Scout No Futebol: Uma Ferramenta Para a Imprensa Esportiva

Intercom ? Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica??o XXVIII Congresso Brasileiro de Ci?ncias da Comunica??o ? Uerj ? 5 a 9 de setembro de 2005

Scout No Futebol: Uma Ferramenta Para a Imprensa Esportiva 1

Caroline Colucio Vendite2 , La?rcio Luis Vendite3 e Antonio Carlos de Moraes4 Faculdade de Educa??o F?sica e Instituto de Matem?tica, Estat?stica e Computa??o Ci-

ent?fica, Universidade Estadual de Campinas

Resumo As partidas de futebol t?m se constitu?do num dos principais eventos da m?dia televisiva, transformando-se em investimentos para os patrocinadores e, em muitas vezes como a ?nica fonte de renda para os clubes. Assim sendo, podemos observar uma s?rie de atrativos para prender a aten??o dos telespectadores durante as transmiss?es. Esses atrativos v?o desde c?meras que nos d?o a impress?o de estarmos dentro do gramado, at? dados sobre a performance da equipe ou do jogador, abordando o desempenho no desenvolvimento dos fundamentos do jogo de futebol. Estes dados permitem que o telespectador possa verificar o comportamento das equipes naquele dia. O mapeamento do jogo de futebol quer seja individualizado ou em equipe, tem recebido o nome de "Scout". Com o "Scout" da partida, mesmo o telespectador que n?o acompanha diariamente o futebol, tem condi??es de perceber o que est? acontecendo no jogo. Al?m de ser um atrativo para o telespectador, o "Scout" tem como utilidade servir de ferramenta para os profissionais que atuam diretamente no futebol (t?cnicos, preparadores f?sicos) na prepara??o global da equipe. Tamb?m os integrantes da m?dia escrita e falada tem em m?os dados que lhes permitem escrever com propriedade os acontecimentos observados durante a realiza??o de partidas de futebol, bem como os comentaristas esportivos tamb?m utilizam os dados para tecerem seus coment?rios.

Palavras chave: M?dia Esportiva. Futebol. Scout

1 Trabalho apresentado ao NP 18 ? Comunica??o e Esporte, do V Encontro dos N?cleos de Pesquisa da Intercom 2 Caroline Vendite, Graduada em Comunica??o Social em Jornalismo, mestranda da Faculdade de Educa??o F?sica da Unicamp, contato: carolvendite@.br 3 La?rcio Luis Vendite, professor doutor do Instituto de Matem?tica, Estat?stica e Computa??o Cient?fica da Unicamp, contato: vendite@ime.unicamp.br

4 Antonio Carlos de Moraes, professor doutor da Faculdade de Educa??o F?sica da Unicamp, conta-

to: acmoraes@fef.unicamp.br

1

Intercom ? Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica??o XXVIII Congresso Brasileiro de Ci?ncias da Comunica??o ? Uerj ? 5 a 9 de setembro de 2005

1 A m?dia e o futebol

A rela??o entre o esporte e a m?dia esportiva ? antiga. Quando observamos a evolu??o do jornalismo esportivo, podemos notar uma mudan?a nos esportes em fun??o da m?dia, principalmente quando analisamos o futebol. Hoje em dia podemos notar que muitas partidas de futebol t?m hor?rios para o p?blico da televis?o e n?o para o p?blico do est?dio, com jogos as 22:00 horas, os quais n?o s?o vi?veis e atrativos para quem gosta de comparecer aos est?dios de futebol para acompanhar as partidas.

O futebol vem sendo considerado como a principal modalidade esportiva no Brasil, constituindo-se em bom investimento, e sendo rent?vel para as emissoras de televis?o, cada dia mais s?o gerados atrativos para quem prefere ficar no conforto de casa. Eric Midwinter (1986) apontou o fato de a televis?o tornar os espectadores "autoridades" potenciais em assuntos esportivos, pois ela possibilita acompanhar eventos, personalidades e equipes em detalhes; ajuda a acompanhar o desempenho atrav?s de uma estat?stica e indicadores de desempenho para o p?blico enorme; produz a melhor vis?o do evento esportivo permite o replay, que gera controv?rsias artificiais.

Ao longo dos anos a televis?o tem modificado a audi?ncia do esporte em todo o mundo. Para Betti (1998), o dinheiro injetado pela televis?o no sistema esportivo e por patrocinadores foi o fator decisivo para o incremento do profissionalismo no esporte.

At? 1987, os jogos do Campeonato Brasileiro n?o eram transmitidos ao vivo, por que muitos dirigentes pensavam que a televis?o afastava o p?blico dos est?dios. Mas houve um consenso entre os dirigentes e os patrocinadores, pois para promover o futebol era preciso um entendimento entre eles. A estrat?gia foi criar um campeonato com 16 clubes, bons patrocinadores e a presen?a da m?dia, com jogos as sextas, s?bados e domingos. O esquema deu certo, e o retorno para os clubes foi positivo.

Conforme noticiado na imprensa nos ?ltimos anos a Rede Globo detentora majorit?ria dos direitos de transmiss?o dos maiores campeonatos de futebol do pa?s, investe milh?es em aparelhagens e recursos. O esporte ? um show. Para exibi-lo em todos os ?ngulos, um grande aparato tecnol?gico ? mobilizado para registrar os lances mais espetaculares e os momentos mais emocionantes.

2

Intercom ? Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica??o XXVIII Congresso Brasileiro de Ci?ncias da Comunica??o ? Uerj ? 5 a 9 de setembro de 2005

Atualmente, mais c?meras, microfones e profissionais s?o destacados para cobertura dos jogos de futebol. Os lances duvidosos s?o resolvidos pelo "tira-teima" e outros recursos tecnol?gicos e ao lado das inser??es virtuais, ilustram as transmiss?es.

3

Intercom ? Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica??o XXVIII Congresso Brasileiro de Ci?ncias da Comunica??o ? Uerj ? 5 a 9 de setembro de 2005

2 A estat?stica como ferramenta para imprensa

Todo o jogo de futebol transmitido pela televis?o apresenta cada vez mais informa??es para o comentarista ou o rep?rter. Curiosidades os dados estat?sticos do jogo tem aparecido mais freq?entemente nas transmiss?es ao vivo. Mas para lidar com dados estat?sticos ? preciso ter muito cuidado, pois uma leitura equivocada pode acarretar uma interpreta??o completamente err?nea e sugerir uma outra vis?o da partida de futebol.

A falta de preparo por grande parte da imprensa, ou pelo desconhecimento desta ?rea, tem feito com que o "scout" no futebol induza a opini?es ?s vezes equivocadas por parte dos comentaristas esportivos.

Mas o que seria interessante para o telespectador? Entendemos que o n?mero representativo dos elementos que comp?em uma partida de futebol (passes, lan?amentos, cruzamentos, desarmes, finaliza??es com ou sem chance de gol) s?o alguns exemplos dos dados que o "scout" pode oferecer e que contribuem para o entendimento do jogo de futebol por parte do telespectador.

Alguns jornais impressos, veiculados em todo o Brasil, tamb?m apresentam um resumo estat?stico dos jogos dos campeonatos de futebol, e ao final de cada campeonato ? feita uma an?lise atrav?s da m?dia para saber quem foram os destaques nos principais fundamentos, vistos individualmente e tamb?m por sua equipe. Aqueles que n?o tiveram uma boa performance tamb?m s?o citados.

A an?lise superficial e individualizada dos dados coletados pode levar a conclus?es inadequadas. Por exemplo, um jogador que comete muitas faltas ? taxado de violento. Entretanto, a falta, um recurso do jogo est? previsto nas regras do futebol. No caso das faltas, quando associada aos desarmes, pode ser considerada como uma estrat?gia de jogo. Assim, nem sempre o jogador que comete mais falta ? violento. Podemos entender como um jogador combativo e que consegue inutilizar com sucesso o ataque advers?rio, quer seja pelo recurso da falta quer seja pelos desarmes. ? imperativo n?o confundir falta com viol?ncia. Esse ? um exemplo, entre v?rios, onde n?o sendo os dados lidos de forma correta pode levar a conclus?es erradas.

4

Intercom ? Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica??o XXVIII Congresso Brasileiro de Ci?ncias da Comunica??o ? Uerj ? 5 a 9 de setembro de 2005

5

 ................
................

In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.

Google Online Preview   Download