HABITAÇÃO DE EMERGÊNCIA COM RESÍDUOS DE SERRARIA E ...



HABITAÇÃO DE EMERGÊNCIA COM RESÍDUOS DE MADEIRA E DERIVADOS

Silva, Ricardo Dias

Doutorando em arquitetura pela EESC/USP, professor da UEL, pesquisador do LATA

DAU/ CTU/UEL – Rod. Celso Garcia Cid s/n, CEP 86051-990, Campus Universitário, Londrina –Paraná – Tel/Fax + 55 11 33714535

RESUMO: Este trabalho apresenta o projeto de uma habitação de emergência em madeira proveniente de plantio florestal. O objetivo foi propor uma casa de fácil montagem para famílias de baixa renda. O sistema construtivo foi desenvolvido como um abrigo temporário, considerando-se a flexibilidade do projeto e a facilidade construtiva. Predomina o uso do resíduo de pinus, chapas de OSB (oriented strand board) e telha ecológica.

Palavras-chave: habitação de emergência; construção em madeira; sistema construtivo

WOODEN WASTE AND WOOD-PRODUCT EMERGENCY HOUSING

This article presents the design of a wooden emergency housing made of wood from plantation. The aim of the work was to propose an easy set-up house to families of low-wage. The construction system, was thought as a short-term shelter, taking into account aspects such as flexibility and construction simplicity. Pine wood waste, OSB board and ecological shingles were the main material used.

Keywords: emergency housing; wooden construction; building systems

ABSTRACT: Propose of emergency housing with

INTRODUÇÃO

A produção de casas de madeira no Brasil é uma prática incomum apesar do enorme potencial florestal do país. Durante décadas deixou-se de desenvolver novos sistemas construtivos com este material privilegiando-se a aplicação de sistemas tradicionais em alvenaria e concreto. No entanto, a atual preocupação ambiental tem obrigado arquitetos e engenheiros a rever o processo de produção de moradias favorecendo o uso de fontes de energia renováveis e menos poluidoras.

Neste cenário a madeira tem se destacado por atender os requisitos acima e contribuir para a fixação do CO2 da atmosfera, reduzindo o efeito estufa. Este, um compromisso dos países que assinaram o protocolo de Kyoto, dentre os quais o Brasil.

O manejo sustentável e a organização do setor madeireiro no sentido de otimizar a cadeia produtiva de madeira serrada reduzirão o desperdício de matéria prima agregando valor ao material descartado ou sub-utilizado, o que interessa a todos. A incorporação desta madeira no desenvolvimento de sistemas construtivos econômicos não só atende a este caráter ambiental como amplia a oferta de habitações para a população de baixa renda. Realidade que deve ser enfrentada com soluções simples e que permitam a rápida construção de abrigos para as diversas situações desfavoráveis que a população tem vivido, tanto por ocorrência de catástrofes naturais quanto por desacertos econômicos e injustiças sociais.

Este trabalho apresenta uma alternativa de incremento na produção de componentes de madeira serrada agregando valor a um produto desvalorizado, ao mesmo tempo, desenvolve uma moradia econômica em madeira plantada e derivados que atende um público extremamente carente de soluções criativas e rápidas para sua necessidade de abrigo.

A EMERGÊNCIA DA HABITAÇÃO

A criação do lugar para realização das atividades humanas e a construção do abrigo para proteger o homem das ameaças impostas pelo meio ambiente é tarefa primeira do arquiteto. O abrigo é necessidade mínima para a sobrevivência.

No Brasil a demanda atual pela construção de moradias, segundo dados do Ministério das Cidades, é de 6,6 milhões de unidades habitacionais num ambiente de crescimento contínuo de favelas e assentamento irregulares. No Paraná o déficit habitacional é de cerca de 133 mil casas.

Dentre os materiais que melhor respondem a construção rápida de casas a madeira tem se destacado desde os princípio da história, das construções cobertas com palha e argila aos sistemas plataform e ballom frame largamente empregados na América do Norte. Aqui já construímos sob a influência indígena ou dos imigrantes europeus de norte a sul do país. Na atualidade barracos de madeira se multiplicam nas grandes cidades demonstrando a versatilidade e flexibilidade do material. Ainda que em condições inadequadas de uso, por falta de conhecimento técnico, a madeira tem contribuído em muito para a materialização do abrigo emergencial.

No Paraná do início do século 20, conforme relato de Yamaki (2005) registros fotográficos mostram troncos de palmito sustentando lonas e folhas de palmeiras em abrigos itinerantes construídos com fácil manuseio do material. Matéria prima abundante no passado a madeira viabilizou a construção de cidades planejadas ao longo de extensa faixa de terras no norte do estado, até a derrubada de praticamente toda a floresta que provocou a escassez de madeira aumentando o custo das casas aproximando-o das casas de alvenaria (Zani, 2005).

Apesar da falta de um manejo adequado e do grande desperdício do material, a falta de matéria prima só não é mais grave devido a possibilidade de reposição florestal e o uso racional da madeira.

No setor da construção civil construir em madeira tem sido, cada vez mais uma condição acertada na busca pela sustentabilidade. Desde que isto seja feito de forma consciente através do manejo sustentável, plantio e uso adequado do produto, evitando-se o desperdício e o impacto no meio ambiente.

No caso da produção de habitações de interesse social devem ser considerados o emprego dos resíduos do beneficiamento da madeira nas serrarias e o uso da madeira proveniente de florestas plantadas em substituição às outras espécies. Como já demonstrado em algumas situações o material pode ser empregado na construção de casas seguras e confortáveis.

Este resíduo descartado ou sub-utilizado consiste em peças de pequena dimensão que não atendem ao padrão comercial. Com uso menos nobre tem servido para construção de móveis populares ou como energia em olarias, industria de alimentos, etc. Neste caso, ao ser queimado, provoca impacto negativo pelo lançamento de CO2 na atmosfera. Por isso o uso da madeira na construção da habitação tem sido incentivado em alguns países que entendem ser este procedimento indissociável do combate ao efeito estufa.

REALIDADE REGIONAL

O Paraná talvez tenha sido um dos estados brasileiros que mais sofreu com a degradação florestal. Em 1965 o Estado, de acordo com Zani (2005), já havia perdido 75% da sua cobertura florestal. Na época a grande quantidade de derrubada, o desconhecimento e a falta de mercado de algumas espécies, provocou o apodrecimento e até queima de milhões de m3 de madeira. Em contrapartida, na atualidade, o Paraná possui uma das maiores reservas de madeira plantada do país, em grande parte, matéria prima da industria de papel e celulose. Segundo relatório da Bracelpa de 2003 são 254.533,7 hectares plantados.

A produção de madeira serrada na região usa como matéria prima madeira nativa proveniente de outros estados como Mato Grosso, Pará e Rondônia além do Paraguai. A madeira proveniente de florestas plantadas (pinus e eucalipto) tem origem no Estado e no Paraguai. Deste material, os dois maiores fornecedores são a Klabin e a Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná. A madeira serrada tem como destino principalmente a construção civil sendo as peças empregadas na execução de estruturas de coberturas, formas, cercas, etc.

Para levantar o resíduo produzido por estas empresas cinco madeireiras foram visitadas, das quais quatro trabalham com madeira serrada e uma com a comercialização de eucalipto roliço tratado com CCA. O resíduo proveniente do desdobro e beneficiamento da madeira pode ser classificado como: casca, serragem, cavaco, destopo, maravalha e peças curtas. Na tabela 1 estas peças, chamadas de “peças de aproveitamento”, são discriminadas. Este componente que é empregado no sistema construtivo proposto para a habitação de emergência em madeira e derivados transforma o material de resíduo em insumo para a construção.

Tabela 1: Peças de “aproveitamento” ou resíduo de serrarias

|COMPONENTE |CARACT. |SEÇÃO |COMPRIM. |ESPÉCIE |PREÇO |ORIGEM |

|Roliço |Mad. Trat. CCA |Diam. 3 A 5 cm |2,2 m |Eucalipto |3,40 a unid. |MT |

| | | | |Citriodora | | |

|  |  |Diam. 6 A 8 cm |  |  |5,80 a unid. |  |

| | |Diam. 8 A 9 cm | | |7,30 a unid. | |

| | |Diam. 9 A 11 cm | | |8,30 a unid. | |

| | |Diam. 11 A 15 cm | | |11,10 a unid. | |

| | |Diam. 12 A 15 cm |3 m | |9,00/m linear | |

| | |Diam. 15 A 21 cm |  | |12,00/m linear | |

| | |Diam. 20 A 30 cm | | |26,00/m linear | |

|Fonte: Madeforte - Cianorte - PR |

|COMPONENTE |CARACT. |SEÇÃO |COMPRIM. |ESPÉCIE |PREÇO |ORIGEM |

|Ripa |Mad. úmida |1,5X6,0 cm |6m |Eucalipto e |  |São Lourenço-PR |

| | | | |Grevílea | | |

|Quadradinho |  |2,5X2,5 cm |ATÉ 1,5m |  |260,00/m3 |  |

|Ripão | |2,5X5,0 cm |ATÉ 6m | |380,00/m3 | |

|Balaustre | |2,5X5,0 cm |ATÉ 1,5m | |260,00/m3 | |

|Tábua | |2,5X10 cm |ATÉ 6,5 m | |380,00/m3 | |

|  | |2,5X15 cm |  | |  | |

| | |2,5X20 cm | | | | |

| | |2,5X25 cm | | | | |

| | |2,5X30 cm | | | | |

|Prancha | |5,0X30,0 cm | | | | |

|Caibro | |6,0X5,0 cm | | | | |

|Pontalete | |7,5X7,5 cm | | | | |

|Viga | |6,0X12,0 cm | | | | |

|  | |6,0X16,0 cm | | | | |

|  | |2,5X5,0 cm |Variado | |280,00/m3 | |

|Fonte: Madeireira 3 Meninas |

|COMPONENTE |CARACT. |SEÇÃO |COMPRIM. |ESPÉCIE |PREÇO |ORIGEM |

|Ripão |Mad. úmida |2,5X5,0 cm |até 3 m |Pinus |  |Telêmaco Borba- |

|Tábua |  |2,5X10 cm |  |  |0,90/m |  |

|  | |2,5X15 cm | | |  | |

| | |2,5X20 cm | | | | |

| | |2,5X25 cm | | | | |

| | |2,5X30 cm | | |3,10/m | |

|Fonte: Hill Lumber's |

|COMPONENTE |CARACT. |SEÇÃO |COMPRIM. |ESPÉCIE |PREÇO |ORIGEM |

|Aproveitamento |  |  |  |  |  |PR |

|Taco |  |1,2X7 cm |35 cm |variado |  |  |

|Parquet |  |1,5X5 cm |25 cm |variado |  | |

|Tacão |  |2X10 cm |40 cm |variado |  | |

|Pç p/ pallet |Mad. Seca ap. |2X10 cm |1,2 cm |Grevílea |350,00/m3 | |

|  |  |2X15 cm |  |  |  | |

|Fonte: Nicoletti Madeiras |

|COMPONENTE |CARACT. |SEÇÃO |COMPRIM. |ESPÉCIE |PREÇO |ORIGEM |

|Aproveitamento |Mad. úmida |  |  |  |  |  |

|  |  |2,3X5 cm |80 A 150 cm |Eucalipto |270,00/m3 |Jussara - PR |

| | |2,3X7,5 cm |  |  |  |  |

| | |2,3X10 cm | | | | |

|Fonte: Madeireira Jussara |

O PROJETO DO ABRIGO

O projeto proposto tem como premissa o enfrentamento de dois problemas: o destino a ser dado ao resíduo produzido pelas madeireiras da região e a produção de sistemas construtivos alternativos para o enfrentamento do déficit habitacional, com a possibilidade de realização da auto-construção. Para o seu desenvolvimento seguiram-se as seguintes etapas: definição do programa arquitetônico a partir do perfil das famílias de baixa renda; definição do sistema construtivo considerando a flexibilidade e evolutibilidade da planta; elaboração do projeto detalhado e; o romaneio e estimativa de custo da madeira empregada.

A unidade habitacional proposta possui área construída de 54,69 m2 podendo sofrer ampliação no eixo longitudinal, aproveitando a circulação existente. Neste caso evita-se demolições pela substituição de apenas um painel de vedação.

Os ambientes em alvenaria (cozinha, banheiro e lavanderia) foram projetados visando a maior durabilidade das áreas molháveis e possui a menor dimensão possível. A redução do uso da alvenaria favorece o menor custo pelo emprego da madeira de “aproveitamento”.

O sistema construtivo foi desenvolvido sobre uma malha modular de 1,2 m na área em madeira e de 30 cm na área em alvenaria. No primeiro caso a modulação resulta da dimensão da chapa de OSB (1,22m X 2,44m), no segundo, pela dimensão do bloco de alvenaria que possui medida nominal de 15 cm X 30 cm.

Figura 1: Planta mobiliada

[pic]

SISTEMA CONSTRUTIVO

O sistema construtivo privilegia as “peças de aproveitamento” em madeira de pinus mas também faz uso de chapas de OSB (oriented strand board)[1], blocos de alvenaria, telhas ecológicas e lajes pré-moldadas. As chapas compõem painéis de vedação vertical e alguns horizontais que também são estruturais. A área molhada é edificada em blocos de alvenaria por razões de manutenção, durabilidade e segurança. Optou-se pelo bloco cerâmico mas o mesmo pode ser substituído por bloco de concreto ou de entulho. Neste último caso aumenta-se o benefício ambiental ao se propor um destino para o resíduo gerado no canteiro de obras das médias e grandes cidades. As esquadrias são mais simples possíveis, portas e janelas em madeira do tipo holandesa no pavilhão de madeira e esquadrias metálicas tipo basculante no núcleo em alvenaria.

As fundações deverão atender as condições específicas do terreno. No caso do pavilhão de madeira o mesmo estará apoiado sobre pilaretes de 30 X 30 cm em bloco de alvenaria grauteados. Para o piso da área molhada é proposto um piso em cimento queimado, para os demais ambientes um assoalho de madeira pregado sobre painéis compostos por tábuas. De 20 cm. A ligação com os pilaretes é feita por conectores metálicos, afastando a madeira da umidade por capilaridade.

Figura 2: Bloco de alvenaria e assoalho de madeira

[pic]

A estrutura portante é formada por painéis em madeira com estrutura interna em caibros de 5 cm X 5 cm e fechamento externo em tábuas com encaixe macho-fêmea e fechamento interno em chapas de OSB. Três tipos de painéis básicos de 1,20 m X 2,44 m compõe o sistema: painel-porta, painel-janela e painel-vedação. Na circulação dois painéis de 97 cm X 2,44m são especificados.

A cobertura na área molhada é formada por uma laje pré-moldada em foma de “u” invertido sobre a qual se apóia a caixa d’água e a cobertura da área em madeira é composta por um forro em painel de madeira. Sobre a laje e os painéis tem-se uma estrutura em tábuas que recebe a telha ecológica, fabricada na região a partir de embalagens multicamadas (longa vida).

As instalações elétricas e hidráulicas, embora não detalhadas, deverão ser simples e preferencialmente aparentes. Por motivos de economia e praticidade uma única parede, que está abaixo da caixa d’água, concentra toda a instalação hidráulica. A fiação elétrica deverá passar por conduítes externos resistentes ao fogo.

Figura 3: Corte transversal

[pic]

PROCESSO CONSTRUTIVO

A execução do sistema construtivo proposto segue, no volume em alvenaria, a lógica do sistema convencional racionalizado e, no pavilhão de madeira, às recomendações para o sistema de construção de painéis de madeira de curta dimensão. A seqüência de execução segue as seguintes etapas:

• Fundação em alvenaria

• Colocação dos conectores metálicos

• Painéis do piso

• Assoalho

• Painéis parede

• Painéis do forro

• Conectores metálicos

• Estrutura de cobertura

• Telhas

• Esquadrias

• Acabamentos

Todo cuidado deve ser tomado quanto ao nivelamento e alinhamento dos elementos construtivos. A quase totalidade das ligações é feita por pregação, exceto as ligações por conectores metálicos que serão realizadas com parafusos auto-atarrachantes.

O sistema foi pensado para ter montagem manual feita pelo próprio morador ou por profissionais de carpintaria. Os elementos construtivos são leves o que permite o transporte no canteiro por duas ou três pessoas.

Custos

O Sistema construtivo é composto por 24 painéis de tipos variados que internamente são fechados com chapas de OSB de 15 mm e externamente por tábuas. Outros 6 painéis recebem chapas de OSB, com a mesma espessura, em ambos os lados. Assim além das peças de madeira descritas seriam necessárias 30 chapas de OSB com custo atual de R$ 35,70 cada. Com valor da madeira de “aproveitamento” variando entre R$260,00 e R$ 330,00 o metro cúbico o gasto com este material (6,745 M3) estaria entre R$ 1753,70 e R$ 2225,85. Portanto o Kit de madeira e derivados para a construção de uma casa de 59,64 M2 de construção seria de no mínimo R$ 2814,60 e no máximo R$ 3296,85. Como o valor da madeira está abaixo do preço do OSB, o preço total sofrerá redução com a substituição das chapas por resíduos de madeira.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a constatação do processo contínuo de destruição da camada de ozônio e a possibilidade de esgotamento das fontes de energia do planeta, a madeira assumiu um papel de protagonista na apresentação de soluções para combater o efeito estufa e como fonte não esgotável de energia. Após a Cúpula da Terra em 1992 houve um comprometimento dos países em promover o desenvolvimento sustentável em que se tem como princípio a analise do ciclo de vida dos materiais, o emprego de matérias primas renováveis e a redução do consumo energético e de resíduos.

O aumento da presença da madeira na construção das habitações repercute diretamente no investimento em florestas plantadas que fixam o CO2 da atmosfera, na redução do consumo de energia e no emprego de fontes de energia renováveis. Por isso países como a Alemanha e França têm incentivado a proliferação de sistemas construtivos que façam uso deste material. No Brasil, apesar do nosso imenso potencial florestal, ainda estamos bastante atrasados nesta discussão, sobretudo por não termos ainda conseguido aproximar o mercado da construção às investigações acadêmicas. Para quebrar o status quo é necessário demonstrar não só a gravidade do problema como a eficácia econômica do desenvolvimento sustentável.

A realização deste trabalho aponta para algumas questões cruciais como: a necessidade de uma urgente organização do setor madeireiro, sobretudo na sua base de produção ligada às pequenas empresas; o urgente investimento em plantio de florestas para se evitar o esgotamento da matéria prima; a necessária capacitação de técnicos para atuar em toda cadeia produtiva, até a produção de sistemas construtivos competitivos; e a conscientização da população das vantagens oferecidas para se quebrar o preconceito com relação ao uso do material.

A proposta de habitação de emergência aqui apresentada demonstra a possibilidade de se produzir casas econômicas sem perda da qualidade arquitetônica ao mesmo tempo em que consiste num estudo da cadeia de produção de habitações baratas em madeira de reflorestamento ainda não concluído. Para o futuro deve-se refinar a proposta a partir de um estudo mais amplo da disponibilidade dos componentes empregados, fazer a verificação (através do calculo) da adequação dos componentes estruturais e, após a construção de um protótipo realizar uma avaliação de desempenho. Frente aos resultados alcançados poder-se-ia fazer ou não o redesenho do sistema.

Figura 4: Perspectiva

[pic]

No momento atual o que se verifica é que existe uma oferta de material (“madeira de aproveitamento”) na região sendo mal utilizado e que esta matéria prima serve para produzir casas de baixo custo com capacidade para competir com os sistemas construtivos convencionais sem comprometimento dos requisitos mínimos de habitabilidade.

BIBLIOGRAFIA

BRACELPA. Relatório Estatístico Florestal 2003. In: ipef.br

GAUZIN-MÜLLER, D. Arquitetura Ecológica. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.

INO, A. Notas de aula da disciplina Habitação de Madeira – Projeto e Produção. São Carlos: EESC/USP, 2005.

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – IPT. Alternativas Tecnológicas para Construção de Habitações de Interesse Social. São Paulo: SICCT; IPT – Divisão de Edificações, 1987. v. 1 e 2.

JOHN, V. M. Aproveitamento de Resíduos Sólidos como Materiais de Construção. In: Reciclagem de Entulho para a Produção de Materiais de Construção. Org. CARNEIRO, A P; BRUM; CASSA, J.C.S. Salvador: UFBA; Caixa Econômica Federal, 2001. p.26-45.

SILVA, R. D. Análise de Sistemas Construtivos de Madeira na Região de Londrina: aplicação de requisitos de habitabilidade e de projeto. Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo, 2000.

STUNGO, N. Arquitectura em Madera Nuevas Tendências. Barcelona: Blume, 1999.

YAMAKI, H. T. Patrimônio e Autenticidade: do racional ao simbólico. In: I Seminário Internacional sobre Habitação Econômica e Inovação Tecnológica; I Workshop Internacional sobre habitação Econômica – Habitação de Emegência. Org. Jorge Daniel de Melo Moura, Marcos Fagundes Barnabé, Ricardo Dias Silva. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2005. p. 57-65.

ZANI, A C. Repertorio Arquitetônico das Casas de Madeira de Londrina – Pr. Londrina: Antônio Carlos Zani, 2005.

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[1] A aplicação do OSB ocorre mais pela oportunidade de estudar um componente pouco usado no Brasil mas com amplo uso na construção de casas na América do Norte.

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