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|DTB (Digital Talking Book), LDF (Livros Digitais Falados), DAISY (Digital Accessible Information SYstem) ou Livros Digitais DAISY – |

|UMA (OUTRA) MANEIRA DE SE LER |

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|Ana Isabel B. B. Paraguay - Faculdade de Saúde Pública/USP - São Paulo Lêda Lúcia Spelta – DATAPREV – Rio de Janeiro-RJ |

|Miriam Hitomi Simofusa - SERPRO – Brasília-DF |

|miriam.simofusa@.br |

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|As TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação trazem benefícios para todos, benefícios estes que ganham maior importância quando |

|se referem às pessoas com deficiência, pois permitem maior autonomia nas realizações de atividades rotineiras, além de colaborar com |

|a auto-estima. Em relação à leitura de livros, revistas, materiais didáticos, por pessoas com deficiência visual e/ou dificuldade no |

|manuseio de impressos, já existem ajudas técnicas, disponibilizadas pelas novas tecnologias, para a leitura acessível. Neste |

|contexto, são resumidos neste trabalho, a título de divulgação técnica, um dos padrões e respectivas iniciativas para produção e |

|leitura de publicações digitais acessíveis, política essa ainda não implementada no Brasil. |

1. INTRODUÇÃO

Os autores deste trabalho integram o GT 03 (Grupo-Tarefa) “Bibliotecas e livros digitais/eletrônicos, da CE 04 – Comissão de Estudos “Acessibilidade para a Inclusão Digital”, do CB 40 – Comitê Brasileiro de Acessibilidade, da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Este artigo apresenta uma reflexão inicial dos autores até essa data, na temática “bibliotecas/livros digitais”. Portanto, este texto não é minuta e muito menos projeto de norma técnica, mas um rápido panorama dos assuntos em pauta nos trabalhos do GT 03, que podem interessar a muitos outros. Os interessados podem integrar estes trabalhos. Para outras informações sobre a CE 04 e seus GT, registre-se no Fórum on-line e, depois, dentro deste fórum, na Comissão de Estudos “Acessibilidade e Inclusão Digital”, para acessar às informações gerais.

Em 1994, as principais bibliotecas mundiais de produção em braile acordaram em começar a trabalhar conjuntamente e estabelecer uma norma internacional para a produção de livros digitais falados e em braile. Este sistema da nova geração de livros digitais, desenvolvido para deficientes visuais ou com “printing disabilities” (dificuldades de manuseio ou leitura de material impresso) é denominado genericamente “Digital Accessible Information SYstem” – DAISY, e as organizações que já aderiram ao projeto fazem parte do “Consórcio DAISY” (DAISY Consortium).

2. OBJETIVOS

Este trabalho pretende apresentar o contexto, finalidade e aplicações principais do DTB – Digital Talking Book, na perspectiva de acessibilidade para a inclusão digital de pessoas com deficiência, pessoas idosas, social ou economicamente excluídas.

Para tal, este texto resume as principais informações sobre o Consórcio DAISY e as normas técnicas, padrões ou aplicações decorrentes. Por isso, deve ser mais considerado como uma nota técnica do que um texto completo. As referências básicas estão no final e servirão de guia para outras e mais completas informações.

3. MÉTODO

Buscas na Internet, em sítios de bibliotecas virtuais, nacionais e internacionais. A maioria das informações citadas provem do sítio do Consórcio DAISY. Também foram feitos testes exploratórios com livros em formatos DAISY, não detalhados neste artigo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A finalidade principal da criação de livros digitais é ampliar o acesso à livros e materiais impressos em geral para as pessoas com dificuldades de acessar informações impressas, seja por deficiência visual e/ou limitações de mobilidade (manuseio de páginas, por exemplo).

As bibliotecas autodenominadas virtuais reúnem livros e outros materiais em formato digital com acesso pela Web. Algumas bibliotecas tradicionais possuem em seus acervos, livros em formatos digitais e em braile.

Formato de livros

Há os seguintes formatos de livros: livro tradicional impresso (papel e tinta), livro impresso em braile, livro analógico (fitas cassetes) e livro digital (arquivos digitais).

A terminologia encontrada faz referência a livros digitais como: Livro Falado, Livro Digital, Livro Digitalizado, Livro Fonado, Livro Virtual, Livro Eletrônico, LDF (Livros Digitais Falados), DTB (Digital Talking Book), e-Book, Open-Book, Digital Braile, Digital Audio e outros. Tais termos necessitam definições claras, para se identificar semelhanças e diferenças, divulgar estas informações, facilitar sua utilização.

Formatos digitais

Os seguintes formatos digitais foram encontrados nas bibliotecas virtuais pesquisadas:

TXT ou outro tipo de arquivo de texto: abre-se o arquivo em editor de texto ou navegador Web e pode ser lido com leitor de tela (programa com sintetizador de voz e/ou dispositivo braile).

PDF: abre-se o arquivo no Adobe Acrobat Reader e pode ser lido com leitor de tela.

HTML: abre-se o arquivo no navegador e pode ser lido com leitor de tela (programa usado por pessoas com deficiência visual).

PCR, PDB, RB, TCR, LRF: são arquivos para serem abertos em PDA (Personal Digital Assistant).

MP3, AAC, WAV: arquivos áudios. Abre-se o arquivo em um programa para audio.

BRF: arquivo de formato braile americano, para ser lido através de dispositivo braile americano.

DAISY: conjunto de arquivos multimídia, baseados no padrão DAISY. Abre-se o arquivo em um DAISY player (programa para ler livros produzidos em formato DAISY), dos vários disponíveis sob licença ou de livre acesso.

Digital Talking Book - DTB

DTB ou Livro Digital Falado – LDF, é uma representação multimídia da publicação impressa, que permite a navegação dentro da própria obra.

Consórcio DAISY

Criado em 1996, na Suécia, consiste de membros de diversas organizações do mundo e possui os seguintes componentes estratégicos:

Visão: “Que toda informação publicada seja disponibilizada a pessoas com dificuldades de acessar a informação impressa, de forma instantânea e com baixos custos, num formato acessível, navegável e rico de potencialidades.”

Missão: “Desenvolver um padrão internacional e estratégias de implementação comuns, de produção, troca e uso de DTB, em países desenvolvidos e em desenvolvimento, com especial atenção à integração com as principais tecnologias, a fim de garantir o acesso a informação para todas as pessoas com dificuldades de acessar informação impressa.”

Metas:

- Criar e promover um padrão internacional em favor da navegação e estrutura de DTB;

- Estimular e promover o estabelecimento e o desenvolvimento de bibliotecas digitais baseadas em DTB, em países desenvolvidos e em desenvolvimento;

- Maximizar a acessibilidade e utilização de livros eletrônicos e de documentos multimídia para pessoas com dificuldades de acessar informação impressa;

- Obter reconhecimento e adoção do padrão DAISY entre os principais produtores e editoras de livros;

- Estimular e promover o estabelecimento e o desenvolvimento de uma biblioteca digital global, que transcenda os limites geográficos, as diferenças de língua e que abrigue a diversidade cultural.

Os primeiros países a aderirem ao Consórcio DAISY foram o Japão, Espanha, Reino Unido, Suíça, Holanda, Suécia. Hoje o Consórcio DAISY conta com mais de trinta países como membros.

Padrão DAISY

Padrão baseado em DTB, já reconhecido mundialmente, que permite produzir, publicar e disponibilizar informação a todos, beneficiando as pessoas com deficiência visual, com problemas de percepção tátil ou outras limitações relacionadas à leitura de impressos (persons with print disabilities).

O Padrão DAISY é baseado em recomendações do W3C (World Wide Web Consortium), XML (Extensible Markup Language) e SMIL (Synchronized Multimedia Integration Language). Ambas as linguagens são padrões internacionalmente reconhecidos e aceitos no meio tecnológico.

ANSI/NISO-Z39.86-2002

Também conhecida como DAISY 3, reúne especificações técnicas do Padrão DAISY para produzir DTB. É um padrão norte-americano desenvolvido pelas NISO - National Information Standards Organizations e aprovado pelo ANSI - American National Standard Institute. Há organizações de outros países que já adotaram este padrão para converter a produção de livros cassetes analógicos para a produção digital. As especificações do DAISY 3 já estão transformando as experiências de leitura e aprendizagem de milhares de pessoas, em cerca de 30 países.

Usuários.

Quem usa as especificações do padrão DAISY 3? Criadores de conteúdo, tais como bibliotecas que atendem pessoas com deficiência visual, ou editoras de livros.

Quem são os usuários beneficiados por livros projetados em formato DAISY? Pessoas com dificuldades de acessar informações impressas: pessoas com deficiência visual, com problemas de percepção tátil ou outros, relacionados à leitura e/ou manuseio de impressos.

O formato DAISY

É composto por arquivos áudio, texto e imagens, seguindo as especificações do padrão DAISY 3.

Características.

Abre-se o livro em um DAISY Player para se ler o livro visualmente e/ou escutando-o. Dependendo de como o livro foi produzido, é possível usufruir diversos benefícios. Algumas destas vantagens podem ser:

- “navegar” no livro artigo, jornal, revistas;

- as experiências deste tipo de leitura equivalem ao manuseio do livro tradicional impresso;

- maior velocidade e eficiência de leitura;

- navegar saltando páginas, consultando seção, capítulo, índice parágrafos, seção e outros pontos estruturais, sempre com navegação sincronizada de áudio e texto escrito;

- o leitor escolhe ouvir o áudio e/ou ler o texto escrito;

- aumentar o tamanho das letras e alterar as cores do texto e fundo, de acordo com necessidades individuais;

- acessar os equivalentes textuais de imagens;

- marcar local, para referência posterior (bookmark);

- realçar partes do texto (highlight) que está sendo lido/falado;

- evitar o manuseio físico do livro, como folhear as páginas;

- ler o livro não apenas no microcomputador (desktop), mas também em dispositivos portáteis (áudio), ou seja, ler/ouvir o livro em qualquer local.

Ferramentas

Atualmente, existem os seguintes tipos de ferramentas associados ao padrão DAISY:

- programas para produção de livros digitais DAISY;

- programas para leitura/audição de livros digitais DAISY, conhecidos como DAISY players ou DAISY playback;

- dispositivos (alguns portáteis) para leitura de livros em formato DAISY;

- programas de conversão de formato analógico para formato (digital) DAISY;

- programas validadores, que verificam a conformidade com os padrões DAISY.

Projeto DSIDTB (DAISY Software Initiative for Digital Talking Books)

O Projeto DSIDTB é uma iniciativa do Consórcio DAISY para o desenvolvimento de ferramentas em código aberto (open source) no Padrão DAISY. Uma das ferramentas em desenvolvimento é o DAISY Playback AMIS (Adaptive Multimedia Information System).

Projeto DFA (DAISY For All)

Este projeto é um desdobramento do DAISY Tecnologia e tem como finalidade ser um órgão catalisador para gerar alianças com países em desenvolvimento a fim de compartilhar o conhecimento na sociedade da informação. Este projeto faz parte do WSIS - World Summit on the Information Society, evento regular em Genebra, Suiça.

NIMAS (National Instructional Materials Accessibility Standard)

É um padrão, subconjunto do padrão ANSI/NISO-Z39.86-2002, para produção e distribuição de versões digitais de livros e outros materiais instrucionais, para serem convertidos em formatos acessíveis e beneficiar estudantes com dificuldades de utilizar informações impressas. O padrão NIMAS tem o aval do Programa de Educação Especial do Ministério de Educação dos EUA e é composto por:

- NIMAS Development Center, responsável pela melhoria do padrão, pesquisas e avanços tecnológicos;

- NIMAS Technical Assistance Center, fornece consultoria e assistência para estados, escolas, educadores e editoras, sobre materiais acessíveis, produção e distribuição.

5. CONCLUSÕES

Embora iniciativas internacionais como as aqui expostas apontem a direção, falta muito ainda para que pessoas com deficiência visual ou dificuldades em manusear e ler impressos, tenham disponíveis publicações em multiformato digital, acessível para si, para aquisição ou consulta em uma livraria ou biblioteca, virtual ou não. Atualmente, há poucas opções de publicações e bibliotecas virtuais acessíveis, se comparadas com as tradicionais. Este é um tema que deveria ser objeto de maior atenção por parte do setor público e privado, seja na educação, na cultura, seja na saúde, no trabalho.

6. REFERÊNCIAS

AMIS Project. Disponível em [2005 mai 20]

Ataraxia. Disponível em [2005 mai 20]

DAISY Consortium. Disponível em [2005 mai 20]

DFA. Disponível em [2005 mai 20]

DSIDTB. Disponível em [2005 mai 20]

NIMAS. Disponível em [2005 mai 20]

Importante: É autorizada a reprodução, divulgação ou citação do conteúdo deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que explicitados o título, a autoria e a fonte – sítio ATIID, disponível em:

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