUCIANO VALENTIM DOMINGUES

LUIS EDUARDO BENHKE

PEDRO ANTONIO COELHO

RODERLEY SIQUEIRA

ESTUDO DE CASO EM RETÍFICA DE MOTORES

CURITIBA

2008

EDVALDO DA MATTA E SILVA

LUCIANO VALENTIM DOMINGUES

LUIS EDUARDO BENHKE

PEDRO ANTONIO COELHO

RODERLEY SIQUEIRA

ESTUDO DE CASO EM RETÍFICA DE MOTORES

Monografia apresentada ao Curso de Administração, da Faculdade Dom Bosco, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Professor Afonso Carlos Spina

CURITIBA

2008

Termo de aprovação

EDVALDO DA MATTA E SILVA

LUCIANO VALENTIM DOMINGUES

LUIS EDUARDO BENHKE

PEDRO ANTONIO COELHO

RODERLEY SIQUEIRA

ESTUDO DE CASO EM RETÍFICA DE MOTORES

Este trabalho foi apresentado em Curitiba, no dia 28 de novembro de 2008, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Administração na Faculdade Dom Bosco, sendo aprovado pela seguinte banca examinadora:

Professor Orientador: Afonso Carlos Spina

Professor Convidado: __________________________________________________

Professor Convidado: __________________________________________________

DEDICATÓRIA

Aos nossos pais pelos caminhos que nos indicaram e incentivaram.

As nossas famílias pela compreensão nas horas de ausência.

AGRADECIMENTOS

• Em primeiro lugar a Deus que nos iluminou e deu forças para superar as dificuldades encontradas;

• Ao Professor e Orientador Afonso Carlos Spina, que demonstrou no nosso dia-a-dia o significado do termo orientação. Obrigado pelo apoio nas horas em que os problemas pareciam ser maiores que nossas forças para superá-los. Obrigado pelo incentivo constante;

• A Professora Marielda Ferreira Pryjma, nossa orientadora da metodologia do trabalho de conclusão de curso. Foi contigo que começamos a descobrir o mundo da pesquisa. Obrigado pela confiança e pelo constante incentivo;

• À Empresa Landis Gyr Equipamentos de Medição LTDA, na pessoa do Sr. João Carlos Marconcin, pelo apoio financeiro concedido através da bolsa de estudos que possibilitou o ingresso de três dos cinco membros deste grupo e pelo estímulo dedicado ao nosso desenvolvimento pessoal e profissional;

• Aos amigos que encontramos na Faculdade Dom Bosco e que nos mostraram uma nova visão do mundo. Vocês nos ajudaram a crescer. Obrigado;

• Aos Professores Ana Carolina, Aroldo Pinto, Cassiano, Claudia, Marcio Takeo, Marly Weber e Rosa Loberto, pelos conhecimentos ensinados com tanta dedicação quanto se fez necessária. Obrigado;

• Ao Professor e orientador parcial Francisco Morales. Obrigado pelo apoio constante;

• Aos nossos pais, que nos ensinaram que com esforço e dedicação, tudo podemos conseguir. Estamos tentando colocar isto em prática. Amamos vocês;

• As nossas esposas e filhos. Obrigado pela força e compreensão e principalmente pelo apoio constante;

• A empresa objeto do estudo, na pessoa do Sr. Pedro Antonio Coelho por ceder suas instalações ao nosso estudo de caso. Obrigado.

EPÍGRAFE

A vida é realmente escuridão, exceto quando há um impulso. E todo impulso é cego, exceto quando há saber. E todo saber é vão, exceto quando há trabalho. E todo trabalho é vazio, exceto quando há amor.

Kalil Gibran

RESUMO

Esta pesquisa visou demonstrar a análise de uma empresa de retífica de motores, de que forma são desenvolvidas as atividades, os processos, a organização e sua limpeza. Teve como base estudo e dedicação, visando à qualificação e o desenvolvimento da empresa e das pessoas que nela trabalham. A pesquisa engloba requisitos para a melhoria e competência de empresas deste seguimento. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisa bibliográfica, a respeito de arranjo físico e de processo, armazenagem de estoque, organização e limpeza, buscando dar embasamento teórico e teor cientifico ao projeto. Posteriormente, foi realizada uma pesquisa documental, visando conhecer os processos e permitindo entender todas as etapas das atividades desenvolvidas em uma retífica de motores. Com este estudo observou-se como empresas nesse ramo de atividade podem melhorar seus processos internos, criar um ambiente limpo e organizado, com arranjo físico apropriado, conseguindo assim passar a seus clientes uma impressão de zelo por suas atividades e seus serviços oferecidos. Viabilizado por este estudo, o resultado pode contribuir para o desenvolvimento da empresa, cabe ao proprietário da retífica objeto do estudo e outros que se interessem pelo tema, analisar e aplicar os meios aqui sinalizados aos seus negócios, analisando o custo benefício do exposto no estudo, pois, a adoção destas técnicas podem levar a empresa a adquirir qualificação em seus processos resultando em ganho para seus funcionários, para a empresa e principalmente para seus clientes.

Palavras Chave: Retífica de motores. Estoques. Arranjo físico. Organização e limpeza.

ABSTRACT

This research aims at demonstrating the way a car-engine repair shop works, the form through which the tasks are performed, its process, its organization and its cleaning procedures. It was based on study and dedication, its objective was to qualify and develop the company and its workers. The research has dealt with the requirements necessary to improve and enhance competence of all companies making part of this realm of activities. The methodology used in this work was based on bibliographic research about the lay-out, processes, stock storage, organization and cleaning procedures of the company, with the objective of giving theoretical basement and scientifical content to the project. Further on, a document research was carried on in order to get to know the processes which enabled us to understand all the activity stages of a car-engine repair shop. The current study permitted us to notice the way companies of this line of work can improve their internal processes and the way they can provide a clean and tidy environment with an appropriate physical lay-out. We were also capable of noticing the impression of earnestness the performance of their jobs and services were able to exert in the customers of those companies. The results of the current study can contribute to the development of the company. In order to achieve that target, the owner of the repair shop or anyone who shows interest in it, may be able to analyse and apply the means suggested by that study in their own businesses, especially the cost-benefit relationship, since once those techniques have been adopted, those companies may be able to qualify their processes which will bring on gains to their workers, to the companies themselves and especially to their clients or customers.

Key words: Car-engine repair shop. Stock. Physical lay-out. Organization and cleaning procedures.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Peças sem local definido / adequado 62

Figura 2 – Peças após definição de local 62

Figura 3 – Área antes das sugestões de melhoria 62

Figura 4 – Área após sugestões de melhoria 62

Figura 5 – Painel de armazenamento de ferramentas 63

Figura 6 – Piso mosaico antiderrapante 63

Figura 7 – Balcão de restrição de acesso 63

Figura 8 – Modelo de suporte de virabrequim 63

Figura 9 – Ventilação no teto 64

Figura 10 – Estoque da Retífica D 64

Figura 11 – Lixeiras seletivas 64

Figura 12 – Estoque inativo 64

Figura 13 – Área de lavagem antes das sugestões de melhoria 65

Figura 14 – Área de lavagem após melhoria 65

Figura 15 – Elevador de carros dentro da retífica 65

Figura 16 – Elevador de carros fora da retífica 65

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quadro comparativo 48

GLOSSÁRIO

Acoplamento: É uma conexão ou interação entre dois sistemas, mediante o que se transfere energia de um para outro.

Acuracidade: É a forma vernácula de seria acuração, propriedade que indica a proximidade de uma medição do valor esperado.

Aspirado: Quando não utiliza nenhum mecanismo específico para forçar o envio do ar pra dentro das câmaras de combustão (turbo compressores, etc).

Bloco: É uma peça fundida em ferro ou alumínio que aloja os cilindros de um motor de combustão interna bem como os suportes de apoio da cambota.

Cabeçote: É a nomenclatura usada para se referir a parte integrante de um mecanismo. Num motor de combustão interna, é a tampa de fechamento da parte superior do bloco de cilindros e consiste numa plataforma perfeitamente usinada de modo ajustar-se ao bloco metal a fim de oferecer resistência as explosões.

Crucial: Algo muito importante para o presente ou futuro.

Decantação: É um processo de separação que permite separar misturas heterogéneas de sólidos com líquidos. Utilizada em sistemas bifásicos (areia e água), sólido-gás (poeira-gás), líquido-líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar).

Degradando: Algo que está se desgastando ou acabando.

Desleixado: Pessoa destraida, desorganizada.

Detentores: Que detém ou possui determinado objeto ou atributo.

Difusa: É uma generalização da lógica booleana que admite valores lógicos intermediários entre a falsidade e a verdade (como o talvez).

Epóxi: É um plástico termofixo que se endurece quando se mistura com um agente catalizador ou "endurecedor". As resinas epóxi mais frequêntes são produtos de uma reação entre epiclorohidrina e bisfenol-a.

Metódico: Sempre em seqüência, sempre organizado, sempre em ordem.

Provisão: É uma reserva de um valor para atender a despesas que se esperam,a provisão visa a cobertura de um gasto já considerado certo ou de grande.

Virabrequins: É o componente do motor para onde é transferida a força da explosão ou combustão do carburante por meio da cabeça da biela (que, por sua vez, se liga com o êmbolo), transformando a expansão de gás em energia mecânica.

SUMÁRIO

SUMÁRIO 13

1 INTRODUÇÃO 15

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO 16

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA 16

2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 17

2.1 ROTATIVIDADE 17

2.2 COMPRAS 17

2.3 ESTOQUES 18

2.3.1 Objetivos de gestão de estoques 19

2.3.2 Custo de estoque 19

2.3.3 Previsão de incertezas 19

2.3.4 Tipos de estoque 20

2.3.5 Conceitos e técnicas de gestão de estoques 21

2.3.6 Inventários físicos 21

2.5 ARRANJO FÍSICO 21

2.5.1 Tipos básicos de arranjo físico 23

2.5.2.1 Arranjo físico posicional 23

2.5.2.2 Arranjo físico por processo 24

2.5.2.3 Arranjo físico celular 25

2.5.2.4 Arranjo físico por produto 25

2.6 GESTÃO DE PESSOAS 26

2.6.1 Treinamento 27

2.7 TÉCNICA DOS 5S 28

2.7.1 Seiri – Utilização 29

2.7.2 Seiton – Ordenação 30

2.7.3 Seison – Limpeza 30

2.7.4 Seiketsu – Padronização 31

2.7.5 Shitsuke – Autodisciplina 32

3 METODOLOGIA 33

4 ANÁLISE DE DADOS 36

5 CONSIDERAÇÕES GERAIS E FINAIS 42

5.1 VISITA A OUTRAS RETÍFICAS 42

5.1.1 Retífica A 42

5.1.2 Retífica B 43

5.1.3 Retífica C 44

5.1.4 Retífica D 46

5.2. COMPARAÇÃO COM OUTRAS RETÍFICAS 47

5.2.1 Quadro comparativo 47

5.3 SUGESTÕES PARA RETÍFICA OBJETO DO ESTUDO 48

5.3.1 Coleta de dados para análise 48

5.3.2 Sugestões 49

5.3.2.1Estoques 49

5.3.2.2 Fluxo produtivo 51

5.3.2.3 Limpeza 52

5.3.2.4 Organização 53

5.4 TENDÊNCIAS PARA MELHORIA 55

REFERÊNCIAS 57

APÊNDICES 58

ANEXOS 66

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa demonstrar analises e como são desenvolvidas algumas das atividades, processos, organização e limpeza em retificas de motores, com o intuito de verificar como são executadas as tarefas nestas empresas. O interesse de desenvolver esta pesquisa deu-se, pois, um dos alunos é proprietário de uma retífica de motores e após algumas visitas, evidenciou-se a possibilidade de realizar um trabalho para melhorar o fluxo produtivo, disposição dos estoques e a organização e limpeza, contribuindo para uma melhora do ambiente de trabalho na empresa. Por meio da análise dos fluxos de processos, arranjo físico, disposição dos estoques, organização e limpeza, empresas similares que desejem investir em seus negócios, podem utilizar-se deste trabalho acadêmico com o intuito de estarem buscando soluções a vários problemas ocorridos nas empresas analisadas. A proposta metodológica utilizada neste trabalho, teve como pressuposto a pesquisa bibliográfica a respeito de arranjo físico e de processo, organização e limpeza e armazenagem de estoque, buscando dar embasamento teórico e teor científico ao projeto, avaliando os benefícios da realização de um estudo de caso. Posteriormente, foi realizada a pesquisa documental, visando conhecer os processos dentro do ramo de retíficas, permitindo entender todas as etapas no desenvolvimento produtivo, identificando os agentes internos e externos envolvidos em cada fase do processo da retífica de um motor. Nesta etapa foram realizadas pesquisas em revistas e sites do ramo, foi realizada também pesquisa de campo no qual se utilizou observação e entrevistas com funcionários, aplicando-se questionários a clientes e colaboradores. Analisar retíficas nos proporcionou situações onde houve necessidade de buscar soluções alternativas, o que também gerou um aprendizado significativo. O trabalho final de conclusão de curso indica a empresas que estejam no ramo de retíficas de motores como aperfeiçoar-se, manter e ainda aumentar a satisfação e as condições de trabalho de seus colaboradores, conseguindo com isso uma melhora na qualidade de serviços e conseqüentemente maior satisfação de seus clientes.

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

Este estudo de caso tem como objetivos:

GERAIS

✓ Possibilitar benefícios à Retifica objeto do estudo.

ESPECÍFICOS

✓ Entender como funcionam os fluxos produtivos na Retifica objeto do estudo;

✓ Identificar como está disposto o arranjo físico da empresa;

✓ Verificar a organização e limpeza;

✓ Evidenciar como está disposto seu estoque;

✓ Realizar visitas a outras Retíficas para comparação.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A Retífica objeto do estudo pode ter seu arranjo físico, estoque, organização e limpeza melhorados?

2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

O tema proposto para o estudo é abordado por vários autores, escolhemos os mais adequados aos assuntos relacionados, conforme relatado nos itens a seguir.

2.1 ROTATIVIDADE

Rotatividade é o número de vezes que o estoque gira em um determinado período.

“Para calcularmos a rotatividade, é necessário possuirmos o valor dos estoques e dividirmos pelo custo anual das vendas”. (POZO, 2002, p. 42)

Segundo Pozo (2002, p. 42), para o cálculo da rotatividade é necessário o valor de estoque, este pode ser utilizado em quantidades monetárias ou quantidades de peças. Para se conseguir o custo anual das vendas, o que é a outra parte necessária ao cálculo da rotatividade, deve-se utilizar o valor anual das vendas menos à mão-de-obra e as despesas gerais de venda.

Fórmula da Rotatividade (POZO, 2002, p. 42)

R=CV/E

Onde:

R = Rotatividade

CV = Custo das vendas anuais

E = Estoque

Uma das melhores maneiras de se avaliar a gestão de estoques de uma empresa é pelo cálculo de sua rotatividade. Pois, é uma maneira rápida que facilita a análise da situação operacional da empresa. Sendo que no cálculo da rotatividade quanto maior o resultado, melhor. Ou seja, quanto maior rotatividade de estoque que uma empresa possuir, menores serão os custos e maior será a competitividade no mercado.

2.2 COMPRAS

“É a capacidade de comprar materiais e produtos na qualidade certa, na quantidade exata, no tempo certo, ao preço justo e na fonte adequada”. (POZO, 2002, p. 141)

Na visão moderada para melhor atender as necessidades dos clientes, a área de suprimentos deve estar ligada, ou melhor, subordinada ao gerente de logística. Com essa nova visão acredita-se estar quebrando paradigmas da economia globalizada e flexibilizando a atuação de compras em face as variáveis ambientais. Com esses enfoques, acredita-se que o setor de compras conseguirá garantir à empresa a satisfação de suas necessidades de materiais e produtos, bem como máquinas, equipamentos e insumos. A área de Compras, sempre deve buscar melhor qualidade, menor custo, maior prazo de pagamento e recebimento de materiais no momento oportuno, pois, se receber os componentes em atraso deixará de produzir, e, caso os insumos cheguem muito antes de se começar a produzir, haverá elevados custos de armazenagem. (POZO, 2002, p.141)

Hoje a função compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos (suply chain). Por isso muitas empresas passaram a usar a denominação gerenciamento da cadeia de suprimentos ou simplesmente gerenciamento de suprimentos, um conceito voltado para o processo, em vez do tradicional compras, voltado para as transações em si, e não para o todo. (MARTINS, 2000, p. 64)

2.3 ESTOQUES

Estabelecer um plano de estoques para uma empresa é algo essencial, quantidade e localização, devem ser muito bem controladas a fim de gerar o menor custo de estocagem. Deve-se estabelecer uma curva e analisar o quanto pedir, pois não é viável deixar faltar produtos e matérias primas e também uma possível sobra dos mesmos implicaria em altos custos que inviabilizam o estoque. O próprio nome gestão de estoques já nos dá certo caminho aos objetivos. Quando se fala em estoque, é necessário citar alguns itens essenciais para melhoria dos processos, sendo: cálculo de estoque mínimo, cálculo do lote de suprimento, cálculo do estoque máximo, manter atualizada a ficha de estoque, replanejar os dados quando houver a necessidade de modificações, emitir solicitações de compras quando atingir o ponto de ressuprimento, receber, identificar e armazenar os materiais, conservar o material em condições adequadas. Deve-se entregar o material mediante requisição, atualizar a ficha de estoque e guardar a documentação de movimentação do material com o objetivo de organizar o almoxarifado.

2.3.1 Objetivos de gestão de estoques

Pode-se entender gestão de estoques como um planejamento do estoque necessário, e um controle sobre sua retro alimentação, controles como data de entrada e saída, valores e tempo, podem ser pontos fundamentais para um estoque.

2.3.2 Custo de estoque

Os custos associados ao estoque podem ser divididos em três grupos:

• Custo de pedir: São os custos fixos administrativos associados a quantidades solicitadas e recebidas, notas, contra notas e custo monetário de se processar vários pedidos;

• Custo em manter estoque: Todo material mantido em estoque gera um custo monetário, componentes e produtos acabados devem ter seu custo de armazenagem apurado e contabilizado. Seguro, deterioração, obsolescência e custo de oportunidade devem ser apurados, contabilizados e analisados. Esse custo monetário poderia ser empregado em investimentos, o que tornaria a situação rentável ao invés de apenas aumentar os gastos da empresa;

• Custo total: É o custo gerado por pedir, manter um estoque e os custos independentes. Através da redução deste custo, pode-se melhorar processos e minimizar pedidos e estoques.

2.3.3 Previsão de incertezas

Como na maioria das vezes não é possível mensurar a quantidade correta de estoque, corre-se certo risco na quantidade a ser produzida. Não é possível prever com exatidão a quantidade de pedidos, bem como, quando chegarão os suprimentos para produção. Desta forma, uma das primeiras providências a ser tomada é a previsão de vendas futuras, seguida da análise do tempo de ressuprimento (Lead Time), assim, consegue-se ter uma estimativa de tempo entre a colocação de um pedido até a chegada do material. Também se precisa de uma previsão de demanda, a qual consiste na previsão de produtos e as quantidades que os clientes poderão comprar, este é um assunto delicado para o planejamento empresarial, hoje em dia surgem técnicas como S&OP e Forecasting para ajudar as empresas a se prepararem para demandas futuras.

Para que possam chegar mais próximos a uma exatidão de quantidade de estoques algumas técnicas são usadas, como: previsão em históricos anteriores das vendas, isso não significa que seja a mais correta, mas quanto maior o horizonte de tempo de informações das vendas, maior será o acerto nos cálculos para estoque.

Fazer parcerias com fornecedores e saber exatamente o tempo que ele necessita para entrega do pedido, são formas de melhorar os processos.

2.3.4 Tipos de estoque

• Matéria prima: Tudo aquilo que será processado e pode ser transformado em produto acabado posteriormente.

• Produtos em processo: Produtos que estão em diferentes etapas do processo de fabricação mais que ainda não se encontram em uma forma acabada para venda.

• Materiais de embalagens: São as caixas, rótulos e recipientes para embalar produtos.

• Produtos acabados: Produtos acabados prontos para venda, ou para entrega a clientes.

• Suprimentos: Itens regularmente consumidos na operação fabril.

2.3.5 Conceitos e técnicas de gestão de estoques

Para permanecer com um estoque de acordo com as necessidades, faz-se necessário a utilização de técnicas voltadas para gestão do mesmo. Toda organização que busca um nível de estoques ideal precisa utilizar-se destas ferramentas.

2.3.6 Inventários físicos

Periodicamente toda empresa deve efetuar contagens físicas de seus itens em estoque e produtos em processos para verificar alguns requisitos como: Discrepância entre valor, entre o estoque físico e o estoque contábil, discrepância entre registro (Contábil) e o físico (Quantidade real na prateleira), apuração do valor total dos estoques (Contábil), para efeito de balanço ou balancetes. Neste caso, o inventário é realizado próximo ao encerramento do ano fiscal. Os inventários nas empresas podem ser: Gerais ou Rotativos.

“O objetivo do levantamento físico é propiciar a verificação periódica da exatidão dos registros contábeis para poder avaliar o lucro e transferir para o resultado as diferenças apuradas” (FRANCISCHINI, 2004, P. 243)

Toda embalagem deve ter características aferidas pelas normas da ABNT e alguns tipos são: Caixa de papelão, tambores, fardos, recipientes plásticos e paletes.

2.5 ARRANJO FÍSICO

O arranjo físico visa dispor da melhor forma possível às máquinas e equipamentos necessários à execução das atividades. Ele é uma das características evidentes de uma produção ou prestação de serviços, porque determina sua forma e aparência.

O arranjo físico é uma das primeiras coisas que se nota quando se entra em uma fábrica.

Pequenas mudanças no arranjo físico podem influenciar diretamente no fluxo de materiais ou no fluxo de pessoas. Um supermercado, por exemplo, pode alterar seu arranjo físico e desviar um maior fluxo de clientes para uma determinada área de sua preferência. Essas mudanças, pequenas ou não, podem afetar positivamente ou negativamente, os custos e a eficácia geral da produção.

Há razões importantes para escolhermos o arranjo físico mais adequado, entre elas temos:

Mudar o arranjo físico existente é uma atividade que tem algum grau de dificuldade e de longa duração, por causa dos recursos como máquinas, equipamentos e bancadas, mudanças erradas no arranjo físico podem interromper ou prejudicar a produção, prejudicando prazos de entrega ou levando a perda de produção. Um arranjo físico incorreto pode levar a fluxos longos ou confusos, altos estoques sem necessidade, fluxos imprevisíveis e altos custos.

Há grande pressão da produção para que o arranjo físico não seja alterado constantemente.

“A mudança do arranjo físico pode ser de execução difícil e cara e, portanto, os gerentes de produção podem relutar em fazê-la com freqüência”. (SLACK, 2002, p. 201).

Como são grandes as dificuldades de tempo, perda de produção e custos, alterar constantemente o arranjo físico não é interessante para as empresas. O ideal é acertar já na escolha do arranjo físico, escolhendo de modo a otimizar seu processo produtivo, com isso a empresa pode reduzir custos, aumentar sua produtividade, diminuir movimentações desnecessárias de pessoas, equipamentos e materiais. Com uma correta escolha do arranjo físico, não haverá necessidade de constantes alterações, sendo necessárias apenas eventuais mudanças para adequar-se às necessidades de alteração do processo.

“Projetar o arranjo físico de uma operação produtiva, assim como qualquer atividade de projeto, deve iniciar-se com os objetivos estratégicos da produção”. (SLACK, 2002, p. 201)

Mas dessa forma se esta apenas iniciando um processo de múltiplos estágios que levarão ao arranjo físico final de uma operação.

Lembrando que, tipo de processo não é o mesmo que arranjo físico, pois, os tipos de processo são abordagens para a organização das atividades e processos de produção.

“Arranjo físico é um conceito mais restrito, mas é a manifestação física de um tipo de processo”. (SLACK, 2002, p. 201)

Geralmente os tipos de processo são escolhidos de forma a maximizar o volume produtivo, buscando sempre o extremo alto volume - baixa variedade dos tipos de processo.

“A maioria dos arranjos físicos, na prática, derivam de apenas quatro tipos básicos de arranjo físico”. (SLACK, 2002, p. 201)

Os quatro tipos de arranjo físicos são:

• Arranjo físico posicional

• Arranjo físico por processo

• Arranjo físico celular

• Arranjo físico por produto

Cada tipo de processo não tem um modelo de arranjo físico pré-determinado, podendo-se então, alinhar estrategicamente um determinado tipo de processo a um dos vários tipos de arranjo físico. O tipo básico de arranjo físico define a maneira geral segundo a qual os recursos vão ser distribuídos, mas ele não define a posição exata de cada elemento da operação.

“O estagio final na atividade de definição do arranjo físico é a definição do projeto detalhado de posicionamento físico dos recursos”. (SLACK, 2002, p. 202)

2.5.1 Tipos básicos de arranjo físico

Cada organização deve definir seu tipo de arranjo físico conforme sua necessidade. É conveniente que o layout esteja adequado as realidades da organização, tais como: movimentação, processos, flexibilidade, etc.

2.5.2.1 Arranjo físico posicional

Arranjo físico posicional (também conhecido como arranjo físico de posição fixa) é de certa forma, uma contradição em termos, já que os recursos transformados não se movem entre os recursos transformadores. Em vez de materiais, informações ou clientes fluírem por uma operação, quem sofre o processamento fica estacionário, enquanto, equipamento maquinário, instalações e pessoas movem-se na medida do necessário. (SLACK, 2002, p. 202)

Exemplos de arranjo físico posicional:

Construção de uma estrada ou rodovia, o produto vai ficar fixo onde foi construído ou alterado, apenas os operários e os maquinários vão mover-se de acordo com a necessidade para a conclusão da obra.

Construção de um navio, devido ao seu tamanho, ele será todo construído ou montado no mesmo local, sem haver necessidade de movimentação para realização de alguma das etapas, qualquer necessidade de maquinário especial ou não, será trazida até ele.

Arranjo físico posicional tem alguns problemas, geralmente ligados as necessidades dos contratados ou subcontratados que irão realizar a obra. Eles necessitarão de acesso e espaço próximo à obra, para guardar seus equipamentos e materiais, e na maioria dos canteiros não há espaço para alocar áreas permanentes a todos os contratados e subcontratados que necessitam desses espaços.

Para minimizar o impacto disso na obra, uma boa programação de acesso e permanência ao canteiro deve ser definida pela empresa responsável.

Outro ponto importante é a precisão nas entregas de recursos e materiais, pois, os tendo nos momentos certos e apenas pelo período necessário, facilita e contribui para um melhor andamento das atividades.

2.5.2.2 Arranjo físico por processo

“Arranjo físico por processo é assim chamado porque as necessidades e conveniências dos recursos transformadores que constituem o processo na operação dominam a decisão sobre o arranjo físico”. (SLACK, 2002, p. 203)

No arranjo físico por processo, processos com as mesmas necessidades ou processos similares são dispostos juntos uns ao outro.

A justificativa para isso é a otimização da utilização dos recursos transformadores.

Exemplo de arranjo físico por processo:

Hospitais, onde, por exemplo, aparelhos de Raios-X e Laboratórios, são necessários a tipos diferentes de pacientes, porém, somente aqueles que necessitam deste tipo de atendimento, passarão por este fluxo de processo.

Supermercados, onde, por exemplo, os congelados apesar de pertencerem a diferentes fornecedores, e de serem procurados por diferentes clientes, necessitam do mesmo maquinário (tipo de tecnologia de armazenagem).

2.5.2.3 Arranjo físico celular

O arranjo físico celular é aquele em que os recursos transformados, entrando na operação, são pré-selecionados (ou pré-selecionam-se a si próprios) para movimentar-se para uma parte específica da operação (ou célula) na qual todos os recursos transformadores necessários as suas necessidades imediatas de processamento se encontram. A célula em si pode ser arranjada segundo um arranjo físico por processo ou por produto. (SLACK, 2002, p. 205)

Exemplo de arranjo físico celular:

Fábrica de componentes de computador, a manufatura e a montagem de peças de computador podem necessitar de áreas exclusivas a produção para determinados clientes, esta distinção deve-se a critérios especiais, como por exemplo, necessidade de níveis mais altos de qualidade.

Esse conceito celular, em geral é ligado à manufatura, porém, os mesmos princípios podem ser adaptados a serviços.

2.5.2.4 Arranjo físico por produto

“Arranjo físico por produto envolve localizar os recursos produtivos transformadores inteiramente segundo a melhor conveniência do recurso que está sendo transformado”. (SLACK, 2002, p. 207)

A seqüência de atividades é a mesma na qual os processos foram arranjados fisicamente. Por esse motivo, também é conhecido como arranjo físico em linha. O fluxo produtivo ou de serviços é facilmente visualizado no arranjo físico, portanto, é de fácil controle.

Exemplo de arranjo físico por produto:

Montadora de automóveis, independentemente do modelo, todos os automóveis passam pelos mesmos processos e na mesma seqüência na linha de montagem.

2.6 GESTÃO DE PESSOAS

A área de Recursos Humanos está associada à área que administra a força de trabalho, todavia, vai muito, além disso. O Recursos Humanos de uma empresa deve ser responsável por toda a infra-estrutura oferecida ao colaborador para que possa desempenhar bem a sua função. Desde a sua contratação, treinamento, monitoramento e acompanhamento.

O principal ativo de uma empresa sem dúvida é a sua força de trabalho. É necessária uma boa Gestão de Pessoas para que os colaboradores se disponham a trabalhar em prol da empresa para alcançar os objetivos por ela estabelecidos. Em contrapartida os colaboradores esperam receber salários justos com sua função e benefícios que o façam realizar cada vez melhor suas tarefas estabelecidas.

As questões sobre gestão de pessoas são extremamente importantes. O fato de toda a organização estar baseada em pessoas mostra o quanto é importante à área de recursos humanos. São as pessoas que definem metas de vendas, planejam e vendem produtos, e a forma de administrar essas pessoas influencia de total maneira no desempenho geral da organização. O grande desafio das empresas de hoje é administrar bem seus recursos humanos. Pois, são as pessoas que obtém e mantêm vantagens competitivas, é preciso saber como selecionar e desenvolver líderes, como atender melhor os clientes, como recompensar o bom desempenho, como controlar os custos de mão de obra e ao mesmo tempo manter um tratamento justo aos empregados, ainda deve ser feito um bom diagnóstico sobre gestão de pessoas na organização. Um levantamento das condições organizacionais que são enfrentadas; planejar os objetivos na área de gestão de pessoas juntamente com os objetivos da organização e avaliar os resultados constantemente.

O processo de gestão de pessoas envolve: processo de provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento e processo de monitoração.

2.6.1 Treinamento

As organizações do século XXI se distinguirão pelos recursos humanos. As pessoas deverão estar preparadas e treinadas para as freqüentes mudanças que acontecem. Pode-se definir que treinamento é o preparo da pessoa para o cargo que irá exercer na organização e é imediato, já o desenvolvimento prepara o colaborador para a sua vida e para o futuro. Pois, lida com os objetivos e metas da organização. Já que os colaboradores têm que estar prontos para competir no mercado, desenvolver competências e propagar os valores e missão da empresa em que trabalha. Os principais objetivos do treinamento e desenvolvimento são:

• Preparar as pessoas para executar tarefas; mudanças de atitudes dos colaboradores.

• Desenvolver novas habilidades; transmitir informação e conceitos; aumentar a produção.

• Diminuir o retrabalho e principalmente melhorar o relacionamento interpessoal.

Conhecimento é poder. O conhecimento deve ser compartilhado e disseminado por toda a empresa. Quanto mais informação é repassada para a empresa, mais retorno o colaborador terá. Cabe ao treinamento e desenvolvimento facilitar que toda a empresa possa produzir esse bem. Por isso, é preciso identificar as necessidades de seus colaboradores para não perder tempo nem dinheiro.

Abaixo um exemplo da Pirâmide de Maslow, para descrever as necessidades dos funcionários, sendo:

• Necessidades Biológicas e Fisiológicas: as empresas devem oferecer salários justos, horários adequados e intervalo de descanso.

• Necessidades de Segurança: a empresa precisa mostrar aos funcionários que está dentro das normas de segurança do trabalho, oferecer como benefícios seguro de vida, planos de saúde e aposentadoria.

• Necessidades Sociais: mostrar ao colaborador a necessidade do trabalho em grupo e das relações interpessoais, por meios de projetos em grupos e palestras.

• Necessidades de Estima: reconhecer o trabalho e esforço do colaborador, por meio de elogios, promoções, premiações (não necessariamente de ordem financeira).

• Necessidades de Auto-Realização: usar as idéias dos funcionários, fazer com que eles participem das tomadas de decisões relacionadas ao seu trabalho, cursos de atualização e oportunidades desafiadoras.

O mundo corporativo de hoje está mudando a cada minuto, processos de modernização tecnológica, privatizações, política econômica e fiscal, e reestruturação produtiva. É necessário o uso de técnicas adequadas para o monitoramento das atividades dos funcionários, pois, são eles que realmente fazem as grandes empresas se destacarem das demais.

2.7 TÉCNICA DOS 5S

“Os 5S constituem uma técnica utilizada para estabelecer e manter a qualidade ambiental na organização, adotando-se de procedimentos efetivos”. (BERTAGLIA, 2005, p. 413)

A técnica dos 5S originou-se no Japão após a Segunda Guerra Mundial, na oportunidade tinha como finalidade combater a sujeira das fábricas com o intuito de reconstruir o país. No Brasil surgiu apenas na década de 1990.

O nome 5S é decorrente da abreviação de cinco palavras japonesas, sendo elas: SEIRI, SEITON, SEISON, SEIKETSU e SHITSUKE.

“Muitas pessoas a utilizam não apenas para melhorar o local físico de trabalho, mas também para organizar melhor as idéias”. (BERTAGLIA, 2005. p. 414)

Com a prática dos 5S, os ambientes de trabalho tornam-se mais organizados e limpos, a poluição visual diminui consideravelmente, proporcionando assim um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Conseqüentemente o colaborador consegue concentrar-se mais na sua atividade, bem como identifica com maior facilidade o que deseja, uma vez que os aspectos desnecessários e as atividades que não agregam valor são eliminados, desta forma o colaborador ocupa melhor o seu tempo, trabalha com qualidade, eficiência e segurança.

2.7.1 Seiri – Utilização

“O primeiro S prioriza a identificação de materiais, equipamentos, ferramentas, informações e dados necessários e desnecessários, descartando ou dando o devido destino aquilo considerado desnecessário ao exercício das atividades”. (BERTAGLIA, 2005, p. 414)

Nesta etapa inicial realiza-se a identificação de todos os itens pertinentes ao local de trabalho e a execução das tarefas de cada funcionário. Esta atividade engloba todos os setores/áreas da empresa. Para o sucesso desta tarefa é imprescindível a colaboração dos funcionários, visto que estes são detentores do conhecimento de sua atividade, cada qual sabe o que realmente necessita e utiliza na execução de sua tarefa. Esta fase visa eliminar os excessos de materiais, equipamentos, pastas, arquivos, informações e demais itens armazenados desnecessariamente no ambiente.

“O instinto natural das pessoas lhes orienta a guardar tudo.” (BERTAGLIA, 2005, p. 414)

As pessoas de modo geral costumam guardar tudo que lhe vem às mãos sempre pensando que no futuro irá necessitar destes objetos, quando na maioria das vezes, estes itens se tornam obsoletos e sem utilização. Este senso proporciona resultado significante, quando aplicado gera espanto e surpresa, pois, geralmente os funcionários se deparam com informações/itens que nem mesmo sabiam que ainda os possuíam, ou seja, era algo esquecido, desnecessário.

2.7.2 Seiton – Ordenação

“O segundo S focaliza os métodos mais eficientes e efetivos para definir os locais apropriados para guardar materiais, equipamentos ou informações. O principio corresponde a cada coisa no seu devido lugar”. (BERTAGLIA, 2005, p. 415)

Embora no primeiro S tenhamos descartado tudo que teoricamente não era necessário para a atividade, agora se faz necessário à adequação correta de todo o material restante. Uma boa acomodação, armazenagem de todos os elementos restantes facilitará na execução das atividades diárias. É importante que os matérias/informações estejam dispostos adequadamente, priorizando sempre sua necessidade e utilização dentro do processo no qual está inserido.

“Na definição dos locais apropriados, adota-se como critério a facilidade para armazenagem, identificação, manuseio, reposição, retorno ao local de origem após o uso, consumo dos itens mais velhos primeiro, dentre outros”. (BERTAGLIA, 2005, p. 415)

Esta ordenação proporcionará um melhor rendimento nos serviços, visto que as informações/itens necessários serão identificados facilmente. É comum em ambientes desorganizados não encontrar o que se busca, ou mesmo encontrar somente após um longo período de busca.

Numa dimensão mais ampla o senso de ordenação visa otimizar o tempo. Neste processo é comum identificar o que realmente é necessário, onde deveria ser guardado ou armazenado e quando serão necessários. Este senso pode ser representado por demarcações no piso, definição de áreas e locais de trabalho, armários modulares, pasta, arquivos e outros.

2.7.3 Seison – Limpeza

“Uma vez definidos os itens que realmente são necessários ao trabalho, o próximo passo será efetuar uma limpeza no local”. (BERTAGLIA, 2005, p. 415)

Depois de realizado o descarte dos materiais não necessários e a acomodação dos itens restantes, é necessário a limpeza do ambiente. Este terceiro senso deve ser praticado por todos os integrantes da empresa, desde a alta direção até operário do chão de fábrica, uma vez que em todos os processos existe a geração de sujeira. Este senso permite a identificação de mudanças no setor, nas máquinas e equipamentos, bem como permite a identificação da causa da sujeira e a sua correção imediata, mantendo assim o ambiente limpo.

“Ao realizar este tipo de atividade os trabalhadores começam a notar mudanças nos equipamentos e no local de trabalho, como contaminações, vibrações, fadigas, quebras, desalinhamentos”. (BERTAGLIA, 2005, p. 416)

A identificação antecipada dos fatores de mudança possibilita a correção imediata do processo evitando desta forma paradas de produção ou mesmo perdas.

Com o ambiente limpo os colaboradores trabalham com auto-estima elevada.

2.7.4 Seiketsu – Padronização

“A partir do momento que as três primeiras etapas estejam implementadas, podemos nos concentrar na normalização das melhores práticas da área do trabalho”. (BERTAGLIA, 2005, p. 416)

Posteriormente a execução das três etapas anteriores (utilização, ordenação e limpeza), faz-se necessário a implementação do senso de padronização. Nesta fase, não diferente das demais, é de extrema importância à participação dos funcionários, isto tanto no desenvolvimento, quanto na definição destes padrões. Para o sucesso deste senso é importante o comprometimento. O mesmo deve ser encarado com rigor.

“Emprega-se a administração visual como uma forma efetiva de melhoria continuda e é usada na produção, qualidade, serviço ao cliente e segurança”. (BERTAGLIA, 2005, p. 416)

A padronização é altamente impactante no quesito melhoria continua dentro das organizações, a padronização permite a identificação imediata dos setores, equipamentos e outros, formando assim uma linguagem de comunicação através de cores, tamanhos e matérias. A padronização proporciona uma melhor acomodação dos materiais, tornando assim os ambientes organizados e visualmente limpos.

“Este pormenor fornece rapidamente um indicar de quão limpo ou sujo se encontra do local de trabalho. Esta prática enfatiza a necessidade de limpeza”. (BERTAGLIA, 2005, p. 416)

Uma vez que os ambientes encontram-se organizados, padronizados tendo tudo no seu devido lugar, toda sujeira ou tudo aquilo que não está correto é facilmente percebido, desta forma é possível atuar corretivamente readequando as situações quando necessário.

2.7.5 Shitsuke – Autodisciplina

“Possuir é desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos, entender especificações, sejam elas escritas ou informais. Esse hábito é o resultado do exercício da força mental, moral e física”. (BERTAGLIA, 2005, p. 416)

O senso de autodisciplina é de suma importância para o prosseguimento dos ganhos obtidos nos 4S anteriores. É com este senso que se dará continuidade a todas as técnicas já implementadas, ou seja, ele perpetuará os ganhos e benefícios obtidos anteriormente. A autodisciplina é um processo metódico, é preciso que haja esforço e comprometimento, uma vez que para tal é preciso adequar-se a procedimentos, normas e documentos, visto que sem estes, é impossível autodisciplinar-se. Para atingir o sucesso deste senso é necessário que os colaboradores queiram de fato o auge da técnica, é preciso se predispor a cumprir e seguir toda a documentação atrelada ao processo.

“Não se trata simplesmente de uma obediência cega, submissa, como pode parecer. É importante que seu desenvolvimento seja resultante da disciplina inteligente que é a demonstração de respeito a si próprio a aos outros”. (BERTAGLIA, 2005, p. 417)

O senso de autodisciplina deve ser encarado voluntariamente e não de forma imposta, é importante que os participantes se doem no exercício desta tarefa. Esta atitude mostrará autocontrole e capacidade de disciplina. Este é o senso mais complicado de ser implementado, pois, de modo geral a autodisciplina não faz parte da cultura do ser humano, na verdade o mesmo tende a retornar a seu estado inicial, com o passar do tempo as coisas, a visão e o foco são deixados de lado, retornando o processo ao estado anterior. Para que isto não ocorra e preciso realizar uma manutenção constante do sistema, proporcionando uma reciclagem contínua das técnicas implementadas.

3 METODOLOGIA

A proposta metodológica qualitativa de um estudo de caso visa acima do agrupamento de dados, identificar, compreender, interpretar e analisar as informações resultantes sobre os fluxos de processo, estoques, arranjo físico, organização e limpeza para que haja uma uniformidade do cenário pesquisado.

Para sua realização utilizaram-se diferentes instrumentos de pesquisa. Inicialmente foi realizada pesquisa bibliográfica a respeito de arranjo físico, fluxo de processo, organização e limpeza e política de estoque, buscando dar embasamento teórico e teor cientifico ao projeto.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema. (CERVO, BERVIAN, 1996, p.48)

Posteriormente foi realizada pesquisa documental, visando conhecer os processos dentro do ramo de retifica de motores. Essa atividade permitiu entender conceitualmente todas as etapas no desenvolvimento produtivo, bem como identificar os agentes internos e externos envolvidos em cada fase do processo de retifica de um motor. Nesta etapa, foram realizadas pesquisas em revistas e sites do ramo.

A pesquisa documental corresponde a toda informação de forma oral, escrita ou visualizada. Ela consiste na coleta, classificação, seleção difusa e utilização de toda espécie de informações, compreendendo também as técnicas e os métodos que facilitam a sua busca e a sua identificação. (FACHIN, 2001, p.136)

Dando continuidade ao projeto, com o objetivo de acompanhar o fluxo de processo passo a passo e entender cada atividade executada dentro deste fluxo, realizou-se pesquisa de campo onde a técnica de observação foi utilizada. Na oportunidade, foram visitadas cinco retificas de Curitiba e região metropolitana, sendo a retifica objeto do projeto e outras quatro de concorrentes. Neste momento foi possível acompanhar toda a seqüência do fluxo produtivo, a disposição do arranjo físico e como estas empresas tratam a questão de organização e limpeza, de forma minuciosa do inicio ao fim do processo.

A pesquisa de campo detém-se na observação do contexto no qual é detectado um fato social (problema), que a princípio passa a ser examinado e, posteriormente, é encaminhado para explicações por meio dos métodos e das técnicas específicas. (FACHIN, 2001, p.133)

Posteriormente, buscando obter informações que auxiliassem na análise do fluxo produtivo e na identificação mais detalhada das atividades, foram realizadas entrevistas com os 10 funcionários da retífica objeto do estudo, onde se seguiu um roteiro pré-determinado, visando coleta de dados. Esta prática permitiu comparar o método de trabalho utilizado pelos colaboradores da retífica com os propostos nos livros, facilitando assim a identificação de possíveis falhas no fluxo e dificultadores na execução das atividades. Com a aplicação deste método, também foi possível identificar o nível de orientação e comprometimento dos colaboradores com as questões de satisfação, organização e limpeza.

A entrevista constitui um instrumento eficaz na recolha de dados fidedignos para a elaboração de uma pesquisa, desde que seja bem elaborada, bem realizada e interpretada. Para tanto, faz-se necessário definir os objetivos e os tipos de entrevista e como deve ser planejada e executada. (ANDRADE, 2005, p.146)

Finalizando a parte metodológica aplicaram-se questionários, sendo 50 destinados aos clientes (foram aplicados questionários a todos os clientes que estiveram na retífica no período de 06/10/2008 à 11/10/2008) e 10 aos colaboradores (100% dos funcionários) de todas as áreas da retifica em estudo. O objetivo do questionário aplicado aos colaboradores foi identificar se os mesmos possuem ferramentas e condições de trabalho apropriadas e também verificar sua percepção referente às condições de organização e limpeza da sua área de trabalho. Já o questionário aplicado aos clientes proporcionou identificar os pontos positivos e negativos vistos pelo foco dos clientes.

“O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois, possibilita medir melhor o que se deseja. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central.” (CERVO, BERVIAN, 1996, p.138)

Os resultados alcançados através dos instrumentos de pesquisa utilizados foram examinados na análise parcial, quanto a sua aplicabilidade, realidade do setor e contextualização com o padrão desejado.

Todas as informações compiladas foram analisadas a partir dos fundamentos teóricos adquiridos, e posteriormente confrontadas com o padrão ideal, baseando-se nos autores abordados, para então ser apresentado o resultado proposto.

4 ANÁLISE DE DADOS

Com o intuito de melhorar o processo na retífica objeto do estudo, foi realizada uma análise parcial do que pode ser melhorado. Para verificar a situação da retífica, o primeiro passo foi conhecer o estabelecimento, local e suas instalações. Para efeito de registro, neste primeiro momento foram tiradas várias fotos da situação inicial, sem qualquer prévio aviso ao proprietário e aos funcionários.

A primeira visita a retífica objeto do estudo, proporcionou material, dados e informações para entender o grande desafio que é criar um ambiente de trabalho limpo e organizado em um local que lida diretamente com resíduos de óleo e outras substâncias constantes no interior de motores de automóveis. Apesar da retífica objeto do estudo ter uma estrutura de maquinário que lhe dá condições de ter uma excelência em qualidade de serviços, encontrou-se muita coisa fora do lugar, ou melhor, sem local definido (conforme Figura 1). Além disso, evidenciou-se a possibilidade de organizar o arranjo físico das máquinas e equipamentos, e estudar sobre o fluxo de processo na retífica para entendê-lo e então, melhorá-lo.

A retífica objeto do estudo possui um processo de decantação do óleo, através da filtragem da água com graxa e gasolina que sai do processo de lavagem das peças, tudo passa por um tanque onde é filtrado e a água volta ao meio ambiente sem substâncias tóxicas, isto condiz com o exposto na NBR 14000 Gestão de meio ambiente.

A empresa objeto do estudo está em processo de reestruturação e mudança, como toda pequena empresa, o inicio é difícil e trabalhoso, outras máquinas mais modernas estão sendo adquiridas à medida que a empresa vai crescendo, para que o trabalho seja cada vez melhor, mais rápido, eficiente e qualificado, sempre objetivando um melhor retorno financeiro para a empresa.

Em visita a retífica objeto do estudo, foi constatada falta de uma seqüência de produção, ou melhor, de um arranjo físico organizado das máquinas e fluxo do processo, pois, estas máquinas foram dispostas e instaladas sem que fosse realizada qualquer análise de espaço, isto contraria o autor Slack 2002 que cita a importância dos arranjos físicos para empresas, isso pode trazer problemas futuros à retífica. Toda empresa que pensa em crescer necessita de um plano para criação ou otimização do espaço físico (conforme Figura 2). Com isso em vista, a primeira visita foi para entender como funcionam os processos de trabalho, levar dados e informações para auxiliar na definição do arranjo físico mais adequado a retífica objeto do estudo, conforme o exposto pelo autor Slack 2002. As análises foram acompanhadas pelo proprietário, houve aplicação de questionários e entrevista aos colaboradores, os quais fizeram algumas sugestões que foram registradas para análise. Como os colaboradores estão diretamente ligados aos processos, procurou-se entender profundamente suas dúvidas, críticas e sugestões.

Procurou-se analisar com uma visão crítica, todos os fatores que não são vistos por quem está envolvido diariamente no processo, para com isso gerar idéias e oportunidades de melhoria para os colaboradores.

Em visita crítica, foi evidenciada a presença de pontos a serem melhorados, como por exemplo, peças, pneus e ferramentas que precisavam de um local de armazenamento adequado, o autor Bertaglia 2005 expõe este ponto em seu relato sobre o conceito 5S, estes materiais têm valor financeiro, e no local onde se encontravam estavam se degradando e em situação propícia a furtos. Na parte interna, existem vários pontos possíveis de melhoria, hoje na retifica objeto do estudo, peças, motores, funcionários, clientes e estoque dividem o mesmo espaço, isso traz problemas a empresa, conforme Bertaglia 2005, deve haver organização, padronização e limpeza em seu ambiente de trabalho. Existe fácil acesso de clientes a parte interna da oficina, isso pode mostrar um trabalho transparente ao cliente, porém, causa intranqüilidade aos colaboradores, que tem seu trabalho dificultado pela presença de clientes na sua área de trabalho. Outro ponto interessante que foi diagnosticado e teve propostas de melhoria foi à facilidade de acesso ao estoque. Para esta situação foi necessário estudar sobre controle de estoques e evidenciou-se que a melhor alternativa é a restrição de acesso ao estoque, pois, conforme Bertaglia 2005, a gestão de materiais tem como uma de suas bases o controle de abastecimento. Na retífica existe apenas uma corrente plástica para separar a oficina da área onde se recebem os clientes, porém, isso não tem funcionado na prática, pois, os clientes passam pela corrente e vão até o interior da retífica ver os colaboradores trabalhando. Para melhorar esta situação, é interessante observar a sugestão indicada na análise final do trabalho. Foram evidenciadas falhas nas instalações elétricas da retífica objeto do estudo, contrariando a NR 10 que prevê os cuidados com as instalações elétricas, inclusive com pontos de conexão expostos e necessitando revisão. Toda a estrutura de maquinário da retífica depende de energia elétrica, portanto, esta parte deve estar funcionando perfeitamente, pois, o impacto de uma máquina queimada ou de um curto-circuito pode gerar grandes prejuízos á retífica objeto do estudo.

Um dos principais objetivos deste diagnóstico empresarial é a organização e limpeza da retífica objeto do estudo, com esse intuito, um dos primeiros passos foi analisar e achar soluções para que a organização e limpeza da retífica fosse melhorada e refletisse o grau de empenho agregado aos colaboradores, por isso estudamos o autor Bertaglia 2005 que relata o conceito 5S. A limpeza deve trazer boa impressão aos clientes, e isto deve refletir qualidade de atendimento nos serviços prestados pela retífica objeto do estudo, conforme Bertaglia 2005 menciona em 5S.

Uma das situações levantadas é que a retífica precisa de um local para armazenar seu estoque, pois, conforme abordado por Pozo 2002 e outros autores que estudam sobre gestão de estoques, a empresa deve tratar seu estoque de forma a garantir sua acurácia. Neste caso, deve ser controlado pelo proprietário ou por uma pessoa responsável, existe espaço na retífica para criação desta área, inclusive uma das possibilidades é a utilização de parte da área administrativa onde fica o escritório da empresa.

Um fator extremamente necessário para a melhoria do arranjo físico da retífica é o melhor acondicionamento de estoques, conforme demonstrado na análise final deste trabalho acadêmico, uma das hipóteses é a construção de um pavimento superior (mezanino, conforme Figura 3 que demonstra a situação antes das sugestões de melhoria), para que se aumente espaço físico e seja possível organizar o arranjo físico da retífica, criando-se também um local reservado para guardar produtos acabados, tema explicado por Bertaglia 2005 e Slack 2002.

O arranjo físico foi analisado, pois, deveria ser prático e funcional. Ao contrário, a retífica tem seu arranjo físico disposto de qualquer forma, sem haver preocupação com a movimentação dos colaboradores, contrariando o exposto pelo autor Slack que menciona a importância de um arranjo físico adequado.

Um novo arranjo físico pode trazer desenvolvimento e espaço para melhor organização do fluxo de processo (conforme Figura 4), para isso, é necessária a criação de um local para armazenamento de produtos acabados “motores” e também um local mais apropriado para estoques de peças e componentes na retífica objeto do estudo.

A retífica objeto do estudo necessita criar locais limpos e organizados para armazenamento das ferramentas que não estão sendo utilizadas. Hoje existem vários exemplos de oficinas mecânicas que possuem painéis para melhor acomodação e visualização das ferramentas, tornando fácil a identificação de alguma possível falta de ferramenta (conforme Figura 5), com isso se adequará aos conceitos expostos por Bertaglia 2005.

Ao analisar as questões abordadas nos questionários aplicados a funcionários e clientes, concluímos que existem casos de respostas com mesma visão, e outros onde as visões de clientes e funcionários se contrariam. Por exemplo, na análise de organização e limpeza 75% dos funcionários julgaram que a empresa tem um local de trabalho limpo e organizado, e 90% dos clientes concluíram que a empresa é realmente limpa e organizada. Fato esse que demonstra desinteresse dos clientes sobre o aspecto de limpeza da retífica objeto do estudo, pois, conforme evidencias identificadas nas visitas a Retífica objeto do estudo, muita coisa pode e precisa ser melhorada para que o ambiente se torne um exemplo de limpeza e organização. Referente às questões aplicadas aos colaboradores sobre sua apresentação, 50% julgam ter uma boa apresentação, enquanto que 25% não concordam, achando que isso pode ser melhorado, e outros 25% entendem que somente às vezes se encontram com uma boa apresentação. Já na visão dos clientes, 90% deles acham que os funcionários possuem uma boa apresentação, e apenas 10% julgam que somente às vezes os funcionários se encontram com boa apresentação. Quando perguntou-se aos funcionários se gostariam de receber treinamento sobre organização e limpeza, 87,5% responderam que sim, enquanto 12,50% responderam que não necessitariam. Isto indica um contra-ponto, pois, nas questões sobre se a empresa é limpa e organizada, 75% dos colaboradores responderam que sim, mas 87,5% acham necessário receber treinamento sobre o assunto. Na visão dos clientes, quando questionados se um local de trabalho limpo e organizado é fundamental para qualidade dos serviços, 90% responderam que sim, e apenas 10% acham que organização e limpeza não afetam diretamente a qualidade do serviço prestado. Neste caso, foi questionado se os clientes notavam comprometimento em melhorias por parte da empresa, e 90% dos clientes responderam que sim, há comprometimento por parte da empresa em melhorias contínuas, e apenas 10% acham que tem muito a ser melhorado. Com relação às instalações da empresa, perguntou-se aos clientes se as instalações são adequadas para as atividades ali desenvolvidas, o resultado foi que 100% dos clientes acham que sim, as instalações da empresa condizem com o proposto pela mesma, já neste mesmo sentido, perguntamos aos funcionários se haviam locais de descartes de resíduos gerados pela empresa, e a visão bate com a dos clientes, sendo que 100% dos funcionários responderam que sim, há locais específicos para descartes de resíduos na empresa o que realmente foi observado em visita à empresa, e condiz com a NBR 14000. A questão sobre existência de locais adequados para guardar ferramentas, 62,5% dos funcionários concluem que existem locais adequado para armazenagem de suas ferramentas, o que não foi evidenciado em visita a Retífica objeto do estudo. E 37,5% julgam que isso pode ser melhorado, e que não existem locais adequados para armazenar ferramentas de uma forma organizada. Com relação aos EPI’s foram direcionadas duas perguntas aos funcionários:

• Se recebiam os EPI’s necessários para executar suas atividades, e 100% dos funcionários responderam que sim.

• Se esses EPI’s estavam sendo utilizados, e 50% responderam que sim, recebem e utilizam os EPI’s corretamente, no entanto 37,5% dos funcionários disseram não utilizar os EPI’s recebidos e outros 12,5% responderam que apenas alguns utilizam este tipo de proteção.

A Lei 6514 de 1977 estabelece a regulamentação de segurança e medicina no trabalho, prevendo a disponibilização e utilização de EPI’s.

Questionados sobre o espaço físico para execução das atividades, 75% dos funcionários responderam que sim, há espaço suficiente, outros 25% responderam que não. Porém, em nossa análise, evidenciou-se a possibilidade de melhora do arranjo físico da empresa, conforme proposto por Slack 2002. Alterando-se a questão e colocando os funcionários no lugar do gestor, perguntamos se o funcionário como gestor da empresa mudaria alguma coisa na seqüência de execução dos serviços, e a resposta foi 50% dos funcionários fariam alguma mudança, enquanto 37,5% não mudariam nada, e 12,5% responderam que alguns setores deveriam ser modificados. Um fato preocupante, pela visão do cliente, é evidenciado nas questões referentes á resolução de problemas em primeiro momento, 70% dos clientes disseram que sim, que os problemas são resolvidos de imediato, porém outros 30% responderam que somente às vezes os problemas são resolvidos em um primeiro momento. Na expectativa dos clientes pelos serviços oferecidos, 100% mostraram estar satisfeitos com o atendimento. Outro fato que chamou atenção no questionário respondido pelos clientes é à indicação da empresa a outros clientes, onde 100% dos clientes se mostraram satisfeitos e indicariam a retifica a terceiros.

Nesta análise parcial, conseguiu-se identificar vários pontos a serem trabalhados e melhorados. Com certeza, o principal objetivo é ter uma melhor qualidade e agilidade nos serviços, para isso, tudo deve funcionar perfeitamente. A criação de um plano de trabalho para acerto dos pontos levantados é de crucial importância para o alcance dos objetivos desejados pela retífica objeto do estudo.

5 CONSIDERAÇÕES GERAIS E FINAIS

5.1 VISITA A OUTRAS RETÍFICAS

Com o intuito de levantar aspectos comparativos positivos e negativos dos pontos avaliados na retífica objeto do estudo, realizaram-se visitas a outras quatro retíficas em Curitiba e região metropolitana, as quais não têm seus nomes revelados por aspectos éticos e serão nomeadas aleatoriamente como A, B, C e D.

5.1.1 Retífica A

Em visita a Retífica A, observou se que o estabelecimento possuía organização e limpeza de nível bom, conforme abordado pelo autor Bertaglia 2005 nos conceitos de 5 S, um dos principais fatores para este nível de limpeza foi à escolha do piso da retifica, que não era bruto, mas sim de mosaico antiderrapante (conforme Figura 6), este fator facilita a limpeza e garante a segurança, o que é coerente com exposto por Bertaglia 2005 e com a Lei 6514. A Retífica possuía identificação de áreas para os clientes. A limpeza das instalações é realizada diariamente, o que contribui para a manutenção do ambiente e gera um bem estar aos clientes e colaboradores que transitam por ela, porém, foram encontradas peças de vestuário dos funcionários deixadas sobre bancadas. Foi evidenciada a utilização de eletrocalhas para os fios das máquinas, porém, as mesmas não recebem manutenção apropriada, pois, encontrou-se acúmulo de folhas e outros detritos utilizados por passarinhos para fazer seus ninhos nas eletrocalhas, contrariando os requisitos da NR 10. A área de lavação de peças utiliza uma máquina de lavagem com água quente, um equipamento caro, mas que proporciona as retíficas uma grande facilidade na lavação das peças e componentes, diminuindo a mão de obra necessária. Outro ponto onde a utilização dessa máquina gera vantagem é a redução e separação dos resíduos de óleo e sujeira provenientes dessa operação, pois, a lavadora reduz e acumula os resíduos para posterior descarte apropriado, conforme solicitado na NBR 14000 Meio ambiente. Um dos fatores negativos evidenciados na Retífica A, é que a área de lavação não possui iluminação suficiente para execução das atividades, o ambiente é escuro e muito úmido, contrariando os requisitos da Lei 6514 que solicita segurança e saúde no trabalho.

A retífica não dispõe de muito espaço físico para máquinas, por isso, optou por ter seu arranjo físico compacto, visando com isso otimizar o espaço produtivo. As máquinas foram dispostas por seqüência de trabalho, se uma peça ou componente tem que sair de uma máquina e ir para outra, a máquina seguinte está ao lado da primeira, isto condiz com o exposto pelo autor Slack 2002. Evidenciamos na Retifica A, a utilização de painéis para ferramentas, onde os operadores devem guardar suas ferramentas após a utilização, isso traz grandes benefícios a Retifica A, pois se o colaborador precisa de determinada ferramenta, basta olhar para o painel e verificar se ela está lá, fato convencionado pelo autor Bertaglia 2005.

Como foi citado anteriormente, a Retífica A possui boa organização, inclusive no estoque, onde verificamos que as peças e componentes são armazenados limpos e identificados nas prateleiras, processo que facilita a localização e melhora o aspecto aos olhos dos clientes que estão na retífica. Outro item positivo na Retífica A, é o suporte dos virabrequins (conforme Figura 8), que ao contrário de outros, é todo em ferro, mais alto e preso a parede, gerando assim ganho de espaço.

5.1.2 Retífica B

A Retífica B não possuía um nível de limpeza adequado, fato agravado por seu piso bruto que dificulta a manutenção do ambiente. Apesar da retífica disponibilizar armários para os empregados, foram encontradas peças de vestuário em bancadas, contrariando o exposto pelo autor Bertaglia 2005. A recepção da retífica tinha um balcão que impede o acesso dos clientes ao interior da retífica (conforme Figura 7), fato positivo que previne eventuais acidentes ou furtos por clientes, porém, no lado de fora deste balcão, portanto na recepção, existia um sofá para espera que não se encontrava em condições de uso, o mesmo estava muito sujo e depreciado, fato ocorrido talvez por utilização de colaboradores e ou clientes que são funcionários de oficinas mecânicas. Em parte da área de lavagem das peças e componentes existia lajota escura, porém, como o piso era bruto, muito umedecido, faltando um melhor sistema de escoamento da água e não tinha lajota em sua totalidade, o aspecto geral e as condições não eram boas, o que não condiz com o solicitado pelo autor Bertaglia 2005. Nesta mesma área de lavagem, existia um quadro de energia para a VAP, este quadro se encontrava na parede do lavatório e estava completamente aberto, desprotegido e exposto a umidade do local, podendo sofrer um curto circuito, fato este que demonstra não cumprimento da NR10.

Referente à organização da Retifica B, existiam vários pontos positivos, como estantes e balcões para armazenagem dos blocos e cabeçotes. Os mesmos se encontravam limpos, embalados e identificados através de cartões. Os cartões de identificação eram preenchidos e presos aos materiais no recebimento do serviço e na presença do cliente. A retífica possuía iluminação de emergência para casos de falta de energia elétrica, porém, foi evidenciado que um extintor estava obstruído por blocos, o que é proibido por lei. A retífica também utiliza o suporte para virabrequins do modelo preso a parede, porém, diferentemente do utilizado na Retifica A, este era misto, tendo estrutura metálica e prateleiras de madeira. Como os virabrequins são pesados, as prateleiras estavam empenadas, resultando em um aspecto que gera insegurança. Na máquina de retificar virabrequins que teoricamente necessitaria de uma mesa para se depositar peças e ferramentas, foi acoplado um suporte móvel que gera muito ganho de tempo e espaço.

O arranjo físico da Retifica B era dividido por seções e separado por divisórias que eram utilizadas para prender normas, ferramentas e especificações técnicas utilizadas pelos colaboradores. As máquinas eram dispostas de forma a diminuir a necessidade de movimentação, o que condiz com o exposto pelo autor Slack 2002.

O estoque que a retífica possuía era enxuto, tendo apenas os itens mais necessários. Este estoque ficava separado da retífica e o acesso era restrito aos responsáveis. Existe identificação do estoque, porém, na maioria dos casos a identificação é apenas a originária do fabricante do produto, como as quantidades são pequenas, era possível encontrar quase tudo em apenas duas prateleiras pequenas.

5.1.3 Retífica C

A Retífica C não possuía um nível de limpeza adequado, fato agravado pelo piso bruto e desgastado que dificultava a limpeza do ambiente. Foram encontradas peças de vestuário em bancadas. A retífica servia refeições aos funcionários, porém, não havia um local apropriado para que eles fizessem suas refeições, foi verificado que os colaboradores realizavam suas refeições em máquinas ou peças da retífica, mesmo na presença de clientes ou pessoas estranhas ao ambiente, este fato contraria o exposto pelo autor Bertaglia 2005, que expõe a necessidade de organização e limpeza nos ambientes de trabalho. Evidenciado que não existia um padrão de organização na Retifica C, não havia lugar definido para peças e componentes, não havia local apropriado para armazenagem dos blocos, cabeçotes e virabrequins, após a conclusão do serviço. As peças não eram identificadas, limpas e embaladas para entrega aos clientes. Verificada a presença de animais domésticos no interior da retífica. A Retífica C não utilizava eletrocalhas para a fiação das máquinas, o que contraria a NR 10. A retífica não possuía nenhum suporte para virabrequim. Foi observado que o extintor presente no ambiente, estava obstruído por blocos e cabeçotes, fato que é proibido pela lei 6514. Apesar da retífica ter uma máquina para lavar peças e componentes com água quente (vista nas retíficas A e D), o lavatório das peças estava extremamente sujo e com peças e componentes jogados no ambiente, gerando riscos de acidentes e danos aos materiais. Além do exposto anteriormente, o piso não mantinha um nível, variando significativamente sua altura, o que também poderia provocar acidentes e não condiz com o solicitado na Lei 6514 que solicita condições seguras no trabalho. Como não se possuíam locais apropriados para armazenagem dos blocos, cabeçotes e virabrequins, os mesmos eram deixados sujos e em qualquer lugar. Foi evidenciado que a retífica colocava areia sobre os resíduos de óleo que caiam no chão, esta prática agravava o aspecto do ambiente, contrariando o autor Bertaglia 2005.

A retífica não se preocupou com o arranjo físico, apenas procurou manter máquinas utilizadas para tarefas complementares próximas umas das outras.

A Retífica C não possuía local apropriado para seu estoque, as peças e componentes estavam espalhados pela retífica, sem nenhum controle de entrada ou saída.

Os principais pontos positivos encontrados na Retífica C são que ela possuía um sistema de ventilação no teto (conforme Figura 9), fato que colaborava com a saúde dos clientes e colaboradores; ela tinha gabaritos para realizar retífica em buchas de biela, com isso ganhava tempo não precisando esperar receber a peça nova para iniciar a retífica nas buchas de biela de clientes.

5.1.4 Retífica D

A Retifica D possuía organização e limpeza de nível muito bom, suas instalações eram organizadas e limpas, conforme o exposto pelo autor Bertaglia 2005 em seus conceitos sobre 5S. Os colaboradores tinham uniformes, fato não evidenciado nas retíficas A, B e C. A retífica tem sistema de iluminação natural (telhas transparentes) para auxiliar na iluminação do ambiente, com isso consegue diminuir gastos com energia elétrica. Cada setor é identificado, tem delimitações e responsáveis. Foi evidenciado que o extintor estava desobstruído, fato verificado negativamente nas retíficas A, B e C. A empresa possuía uma área para laser e refeições dos colaboradores, nesta área encontramos: churrasqueira, mesa, fogão, geladeira, TV e mesa de sinuca. A retífica tinha sua área de lavagem dividida em duas partes, uma de desmonte e outra de lavagem. A área de desmonte, com exceção do piso que é bruto, tinha lajota do chão ao teto, mas, havia nela muitos materiais abandonados e sem utilização, contrariando o autor Bertaglia 2005, por isso estavam sujos e cheios de óleo. A área de lavagem de peças e componentes tem lajota em toda a parede, sendo até 1,60 metros escura e acima disso clara, porém, como a exemplo das réticas B e C, tinha o piso bruto, que dificultava a manutenção da limpeza. A retifica D também utilizava uma máquina de lavagem de peças, a mesma encontrada nas retificas A e C, fato que diminuía a geração de resíduos e facilitava a limpeza, pois, a máquina acumula os resíduos para posterior descarte de forma apropriada, conforme solicitado na NBR 14000. A circulação na área de lavagem estava obstruída por peças, o funcionário tinha que pular por cima de blocos e motores para ter acesso à máquina de lavagem. Apesar do piso da retífica ser bruto, estava limpo, fomos informados que a higienização geral do ambiente é realizada a cada quinze dias, fato que demonstra alto comprometimento dos colaboradores com a limpeza do local de trabalho. Foi verificada a utilização de tapetes de borracha em algumas bancadas e máquinas, fato que gera preservação dos postos de trabalho e segurança aos operadores de máquina. Os blocos e cabeçotes estavam limpos, organizados, embalados com plástico e identificados com cartões para entrega aos clientes, fatos que condizem com o exposto pelo autor Bertaglia 2005. Foram encontradas prateleiras com Box numerados para armazenagem dos blocos e cabeçotes, facilitando a localização para entrega aos clientes. Observou-se na retífica a utilização de eletrocalhas para os fios das máquinas, fato encontrado apenas na Retífica A, que melhora o aspecto do setor e garante maior segurança aos colaboradores, conforme solicitado pela NR10.

Foi evidenciada a utilização de caixas de marfinite para armazenagem dos blocos e cabeçotes desmontados, este tipo de armazenagem facilita o transporte através de paleteiras e melhora o aspecto visual para clientes e colaboradores.

Todos os virabrequins estavam limpos e identificados por cartões, porém, a Retífica D não tinha suporte para virabrequins, o armazenamento é em local impróprio, o que poderia causar danos aos equipamentos.

A Retífica D elaborou seu arranjo físico dividido por setores, os quais eram devidamente identificados, e tinham uma seqüência lógica para execução das atividades. Para reduzir o esforço físico dos colaboradores, contava com uma talha elétrica (guindaste) que percorria desde o início da área de lavagem até o fundo da retífica, e com uma paleteira elétrica, com isso, tinha sua agilidade e segurança aumentadas de forma significativa.

O estoque da Retífica D é identificado, separado e fechado (conforme Figura 10), contando com um colaborador responsável, que além de organizar o estoque, entregava as peças solicitadas, registrando as movimentações de estoque. Todo o estoque era identificado e separado nas prateleiras.

5.2. COMPARAÇÃO COM OUTRAS RETÍFICAS

5.2.1 Quadro comparativo

Para melhor aproveitamento dos dados coletados nas quatro retíficas visitadas, criou-se um quadro comparativo que visa demonstrar quais pontos a retífica objeto do estudo possui e quais ela não possui, para isso, procuramos dividir os assuntos em: Estoques, Fluxo produtivo, Organização e Limpeza.

Tabela 1 – Quadro comparativo

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5.3 SUGESTÕES PARA RETÍFICA OBJETO DO ESTUDO

5.3.1 Coleta de dados para análise

Com base nas informações coletadas através de:

• Visitas e observação na Retífica objeto do estudo;

• Entrevista com o proprietário e funcionários da Retífica objeto do estudo;

• Questionário aplicado a colaboradores da Retífica objeto do estudo;

• Questionário com clientes da Retífica objeto do estudo;

• Pesquisa bibliográfica;

• Pesquisa documental;

• Observação e pesquisa de campo em quatro retíficas de Curitiba e região metropolitana.

5.3.2 Sugestões

Os itens apontados foram analisados pelo proprietário da retífica objeto do estudo, que avaliará o investimento necessário e o conseqüente retorno que isto lhe trará, sem qualquer obrigatoriedade de execução, pois, o estudo foi realizado em caráter científico e não comercial. Baseados nas diretrizes demonstradas pelos autores abordados, propomos abaixo medidas para correção e melhora dos pontos evidenciados no trabalho através do que se apurou utilizando-se dos meios expostos no item 5.3.1.

5.3.2.1Estoques

• Fechamento e restrição de acesso ao estoque, para isso será necessária aquisição de algumas prateleiras e a mudança da porta de acesso ao recinto ou fechamento de área externa com tela ou parede (conforme Figura 4), a qual pode ser utilizada para entrega de peças e componentes, sem que os colaboradores entrem nas dependências do estoque, evitando assim o fácil acesso a materiais que compõem parte do ativo da empresa e facilitando o controle de entrada e saída desses itens.

• Contratação ou disponibilização de uma pessoa para controlar o estoque, esta pessoa seria a responsável por identificar, organizar, dar entrada, registrar e controlar a saída das peças e componentes na empresa, melhorando assim a acuracidade do estoque;

• Registro dos componentes no sistema, com isso, quando for requisitada alguma peça, o responsável pelo estoque terá condições de verificar no próprio sistema se a empresa tem o item em estoque, quantas unidades existem, sem a necessidade de procurá-lo por todo o estoque ou até mesmo, por toda a empresa;

• Criação de um método de endereçamento para fácil localização dos itens, com o desenvolvimento desta metodologia, o responsável pelo estoque terá condições, após prévia consulta ao sistema, de saber exatamente onde se dirigir para encontrar o item apontado, pois, o sistema poderá lhe dizer, por exemplo, em qual prateleira e posição se encontram as peças solicitadas;

• Disponibilização de local adequado para armazenagem dos blocos, cabeçotes e demais itens que estiverem prontos para ser devolvidos aos clientes, com essa medida, o colaborador terá agilidade na entrega do item ao cliente, este processo pode ser baseado no sistema de prateleiras de Box numerado, que foi evidenciado na Retífica D. Isto facilitará em muito o processo de entrega ao cliente;

• Adoção de cartões para identificação dos blocos, cabeçotes e virabrequins de clientes, conforme foi evidenciado nas Retíficas B e D, o sistema facilita a identificação das peças durante sua permanência na retífica, garante que o serviço executado é o que está sendo solicitado pelo cliente e previne que a peça de um determinado cliente seja entregue para outro; ainda como sugestão, pode ser desenvolvido um sistema de cartões retornáveis, que após ser retirado de um equipamento, pode ter os dados apagados e ser reaproveitado em outros seguintes;

• Realizar um levantamento dos estoques de peças e componentes mantendo um estoque de segurança apenas para itens críticos, os itens encontrados com facilidade e que não tenham um tempo de reposição (lead time) alto ou que possam prejudicar alguma entrega, deverão ser minimizados, eliminados ou não repostos no estoque, a fim de diminuir o capital despendido com itens que não giram com tanta freqüência e são fáceis de se encontrar, visto que a retífica conta com fornecedores próximos e que realizam entregas em casos de necessidade;

• Realizar um levantamento dos blocos, cabeçotes e virabrequins abandonados por clientes (conforme Figura 12), entrando em contato com os proprietários e solicitando uma posição definitiva se o cliente vem ou não retirar seu produto, para os casos onde por ordem do cliente ou legalmente, o item pertença definitivamente à retífica, procurar transformar essas peças e componentes em capital. Com isso será possível diminuir a quantidade desses itens que se encontram armazenados há muito tempo no interior da retífica tomando espaço e gerando transtornos. Além de que os mesmos prejudicam a organização e limpeza da empresa, sendo que com essa medida é possível converter esta situação em capital;

5.3.2.2 Fluxo produtivo

• Elaboração dos fluxos de trabalho para os colaboradores. Com essa medida, os colaboradores terão um documento no qual poderão se basear para conhecer suas atribuições dentro de sua área de trabalho;

• Construção de um pavimento (mesanino) sobre a área produtiva para retirar os equipamentos, peças e componentes que não são necessários no dia-a-dia. Com essa medida a retífica irá abrir espaço e poderá dispor de melhor forma seu arranjo físico (conforme Figura 4), otimizando o fluxo de processo, pois, atualmente as máquinas estão muito próximas umas das outras, dificultando a movimentação e as atividades dos colaboradores;

• Aquisição de uma máquina de lavar peças, conforme evidenciadas nas Retíficas A, C e D. Com essa medida será possível diminuir a mão-de-obra necessária para lavagem de peças, e reduzir drasticamente a sujeira gerada pelos resíduos e substâncias retiradas dos motores, blocos e cabeçotes durante o processo de lavagem;

• O arranjo físico deve permanecer por setor, porém, deve ser observada a disposição das máquinas de forma a diminuir o máximo possível a movimentação dos colaboradores, para realizar essa ação é preciso revisar a disposição das máquinas de forma a agrupar os equipamentos que realizem operações complementares, próximos uns dos outros, conforme citado pelo autor Slack 2002;

• Reposicionar o elevador de carros fora da retífica, pois, o mesmo se encontra dentro da retífica (conforme Figura 15), diminuindo o espaço. Para realizar esta sugestão, será necessário construir uma cobertura para o elevador do lado de fora da retífica e reposicioná-lo (conforme Figura 16);

• Realizar revisão na instalação elétrica da retífica, pois, foram evidenciados vários pontos de possível curto-circuito. A instalação de eletrocalhas pode contribuir com o aspecto visual e de segurança, conforme verificado na NR 10.

5.3.2.3 Limpeza

• Fornecimento aos colaboradores de uniforme para execução das atividades. Essa implementação pode gerar uma outra visão aos clientes que freqüentam a retífica, uma visão que demonstra a organização e limpeza da empresa;

• Criação de uma área para recepção dos clientes, esta área deve possuir um sofá e ou poltronas para os clientes esperarem pelo atendimento ou entrega das peças ou serviços, é indicada a instalação de um aparelho de TV e a disponibilização de algumas revistas e jornais para entretenimento dos clientes enquanto aguardam o atendimento;

• É indicada a separação da garrafa de café de clientes e funcionários, sendo que deverão ser disponibilizadas uma garrafa para clientes e outra para colaboradores, visto que os empregados estão em contato com óleo e outras substâncias, seu contato com a garrafa de café apresentada aos clientes torna seu aspecto um tanto quanto desleixado prejudicando a imagem da retífica;

• O aspecto da área de lavagem de peças não está bom (conforme Figura 13). Sugerimos a colocação de lajotas de cor escura na área de lavagem de peças e componentes (conforme Figura 14), com isso será possível melhorar a limpeza do setor, conforme exposto pelo autor Bertaglia 2005 nos conceitos 5S;

• Substituição do piso bruto da retífica por mosaico antiderrapante, piso epóxi ou outro tipo que facilite a limpeza sem gerar riscos aos colaboradores (conforme Figura 4), esta medida trará um ambiente bem mais motivador aos colaboradores e proporcionará aos clientes uma impressão de zelo por seu produto;

• Indicada a disponibilização diária de um tempo de cinco a dez minutos, antes do encerramento do expediente, para que os funcionários limpem e organizem seus setores e máquinas de trabalho, com essa medida, todos os dias a retífica estará motivando seus colaboradores a manter seu ambiente de trabalho limpo e organizado, pois, ao final do expediente os colaboradores terão que limpar e organizar tudo de qualquer forma, portanto, será mais fácil e proveitoso deixar tudo arrumado durante o dia;

• Implantação de um programa 5’S para melhorar a organização e limpeza na retífica, este programa visa mudar o comportamento dos colaboradores, os treinando para gerar e manter o ambiente cada vez mais limpo, saudável e organizado, conforme proposto pelo autor Bertaglia 2005;

• Reciclagem de lixo através de lixeiras de coleta seletiva (conforme Figura 11), onde os colaboradores deverão separar os resíduos de forma a descartá-los corretamente, isto é solicitado pela NBR 14000.

5.3.2.4 Organização

• Elaborar o organograma da empresa, com a elaboração e divulgação deste documento, os colaboradores terão idéia de sua posição dentro da organização, além disso, conseguirão visualizar onde estão e para onde desejam ir, podendo então, buscar seu desenvolvimento profissional;

• Realizar demarcação das áreas e corredores no piso da retífica, essa medida evitará que peças, componentes e produtos acabados sejam armazenados em locais impróprios (como vistos nas Retíficas B e C, que tinham seus extintores obstruídos), ou que possam ocupar ou obstruir áreas de passagem e movimentação;

• Registrar treinamento para utilização e entrega de EPI’s aos colaboradores conforme solicitado na Lei 6514, pois, não foi evidenciada a utilização de equipamentos de proteção individual em nenhuma das quatro retíficas visitadas;

• Substituição e padronização dos informativos visuais velhos por novos que apresentem aspecto decente e legibilidade suficiente para se entender o que está escrito;

• Aquisição ou construção de painéis para armazenamento das ferramentas de trabalho (conforme Figura 5), ao exemplo dos evidenciados na Retífica A, o painel traz benefícios por proporcionar um local adequado e de fácil visualização das ferramentas aos colaboradores, estes terão apenas o trabalho de mantê-las limpas e organizadas em seus devidos lugares, é possível que estes painéis tenham os desenhos das ferramentas para facilitar mais ainda o controle;

• Aquisição de placas padronizadas para identificar setores, áreas, possíveis riscos e necessidade de utilização de EPI, com isso o aspecto do ambiente se tornará muito mais organizado;

• Isolamento da área produtiva para os clientes, para isso é indicada a aquisição de um balcão com porta, que iniba a entrada dos clientes ao interior da retífica, o lado interno do balcão pode ser confeccionado com vários Box numerados, a exemplo do visualizado na Retífica D, e utilizado para armazenar os produtos prontos para entrega aos clientes;

• Aquisição de gabaritos para realizar retífica em buchas de biela, a exemplo dos encontrados na Retífica C, com isso a retífica ganhará tempo não precisando esperar receber a peça nova para iniciar a retífica nas buchas de biela de clientes;

• Adaptar a máquina de retificar virabrequins um suporte metálico móvel, a exemplo do que foi evidenciado na Retífica B, este equipamento necessitaria de uma mesa para depositar peças e ferramentas, com o acoplamento desse suporte, o colaborador que opera esta máquina economizará tempo e a retífica ganhará espaço físico;

• Implementação de um sistema de ventilação natural (conforme Figura 9), a exemplo do que foi evidenciado na Retífica C, este sistema melhora a qualidade do ar dentro do estabelecimento e proporciona uma melhor qualidade de trabalho aos colaboradores e clientes;

• Aquisição de uma paleteira elétrica/hidráulica para movimentação dos motores e demais itens que necessitem, a exemplo do evidenciado na Retífica D, essa aquisição facilitará a movimentação de itens pesados pela retífica objeto do estudo e reduzirá o tempo de manuseio desses itens;

• Implementação de sistema de iluminação natural com telhas transparentes, a exemplo do que foi evidenciado na Retífica D, este sistema traz ótimos resultados e reduz o consumo de energia elétrica.

5.4 TENDÊNCIAS PARA MELHORIA

Com base no estudo realizado, concluímos que retíficas de motores podem ter seus processos internos, estoques, organização e limpeza, de forma organizada, padronizada e exemplar, demonstrando aos seus clientes a sua organização e zelo, pois, se a impressão que a retífica passa aos clientes é de organização e limpeza em seu ambiente interno, certamente o mesmo zelo será aplicado na prestação do serviço. O presente estudo visou estoques, processo produtivo, organização e limpeza, porém, o estudo não deve encerrar-se neste ponto, sugerimos sua continuidade. Existem outros assuntos que possibilitam uma seqüência desse estudo. Sugerimos os temas a seguir para complemento deste trabalho de conclusão de curso:

• Ciclo operacional – Para averiguação do caixa das empresas, estudar como tratar suas contas a pagar e a receber, se a empresa paga a vista e recebe a prazo ou se paga com um ciclo menor do que recebe, pode trazer ótimos ganhos a empresa;

• Retenção de colaboradores – Este foi um dos problemas que evidenciamos na retifica objeto do estudo e em todas as outras quatro de Curitiba e região metropolitana visitadas, todos os proprietários queixaram-se de que investem e treinam seus colaboradores e que depois os perdem para outras empresas do ramo;

• SAC – Serviço de atendimento ao consumidor – Como o cliente é o melhor patrimônio de uma empresa, o tema pode ser estudado a fundo para descobrir o que o cliente realmente acha, espera e quer em retíficas de motores;

• Maximização do processo – Estudar a capacidade de empresas que atuem no ramo de retífica de motores, quanto produzem atualmente e desenvolver meios para que aumentem sua capacidade produtiva.

Estes são alguns exemplos de temas e assuntos passíveis de estudo para continuidade deste trabalho de conclusão de curso.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida, Introdução à Metodologia do Trabalho Científico, 7ª Edição, São Paulo, Atlas S.A, 2005. ISBN 85-224-4124-3

BERTAGLIA, Paulo Roberto, Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento, São Paulo, Saraiva, 2005. ISBN 85-02-04291-2

CERVO, A. e BERVIAN, P. - Metodologia científica, São Paulo: Makron Books, 4ª Edição, 1996.

FACHIN, Odília, Fundamentos de metodologia, São Paulo, Saraiva, 3ª Edição, 2001.

FRANCISCHINI, Paulino G, GURGEL, Floriano do Amaral, Administração de materiais e do patrimônio, São Paulo, Pioneira Thomsom Learning, 2004. ISBN 85-221-0261-9

HONG. Yung Ching, Gestão de estoques na cadeia de logística integrada, Ed. Atlas 2° Edição São Paulo, 2001.

MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P.. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2002.

MOREIRA, Daniel A, Administração da Produção e Operações, São Paulo, Copyright de Pioneira Thomson Learning LTDA, 1993.

POZO, Hamilton, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, Uma Abordagem Logística, São Paulo, Editora Atlas, 2002.

SLACK, Nigel, STUART, Chambers, ROBERT, Johnston, Administração da Produção, 2ª Edição, São Paulo, Editora Atlas, 2002. ISBN 85-224-3250-3

APÊNDICES

Como elementos provedores de informação, foram elaborados dois questionários. O primeiro destinado aos colaboradores da Retífica objeto do estudo e o segundo, aplicado aos clientes.

1 QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS FUNCIONÁRIOS

1- Você tem todas as ferramentas para executar suas atividades?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

2- As ferramentas que você recebeu estão em condições de utilização?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

3- Existe um local apropriado para guardar as ferramentas que utiliza?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

4- Você julga que as máquinas que utiliza no seu dia-a-dia estão dispostas próximas o suficiente?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

5- Você considera que tem espaço suficiente para executar suas atividades?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

6- Quando você necessita de uma peça ou ferramenta tem facilidade para localizá-la?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

7- Você considera que seu local de trabalho é limpo e organizado?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

8- Você reserva um tempo para limpar e organizar seu local de trabalho no final do expediente?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

9- Você considera que seus colegas de trabalho executam suas atividades de forma limpa e organizada?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

10- Você tem locais identificados e específicos para descartar os resíduos gerados em suas atividades?

( ) Sim ( ) Não ( ) Para alguns

Observação:_________________________________________________________

11- Você recebe os EPI’s necessários para executar suas atividades?

( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns

Observação:_________________________________________________________

12- Você recebeu ou recebe alguma orientação acerca da forma como executar suas atividades?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

13- Você considera que cada funcionário tem sua forma de executar as atividades na empresa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns

Observação:_________________________________________________________

14- Você considera que todos os funcionários seguem a melhor seqüência para executar as atividades?

( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns

Observação:_________________________________________________________

15- Como gestor você mudaria a seqüência de execução dos serviços?

( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns

Observação:_________________________________________________________

16- Você considera que a forma de armazenar os materiais, ferramentas pode ser melhorado?

( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns

Observação:_________________________________________________________

17- Você considera que os setores da empresa poderiam ser melhor identificados?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

18- Você gostaria de receber treinamento acerca de organização e limpeza no seu ambiente de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

2 QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS CLIENTES

1- A empresa resolve os problemas no primeiro contato?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

2- Os acordos e soluções propostos pela empresa são benéficos e satisfatórios para você e ou sua empresa?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

3- Há agilidade no atendimento de reclamações e ou sugestões?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:________________________________________________________

4- Os profissionais que o atendem possuem domínio e conhecimento técnico dos assuntos tratados?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

5- O serviço fornecido atende suas expectativas?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

6- Há comprometimento em melhorias por parte da empresa?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

7- Você considera a empresa é limpa e organizada?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:_________________________________________________________

8- Você considera as instalações da empresa adequadas para atividade ali desenvolvida?

( ) Sim ( ) Não

Observação:_________________________________________________________

9- Você considera que os funcionários da empresa possuem uma boa apresentação?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Observação:________________________________________________________

10- Você indica ou indicaria os serviços da empresa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Para alguns

Observação:_________________________________________________________

11- Você considera que a empresa preocupa-se com a questão da limpeza e organização?

( ) Sim ( ) Não ( ) Geralmente

Observação:_________________________________________________________

12- Você considera que um ambiente de trabalho limpo e organizado é fundamental para a qualidade do serviço prestado?

( ) Sim ( ) Não ( ) Geralmente

Observação:_________________________________________________________

FIGURAS

|Figura 1: Peças sem local definido / adequado |Figura 2: Peças após definição de local |

|[pic] |[pic] |

|Figura 3: Área antes das sugestões de melhoria |Figura 4: Área após sugestões de melhoria |

|[pic] |[pic] |

|Figura 5: Painel de armazenamento de ferramentas |Figura 6: Piso mosaico antiderrapante |

|[pic] |[pic] |

|Figura 7: Balcão de restrição de acesso |Figura 8: Modelo de suporte de virabrequim |

|[pic] |[pic] |

|Figura 9: Ventilação no teto |Figura 10: Estoque da Retífica D |

|[pic] |[pic] |

|Figura 11: Lixeiras seletivas |Figura 12: Estoque inativo |

|[pic] |[pic] |

|Figura 13: Área de lavagem antes das sugestões de melhoria |Figura 14: Área de lavagem após melhoria (parcial) |

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|Figura 15: Elevador de carros dentro da retífica |Figura 16: Elevador de carros fora da retífica |

|[pic] |[pic] |

ANEXOS

ANEXO 1 – NR 10

NR – 10: Portaria n.º 598, de 07/12/2004 (D.O.U. de 08/12/2004 – Seção 1)

Ementas: Portaria n.º 126, de 03/06/2005 (D.O.U. de 06/06/2005 – Seção 1)

NORMA REGULAMENTADORA Nº 10

SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

10.1- OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO

10.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e condições

mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas

preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta

ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e

consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação,

manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas

proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos

competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

10.2 - MEDIDAS DE CONTROLE

10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas

medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais,

mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no

trabalho. (210.001-0/I=3)

10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas

da empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente

do trabalho. (210.002-9/I=1)

10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados

das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema

de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção. (210.003-7/I=3)

10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem

constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto

no subitem 10.2.3, no mínimo: (210.004-5/I=4)

a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de

segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de

controle existentes; (210.005-3/I=3)

b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra

descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; (210.006-1/I=2)

c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o

ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR; (210.007-0/I=2)

2

d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,

autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; (210.008-8/I=2)

e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de

proteção individual e coletiva; (210.009-6/I=2)

f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;

(210.010-0/I=3)

g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas

de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”. (210.011-8/I=3)

10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do

sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o conteúdo do item

10.2.4 e acrescentar ao prontuário os documentos a seguir listados: (210.012-6/I=4)

a) descrição dos procedimentos para emergências; (210.013-4/I=3)

b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual; 210.014-

2/I=3)

10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema

Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”,

“d” e “e”, do item 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5. (210.015-0/I=4)

10.2.6 O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido

atualizado pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa,

devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e

serviços em eletricidade. (210.016-9/I=3)

10.2.7 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas

devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado. (210.017-7/I=2)

10.2.8 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser

previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis,

mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a

segurança e a saúde dos trabalhadores. (210.018-5/I=4)

10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a

desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o

emprego de tensão de segurança. (210.019-3/I=3)

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem

10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como:

isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de

seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.

(210.020-7/I=2)

3

10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme

regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve

atender às Normas Internacionais vigentes. (210.021-5/I=2)

10.2.9 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção

coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos,

devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados

às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6. (210.022-3/I=4)

10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades,

devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências

eletromagnéticas. (210.023-1\/I=4)

10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações

elétricas ou em suas proximidades. (210.024-0/I=1)

10.3 - SEGURANÇA EM PROJETOS

10.3.1 É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem

dispositivos de desligamento de circuitos que possuam recursos para impedimento

de reenergização, para sinalização de advertência com indicação da condição

operativa. (210.025-8/I=3)

10.3.2 O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever a instalação de

dispositivo de seccionamento de ação simultânea, que permita a aplicação de

impedimento de reenergização do circuito. (210.026-6/I=3)

10.3.3 O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro, quanto

ao dimensionamento e a localização de seus componentes e as influências externas,

quando da operação e da realização de serviços de construção e manutenção.

(210.027-4/I=3)

10.3.3.1 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como:

comunicação, sinalização, controle e tração elétrica devem ser identificados e

instalados separadamente, salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir

compartilhamento, respeitadas as definições de projetos. (210.028-2/I=3)

10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a

obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a

conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade.

(210.029-0/I=3)

4

10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados

dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização

e aterramento do circuito seccionado. (210.030-4/I=1)

10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento

temporário. (210.031-2/I=2)

10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos

trabalhadores autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas

autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado. (210.032-0/I=2)

10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas

Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações técnicas

oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente habilitado. (210.033-

9/I=2)

10.3.9 O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínim o, os seguintes

itens de segurança:

a) especificação das características relativas à proteção contra choques elétricos,

queimaduras e outros riscos adicionais; (210.034-7/I-1)

b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos:

(Verde – “D”, desligado e Vermelho - “L”, ligado); (210.035-5/I-1)

c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos,

incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento,

dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas, definindo como tais

indicações devem ser aplicadas fisicamente nos componentes das instalações;

(210.036-3/I-1)

d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos

componentes das instalações; (210.037-1/I-1)

e) precauções aplicáveis em face das influências externas; (210.038-0/I-1)

f) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto,

destinados à segurança das pessoas; (210.039-8/I-1)

g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação

elétrica. (210.040-1/I-1)

10.3.10 Os projetos devem assegurar que as instalações proporcionem aos

trabalhadores iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo

com a NR 17 – Ergonomia. (210.041-0/I=2)

10.4 - SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E

MANUTENÇÃO

5

10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas,

reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e

a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por profissional

autorizado, conforme dispõe esta NR. (210.042-8/I=4)

10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas medidas

preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a

altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade,

poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança.

(210.043-6/I=4)

10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos

e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservandose

as características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as

influências externas. (210.044-4/I=3)

10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento

elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e

testados de acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos

fabricantes. (210.045-2/I=3)

10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de

funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados

periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de

projetos. (210.046-0/I=3)

10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de

equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo

expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer

objetos. (210.047-9/I=2)

10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador

iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 –

Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros superiores livres

para a realização das tarefas. (210.048-7/I=2)

10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou comissionamento

de instalações elétricas devem atender à regulamentação estabelecida nos itens 10.6

e 10.7, e somente podem ser realizados por trabalhadores que atendam às condições

de qualificação, habilitação, capacitação e autorização estabelecidas nesta NR.

(210.049-5/I=3)

10.5 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS

6

10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas

liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a

seqüência abaixo:

a) seccionamento; (210.050-9/I=2)

b) impedimento de reenergização; (210.051-7/I=2)

c) constatação da ausência de tensão; (210.052-5/I=2)

d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos

condutores dos circuitos; (210.053-3/I=2)

e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo I);

(210.054-1/I=2)

f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização. (210.055-0/I=2)

10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização

para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de

procedimentos abaixo: (210.056-8/I=3)

a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; (210.057-6/I=2)

b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no

processo de reenergização; (210.058-4/I=2)

c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções

adicionais; (210.059-2/I=2)

d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização; (210.060-6/I=2)

e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

(210.061-4/I=2)

10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e 10.5.2

podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das

peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e

mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o

mesmo nível de segurança originalmente preconizado.

10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas

com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao

que estabelece o disposto no item 10.6. (210.062-2/I=3)

10.6 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS

10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50

Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente

podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8

desta Norma. (210.063-0/I=4)

10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber

treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas, com

7

currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo II

desta NR. (210.064-9/I=4)

10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos,

realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito

estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por

qualquer pessoa não advertida.

10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser

realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas

no Anexo I. (210.065-7/I=3)

10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem

ser suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os

trabalhadores em perigo. (210.066-5/I=2)

10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a

entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser

previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos

desenergizados, e respectivos procedimentos de trabalho. (210.067-3/I=3)

10.6.5 O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades

quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou

neutralização imediata não seja possível. (210.068-1/I=2)

10.7 - TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO (AT)

10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas

com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como

zonas controladas e de risco, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item

10.8 desta NR. (210.069-0/I=4)

10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de

segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas

proximidades, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações

estabelecidas no Anexo II desta NR. (210.070-3/I=4)

10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como

aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados

individualmente. (210.071-1/I=4)

10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como

aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de

8

serviço específica para data e local, assinada por superior responsável pela área.

(210.072-0/I=2)

10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior

imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma

avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de

forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança

em eletricidade aplicáveis ao serviço. (210.073-8/I=2)

10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem

ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por

profissional autorizado. (210.074-6/I=3)

10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos

limites estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo I desta NR, somente pode

ser realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos

conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou

equipamento. (210.075-4/I-4)

10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com

identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho

específico padronizado. (210.076-2/I-4)

10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com

materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a

testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as especificações

do fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente.

(210.077-0/I-4)

10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como

aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que

permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o

centro de operação durante a realização do serviço. (210.078-9/I-4)

10.8 - HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E

AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES.

10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão

de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.

10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador

previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.

9

10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes

condições, simultaneamente:

a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional

habilitado e autorizado; e

b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas

condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela

capacitação.

10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou

capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa.

10.8.5 A empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a

qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador,

conforme o item 10.8.4. (210.079-7/I=1)

10.8.6 Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem

ter essa condição consignada no sistema de registro de empregado da empresa.

(210.080-0/I=1)

10.8.7 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem ser

submetidos à exame de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas,

realizado em conformidade com a NR 7 e registrado em seu prontuário médico.

(210.081-9/I=3)

10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem

possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia

elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas,

de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR. (210.082-7/I=4)

10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores

capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado

com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes do ANEXO II

desta NR. (210.083-5/I=4)

10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que

ocorrer alguma das situações a seguir: (210.084-3/I=2)

a) troca de função ou mudança de empresa; (210.085-1/I=2)

b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três

meses; (210.086-0/I=2)

c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,

processos e organização do trabalho. (210.087-8/I=2)

10

10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de

reciclagem destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item 10.8.8.2

devem atender as necessidades da situação que o motivou. (210.088-6/I=1)

10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de

treinamento especifico de acordo com risco envolvido. (210.089-4/I=3)

10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas

desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define

esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam

identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis. (210.090-

8/I=2)

10.9 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO

10.9.1 As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser

dotadas de proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR 23 – Proteção

Contra Incêndios. (210.091-6/I=3)

10.9.2 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à

aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente

explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema

Brasileiro de Certificação. (210.092-4/I=2)

10.9.3 Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular

eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga

elétrica. (210.093-2/I=2)

10.9.4 Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco

acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção,

como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões,

sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de

operação. (210.094-0/I=3)

10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente

poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação

formalizada, conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que

determina a classificação da área. (210.095-9/I=4)

10.10 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização

adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao

11

disposto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as

situações a seguir: (210.096-7/I=3)

a) identificação de circuitos elétricos; (210.097-5/I=2)

b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;

(210.098-3/I=2)

c) restrições e impedimentos de acesso; (210.099-1/I=2)

d) delimitações de áreas; (210.100-9/I=2)

e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de

movimentação de cargas; (210.101-7/I=2)

f) sinalização de impedimento de energização; (210.102-5/I=2)

g) identificação de equipamento ou circuito impedido. (210.103-3/I=2)

10.11 - PROCEDIMENTOS DE TRABALHO

10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados

em conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com

descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados por profissional que

atenda ao que estabelece o item 10.8 desta NR. (210.104-1/I=3)

10.11.2 Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de

serviço especificas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o

tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados.

(210.105-0/I=2)

10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo,

campo de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições

gerais, medidas de controle e orientações finais. (210.106-8/I=2)

10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e saúde e a

autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo processo de

desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina

do Trabalho - SESMT, quando houver. (210.107-6/I=2)

10.11.5 A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade com o

treinamento ministrado, previsto no Anexo II desta NR. (210.108-4/I=3)

10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em

condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos. (210.109-2/I=2)

10.11.7 Antes de iniciar trabalhos em equipe os seus membros, em conjunto com

o responsável pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia,

estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de forma a

atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis

ao serviço. (210.110-6/I=2)

12

10.11.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das

tarefas e a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a

segurança e a saúde no trabalho. (210.111-4/I=2)

10.12 - SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

10.12.1 As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços com

eletricidade devem constar do plano de emergência da empresa. (210.112-2/I=3)

10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e

prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação

cardio-respiratória. (210.113-0/I=3)

10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados

às suas atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação. (210.114-9/I=3)

10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar

equipamentos de prevenção e combate a incêndio existentes nas instalações

elétricas. (210.115-7/I=3)

10.13 - RESPONSABILIDADES

10.13.1 As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são solidárias

aos contratantes e contratados envolvidos.

10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores

informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos

procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados.

(210.116-5/I=3)

10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo

instalações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e

corretivas. (210.117-3/I=4)

10.13.4 Cabe aos trabalhadores:

a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser

afetadas por suas ações ou omissões no trabalho;

b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições

legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança

e saúde; e

c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações

que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

13

10.14 - DISPOSIÇÕES FINAIS

10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de

recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua

segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu

superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis. (210.118-1/I=4)

10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por

outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível,

denúncia aos órgãos competentes. (210.119-0/I=2)

10.14.3 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, o

MTE adotará as providências estabelecidas na NR 3.

10.14.4 A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente à

disposição dos trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas,

respeitadas as abrangências, limitações e interferências nas tarefas. (210.120-3/I=2)

10.14.5 A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à

disposição das autoridades competentes. (210.121-1/I=2)

10.14.6 Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por extrabaixa

tensão.

GLOSSÁRIO

1. Alta Tensão (AT): tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500

volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

2. Área Classificada: local com potencialidade de ocorrência de atmosfera explosiva.

3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva confiável e adequada

intencional à terra, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida

continuamente durante a intervenção na instalação elétrica.

4. Atmosfera Explosiva: mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de

substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na qual

após a ignição a combustão se propaga.

5. Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts

em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500

volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

14

6. Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas das

instalações elétricas.

7. Direito de Recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a interrupção de

uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve grave e iminente risco

para sua segurança e saúde ou de outras pessoas.

8. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou

móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde

dos trabalhadores, usuários e terceiros.

9. Equipamento Segregado: equipamento tornado inacessível por meio de invólucro

ou barreira.

10. Extra-Baixa Tensão (EBT): tensão não superior a 50 volts em corrente alternada

ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

11. Influências Externas: variáveis que devem ser consideradas na definição e

seleção de medidas de proteção para segurança das pessoas e desempenho dos

componentes da instalação.

12. Instalação Elétrica: conjunto das partes elétricas e não elétricas associadas e com

características coordenadas entre si, que são necessárias ao funcionamento de uma

parte determinada de um sistema elétrico.

13. Instalação Liberada para Serviços (BT/AT): aquela que garanta as condições de

segurança ao trabalhador por meio de procedimentos e equipamentos adequados

desde o início até o final dos trabalhos e liberação para uso.

14. Impedimento de Reenergização: condição que garante a não energização do

circuito através de recursos e procedimentos apropriados, sob controle dos

trabalhadores envolvidos nos serviços.

15. Invólucro: envoltório de partes energizadas destinado a impedir qualquer

contato com partes internas.

16. Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de corrente

elétrica, por interposição de materiais isolantes.

17. Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não impede o contato

direto por ação deliberada.

18. Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou

dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.

15

19. Pessoa Advertida: pessoa informada ou com conhecimento suficiente para evitar

os perigos da eletricidade.

20. Procedimento: seqüência de operações a serem desenvolvidas para realização de

um determinado trabalho, com a inclusão dos meios materiais e humanos, medidas

de segurança e circunstâncias que impossibilitem sua realização.

21. Prontuário: sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica de

informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.

22. Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à

saúde das pessoas.

23. Riscos Adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos

elétricos, específicos de cada ambiente ou processos de Trabalho que, direta ou

indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho.

24. Sinalização: procedimento padronizado destinado a orientar, alertar, avisar e

advertir.

25. Sistema Elétrico: circuito ou circuitos elétricos inter-relacionados destinados a

atingir um determinado objetivo.

26. Sistema Elétrico de Potência (SEP): conjunto das instalações e equipamentos

destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição,

inclusive.

27. Tensão de Segurança: extra baixa tensão originada em uma fonte de segurança.

28. Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na

zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões

condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que

manipule.

29. Travamento: ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de

manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma operação não

autorizada.

30. Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível

inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de

tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção

de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.

16

31. Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada,

acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja

aproximação só é permitida a profissionais autorizados.

17

ANEXO II

ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA

Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.

Faixa de

tensão

Nominal da

instalação

elétrica em

kV

Rr - Raio de

delimitação

entre zona

de risco e

controlada

em metros

Rc - Raio de

delimitação

entre zona

controlada e

livre em

metros

................
................

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