“A Mistura Clássica”: miscigenação e o apelo do Rio de ...

[Pages:24]"A Mistura Cl?ssica": miscigena??o e o apelo do Rio de Janeiro

como destino para o turismo sexual

"The Classic Mixture": miscegenation and the appeal of Rio de Janeiro as a sexual tourism destination

Thaddeus Gregory Blanchette

Professor Adjunto do Departamento de Antropologia Cultural da UFRJ Doutor em Antropologia Social pelo PPGAS/Museu Nacional macunaima30@.br

Ana Paula da Silva

Doutora em Ci?ncias Humanas pelo PPGSA/UFRJ ana51@.br

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Resumo O presente artigo tem como objetivo analisar materiais etnogr?ficos colhidos em pesquisas no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, com turistas sexuais autoassumidos e anglofalantes. O objetivo ? refletir sobre as raz?es que esses homens enumeram quando questionados sobre a escolha do Rio de Janeiro para fins de turismo sexual. Argumenta-se que existe uma complexa teia de fatores que influencia a escolha da "Cidade Maravilhosa" para essas pr?ticas que v?o muito al?m da simples "desmoraliza??o da mulher brasileira" e que envolvem uma interse??o entre fatores estruturais e ideol?gicos. Os homens entrevistados na pesquisa destacam a legalidade da prostitui??o, a exist?ncia de um mercado de sexo comercial bem estruturado, pre?os relativamente baixos para o sexo comercializado e uma s?rie de vis?es ideol?gicas sobre o que seria a "brasileira t?pica", calcadas em g?nero e ra?a, para explicar sua presen?a no Rio de Janeiro. Com base nesses dados, utiliza-se o contra-argumento de que o discurso hegem?nico e pol?tico de uma vis?o "sexualizada" da mulher brasileira, transmitida em publica??es populares e pela EMBRATUR, tem sido um ponto nevr?lgico para a propaga??o do turismo sexual na cidade. Palavras-chave: Turismo sexual. Rio de Janeiro. Miscigena??o. Ra?a. G?nero.

Abstract The present article seeks to analyze ethnographic material collected among Englishspeaking, self-described sexual tourists in the neighborhood of Copacabana in Rio de Janeiro. It is our intention to reflect upon the explanations these men mobilize to explain why they have chosen Rio as a destination for sexual tourism. We argue that there exists a complex web of structural and ideological factors which influence these men when they opt for the "Marvelous City". Among these, our informants highlight the legality of prostitution, the existence of a well-structured commercial sexual market, relatively low prices and a series of ideological visions regarding "typical Brazilian women" which are based upon notions of race and gender. Basing our analysis on these men's testimonies, we dispute the hegemonic discourse of Brazilian policy-makers that a "sexualized" vision of Brazilian women, transmitted by the mass media and by EMBRATUR, has led to the propagation of sexual tourism in Rio de Janeiro. Keywords: Sexual tourism. Rio de Janeiro. Miscegenation. Race. Gender.

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Atra??o de Martinica, tem Uma chica sergipana

Paraguaia da Jamaica, tem Balalaica peruana

Corcovado em Mar Del Prata, tem Catarata de banana

?ndia canibal, na certa tem E ? a oferta da semana

Somos las muchachas de Copacabana

Las Muchachas de Copacabana ? Chico Buarque

Introdu??o

A publica??o da Pesquisa sobre o Tr?fico das Mulheres, Crian?as e Adolescentes para Fins de Explora??o Sexual Comercial no Brasil (PESTRAF) abriu novos caminhos para debates sobre o assim chamado turismo sexual e sobre o tr?fico das mulheres1 no Brasil. Sejam quais forem os problemas te?rico-metodol?gicos do estudo, a PESTRAF faz um servi?o enorme ao mapear os tra?os b?sicos dos agentes brasileiros envolvidos nas articula??es entre a prostitui??o, o turismo sexual e o deslocamento internacional. (CECRIA, 2004). Todavia, um ator tem sido mantido fora das an?lises apresentadas pela PESTRAF e por outros estudos das liga??es entre o sexo e o deslocamento internacional: o homem estrangeiro, o turista sexual. Dele supomos muito, mas sabemos, de fato, pouco. Fora o trabalho pioneiro de Piscitelli (2004), quase n?o h? estudos profundos de seu comportamento em terras brasilis.

Nosso trabalho busca situar esse homem como consumidor2, tentando entender algumas das raz?es para a sua prefer?ncia pelo Brasil e pelas brasileiras, levando em considera??o o fato de que, no mercado de sexo

1 Utilizamos "assim chamado" aqui, pois, como exemplificamos em outro lugar (BLANCHETTE; DASILVA, 2005), as defini??es dos comportamentos qualificados como turismo sexual e tr?fico das mulheres variam largamente de ator para ator. Assim, a Organiza??o Mundial de Turismo (OMT) apresenta uma; o Governo Federal Brasileiro, outra; as ONGs, v?rias outras... N?o ? nosso intuito discutir, aqui, quais dessas s?o corretas. Para os fins deste artigo, quando nos referimos a turismo sexual, queremos dizer, seguindo a OMT, viagens organizadas que utilizam as estruturas e redes da ind?stria de turismo para os fins principais de facilitar o com?rcio sexual entre turistas e nativos. Vale a pena salientar que estamos interessados neste estudo somente em turismo sexual masculino e heterossexual.

2 Seguindo Canclini (1997), entendemos o consumidor como aquele que utiliza um conjunto de processos socioculturais para realizar a apropria??o e o uso de produtos. Assim, nos aproveitamos do quadro delineado por Appadurai (1986), em que, nas sociedades chamadas afluentes, uma parte crescente da racionalidade das rela??es sociais hoje em dia se constr?i atrav?s da disputa pela apropria??o dos meios de distin??o simb?lica. Aplicando essa ?tica ao turismo sexual, entendemos o bem que confere distin??o nesse universo ? o produto, digamos ? como o ato sexual com uma nativa, pessoa constru?da como ex?tica do ponto de visto do turista sexual.

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comercial, o Brasil disputa, com v?rios outros pa?ses, posi??o de destino para o turismo sexual. ? importante salientar que a escolha desse objeto de an?lise n?o implica apoiar os comportamentos ou concordar com as opini?es dos turistas sexuais aqui relatadas. Para entender o turismo sexual, ? imprescind?vel estar engajado com os valores e as percep??es de todos os agentes envolvidos, sendo o turista sexual uma figura central nesse universo.

O material aqui apresentado foi levantado em oito meses iniciais de pesquisa etnogr?fica de campo, no bairro carioca de Copacabana, entre julho e setembro de 2002 e entre fevereiro e junho de 2003. Esse material inicial foi completado com outras viagens ao campo em v?rios momentos, entre 2004 e 2009, totalizando uns 10 meses adicionais de trabalho de campo3. Os dados foram refor?ados pela an?lise de mais de 2.000 depoimentos escritos por turistas sexuais assumidos, recolhidos na internet, e por 73 entrevistas estruturadas com homens estrangeiros, sexualmente ativos, no Rio de Janeiro, sendo 22 deles turistas sexuais assumidos4. ? importante salientar que o universo pesquisado aqui corresponde a Copacabana e, mais particularmente, aos homens estrangeiros anglofalantes e ?s garotas de programa brasileiras, os quais s?o engajados no com?rcio sexual no bairro. Portanto, deve-se relativizar a aplica??o das conclus?es aqui apresentadas a outras ?reas e ?s redes sociais no Brasil. Todavia, os coment?rios de nossos informantes acerca de brasileiras5 t?m de ser considerados, levando em conta esse cen?rio: s?o poucos os turistas sexuais encontrados no Rio que fazem distin??o entre os comportamentos sexuais comercializados em Copacabana e demais comportamentos sexuais femininos t?picos de outros lugares e de redes sociais no Brasil.

A primeira vers?o do presente artigo foi escrita em 2004 para uma nova revista sociocient?fica editada no Rio de Janeiro. Pouco ap?s ser entregue ao editor e aceito para publica??o, a revista faliu e o artigo caiu em uma esp?cie de limbo editorial. Desde 2004, a nossa pesquisa sobre o turismo sexual, prostitui??o e tr?fico das mulheres no Rio de Janeiro tem avan?ado bastante.

3 A pesquisa foi feita de acordo com os m?todos de participa??o/observa??o delineados por Malinowski (1935), contando que um dos pesquisadores ? mulher brasileira, negra e jovem e o outro ? estrangeiro e branco, de apar?ncia mais velha. Sua presen?a como casal na orla de Copacabana, ?rea moral entendida como habitada por garotas de programa brasileiras, frequentemente afrodescendentes, e homens, frequentemente estrangeiros, ? busca de sexo comercializado (GASPAR, 1984), foi entendida como "t?pica", fato que ajudou imensamente na inser??o dos pesquisadores nas redes sociais que configuram o turismo sexual no bairro. Nenhum dos dois pesquisadores se envolveu sexualmente com informantes no decorrer da pesquisa. 4 ? importante notar, nesse contexto, que turista sexual ?, principalmente, uma acusa??o e n?o uma categoria ?mica. Muitos dos homens que entrevistamos n?o assumem essa categoria por si mesmos, sendo classificados como turistas sexuais por outras pessoas. Os homens anglofalantes aqui entrevistados utilizaram outros termos, como monger, para indicar que vieram ao Rio em busca do sexo comercializado. 5 No texto a seguir, categorias nativas ou ?micas ? aquelas empregadas por nossos informantes ? aparecer?o em it?lico.

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(BLANCHETTE; DASILVA, 2005, 2008, 2009; GRUPO DAVIDA, 2005). Todavia, escolhemos manter o nosso foco original e limitado na presente vers?o do artigo, pois ainda o consideramos uma resposta adequada ? embora um tanto sint?tica ? ? escolha do Rio, pelos homens estrangeiros, como destina??o para o turismo sexual. Nos cinco anos desde que escrevemos vers?o original desse texto, pouco mudou no cen?rio aqui descrito, e essas mudan?as foram adequadamente retratadas abaixo.

Por que o Rio? Raz?es estruturais e ideol?gicas para o turismo sexual

Ultimamente, especula-se muito sobre o porqu? de exatamente o Rio de Janeiro atrair tanto turista sexual. A explica??o mais comumente ouvida ? e que parece ter conquistado espa?o nas pol?ticas p?blicas da cidade ? ? que a pobreza relativa de boa parte da popula??o feminina do Rio e sua alteridade biof?sica frente ?s normas europeias combinam para criar uma situa??o de hiperexplora??o sexual, em que jovens de cor e pobres s?o "consumidas", em troca de dinheiro, por estrangeiros brancos que buscam o "ex?tico". Nessa acep??o do f?nomeno, tal turismo sexual ? potencializado por uma m?dia em massa que "viola a dignidade humana e exp?e o povo brasileiro ? situa??o vexat?ria6", representando a mulher brasileira como excepcionalmente aberta ?s rela??es sexuais alheias.

No presente artigo, buscamos problematizar essa equa??o, baseando nossa an?lise em entrevistas com estrangeiros anglofalantes que se autorrotulam como "turistas sexuais". Esses homens citam fatores econ?micos e estruturais que contribuem para sua escolha do Rio de Janeiro como destino para turismo sexual e referenciam o "exotismo" biol?gico da mulher carioca como grande atrativo. Todavia, suas ideologias acerca da mulher carioca n?o sustentam a no??o de que o universo do turismo sexual no Rio de Janeiro ? necessariamente marcado por uma divis?o entre "gringos brancos", de um lado, e "cariocas negras", de outro. De fato, parece que as no??es sobre a "contamina??o de sangue", supostamente fruto da mesti?agem, s?o extremamente importantes para a potencializa??o do Brasil ? e do Rio de Janeiro, em particular ? como destino para o turismo sexual. Finalmente, questionamos a suposi??o de que cart?es postais, guias tur?sticos e propagandas da EMBRATUR possuem alguma influ?ncia significante na decis?o desses homens de virem ao Rio de Janeiro.

6 A cita??o ? da EMBRATUR, por ocasi?o de sua tentativa de censurar o guia tur?stico "Rio for Partiers", no in?cio de 2009. (EMBRATUR..., 2009).

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Fatores estruturais

Nossa pesquisa indica que existe uma s?rie de fatores estruturais e ideol?gicos que configura a cidade como um campo de divers?es sexuais (para usar as palavras de um dos nossos informantes) aos olhos do estrangeiro do assim chamado primeiro mundo. Os tr?s fatores estruturais mais indicados pelos turistas sexuais s?o:

1) o pre?o relativamente baixo dos servi?os sexuais no Rio;

2) a exist?ncia de prostitui??o legalizada no Rio e a percep??o da cidade como um lugar razoavelmente seguro para o turismo sexual;

3) a estrutura??o consideravelmente est?vel, variada e completa do mercado do sexo comercializado na cidade, particularmente a exist?ncia de uma ampla variedade de locais de prostitui??o e de pre?os cobrados para os servi?os sexuais.

Pre?os baixos

V?rios turistas ? e n?o somente os que v?m ? cidade em busca do sexo comercializado ? t?m nos falado que queriam visitar o Rio h? muitos anos, mas "agora que ? t?o barato assim, resolvi aproveitar a situa??o e vir". Tais coment?rios eram particularmente comuns entre 2002 e 2006. Nos anos mais recentes (2007-2010), a desvaloriza??o do d?lar frente ao real tem feito com que viajantes americanos reajustem suas opini?es sobre os pre?os vigentes no Rio de Janeiro. Contudo, na opini?o da maioria dos entrevistados, embora visitar o Rio seja uma proposta mais cara do que na "?poca de ouro dos anos 1990"7, o sexo comercializado na cidade continua a ser relativamente barato, especialmente em compara??o com os pre?os nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. Nas palavras de um dos informantes (homem branco e americano, de 45 anos de idade):

Os pre?os t?m aumentado no Rio, ? claro, e a desvaloriza??o do d?lar foi brutal. Por?m, o sexo pago nessa cidade permance melhor do que qualquer coisa que voc? pode comprar nos EUA, em termos da rela??o pre?o-qualidade. Com 100 d?lares, nos States, voc? vai poder comprar sexo r?pido com uma viciada em crack num hotel barato e fedorento. Aqui e com a mesma quantia de dinheiro, voc?

7 A express?o "?poca de ouro" e a situa??o desta na d?cada de 1990 foi confirmada por seis dos informantes estrangeiros que t?m visitado a cidade para o turismo sexual desde a d?cada de 1980.

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pode ir para uma termas no centro e ficar por uma hora com uma menina bonita num lugar seguro e higi?nico.

Em suma, mesmo com a valoriza??o do real em anos recentes, o Rio continua comercializando servi?os sexuais entendidos como sendo de alta qualidade com pre?os relativamente baixos.

Legalidade e seguran?a

Embora pare?a um contrassenso achar que uma cidade t?o violenta quanto o Rio de Janeiro possa ser considerada por algu?m como "relativamente segura" para o turismo, isso nos faz lembrar que muitos outros destinos comuns para o turismo sexual ? ?frica Ocidental, Tail?ndia e as Ilhas Filipinas, por exemplo ? s?o percebidos como bem mais vulner?veis aos eventuais ataques terroristas do que o Brasil. Como nos disse um informante ingl?s (branco, de 32 anos): "O pior que pode acontecer no Rio ? voc? acabar assaltado. Na ?sia, hoje em dia, Deus sabe o que pode acontecer, caso alguns malucos isl?micos resolvam mirar em voc?". Desde o in?cio das guerras no Iraque e no Afeganist?o, temos notado um aumento no n?mero de soldados e mercen?rios americanos8 que utilizam o Rio como lugar de recreio. Para esses homens, a dist?ncia do Rio dos campos de batalha do Oriente M?dio e a aparente seguran?a da cidade frente aos ataques terroristas s?o particularmente atraentes. De acordo com um membro do ex?rcito americano (branco, de 24 anos):

Temos direito a uma dispensa de 15 dias por cada ano de deployment9 e ganhamos uma passagem, ida e volta, para onde queremos. Geralmente, os caras que t?m fam?lias voltam aos States, mas n?s, solteiros... bem, podemos ir para qualquer lugar do mundo. Alguns caras gostam de ir para Tail?ndia e as Ilhas Filipinas, mas eu acho o Brasil melhor, pois fica bem longe de qualquer popula??o mu?ulmana. Aqui, d? para esquecer que a guerra est? rolando l? no outro lado da terra10.

Nesse sentido, ent?o, o Rio ocupa ? pelo menos parcialmente ? o mesmo espa?o de Bangcoc na guerra em Vietn? ou Paris na Primeira Guerra

8 Ao nos referirmos a "soldados", queremos dizer membros das for?as armadas uniformizadas dos EUA, i.e., o Ex?rcito, a Marinha, a For?a ?rea e o Corpo de Fuzileiros Navais. Por "mercen?rios", queremos indicar os chamados civilian contractors que trabalham para tais companhias de "seguran?a", como o ex-Blackwater (atual Xe). Para mais informa??es sobre Blackwater/Xe e mercen?rios em geral, ver Scahill (2008).

9 Categoria nativa dos soldados que representa um ciclo ativo de combate no Iraque e no Afeganist?o, geralmente de seis meses at? dois anos de dura??o.

10 Ver Batdorff (2007) para mais detalhes sobre o programa de dispensa do ex?rcito americano.

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Mundial, como cidade recreativa para soldados americanos em dispensa da frente de batalha.

O grande atrativo do Rio para muitos de nossos informantes, por?m, ? a relativa legalidade da prostitui??o na cidade. Embora muitos estrangeiros reconhe?am que lugares como termas e boates podem ser considerados ilegais (pois ganham dinheiro com a prostitui??o de terceiros), o sentimento mais geralizado ? que a pol?cia quase nunca tenta fechar o mercado sexual da cidade. Al?m disso, v?rios homens reportam sentir um al?vio em suas rela??es com as prostitutas cariocas, pois acreditam que elas n?o s?o escravizadas ou abusadas. Nas palavras de um americano branco, de 55 anos, "Eu jamais iria ? China, pois l? as mulheres s?o for?adas a se prostituir. Muitas delas s?o escravas, vendidas por mafiosos. Aqui no Rio, as mulheres s?o livres. Gostam do que fazem e podem parar a hora que quiserem".

A liberdade relativa das prostitutas cariocas como trabalhadoras e seres humanos independentes, ent?o, ? valorizada entre os turistas sexuais e serve como mais um atrativo da cidade.

Estrutura??o do mercado de sexo

A maioria de nossos informantes masculinos estrangeiros diz evitar o que chamam de prostitutas de rua, salientando a exist?ncia de lugares relativamente seguros, limpos e controlados, onde podem se encontrar com prostitutas, como uma das raz?es principais para a sua escolha do Rio de Janeiro como destino visando a tal tipo de turismo. Esse ? particularmente o caso daqueles turistas sexuais que t?m retornado ? cidade ap?s a sua viagem inicial. Termas ? as saunas onde os clientes se encontram com as prostitutas, podendo assim alugar cabines para atividades sexuais entre idas ao bar e ?s saunas ? s?o um dos locais mais citados e preferidos dos informantes. Como um deles falou, "Sou f? das termas, pois l? ? seguro e posso relaxar. As mulheres n?o entram sem o aval da ger?ncia e voc? pode escolher com quem quer ficar, sem ter medo de que ela v? te roubar. Se n?o quiser fazer nada, pode simplesmente aproveitar a sauna, beber e olhar as mulheres. Vim ao Rio especificamente por causa das termas".

A grande variedade de locais que vende sexo na cidade tamb?m ? um fator atraente. Em particular, muitos dos informantes americanos, que t?m visitado o Rio durante anos e que agora est?o alarmados com a queda do d?lar, apreciam o fato de que existem boates, termas e clubes priv?s para todos os n?veis econ?micos. Como adverte um americano negro, de 39 anos, "Quando

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