Curso e Colégio Ideologia



-668270890GRAM?TICASISTEMATIZA??OELIS 2? ANO EM____/____/ 2020Nome:Coes?o textualUm texto será coeso se as suas diferentes partes constitutivas estiverem articuladas e interligadas, garantindo a sua unidade sem?ntica. A coes?o textual pode ser assegurada através dos seguintes mecanismos linguísticos:Cadeias de referênciaEstamos perante uma cadeia de referência quando, num texto, há um ou vários elementos textuais sem referência autónoma. A sua interpreta??o está, por isso, dependente de outra express?o presente no texto.1) Amava, amava as mulheres com sensualidade, estima e ternura. Sinceramente me julgava, perante elas, um sensual, um sentimental e um idealista. Decerto me n?o tinham inspirado grande ternura ou respeito as que até ent?o fisicamente amara. Mas até essas, n?o pudera amar (amar da maneira que qualifiquei) sem uma ponta de afetividade e umas veleidades de moralista regenerador. (J. Régio, O Vestido Cor de Fogo)A express?o nominal as mulheres e os pronomes elas, as e essas, tal como a elipse do pronome pessoal elas antes do complexo verbal tinham inspirado, formam uma cadeia de referência, uma vez que o referente dos pronomes é o mesmo do da express?o nominal. Todas as express?es reenviam para a mesma entidade extralinguística.Podem integrar as cadeias de referência as anáforas, as catáforas, as elipses e a co-referência n?o anafórica.Anáfora: express?o cuja interpreta??o depende de uma outra express?o presente no contexto verbal anterior.(2) Ao longe, no alto mar, há ainda o exercício da pesca. Há lá homens. N?o os vejo. (V. Ferreira, Até ao Fim)O pronome pessoal oblíquo os remete para uma express?o referida anteriormente no discurso (homens), sendo, por isso, uma anáfora.Catáfora: express?o cuja interpreta??o depende de outra presente no contexto verbal que vem imediatamente depois.3) Com o meu irm?o tudo foi diferente, sabe, as mulheres preferem-nos, aos filhos. (A. P. Inácio, Os Invisíveis)O pronome pessoal os (nos) remete para uma express?o que aparece posteriormente no discurso (os filhos), sendo, por isso, uma catáfora.Elipse: omiss?o de uma express?o recuperável pelo contexto, evitando assim a sua repeti??o.(4) O Luís foi à ópera, onde [ ] encontrou os amigos.(5) A final da Liga dos Campe?es foi muito bem disputada, ao contrário do que aconteceu na [ ] anterior.Nos exemplos apresentados, os lugares onde as palavras foram omitidas est?o assinalados pelos sinais [ ], que representam elipses. No exemplo (4), a palavra omitida é o pronome pessoal ele ou o nome próprio Luís; enquanto em (5) elidiu-se a palavra final.Co-referência n?o anafórica: existe co-referência n?o anafórica quando duas ou mais express?es linguísticas remetem para o mesmo referente, n?o havendo dependência referencial de uma em rela??o a outra(s).(6) A morte de Raul Vilar foi muito lamentada. Todos os jornais consagraram longos artigos ao grande escultor. (M. Sá-Carneiro, Loucura)Tanto Raul Vilar como grande escultor remetem para a mesma personagem. No entanto, ambas as express?es têm referência aut?noma.Coes?o lexicalA coes?o lexical pode ser garantida através de diferentes processos.Repeti??o: por n?o ser possível a sua substitui??o, a repeti??o da mesma unidade lexical ao longo do texto pode revelar-se necessária para a coes?o do texto.(7) Professor riu. Assim passaram a manh?, Professor fazendo a cara dos que vinham pela rua, Pedro Bala recolhendo as pratas ou os níqueis que jogavam.(J. Amado, Capit?es da Areia)Neste exemplo, a repeti??o do nome Professor é necessária para evitar a ambiguidade.Substitui??o lexical:?para evitar repeti??es desnecessárias, pode substituir-se uma unidade lexical por outras que com ela mantenham rela??es sem?nticas de sinonímia (8), antonímia (9), hiponímia e hiperonímia (10).(8) O treinador referiu que o jogo correu bem. Disse ainda que estava orgulhoso da sua equipe.(9) A maior parte das vítimas de violência doméstica s?o mulheres. Os homens, quando agredidos, raramente denunciam a situa??o.(10) Na semana passada, encontrei um gatinho. O animal estava cheio de fome e sede.Coes?o interfrásicaA coes?o de um texto depende da interdependência sem?ntica entre as frases que o constituem, podendo ser assegurada através de diferentes tipos de conectores.Desempenham a fun??o de conectores palavras ou express?es que asseguram a liga??o significativa entre frases/ora??es ou partes do texto, especificando o tipo de conex?o existente (causa, tempo, contraste...). Assim, estes elementos s?o pistas linguísticas que guiam a interpreta??o do leitor ou ouvinte.11) Quem tem a bola é o Jo?o. ? ele quem vai marcar a grande penalidade.Sem o conector, s?o possíveis várias interpreta??es, por isso a sua utiliza??o é importante para conduzir a interpreta??o do leitor / ouvinte, tal como se pode verificar nos exemplos seguintes:(11 a) Quem tem a bola é o Jo?o, porque é ele quem vai marcar a grande penalidade.(1 l b) Quem tem a bola é o Jo?o, por isso é ele quem vai marcar a grande penalidade.Enquanto em (1l a) o conector introduz uma rela??o de causa, em (ll b) introduz uma rela??o de consequência.Podem funcionar como conectores:— conjun??es e locu??es coordenativas e subordinativas (porque, no entanto...);— advérbios conectivos (agora, assim, depois...);— adjetivos (bom...);— verbos (quer dizer...);— grupos preposicionais/locu??es adverbiais (pelo contrário, do mesmo modo...);— ora??es (para concluir, pelo que referi anteriormente...).(12) N?o vou de férias, porque n?o acabei o relatório.(13) Vou fazer horas extraordinárias a semana toda. Agora, n?o me pe?am para trabalhar no fim-de-semana.Apresentam-se no seguinte quadro os valores dos principais conectores:Tipo de ConectoresExemplosTemporais (indicam rela??es temporais entre as frases ou ora??es)→ quando, enquanto, por fim, depois, em seguida, antes, entretanto, ent?o...Contrastivos (indicam rela??es de oposi??o) →mas, embora, no entanto, apesar de, pelo contrário, contrariamente, por oposi??o...Aditivos (acrescentam informa??o) → e, também, além disso, mais ainda, igualmente, do mesmo modo, pela mesma raz?o, adicionalmente, ainda...Causa-consequência (indicam uma rela??o causa--efeito) →porque, por isso, consequentemente, pois, portanto, logo, por conseguinte, por esta raz?o, deste modo, ent?o, de maneira que...Confirmativos /exemplificativos→ por exemplo, de fato, efetivamente, com efeito...Explicativos/ reformulativos→ quer dizer, ou seja, isto é, por outras palavras...Síntese / conclus?o → em resumo, em suma, concluindo, para concluir...Alternativos→ ou, alternativamente, em alternativa...Coes?o tempo-aspectoPara que um texto seja temporalmente coeso, tem de existir compatibilidade entre informa??o sobre a localiza??o temporal (expressa sobretudo pelos tempos verbais) e informa??o aspectual (exprime o ponto de vista do enunciador relativamente à situa??o expressa pelo verbo, apresentando o modo como decorre essa situa??o). Para que essa coes?o se verifique, s?o necessárias as seguintes condi??es:Aten??o: a?utiliza??o correlativa ( que tem dependência mútua) dos tempos verbais:(14) Quando o Luís telefonou, a Ana saiu de casa.(14a) * Quando o Luís telefonou, a Ana sairá de casa.A agramaticalidade de (14a) decorre da impossibilidade de utilizar o futuro do indicativo tendo como ponto de referência o pretérito perfeito do indicativo.— utiliza??o correlativa dos advérbios de localiza??o temporal e dos tempos verbais:(15) Amanh? tenho aulas.(15a) * Amanh? tive aulas.Um advérbio que remete para o futuro impossibilita a utiliza??o de um tempo verbal passado.— utiliza??o compatível dos valores aspectuais dos verbos e do valor sem?ntico dos conectores temporais utilizados:(16) Enquanto jantou, a Luísa leu o jornal.(16a) * Enquanto chegou, a Luísa leu o jornal.O conector enquanto pressup?e uma situa??o contínua, n?o sendo, por isso, compatível com o verbo chegar, que indica uma a??o pontual.— ordena??o textual linear dos eventos representados no texto:(17) A Joana abriu a porta e a prima entrou.(1 7a) *A prima entrou e a Joana abriu a porta.A sequência temporal dos enunciados deve obedecer ao nosso conhecimento domundo. Assim, qualquer falante espera que a a??o de abrir a porta anteceda a de entrar. ................
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