A nova ortografia - Aulete

A nova ortografia

Guia r?pido e simplificado

Este ? um resumo, em linguagem e organiza??o simples, das disposi??es do Acordo Ortogr?fico da L?ngua Portuguesa, aprovado pelos oito pa?ses lus?fonos (que falam o portugu?s como sua l?ngua nacional) em 16 de dezembro de 1990. Os oito pa?ses s?o: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin?-Bissau, Mo?ambique, Portugal, S?o Tom? e Pr?ncipe, Timor Leste (que assinou posteriormente).

No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Congresso em abril de 1995, e oficialmente ratificado como medida executiva com a assinatura do presidente Lu?s In?cio Lula da Silva em 29 de setembro de 2008, com in?cio de vig?ncia marcado para 1? de janeiro de 2009 e um per?odo de adapta??o at? dezembro de 2011.

O texto do Acordo n?o dirime todas as d?vidas, pois menciona eventualmente par?metros gen?ricos, como `consagrado pelo uso', e resume algumas listas de casos com `etc.', deixando d?vida quanto ? abrang?ncia da regra. A elucida??o de qualquer d?vida remanescente (que poder? suscitar mudan?as neste e em outros guias da nova ortografia) vir? com a publica??o da nova edi??o do Vocabul?rio Ortogr?fico da L?ngua Portuguesa, pela Academia Brasileira de Letras.

O texto completo do Acordo est? dispon?vel neste site, assim como uma matriz mais completa das disposi??es do Acordo, na ordem em que neste s?o apresentadas, muitas vezes acrescidas de nossos coment?rios.

Este resumo trata apenas das mudan?as inequ?vocas, e refere-se somente ?quelas que dizem respeito ? ortografia adotada no Brasil (em parte, ser?o outras as mudan?as em rela??o ? ortografia at? ent?o adotada em Portugal e outros pa?ses lus?fonos).

As mudan?as

ALFABETO

Ao alfabeto da l?ngua portuguesa acrescem-se as letras K, W e Y, e ele passa a ter 26 letras*:

A B C D E F G H I JK L M N O P Q R S T U V W X Y Z

*Na pr?tica, essas letras j? se usavam como s?mbolos de medidas (km, kg, W) e em palavras estrangeiras e suas derivadas em portugu?s: know-how, Kant, kantiano, yin-yang, walkman,

USO DE VOGAIS ?TONAS E E I

Em palavras com sufixos ?ano e ?ense que se combinam com um i que pertencem ao tema (havaiano [de Hava?], italiano [de It?lia] etc.) ou derivadas de palavras que t?m na ?ltima s?laba um e ?tono (Acre, A?ores), escreve-se antes da s?laba t?nica ?iano e n?o ?eano: acriano, a?oriano, sofocliano, torriense.. Mas escreve-se ?eano se a ?ltima s?laba da palavra de origem tiver e t?nico: daomeano, guineano ou guineense etc.

MUDAN?AS NA ACENTUA??O E NO USO DO TREMA

? Os ditongos abertos t?nicos ?i e ?i perdem o acento agudo quando caem na pen?ltima s?laba (portanto, de palavras parox?tonas):

id?ia(s)

passa a ser

ideia(s)

gel?ia(s)

passa a ser

geleia(s)

tramoia(s)

epop?ia(s)

passa a ser

epopeia(s)

j?ia(s)

passa a ser

joia(s)

tram?ia(s)

passa a ser

ap?ia

passa a ser

apoia

diarr?ico(s) passa a ser

diarreico(s)

her?ico(s)

passa a ser

heroico(s)

hebr?ia(s)

passa a ser

hebreia(s)

debil?ide(s) passa a ser

debiloide(s)

!Cuidado: o acento n?o cai se incide nesses ditongos em s?labas t?nicas de palavras ox?tonas (com acento

t?nico na ?ltima s?laba) ou proparox?tonas (com acento t?nico na antepen?ltima s?laba):

an?is fi?is

continua continua

an?is fi?is

her?i(s) anz?is

ax?ideo(s)

continua continua continua

her?is(s) anz?is ax?ideo(s)

? Cai o acento circunflexo de palavras parox?tonas terminadas em ?o e em ?em:

v?o enj?o ac?o aben??o

leem

passa a ser

voo

passa a ser

enjoo

passa a ser

acoo

passa a ser

aben?oo

d?em v?em cr?em

l?em

passa a ser

deem

passa a ser

veem

passa a ser

creem

passa a ser

!Cuidado: As flex?es dos verbos ter e vir na 3? pess. pl. do pres. do indic. mant?m o acento: t?m, v?m, diferen?ando das flex?es de 3? pess. sing. tem, vem, bem como nos derivados desses verbos, como mant?m e mant?m, prov?m e prov?m, ret?m e ret?m, conv?m e conv?m etc.

? N?o se usa acento gr?fico (agudo ou circunflexo) em palavras parox?tonas para diferen??-las de outras palavras delas hom?grafas (com a mesma grafia). S?o estas as palavras afetadas:

p?ra (flex?o de parar) e para (preposi??o) p?la(s) (subst. fem.), pelas (flex?o de pelar) e pela(s) contra??o por + a(s) p?lo (fex?o de pelar), p?lo (subst. masc.) e pelo (contra??o por + o) p?ra(s) (subst, fem.= pedra) , p?ra(s) (subst. fem.) e pera (prep. = para)

pera(s) p?lo(s) (subst. masc.) e polo(s) (comb. de por + lo(s)

polo(s)

passam a ser para passam a ser pela(s) passam a ser pelo(s)

passam a ser

passam a ser

!Lembre-se: o v. p?r (infinitivo) e p?de (flex?o na 3? pess. sing. pret. perf. do v. poder) mant?m o acento, diferen?ando respectivamente da preposi??o por e da flex?o de 3? pess. sing. do pres. indic. pode ? facultativo usar ou n?o circunflexo em f?rma (com o fechado) para diferen?ar de forma (com o aberto)

? Perdem o acento agudo as vogais t?nicas i e u de palavras parox?tonas, quando antecedidas de ditongo:

boi?no bai?ca

passa a ser passa a ser

boiuno baiuca

fei?ra alau?ta

passa a ser passa a ser

feiura alauita

!Cuidado: mant?m-se o acento quando a palavra ? proparox?tona (fei?ssimo, bau?nia) ou ox?tona (tuiui?, tei?, tei?s)

? Nos verbos arguir e redarguir deixa-se de usar o acento agudo no u t?nico nas flex?es rizot?nicas (ou seja, nas quais o aceno t?nico cai em s?laba do radical, no caso argu e redargu

arg?o arg?is arg?i arg?em arg?a arg?as

passa a ser passa a ser passa a ser passa a ser passa a ser passa a ser

arguo arguis argui arguem argua redarguas

redarg?o redarg?is redarg?i redarg?em redarg?a arg?am

passa a ser passa a ser passa a ser passa a ser passa a ser passa a ser

redarguo redarguis redargui redarguem redargua redarguam

? Nos verbos terminados em ?guar, -quar, e ?quir (aguar, apaziguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc.), podem ser pronunciadas com acento t?nico na s?laba do u ou, como no Brasil, na s?laba anterior. No primeiro caso cai o acento agudo do ?, no segundo, a vogal t?nica da s?laba anterior recebe acento agudo:

ag?o averig?o apropinq?o delinq?o

passa a ser

aguo

ou

passa a ser

averigou

passa a ser

apropinquo

ou

passa a ser

delinquo

?guo

ou

aver?guo

aprop?nquo

ou

del?nquo

? O trema deixa de ser usado para assinalar a pron?ncia do u* em s?labas como g?e, g?i, q?e e q?i. Permanece em palavras estrangeiras e suas derivadas

ag?entar sagui

freq??ncia m?lleriano

passa a ser

aguentar

passa a ser continua

frequ?ncia m?lleriano

sag?i

passa a ser

tranq?ilo

passa a ser

tranquilo

*mesmo sem o trema, o u continua a ser pronunciado

MUDAN?AS NO USO DO H?FEN EM PALAVRAS COMPOSTAS

? Usa-se o h?fen em palavras compostas cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal comp?em uma unidade sintagm?tica e de significado e mant?m cada um sua acentua??o pr?pria (o primeiro elemento pode estar em forma reduzida):

ano-luz, arco-?ris, decreto-lei, m?dico-ortopedista, segundo-tenente, guarda-noturno, mato-grossense, afrobrasileiro, quarta-feira, vermelho-claro, primeira-dama, conta-gotas, marca-passo, tira-teima, bota-fora etc.

!Aten??o: o Acordo menciona explicitamente as exce??es (em compostos nos quais se perdeu em certa medida a no??o de composi??o) que se grafam aglutinadamente:

girassol, madressilva, mandachuva, pontap?, paraquedas, paraquedista etc.

!Coment?rio: a defini??o do conceito da exce??o (`em certa medida', `no??o de recomposi??o') e o `etc.' final tornam a aplica??o desta regra um tanto vaga. A nova edi??o do Vocabul?rio Ortogr?fico definir? as d?vidas porventura subsistentes. A posi??o da ABL, no processo de edi??o do V.O portanto antes de sua publica??o, era de que o etc. deve ser desconsiderado valendo como exce??o apenas as explicitamente mencionadas (acima). Todas as outras, portanto, manteriam o h?fen: para-lama, para-brisa, lero-lero, marcapasso, tira-teima, cata-vento, passa-tempo etc.

? J? vigentes na pr?tica, s?o agora definidos como regras: a) Nos top?nimos (nomes de lugares geogr?ficos) usa-se h?fen com os prefixos Gr?o- e Gr?-, em nomes cujo primeiro elemento ? verbal e quando os elementos est?o ligados por artigos:

Gr?o-Par?, Gr?-Bretanha, Passa-Quatro, Tr?s-os-Montes, Todos-os-Santos

b) T?m h?fen palavras compostas que designam esp?cies bot?nicas e zool?gicas:

couve-flor, erva-doce, andorinha-do-mar, bem-te-vi, le?o-marinho

? Usa-se h?fen (e n?o travess?o) entre elementos que formam n?o uma palavra, mas um encadeamento vocabular:

ponte Rio-Niter?i, Als?cia-Lorena, Liberdade-Igualdade-Fraternidade

? N?o se usa h?fen em locu??es (alguns exemplos): substantivas: caf? da manh?, fim de semana, c?o de guarda adjetivas: cor de a?afr?o, cor de vinho pronominais: cada um, ele mesmo, quem quer que seja adverbiais: ? vontade, ? parte, depois de amanh? prepositivas: a fim de, acerca de, por meio de, a par de conjuncionais: contanto que, no entanto, logo que

!Exce??es consagradas pelo uso: ?gua-de-col?nia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que- perfeito, p?-demeia, ao deus-dar?, ? queima-roupa

!Coment?rio: Tamb?m ? um tanto vaga a no??o de `consagrada pelo uso', o que implica que s? com a publica??o do V.O. estar?o definidas todas as locu??es em que se usa (ou n?o) h?fen., como, p.ex., ?gua que passarinho n?o bebe, arco da alian?a, ?gua de cheiro etc. Pressup?e-se que, na l?gica de s? serem v?lidas as exce??es explicitamente mencionadas no Acordo, todas dever?o perder o h?fen, desconsiderando-se o `etc.'

MUDAN?AS NO USO DO H?FEN EM PALAVRAS COMPOSTAS POR PREFIXA??O E RECOMPOSI??O

? Geralmente, a n?o ser nas exce??es que ser?o estabelecidas na regras seguintes, em palavras compostas com prefixos ou falsos prefixos (radicais gregos ou latinos que ganharam o significado das palavras das quais faziam parte, como aero, radio, tele etc.) usa-se h?fen se o segundo elemento come?a por h

anti-hist?rico, super-homem, multi-hor?rio, mini-habita??o, co-herdeiro

!Aten??o: quando se usam os prefixos des- e in- caem o h e o h?fen: desumano, inabit?vel, desonra, in?bil Tamb?m com os prefixos co- e re- eliminam-se o h e o h?fen: coerdar, coabitar, reabilitar, reabitar

? Passa a se usar h?fen entre o prefixo e o segundo elemento quando o prefixo termina na mesma vogal pela qual come?a o segundo elemento:

antiinflacion?rio passa a ser anti-inflacion?rio teleeduca??o passa a ser tele-educa??o neoortodoxia passa a ser neo-ortodoxia

Obs.: nos prefixos terminados em a, j? era o uso vigente, agora consolidado pela regra: contra-almirante, extra-articular, ultra-alto

!Exce??o: o prefixo co- se aglutina com segundo elemento come?ado por o: cooptar, coobriga??o re- se aglutina com palavras come?adas por e: reelei??o, reestudar. reerguer

? Usa-se h?fen com circum- e pan- quando seguidos de elemento que come?a por vogal, m e n, al?m do j? citado h:

circumnavega??o passa a ser circum-navega??o mediterr?neo circumeridiano passa a ser circum-meridiano

circumediterr?neo passa a ser circum-

Obs.: j? era uso vigente para pan- e alguns usos de circum-, agora ratificados como regra

Usa-se h?fen quando o prefixo ou falso prefixo termina na mesma consoante pela qual come?a o segundo elemento, ou quando este come?a por r ou h

Obs.: S?o casos desta regra, e tamb?m de regra espec?fica do Acordo, o uso de h?fen com os prefixos hiper-, inter-, super, ciber- e nuper- quando o segundo elemento come?a por r ou h (hiper-requintado, interresistente, super-radical, inter-hospitalar); n?o se usa h?fen em outros casos nos quais o prefixo termina em consoante e o segundo elemento come?a por vogal ou consoante diferente de h ou r: subsequ?ncia, sublinear, interativo, hiperativo, superabundante, hiperacidez, interlocu??o

? Quando o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento come?a por r ou s n?o se usa mais o h?fen e a consoante r ou s ? duplicada:

ultra-som

passa a ser

ultrassom

eco-sistema passa a ser

ecossistema

maxi-resultado passa a ser

maxirresultado

contrarregra

co-seno

passa a ser

cosseno

semirreta

anti-semita mini-saia contra-regra

passa a ser passa a ser passa a ser

antissemita minissaia

semi-reta

passa a ser

? N?o se usa h?fen quando o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento come?a por vogal diferente ou consoante (se esta for r ou s, como visto acima, se duplica):

auto-escola passa a ser

escolar

co-piloto

passa a ser

supraestrutura

auto-imune passa a ser

contraordem

autoescola copiloto autoimune

extra-escolar passa a ser supra-estrutura passa a ser contra-ordem passa a ser

extra-

Obs.: Alguns desses usos (antia?reo, plurianual, prefixo seguido de consoante etc.) j? eram vigentes, outros n?o (exemplos acima), agora todos est?o submetidos ? regra

? Alguns casos que n?o mudam, mas conv?m lembrar:

Com os prefixos ou falsos prefixos ex-, sota-, soto-, vice- vizo-, pr?-, pr?- e p?s- sempre se usa h?fen Usa-se h?fen antes dos sufixos de fun??o adjetiva de origem tupi-guarani -a?u,-gua?u e ?mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal t?nica(caj?-mirim, cip?-gua?u) ou quando se necessita separar a pron?ncia da vogal final da do sufixo (anda-a?u) Usa-se h?fen nas formas verbais com pronomes ?tonos (diga-me, vestir-se, ving?-lo, dizer-lhes) Se a quebra de linha ocorre onde h? um h?fen gramatical, deve-se repetir o h?fen no in?cio da linha seguinte

LOCU??ES

? N?o se usa h?fen em locu??es de qualquer tipo (nominais, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas, conjuncionais), com as seguintes exce??es: ?gua-de-col?nia, arco-da-velha, cor-derosa, mais-que-perfeito, p?-de-meia, ao deus-dar?, ? queima-roupa

Assim: nominais: adjetivas: pronominais: adverbiais: prepositivas: conjuncionais

?gua-de-coco, caf?-da-manh? cor-de-ab?bora, cor-de-a?afr?o

?-vontade, antes-de-ontem

passam a ser passam a ser

passam a ser

?gua de coco, caf? da manh? etc. cor de ab?bora, cor de a?afr?o etc. n?s mesmos, ela pr?pria ? vontade, antes de ontem por cima de, a fim de ao passo que, logo que

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