A afetividade – visão de Paulo Freire



CENTRO UNIVERSITARIO BARÃO DE MAUÁ

ODETTE DUARTE DOS SANTOS SILVA

AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM:LIMITES E POSSIBILIDADES

CURITIBA PR

2012

AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM LIMITES E POSSIBILIDADES

CURITIBA PR

2012

resumo

O trabalho busca refletir o papel das emoções na aprendizagem, com base em estudos de diversos teóricos da educação como Henry Wallon, Jean Piaget, Vigotsky e Freud, buscou-se compreender a importância do afeto e da relação saudável entre professor aluno e seu impacto no aprendizado. Durante todo o trabalho aponta-se como trabalhar com ênfase nas emoções e garantir o maior objetivo de quem ensina: aprender.

Palavras-Chaves: Aprendizagem - Afetividade - Professor-Aluno

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 5

Afeto e aprendizagem 6

A separação entre razão e emoção 7

Concepção de Infância e Modelos Pedagógicos 7

A Relação Professor - aluno 8

O Professor e seu papel na formação do autoconceito do aluno 12

A transferência na relação entre professor-aluno 14

Formação Integral do educando 15

Principais Teóricos da Educação e suas reflexões sobre afetividade e aprendizagem 18

CONCLUSÃO 27

referência bibliográfica 28

INTRODUÇÃO

O presente trabalho abordará o tema afetividade nos seus mais diferentes aspectos enfatizando como ele acontece na relação professor aluno e a sua importância para a aprendizagem. Não é um tema fácil, apesar de inúmeros estudos estarem se voltando para a importância do afeto no ato de aprender atualmente.

Diante da revisão de literatura foi possível verificar que muito se avançou, mas a prática ainda não acompanha esse avanço, pois o que muito se vê são relações entre professor e aluno baseadas apenas num “contrato didático” fechado e sem liberdade para que esse aluno possa se manifestar, sob pena de ser punido com uma nota baixa ou ser ridicularizado perante os demais.

Temas como autoestima do professor e aluno, formação profissional, psicologia e formação integral do ser humano serão tratados em todo o decorrer do trabalho,além dos estudos científicos de educadores que fizeram história e são considerados de grande relevância e respeito no meio educacional:Henry Wallon,Jean Piaget,Vygotsky etc.

Afeto e aprendizagem

A afetividade é um componente importante para que haja equilíbrio e harmonia de personalidade. Uma criança bem estimulada afetivamente ao chegar a vida adulta, terá maior capacidade para conviver com fases negativas da vida com determinação e confiança. A afetividade tem de vir da família e também da escola. Para Ferreira afetividade significa:

Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.O afeto é essencial para todo o funcionamento do nosso corpo. Ele nos dá coragem,motivação, interesse,e contribui para o desenvolvimento do ser.Durante toda a nossa existência , muitos acontecimentos fazem parte da nossa consciência; são as nossas experiências de vida.Essas experiências podem ser agradáveis ou não e é por meio do afeto que aprendemos essas informações.Todas as relações familiares,profissionais ou pessoais são permeadas pela afetividade, em qualquer idade ou nível sociocultural. Segundo Ferreira (1999, p. 62).

A criança é um ser social, ao recebê-la na escola, recebe-se também as experiências, informações,e assimilações bem vivenciadas ou não todo ser social,ela se interessa pelo mundo que a cerca e se depara com aspectos positivos e negativos.

Todos os indivíduos baseiam-se em modelos, aos quais vão recorrer quando sentem-se curiosos ou depressivos. A escola deve estar atenta as mudanças de comportamento, pois muitas vezes podem ser pedidos de ajuda.

A atitude do professor e sua atuação em sala de aula podem intensificar preconceitos de raça, de classe, de gênero e isso não deixa de ser observado pela criança.

Como diz Paulo Freire: “Não é possível ao professor pensar que pensa certo,mas ao mesmo tempo perguntar ao aluno se “ sabe com que está falando”?( FREIRE,1999).

O afeto não pode ser arrogante, o diálogo é uma das dimensões mais fundamentais do processo educativo. O equilíbrio do afeto e a maneira com que o professor concebe o significado de afetividade auxiliam ou podem vir a inibir a curiosidade do educando.

A aprendizagem deve ser prazerosa, estimulante, levando o aluno a querer aprender mais, sempre mais. Educar com afetividade exige respeito aos saberes com os quais os educandos chegam até a escola e a relação com o ensino de conteúdos que se dá escola.

Questões de fórum emocional interferem negativamente na aprendizagem,pois alunos que se mostram frágeis emocionalmente,mas que contam com um suporte psicológico na escola, mesmo que de modo informal ,através do incentivo ,conseguem romper a rede que dificulta seus relacionamentos , a concepção de si mesmos e sua capacidade de aprender e armazenar conhecimentos.

“Quando os alunos sentem-se respeitados,inicia-se um ciclo produtivo,eles sentem-se aceitos e confiantes ,sentem seguros e isso reduz o medo,o que lhes permite ser mais como são na sua originalidade e podem se abrir para a participação em classe sem medo de cometer erros”.(CASSASUS,1997).

Muitos educadores infelizmente acreditam na idéia de que não há necessidade de acolher o aluno emocionalmente ,que basta “transmitir-lhe” conteúdos pedagógicos de maneira eficiente, concentrando –se apenas no desenvolvimento intelectual de seus alunos.

“A precariedade das relações humanas na escola pode render resultados desastrosos, mesmo que o conteúdo de seu programa pedagógico seja de qualidade.”( BISCAIA,2005).

A separação entre razão e emoção

“No século XIX, o pensamento newtoniano- cartesiano, influenciou as ciências e todas as atividades desenvolvidas na era industrial. O ser humano acreditou que podia dominar totalmente o saber,fragmentando em áreas os conhecimentos. Esse processo reducionista influenciou todas as idéias. Esse paradigma newtoniano- cartesiano teve como foco o conhecimento,que foi dividido em partes fragmentadas o que dificultou o domínio do todo”.( BEHRENS,2000,p.17).

Dessa forma pode-se verificar que o homem passou a se preocupar mais com a razão e a lógica, deixando de lado um importantíssimo componente do ser humano, que é seu lado emocional.Nesse sentido, esclarece-nos Weil:

“Uma separatividade fundamental impregna a educação ,o intelecto é confiado as escolas e o caráter,incluindo sentimentos e valores,supostamente ainda está nas mãos da famíia”.(Weil apud Brandão e Crema,1991,p18).

Concepção de Infância e Modelos Pedagógicos

A concepção de infância teve enorme mudança durante os séculos XVIII ao século atual. Essa mudança alterou o pensamento pedagógico. Para Rousseau(1712-1778) é preciso cultivar a intimidade infantil,preservar sua subjetividade.

Já em meados do século XIX ao início do século XX,com o desdobramento da modernidade,a pedagogia revê seus princípios,atrelando a sua noção de infância aos ditames do capitalismo,ou melhor, ao mundo do trabalho.

A estreita relação “mundo da criança” e “mundo do trabalho”,trouxe para o cenário da pedagogia moderna,contribuições de outras áreas:Sociologia, Filosofia Psicologia etc.

A escola que possuímos atualmente, com regras, conteúdos programáticos,seriada,critérios cronológicos etc é algo articulado devido ao novo sentimento e olhar dos adultos para as crianças, onde há ênfase da capacidade intelectual sobre a autonomia afetiva.

A Psicologia passou a ser de grande importância para estudos sobre como as crianças aprendem, controem o conhecimento. Passou a ser fator intrínseco a vida infantil, ou seja, o interesse do aluno e a preocupação em propiciar-lhe a construção do conhecimento, em colocá-lo em permanente estado de ação com o meio;enfim,o objetivo de aprimorar a capacidade cognitiva da criança, tornou-se o âmago do processo ensino-aprendizagem , e grande parte dos procedimentos pedagógicos didáticos centraram-se nesse propósito.

O reconhecimento da individualidade da criança,de suas necessidades e vontade própria implicou necessariamente o repensar da prática educativa, da mesma maneira sua condição de ser psicológico propôs a Psicologia à superação do caráter dicotômico que por bastante tempo fundamentou sua base teórica.Visto que, por um longo período, a Psicologia tradicional preocupou-se em estudar o funcionamento psicológico, em especial o funcionamento cognitivo fragmentadamente,isolando deste o aspecto afetivo,negligenciando-o enquanto substrato de constituição humana.

A Relação Professor - aluno

Na educação tradicional, o professor é visto como o centro do processo, tendo que comprovar que obtem o pleno domíno do saber. Dessa forma sua imagem é o de dono da verdade,o que consequentemente inibe qualquer questionamento dos educandos. Ele não expressa seu lado emocional ,portanto também não permite que seus alunos o façam.Tendo que se manter severo,rigoroso,limita-se a “passar” seu conteúdo para uma plateia que deveria manter-se estática da qual exigia silêncio total.

O professor faz questão de manter-se distante dos alunos, procurando discipliná-los em nome da obediência e do silêncio. Nem o sorriso por parte do professor deveria ser mostrado, pois poderia ser considerado como sinal de possível perda de autoridade. Esse professor foi criado num ambiente igual e acabava por reproduzir o que seus professores fizeram.

O professor que teve uma formação autoritária , tende a impor isso ao seu aluno e consequentemente a reproduzir o modelo que ele julga ser o correto.Dessa forma, o conhecimento é tratado da forma como ele aprendeu e sua prática de ensino baseada em suas experiências escolares.( CUNHA,2000,p.78).

A sua participação em movimentos sociais, religiosos, sindicais e comunitários pode ter mais influência no cotidiano do professor que a própria formação docente que recebeu academicamente. A prática e os saberes que podem ser observados no professor é o resultado da apropriação que ele fez da prática e dos saberes históricos sociais.

Cada sujeito, no caso,cada professor acaba por se apropriar de diferentes maneiras, dependendo de seus interesses, valores, experiências e crenças.

Os alunos que ousem criticar ou expor sua opinião são repreendidos severamente. Sendo assim, o próprio professor não é capaz de reconhecer seus próprios sentimentos,pois também foi educado dessa forma. Quem não se conhece acaba por considerar que o indivíduo que externaliza ou manifesta suas ações possui uma fraqueza de caráter. As emoções são deixadas de lado, a ênfase é dada apenas a razão,como se o ser humano fosse capaz de ser dividido em razão e emoção enquanto aprende.

A promoção do desenvolvimento afetivo em nossas escolas não recebe a devida atenção e segundo Heloísa Luck (p.77,1983),resulta basicamente de:

Falta de atitudes positivas e entendimento adequado dos professores e técnicos em educação, com respeito a necessidade de promoção do desenvolvimento afetivo e de sua importância para incrementar o desenvolvimento integral do educando;

Falta de conhecimentos e habilidades daqueles profissionais, relativamente ás criações de situações, condições, mecanismos e recursos necessários á promoção do desenvolvimento afetivo;

Inexistência de diretrizes e procedimentos de medida e avaliação do domínio afetivo, que venham orientar o ensino e aprendizagem;

Ausência de literatura de fácil acesso aos profissionais da educação capaz de orientá-los na compreensão do problema e na aquisição das habilidades necessárias para efetuar o desenvolvimento, a medida e a avaliação do domínio afetivo;

O educador é, sem dúvida, a peça mestra nesse processo de educar verdadeiramente, devendo ser encarado como um elemento essencial e fundamental.

Quanto maior e mais rica for sua história de vida e profissional, maiores serão as possibilidades de desempenhar uma prática democrática efetiva que eduque positivamente.

Sobre esse assunto Nóvoa (1991) afirma que “não é possível construir um conhecimento pedagógico para além dos professores, isto é, que ignore as dimensões pessoais e profissionais do trabalho docente”. Porém, não se quer dizer, com isso, que o professor seja o único responsável pelo sucesso ou insucesso do educando durante sua vida educativa, mas sim, que o seu papel é de vital importância, seja como pessoa ou como profissional.

Para que haja esse processo educativo efetivo é necessário que algo mais

permeie essa relação aluno-professor. É esse algo a mais que falta em diversas

instituições de ensino: a afetividade, uma relação mais estreita entre o educando e o

educador.

O professor deve “ (...) na relação professor- aluno reconhecer o clima afetivo e aproveitar a rotina da sala de aula para provocar o interesse do aluno”. ( MAHONEY e ALMEIDA, p.126). O clima afetivo em sala de aula está sujeito ao tipo de liderança que o professor adota.

Segundo Pilleti (2003) há três tipos básicos de liderança adotados pelo professor:

✓ A autoritária , onde tudo que deve ser realizado é determinado por ele, que não aceita que nada seja questionado;

✓ A democrática,onde tudo que é realizado é discutido no coletivo;

✓ A permissiva, onde há grande liberdade e o professor geralmente está alheio ao que está acontece em sala de aula.

Segundo o autor, na liderança autoritária, os alunos manifestam dois comportamentos na maioria das vezes: apatia e agressividade.Já na liderança democrática, mostram-se mais responsáveis e espontâneos no desenvolvimento das suas tarefas.Já na liderança permissiva, o que se vê geralmente são alunos sem limites, que não realizam as tarefas e porque sabem que o professor não se importa com sua aprendizagem, muitos ficam desmotivados.

Flanders( apud Colomina,Onrubia e Rochera,2004, p.296) apresenta o quadro de categorias para análise professor e aluno.Transcritos apenas os comportamento positivos:

Aceita sentimentos. Aceita uma atitude, um tom afetivo de um aluno, de uma maneira não ameaçadora.

Elogia ou estimula. Encoraja a ação ou o comportamento do aluno. Brinca ou faz piadas que aliviam a tensão em aula,mas não a custa de outro indivíduo.Diz frases como: “ Muito bem”, Continue assim”.

Aceita ou utiliza a ideia dos alunos.

Faz perguntas, formulando perguntas acerca de conteúdos ou procedimentos de métodos, com a intenção de que um aluno responda.

O aluno tem liberdade para expor seus pensamento e realizar perguntas.

Bianchard-Laville(1992), caracteriza o professor como o grande responsável pela atmosfera,pelo ambiente criado,no qual a reação dos alunos diante determinadas circunstâncias é mais conseqüência das atitudes do professor que propriamente pertencente aos alunos

O comportamento do professor influencia o comportamento dos alunos.

Cunha(2002) em seu livro “ O bom professor e suas práticas” concluiu que durante as pesquisas realizadas com alunos dos Ensino Fundamental anos finais, os melhores professores eram apontados como os que estimulavam a participação do aluno e que acreditavam no potencial dos mesmos.

Quando o professor chega perto do aluno,quando o chama pelo nome, há um interação que faz o aluno se sentir sujeito do ato de aprender.Isto o anima a interferir no conhecimento, ainda mais quando o professor usa palavras de estímulos à sua capacidade de pensamento. Muitos professor usam o senso de humor para tornar-se mais próximos de seus alunos, dessa forma desmistificam a relação autoritária entre professor e aluno. ( CUNHA,2002,p.72)

O processo de ensino depende do trabalho conjunto docente e discente e da capacidade individual de cada professor, da sua aceitação e compreensão do relacionamento com seus o nos diz Tajra (2001):

A relação entre o professor e o aluno depende fundamentalmente do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir,refletir e discutir no nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seus conhecimento e deles“O desenvolvimento cognitivo implica necessariamente no desenvolvimento da afetividade”.( ALMEIDA,2002,p.48)

Há atitudes dos professores que devem ser evitadas, pois causam ansiedade e medo nos alunos como dizer aos alunos que são preguiçosos, desorganizados e mentirosos. Isso pode fazer com que o aluno evite ter um contato maior por medo de ser ridicularizado perante os colegas.

De acordo com Saltini( 1997,p.91),

A serenidade e a paciência do educador, mesmo em situações difíceis, faz parte da paz que os alunos precisam .Observar a ansiedade, a perda de controle e a instabilidade de humor, vai assegurar a criança ser o continente de seus próprios conflitos e raivas,sem explodir,elaborando-a sozinha ou junto com o educador. A serenidade faz parte do conjunto de sensações e percepções que garantem a elaboração de nossas raivas e conflitos .Ela conduz ao conhecimento de si mesmo,tanto do educador quanto da criança.

O professor precisa ter consciência de que suas atitudes são fundamentais para que se tenha um bom trabalho e que a partir de atitudes de respeito ele consiga contagiar todos os alunos e estes, por sua vez, se conscientizem de que as emoções são sentimento importantes , que fazem parte do cotidiano escolar, mas que precisam ser mediadas de alguma maneira.

A racionalidade necessita reconhecer a parte do afeto. Sentimentos e afetividade na educação, são temas que deveriam ser mais investigados e debatidos no meio acadêmico. Docentes deveriam saber lidar melhor consigo mesmos e com os outros, conhecer melhor como se produzem e se manifestam seus sentimentos e afetividade, para poder lidar melhor com seus alunos, colegas e familiares do aluno.

Assim como no ambiente familiar, o aluno deve ter na escola um lugar de segurança.Os professores devem ter a consciência que as mensagens são transmitidas com palavras ou sem palavras.O aluno precisa sentir que sua presença é importante, que ele não é rejeitado pelo professor, o que muitas vezes não acontece.

Para gerar confiança, o professor precisa ser coerente em seu falar, agir com justiça, criar normas de bom convívio junto com seus alunos e não simplesmente impô- um professor que lhe passa segurança, o aluno sente-se seguro e só assim fala de seus sentimentos e conversa sobre seus comportamentos.Dessa forma também, sai do “estado de defesa”,pois sabe que será ouvido,compreendido e acolhido.Os rótulos que seguem de ano em ano, nos Conselhos Escolares, nos corredores das escolas, durante as conversas entre professores, prejudicam o estabelecimento dessa segurança.

A forma como um professor age com um aluno, muda de acordo com o relacionamento desenvolvido.

O aluno precisa também ter seu ritmo de aprendizagem respeitado.Esta segurança dá ao aprendente a confiança de que não será comparado aos outros, de que não precisa ser como o colega.Para dar essa segurança, é preciso ter estratégias e metodologias de ensino que possibilitem o aprendizado de maneiras diferentes,visto que há diferentes estilos de aprendizagem.O professor precisa olhar para o aluno quando chega a sua sala e acompanhar a evolução dele,e não apenas ter um referencial de ideal e compará-lo a este referencial.Há casos onde o alunos avançam, melhoram,mas seu esforço não é reconhecido porque ainda não chegaram ao esperado.

O aluno pode ser desafiado , estimulado,acompanhado individualmente, mas acima de tudo,necessita de segurança de que terá seu ritmo respeitado. A criança ou adolescente gosta da escola quando os limites são estipulados de forma afetiva; quando ele sente que estão preocupados com ele.

O Professor e seu papel na formação do autoconceito do aluno

O conceito que o aluno tem de si mesmo é determinante em seu comportamento.O conjunto de percepções que o aluno tem de si mesmo,representa um dos fatores de maior influência na sua constituição psicológica.Esta imagem subjetiva,,é formada por muitas crenças atitudes,impressões e percepções a respeito de si mesmo,que são desenvolvidas desde os primeiros meses de vida,na interação do bebê com os outros,constituindo-se em um determinante muito poderoso do que a pessoa pensa que é,do que faz,do que acredita que pode fazer e alcançar.

Ao nascer, a criança,como ainda não tem consciência de si como ser humano,não possui autoconceito. Ele emerge das aprendizagens que os indivíduos realizam.

É exatamente por viver num meio social que a criança passa a se descobrir como tendo existência própria,separada dos outros,mas ainda precisa descobrir que tipo de ser humano ela é.Esse tipo de descoberta ela fará por meio das interações com seu meio ambiente,com pessoas significativas. Os adultos que a cercam começam a dizer coisas sobre elas, que começam a ser aceitos sem questionamentos e internalizados.

No momento em que entra na escola, já tem uma idéia relativamente estruturada da pessoa que é, trazendo atitudes e crenças a respeito de si mesma,que irão afetar a forma como reage á experiência escolar e ao clima social e emocional da sala de aula.Durante os anos de escola,porém,muitas experiências certamente ocorrerão,contribuindo para modificar percepções anteriores de si mesma,fortalecer atitudes e crenças,conhecer outras facetas de si mesma,embora as mudanças no autoconceito não sejam fáceis nem rápidas,ocorrendo de forma lenta ao longo do tempo.

Segundo Alencar, há inúmeros estudos que relatam que quando os adultos são perguntados sobre sua infância sempre há em suas lembranças fatos ocorridos na escola, pois muito do tempo passado enquanto crianças,acontece no ambiente escolar. Lembranças de castigos,humilhações,fracassos e também experiências gratificantes são responsáveis pela formação do autoconceito e consequentemente pela forma que esse adulto se relaciona com o ato de aprender.

É de extrema importância que o professor saiba exercer uma influência positiva em seu aluno, fazendo com que ele se sinta capaz de aprender. Ao perceber que o aluno apresenta potencialidades em alguma disciplina, incentivá-lo, elogiá-lo,ressaltar suas qualidades sempre.

Procurar descobrir em cada aluno, o que ele tem de melhor e verbalizar isso para ele.Nunca esquecendo que o professor pode com uma simples palavra mudar a vida do aluno, como também arruiná-la, fazendo com que o aluno não consiga criar vínculo com a aprendizagem e sinta que não é capaz de aprender.

A transferência na relação entre professor-aluno

Quando a criança deixa a família pela primeira vez, sofre a ausência da segurança familiar e estabelece novos laços com os colegas e professores.Orientada pelo seu inconsciente, vai transferir para os professores imagens das figuras parentais e os sentimentos que as ligam a elas.Quando a criança vai para a escola,ela continua um processo iniciado em casa.

A palavra “ transferência” com sentido psicanalítico,foi empregada por Freud, pela primeira vez em 1895e,em 1920,ele apresenta a transferência como possível na vida comum, nas relações entre as pessoas de forma geral,possibilitando a compreensão do sujeito nas suas diversas relações com o outro é o peso da sua realidade psíquica.

O educador não tem total domínio e controle do que está transmitindo. Transmite conteúdo e valores,mas muitas coisas ele pode estar passando nas entrelinhas,que vem do inconsciente, como por exemplo seu descontentamento com a profissão.

Ao ocorrer uma relação uma relação transferencial entre professor e aluno,este pode transferir para o professor afetos dirigidos ao pai.Assim, no caso de não se relacionar bem com o pai , ele não se dará bem com o esse professor, que precisará de uma grande esforço para conquistá-lo.Isto porque a relação transferencial é inconsciente.Da mesma forma, o professor pode transferir uma série de questões suas , inconscientes para o aluno.

Maria Cristina Kupfer(1992)diz que “ primeiro se deve pensar na transferência do professor em relação ao aluno: quem fala faz a transferência e põe o outro em um certo lugar”.Assim como o analista arruma o sentido da fala, ao professor, cabe dar o rumo da aula.

Em geral, quando os professores se deparam com alunos, revivem eles mesmos quando foram alunos e tiveram boas referências de escolas, no sentido de integrar valores a serem sujeitos do conhecimento.

“Há de se considerar também que professores que mantiveram o interesse por estudos acadêmicos tem dificuldade de entender a questão da postura do aluno atual.Isto quer dizer que, na transmissão do conhecimento, algo excede a atitude manisfesta do professor e, por isso,os modelos malogram, não havendo controle e previsão no interior da ação educativa”. “ Esse algo que excede, podemos chamar de desígnio do inconsciente ou do desejo inconsciente,que impede o sujeito para transferência”.

( MONTEIRO,2000,p.29)

Quando a criança não tem com os pais uma relação de disciplina,de diferenciação, também não a terá com o professor.Essa relação necessita ser construída.

Sabe-se que o ato de aprender sempre pressupõe uma relação com outra pessoa: a que ensina.Esta pessoa que ensina, o professor, colocada pelo aluno em uma posição, que pode ou não, propiciar aprendizagem. Entre esses dois personagens do processo ensino-aprendizagem, estabelece-se um campo de relações que propicia as condições para a aprendizagem, denominado transferência.Transferir é o mesmo que colocar algo de um lugar para o outro,sendo que essas transferências atribuem um sentido especial a uma figura determinada desejo.Na relação entre professor e aluno, a transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se liga a um elemento particular é a pessoa do professor.

Afirma Kupfer(1992) que instalada a transferência, tanto o analista como o professor tornam-se depositários de algo que pertence ao analisando ou ao aluno.Em decorrência dessa posse,tais figuras ficam inevitavelmente carregadas de uma importância especial.

A transferência do aluno é sempre ambivalente. Ele reedita sentimento positivos de afeição, transferência positiva, e reedita sentimentos negativos de hostilidade, a transferência negativa.

A transferência de sentimentos hostis dificultará a concretização dos objetivos da relação entre professor e aluno, assim, o aluno está disposto a não cooperar com o professor.

“A transferência de sentimentos ternos predispõe o aluno a cooperar com o professor. Nela, não existe lugar para as expressões diretas das pulsões hostis presentes,mas sublimadas da pulsão do saber.Na consciência, manifestam-se apenas os sentimentos de afeição e respeito que canalizam as energias do aluno para o trabalho intelectual.

A transferência ideal é aquela em que os sentimentos hostis não tem intensidade suficiente para se tornarem conscientes,ou seja, é aquela em que as intensas demandas destrutivas permanecem sublimadas na pulsão do saber,liberando as energias necessárias para aprendizagem : na consciência, aparecem apenas os sentimentos ternos de afeição e respeito”( MORGADO,2002)

Formação Integral do educando

Para Lipman(2008), “a nova e ideal visão de ensino requer sujeitos ensinantes dispostos a examinar suas próprias ideias, a comprometer-se com a investigação dialógica e respeitar o sujeito aprendente com o qual está se construindo uma nova ordem educacional;esse ser ensinante precisará despir-se dos preconceitos e dos falsos paradigmas educacionais,para então,construir junto com esse ser que aprende a verdadeira educação reflexiva.”Nesta educação, a construção do ser não ignora nenhuma das potencialidades de cada indivíduo:memória,raciocínio,sentido estético,capacidades físicas,aptidão para comunicar-se,capacidade para relacionar-se,emoções,sentimentos e espiritualidade.

Para Arantes (2002),pensar e sentir são ações indissociáveis, o que, no campo educacional,leva a autora a contradizer a divisão histórica culturalmente estabelecida entre “ saberes racionais” e “saberes emocionais”.Ela afirma que no trabalho educativo cotidiano não existe uma aprendizagem que seja meramente cognitiva ou racional,pois os alunos não deixam os aspectos afetivos que compõe sua personalidade do lado de fora da sala de aula quando estão interagindo com os objetos do conhecimento,deixando latentes seus sentimentos,afetos e relações interpessoais enquanto pensam.

Durante o processo educativo ocorre muitas vezes uma fragmentação da análise do comportamento em detrimento de uma análise que deveria ser global. Isso acarreta sérias conseqüências negativas para a formação do educando, uma vez que o tratamento separado resulta em uma formação desequilibrada, parcial e incompleta.

É preciso ter em mente que o homem é um ser uno, indivisível e que seus comportamentos conscientes traduzem ao mesmo tempo as dimensões afetivas,cognitivas e psicomotoras.Dessa forma, um comportamento pode ser intelectual, como por exemplo, é o da aprendizagem em sala de aula.Contudo, o mesmo ocorre porque é estimulado por um interesse, por uma atitude e possibilitado por uma tensão neuromuscular que envolve desde o cérebro até os órgãos sensoriais e os membros.

As reações afetivas assumem um papel especial e singular no quadro educativo por várias razões.Elas podem ser vistas ora como características pessoais,que podem interagir com a aprendizagem na sua retenção ou transferência, ora como disposições , a serem acompanhadas para detectar qualquer efeito não desejável no processo educativo,ou ainda com qualidades a serem estimuladas(...)

( Luck,1983,p.79)

A partir dessa análise pode-se entender o motivo pelo qual muitos alunos começam a modificar seus comportamentos na escola, apresentando dificuldades de aprendizagem, quando não estão bem estruturados psicologicamente.UM dos pontos importantes em todo o processo de ensino-aprendizagem é que o aluno compreenda o quanto o professor se compromete e se importa com ele.A criança precisa acreditar em si para melhorar a imagem que ela tem dela mesma.A educação, quando trata do lado emocional, é importantíssima, pois melhora a motivação e a socialização e faz do indivíduo um ser capaz de reconhecer seus erros e acertos.

Infelizmente, muitos professores desconsideram esse fato, achando inadequado que seja considerado o fator emocional, perpetuando o discurso de que são “ transmissores de conteúdos”, não são psicólogos e que nada podem fazer fazer com relação ao aspecto emocional de seu aluno.

Com relação as atitudes dos alunos em sala, muitos educadores esperam que os educandos tragam de casa as atitudes adequadas de comportamento,ressaltando apenas o papel da família.Os pais são extremamente importantes na educação de seus filhos, mas os educadores devem auxiliar os pais na promoção de desenvolvimento de novas atitudes, ao invés de agir estabelecendo sanções ou rotulando o aluno por seu comportamento.

O educador precisa considerar cada educando como uma pessoa que tem características próprias e ajustamentos típicos, caso contrário ele perderá o controle de grande parte da situação de ensino e não conseguirá alcançar seus objetivos com relação a ensinar.Cada educando é um ser único, quando o rotulamos de agressivo,inseguro,dependente,malcriado,não contribuímos em nada para auxiliá-lo.

Para Oliveira(2003,p.47) “ o desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seus meio,com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece relações afetivas e emocionais. A criança traz para o ambiente escolar toda a carga afetiva de seu desenvolvimento com os familiares, os problemas emocionais surgirão nos contatos que se estabelecerão e, as crianças que tenham desenvolvido a inteligência emocional saberão lidar com as frustrações que este ambiente e suas relações lhes proporcionarão.”

O professor precisa criar um ambiente acolhedor e de compreensão para que as crianças possam desenvolver suas potencialidades amplamente, estabelecendo uma relação afetiva com seus alunos e o percebendo como um indivíduo que tem muito a oferecer, não esquecendo que a aprendizagem se faz por meio das interações.

Por meio de suas atitudes, o professor oferece ao seu aluno uma série de informações que irão influenciar no seu auto-conceito. Essas expectativas podem contribuir para o trabalho com o aluno, pois o aluno que tem suas características valorizadas, tende a acentuá-las cada vez mais, enquanto que aquele que se sente rejeitado ou discriminado, tende a se afastar da situação e acaba por ver as expectativas negativas do professor confirmadas.Desta forma, as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem podem se ver como incompetentes, o que interfere em seu auto-conceito e em sua capacidade de reverter a situação.

Principais Teóricos da Educação e suas reflexões sobre afetividade e aprendizagem

Para compreender a obra de Vygotsky,é necessário compreender um pouco o percurso vivido por ele.Nasceu em cinco de novembro de 1896, em Orsha, uma pequena cidade Bielo-Rússia.Era descendente de uma família de origem judaica.Teve uma infância marcada por um ambiente desafiador em termos intelectuais e tranqüila quanto ao aspecto econômico.Desde muito jovem mostrava-se um estudante dedicado.Formou-se em literatura, depois voltou a estudar medicina. Seu interesse pela psicologia surgiu de forma mais sistemática a partir do contato com crianças com problemas congênitos.Ele estudava os problemas neurológicos das crianças para compreender o funcionamento psicológico do homem.Para ele o desenvolvimento variava consideravelmente segundo as tradições e as circunstâncias culturais de diferentes comunidades.

A obra de Vygotsky é inovadora,contrapondo-se as visões correntes na sua época.

A teoria elaborada por Vygotsky ficou conhecida como Teoria sócio-histórica ou teoria histórico-cultural. Para o autor, “ o mundo psíquico que temos hoje não foi nem será sempre assim,pois sua caracterização está diretamente ligada ao mundo material e as formas de vida que os homens vão construindo no decorrer da história da humanidade”. ( BOCK,2000,p.86).

Segundo essa visão,o homem é um ser ativo, histórico e social e, dessa forma, sua ação deixa na natureza marcas e produtos que serão apropriados pelos demais integrantes do núcleo social mediante as atividades praticadas.Além disso, o uso das ferramentas transforma as pessoas e a sociedade que elas vivem.

Vygotsky dirigia dura crítica ao sistema cartesiano,proposto por Descartes(1649), pela incompletude de sua abrangência nas questões de Psicologia.Para ele, além de não possibilitar o entendimento de funções tipicamente humanas, as tendências cartesianas acabavam por gerar uma crise na Psicologia.

Além da crítica à divisão entre as dimensões cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico,Vygotsky sugere uma aparente anterioridade da ação,ou seja,da experiência direta,onde se encontra o fluxo desenfreado de nossos anseios,necessidades etc. ao pensamento generalizante( função psicológica superior que ordena as representações mentais,dadas culturalmente do mundo real),que se desfaz ao advertir sobre a existência do processo inverso;ou seja,vê o afetivo como força que impulsiona para o cognitivo, e este como regulador do afetivo.

Vygotsky estudou o processo de desenvolvimento cognitivo relacionando-o à estruturação dinâmica entre o que definiu como funções mentais e conciência.Assim, de acordo com sua definição,entendemos por funções mentais, ou funções psicológicas superiores( em contraposição às funções elemen,de caráter involuntário),processos voluntários,ações conscientemente controladas,mecanismos intencionais,tais como: o pensamento, a memória, a percepção e atenção; que dispõem de maior grau de autonomia em relação aos fatores biológicos.sendo antes resultado da inserção do indivíduo em um contexto sócio-histórico.

No tocante à consciência,visando combater o reducionismo comportamentalista, por um lado,e o idealista,por outro,que respectivamente ora associa a consciência a processos elementares (como percepções sensoriais e reflexos), ora a um estado interior preexistente, Vygostky concebe a partir de sua dimensão social,a qual a dimensão individual é derivada e secundária, como “ organização objetivamente observável do comportamento, que é imposta aos seres humanos através da participação em práticas sócio-culturais”,por sucessivos processos de internalização que não se restringem à mera cópia da realidade externa num plano interior já existente.

A consciência passa a ser percebida como uma forma de organização dinâmica de nossas funções mentais superiores,de nosso comportamento,em um sistema organizativo de significados em que afetivo e o dinâmico se unem.Seu desenvolvimento,determinado culturalmente segundo Vygotsky ,pode ser explicado na verdade,por possuir como elemento mediador entre indivíduo e influências do mundo exterior, a linguagem,as operações com signos,o sistema de representações que substitui o real,fornecidos por dada cultura aos indivíduos que as constituem.

Assim,a linguagem ,esse sistema simbólico de mediação entre o sujeito e o objeto,que além do intercâmbio social, presta-se principalmente à função de contribuir para a contrução do pensamento generalizante , que se dá a partir da generalização das experiências em categorias conceituais,ou seja, classes de objetos com atributos em comum, selecionados sob a óptica de um grupo cultural, se consubstancia num instrumento de organização do conhecimento,ordenação do mundo real e, assim sendo,torna-se um importante fator desencadeante da construção da própria consciência humana.Esta a qual Vygotsky confere papel central na concepção que possui das relações entre afeto e intelecto.

Nessa perspectiva, a partir das investigações que efetivou dos processos internos relacionados á aquisição,organização e uso do conhecimento através da sua dimensão simbólica, Vygostsky chega a estabelecer um percurso genético do desenvolvimento do pensamento generalizante, chamado por ele de pensamento conceitual , dentro do qual busca explicitar de que maneira se corporifica a construção de significados, como se dá o processo de formação de conceitos, Vygostky o subdivide em três grandes estágios:o da formação de conjuntos sincréticos,o do pensamento por complexos e o da formação de conceitos propriamente ditos.

No primeiro estágio,a criança agrupa os objetos do mundo circundantes a partir de nexos subjetivos,baseada em fatores perceptuais,por isso,tais ligações são instáveis e não se relacionam necessariamente aos atributos relevantes do objetos.Já no estágio do pensamento por complexos, essas ligações, descobertas por meio da experiência direta,estabelecem conexões concretas e factuais entre os objetos,porém, ainda carecendo de unidade lógica, uma vez que sofrem variações decorrentes do tipo de contato e relações existentes entre os elementos, e baseiam-se na combinação por similaridade , na unificação de impressões diversas.Por fim, no terceiro estágio, ocorre o agrupamento dos objetos com base num único atributo,abstraído de características isoladas da totalidade da experiência direta; é o estágio onde opera o pensamento lógico abstrato.

No entanto, todo esse percurso, vale ressaltar, não se trata de um processo linear,visto que discorre sobre a formação de conceitos cotidianos da vida infantil, impregnados de experiência onde primordialmente parte-se do concreto para o abstrato,desenvolvendo-se também na direção contrária,quando se considera a formação de conceitos científicos no âmbito da instrução escolar, da representação abstrata, através de um atitude mediada,metacognitiva( de consciência e controle de suas relações conteúdos), sem confronto com uma situação direta, para a realidade concreta.

Mas, adverte Vygotsky “ é preciso que o desenvolvimento de um conceito espontâneo tenha alcançado um certo nível para que a criança possa absorver um conceito científico correlato”.Daí o importante papel que Vygotsky atribui à intervenção escolar ,promotora do agir coletivo como alternativa pedagógica capaz de provocar aprendizagem e, consequentemente,gerar o desenvolvimento dos educandos.

Tal como a percepção e a memória,as emoções compõem o quadro de nossas funções psicológicas e, assim como as primeiras ,apresenta uma dimensão social que a determina.Sendo,pois,um fenômeno psicossocial,as emoções dependem de uma consciência social fornecida pela cultura que dite as diretrizes para o sentimento, no tocante a quando, onde e o que sentir, e que estas estabeleçam, enfim, códigos legais,morais e sociais que as sustentem.

Por outro lado,a violação dessas regras do sentimento,equivale a desenvolver uma nova ideologia social,um novo sistema social:vemos,por exemplo,segundo Ratner(1995,p.67) as constantes revoluções emocionais trazidas pelo proliferar das reivindicações feministas.Em geral, “a medida que mudam as ideologias sociais e os sistemas sociais,eles trazem consigo novas normas de emoções”.(RATNER,1995,p.67).

Pode-se inferir portanto,que muito embora, haja correspondente emocional nos animais e bebês humanos, as emoções de um ser humano adulto, sendo, pois,mediadas,pela consciência social, não mais possui uma base natural e espontânea comum aos o o próprio Carl Ratner enfatiza:

Embora algumas emoções possuam correspondentes naturais, a maior parte das emoções, entre as quais a vergonha,a gratidão,o dever,a raiva,a piedade,o remorso,a admiração,o ódio,o desprezo,a vingança,o amor e a culpa, não possuem.A falta de correspondentes naturais para essas emoções torna ainda mais evidente seu caráter social.(RATNER,1995,p.68)

Se a dimensão social das emoções é culturalmente determinada, por certo a existência, a qualidade e a intensidade delas são tão diversas quanto o universo de conceitos e práticas sociais específicas existentes.

Na teoria sócio-histórica, Vygotsky entendia a construção da inteligência humana a partir da vertente interacionista, que conjugava o corpo com a alma.Também defendia a complementaridade dos aspectos biológicos e sociais no desenvolvimento humano.

Essa teoria considera que é por meio das interações com outros seres humanos que o homem se constrói.Assim, as características tipicamente humanas não estão prontas no nascimento: desenvolvem-se no decorrer da vida.

Vygotsky(1993) propõe uma visão de homem como um sujeito social e interativo. Dessa forma, considera que a aprendizagem ocorre a partir de um intenso processo de interação social,através do qual o indivíduo vai internalizando os instrumentos culturais,ou seja, as experiências vividas com outras pessoas é que vão possibilitar a ressignificação individual do que foi internalizado.

A educação contemporânea parece rever as práticas que acompanham o processo educacional,mesmo que lentamente,partindo de pressupostos teóricos que consideram que há um entrelaçamento dos aspectos cognitivos com os afetivos, caminhando para uma visão integradora do sujeito.

Para Piaget o afeto é uma importante energia para o desenvolvimento cognitivo. Piaget nos diz:

(...) a afetividade constitui a energética das condutas, cujo aspecto cognitivo se refere apenas as estruturas .Não existe, portanto,nenhuma conduta, por mais intelectual que seja, que não comporte,na qualidade de móveis,fatores afetivos:mas, reciprocamente ,não poderia haver estados afetivos sem a intervenção de percepções ou compreensão, que constituem a estrutura cognitiva.A conduta,é portanto,uma,mesmo que,reciprocamente,esta não tome aquelas em consideração:os dois aspectos afetivo e cognitivo são, ao mesmo tempo, inseparáveis e irredutíveis.(ARANTES,p.77,2002).

Jean Piaget nasceu em Neuchatel, Suíça, em 1896.Formou-se em Biologia pela Universidade de Neuchatel.O fato de ter se formado em Biologia, antes de cursar Psicologia,exerce grande influência em sua teoria, uma vez que sua explicação para o processo de evolução da inteligência é baseada na comparação com o processo de desenvolvimento biológico humano.A teoria piagetiana é classificada como interacionista,uma vez que entende o processo de aquisição de conhecimentos como derivado das múltiplas interações realizadas pelo sujeito com os objetos do meio no qual está inserido.

Segundo Piaget , o “ ser social” de mais alto nível, é aquele que consegue relacionar-se com seus semelhantes de forma equilibrada; isso significa afirma que , a cada estágio de desenvolvimento do sujeito,definido por Piaget,compreende-se uma maneira de ser social,daí a forma como uma criança ,no período pré-operatório, interage socialmente diferente de uma pessoa que atingiu o nível das operações formais,haja vista esta conseguir estabelecer com coerência e equilíbrio trocas intelectuais.Assim, denota dizer que, o desenvolvimento das operações lógicas no indivíduo corresponde simultaneamente ao seu desenvolvimento social.Para tanto, é conveniente,apresentar tal relação nas variadas etapas fixadas por este autor. Inicialmente, no período sensório-motor,o nível de socialização da inteligência mostra-se extremamente precário , pouco devendo as trocas sociais.

Entretanto, no estágio pré –operatório, caracterizado pela presença da linguagem e da representação simbólica,esta socialização da inteligência,outrora pouco perceptível,ganha efetiva significância,embora alguns fatores ainda impeçam as consistentes trocas intelectuais equilibradas,tais como: a ausência de condições favoráveis na criança para enquadrar-se em uma categoria comum de referência,condição indispensável ao autêntico diálogo; a incapacidade circunstancial da criança para sustentar sua definições ou afirmações;além de não conseguir promover relações de reciprocidade,de ver-se a partir do ponto de vista do outro. Situações estas peculiares ao pensamento egocêntrico.

Apesar, de nessa fase , a criança designar seu ponto de vista como único ou verdade absoluta,demonstrando uma suposta autonomia,ela ainda não possui consciência do próprio eu,um exemplo prático,é quando percebemos que a criança facilmente influencia-se pela opinião dos adultos. A partir do estágio das operações concretas, as reais trocas intelectuais começam a ser permanentes e a reciprocidade nas relações constituídas,dando início á consolidação da personalidade, entendida por Piaget dessa maneira:

“Não o eu enquanto diferente dos outros eus e refratário á socialização , mas é oindivíduo se submetendo voluntariamente as normas de reciprocidade e de universalidade. Como tal, longe de estar á margem da sociedade , a personalidade constitui o produto mais refinada da socializaçã efeito,é na medida em que o eu renuncia a si mesmo para inserir seu ponto de vista próprio entre os outros e se curva assim ás regras da reciprocidade,que o indivíduo torna-se personalidade”(PIAGET,1967,p.245 apud LA TAILLE,1992,p.17).

Diante disso notamos dentre outros motivos, a importância das relações sociais na construção do eu e do outro,num processo concomitante de diferenciação e socialização.Todas as questões evocadas faz-se sobre as diferentes dimensões do ser social e sua íntima relação com as etapas de desenvolvimento gognitivo;mas, vale-se pensar também a ampla influência das interações sociais sobre esse desenvolvimento;haja vista,os fatores interindividuais permitirem à Inteligência atingir a coerência possível, sobretudo pelas necessidades oriundas da vida em sociedade.Piaget não confiava fielmente na argumentação de que toda e qualquer relação interindividual supõe desenvolvimento satisfatório,pois em seus estudos sobre estas,distingue dois tipos: a coação e a cooperação, compreendidas igualmente a partir de reflexões sobre o desenvolvimento de juízo moral na criança. Tecendo as devidas conceituações no âmbito do processo ensino aprendizagem,privilegiou-se o vínculo entre inteligência e afetividade.

Tanto a coação quanto a cooperação, compõem o cenário do cotidiano escolar,seja no espaço próprio da sala de aula,quanto na instituição escolar como um todo.São relações que se estabelecem, muitas vezes,em lugares específicos, de forma inconsciente, a favor de uma educação de qualidade e com obletivo maior de atingir a qualidade.

Dessa forma, classifica-se coercitiva,qualquer relação que prima pela unilateralidade, pela imposição ao outro na forma de pensar,de princípios e valores tidos como verdades absolutas.Essa realidade aponta-se contraditória ao desenvolvimeto intelectual, sócio-afetivo e moral,pois a medida que não promove a reciprocidade entre os sujeitos, impede infelizmente a construção de sua autonomia.No entanto, as relações de cooperação são opostas as já citadas,pois demonstram o ponto de partida para o progresso moral, intelectual e afetivo,por garantir a reciprocidade entre os indivíduos, tornando-os capazes de aceitar o ponto de vista alheio e perceber-se o pode-se deduzir,enquanto na coação os elementos afetivos seguem do medo ao sentimento de obrigatoriedade,na cooperação prevalece o respeito mútuo,a autonomia.Fatores decisivos a serem considerados na prática educativa intra e extra escolares,buscando respeitar e aproveitar as relações de cooperação que naturalmente emergem dos contatos entre as crianças.

Os argumentos salientados evidenciam a função construtora das relações interindividuais cooperativas,destacam a dinamicidade de sua natureza na constituição humana,e trazem para o cerne das discussões pedagógicas do cotidiano,o reconhecimento de que o conjunto das atitudes realizadas é resultante de múltiplas determinações, conferindo a afetividade,o devido lugar na promoção de uma educação mais recíproca com suas finalidades, já que seu intuito é a formação plena do educando.

O desenvolvimento cognitivo, afetivo e social encontram-se tão imbrincados um ao outro, a ponto da simples mudança circunstancial em um dos aspectos ocasionar a transformação dos demais , positiva ou negativamente, dependendo dos seus elementos constituidores.Enfim, considerando que “ esses dois aspectos são ao mesmo tempo , irredutíveis,indissociáveis e complementares,não é, portanto, muito para admirar que se encontre um notável paralelismo entre suas respectivas evoluções”.( PIAGET e INHELDER,1990,p.24).

O processo contínuo e construtivo de socialização do sujeito se dá também,em primeira instância, nas interações sócio afetivas acontecidas na primeira infância.O sujeito busca a satisfação orgânica e psicológica, seguindo em direção ao limite da individualidade e depois para a autonomia.Dessa forma, a correspondência entre os aspectos afetivos e cognitivo, no que corresponde as evoluções, vai tornando explícito o papel da afetividade no período do desenvolvimento humano.

Outro importante teórico que enfatiza o papel do afeto na aprendizagem é Henry Wallon. Ele nasceu em Paris,em 1879, graduou-se em medicina, atuando como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).Em 1925 criou um laboratório de psicologia biológica da criança.Foi vice presidente do Grupo Francês de Educação Nova –instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país, da qual foi presidente de 1946 até morrer em 1962,aos 83 anos.Ao longo de toda sua vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos das inteligências das crianças.

Wallon mostrou que as crianças possuem corpo e emoções na sala de aula,pois sua teoria pedagógica diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais que um simples cérebro.

A teoria proposta por Henry Wallon procura romper a dicotomia entre o orgânico e o social,entre o indivíduo e o meio.Percebe-se então,a relação intrínseca que Wallon estabelece entre as funções psíquicas da criança com sua infraestrutura orgânica. As perspectivas wallonianas contemplam a uníssona relação entre o desenvolvimento da inteligência, do conhecimento e da percepção, sendo que tais processos são inseparáveis do mundo da afetividade, tornando-se verdadeiras alavancas para redimensionar a educação.

Segundo Wallon,a afetividade corresponde a primeira manifestação do psiquismo, e propulsiona o desenvolvimento cognitivo ao instaurar vínculos imediatos com o meio social, abstraindo deste, o seu universo simbólico,culturalmente elaborados historicamente acumulado através da humanidade.Dessa forma, os instrumentos mediante os quais se desenvolverá o aprimoramento intelectual são,irremediavelmente,garantidos por esses vínculos,estabelecidos pela consciência afetiva. Para Wallon,a evolução afetiva está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento cognitivo, diferenciando-se sobremaneira entre uma criança e um adulto.

A afetividade sadia contribui para melhorar as condições de aprendizagem dos alunos. Wallon(1998) identificou e valorizou as primeiras manifestações afetivas do ser humano através do estudo da criança no decorrer do seu desenvolvimento.O autor relacionou-as com as atividades psíquicas e afirmou o papel da afetividade como fundamental na constituição e funcionamento da inteligência, determinando interesses e necessidades individuais.Sua teoria psicogenética contribuiu para o entendimento do processo de desenvolvimento e para o processo ensino-aprendizagem.

O eixo para a compreensão da integração no processo de desenvolvimento proposta por Wallon é considerado em dois sentidos: integração organismo-meio e integração cognitiva-afetiva-motora.

As emoções tão presentes no convívio social fazem parte da vida afetiva.Wallon afirma que emoção e razão estão intrinsicamente conectadas. O processo educativo não pode deixar de perceber o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que se sucedem fases com predominância afetiva e outras predominância cognitiva. Essa abordagem propõe o entrelaçamento entre o processo intelectual e emocional.

Conforme as idéias de Wallon, a escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira,limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa.Ele entende o verdadeiro valor do aluno como ser que vive de emoções, entende também que essas emoções precisam ser valorizadas e levadas em consideração em todo o processo de aprendizagem.

Aproximando as ideias de Vygotsky com a teoria Walloniana em que se enfatiza a pessoa com as dimensões afetiva, cognitiva e motora integradas,o professor desempenha um papel ativo na constituição da pessoa do aluno. Como mediador entre o aluno e o conhecimento,compete ao professor canalizar a afetividade para produzir conhecimento.

As reflexões apontadas por Vygotsky ,Wallon, Piaget consideram o pensar e o sentir aspectos fundamentais para a aprendizagem. Vygotsky,Piaget e Wallon convergem seus postulados teóricos ao defender a idéia de que a evolução da afetividade,depende das construções realizadas no plano da inteligência,assim a evolução da inteligência depende das construções afetivas.

É importante definir o papel da escola no rompimento das “algemas psíquicas” impressas nos relacionamentos entre os indivíduos e, portanto, capaz de promover um encontro que favoreça as trocas de experiências e consequentemente aprendizagem.

' ( ARANTES,p.45,2003).

Os conhecimentos são construídos por meio da ação e da interação. O sujeito aprende quando se envolve ativamente no processo de produção do conhecimento, através da mobilização de suas atividades mentais e na interação com o outro. Portanto, a sala de aula, precisa ser espaço de formação, de humanização, onde a afetividade em suas diferentes manifestações possa ser usada em favor da aprendizagem, pois o afetivo e o intelectual são faces de uma mesma realidade- o desenvolvimento humano.

CONCLUSÃO

A partir dos inúmeros exemplos e literatura utilizada ao longo de todo o trabalho foi possível concluir que a afetividade é essencial na aprendizagem. È impossível desconsiderá-la no processo de ensino, pois a mesma tem a capacidade de despertar nos alunos maior vontade, motivação, atenção, envolvimento com o aprender.

Um ensino baseado na mera transmissão de conteúdos, sem levar em conta o aspecto afetivo do seu aluno, acaba por deixá-lo pouco a vontade, ansioso, com medo de participar, ocasionando dificuldade no relacionamento professor –aluno e consequentemente uma aprendizagem deficiente.

Inúmeros teóricos, pensadores, estudiosos da educação são unânimes em defender que a afetividade precisa ser entendida como ferramenta metodológica de ensino e não é apenas mais um modismo.

É imprescindível, então, que no contexto escolar trabalhemos a articulação afetividade-aprendizagem nas mais variadas situações, considerando-a como essencial na prática pedagógica e não a julgando como simples alternativa da qual podemos lançar mão quando queremos fazer uma atividade diferenciada na escola. Essa articulação deve ser uma constante busca de todos que concebem o espaço escolar como locus privilegiado na formação humana.

Portanto, a afetividade entre os sujeitos envolvidos no processo de ensinar-aprender,o exercício do diálogo, o fazer compartilhado,o respeito pelo outro,o estar aberto,o saber escutar e dizer,configuram-se como elementos de fundamental importância para a aprendizagem.

referência bibliográfica

ALMEIDA,A.R.S. A emoção na sala de aula.São Paulo: Papirus,2008,4ª edição.

ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga (Orgs.). Afetividade e aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

ANTUNES,Celso.Alfabetização Emocional.São Paulo:Vozes,2001.

ARANTES,V.A. A afetividade no cenário da educação. REGO,T.C.(Org).In:Psicologia,educação e as temáticas da vida contemporânea.São Paulo:Moderna,2002.

BEHRENS,Marilda Aparecida.O paradigma emergente e a prática pedagógica.Curitiba:Champagnat, 2000.

BULOW, Marilei Andrade Skrzypietz. Pensamento Pedagógico Contemporâneo.Campo Largo:Faculdade Cenecista de Campo Campo Largo,2010.

CANDAU,Vera Maria. Rumo a uma nova didática.Rio de Janeiro:Vozes,1995.

CORIA-SABINI,Maria Aparecida.Fundamentos da Psicologia Educacional.São Paulo:Ática,2005.

CHALITA,Gabriel.A solução está no afeto.São Paulo: Gente,2008,9ª edição.

CUNHA,Maria Isabel da.O bom professor e sua prática.São Paulo:Papirus,2000.

DAMÁSIO, A. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo:Companhia das Letras, 1996.

DIAS,Iárcia Regina da Silveira.SCRIPTORI,Carmem Campoy.Sujeito e Escola: estudos em educação.São Paulo,Insular,2008.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GOLEMAN,Daniel.Inteligência Emocional.Rio de Janeiro:Objetiva,1998.

GUENTHER,Zenita Cunha. Educando o ser humano: uma abordagem da psicologia humanista.Minas Gerais:Universidade Federal de Lavras,1997.

HILLIAL,Josephina.Relação professor e aluno – a formação do homem consciente.São Paulo:Paulinas,1985.

KUPFER, Maria Cristina Machado. Educação para o futuro: psicanálise e

educação. 3 ed. São Paulo: Escuta, 2007. 160p.

LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl de & DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky e Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão. 6ª ed. São Paulo: Summus, 1992.

LIBÂNEO,José Carlos. Adeus professor,adeus professora? novas exigências educacionais e profissão docente.São Paulo: Cortez,2008.

LUCK, Heloisa; CARNEIRO, Dorothy G. Desenvolvimento afetivo na escola. 6.ª

edição. Petrópolis. Vozes, 1999, 114 p.

MACHADO,Iliana Biscaia.Educação Emocional: uma proposta metodológica.Curitiba: Champagnat,2005.

MOYSÉS,Lucia. O desfio de saber ensinar.Rio de Janeiro: Papirus 1996.

NUNES,Vera.O papel das emoções na educação.São Paulo,Casa do Psicólogo,2009.

OUTEIRAL,José. O mal estar na escola.Rio de Janeiro: Revinter,2005.

PILETTI,Claudino.Didática Geral. São Paulo: Ática, 2003.

POLITY,Elisabeth.Ensinando a ensinar.São Paulo:Lemos,1997.

-----------------------

Monografia de conclusão de curso de pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia Institucional apresentada ao centro universitário Barão de Mauá

Orientador(a):

................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download