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PROJETO INTERDISCIPLINAR: RÁDIO-EXPERIÊNCIA / 2012

UM PROJETO DE EDUCOMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO DA CIDADANIA

HISTÓRICO E JUSTIFICATIVA DO PROJETO

Em 2004, estávamos na Escola Darcy Ribeiro e construímos o projeto de implantação da rádio na escola. A ideia era estreitar os vínculos dos alunos e alunas com os professores e a comunidade do entorno e dos adolescentes entre si. Era um projeto ousado, e dependia em parte da boa vontade do poder público para sua implantação porque implicava em custos que ultrapassavam as possibilidades da escola.

Discutimos o projeto com a Secretaria Municipal de Educação e, após um longo processo de negociação, conseguimos o apoio da SME para a compra e instalação dos equipamentos da rádio. No entanto, embora suspeitássemos disso, não sabíamos que a implantação do projeto requereria muito mais do que os equipamentos e a boa vontade dos professores e dos gestores da escola.

Nos anos seguintes, apesar de instalada, a rádio da escola teve poucas repercussões e seu uso ficou circunscrito à utilização esporádica em ocasiões passageiras ou à comunicação rápida de avisos aos alunos ou a audição de músicas durante o período do recreio.

Passados oito anos da instalação da rádio, a experiência nos mostrou algumas das razões pelas quais o projeto não avançou no sentido em que era proposto originalmente.

Em primeiro lugar, ficou evidente que algumas questões conceituais com relação ao papel de uma rádio na escola e os conteúdos, propriamente ditos, de sua programação; bem como outras de caráter prático-operacionais, como a organização necessária para garantir o funcionamento da rádio, precisavam ser melhor equacionadas.

Por outro lado, os princípios de educomunicação, fundamentais para a articulação entre os elementos pertinentes ao processo educativo e a construção de formas alternativas de comunicação pelos protagonistas do processo não eram, à época, conhecidos pelos educadores da rede. Fato que se modificou após a participação da Rede no III Encontro Estadual de Educação Ambiental que era norteado por esses princípios, e cujo conhecimento ampliou a perspectiva dos educadores com relação a essas tecnologias da comunicação e as possibilidades de seu uso na escola.

Do ponto de vista prático, a questão que se impôs foi a necessidade de uma supervisão pedagógica sistemática, cotidiana e planejada. Esse trabalho, contudo, requeria pesquisa, articulação interna das ações na escola e produção qualificada de material pedagógico e educomunicativo para a rádio. Trabalho esse, que exigia tempo e dedicação maior do que aquele possível de ser realizado nas horas extraordinárias de trabalho docente produzido entre as aulas regulares, como havia ocorrido anteriormente. Ou seja, a missão da rádio exigia a disponibilização parcial de professores para a implementação do projeto na escola.

Para agravar esse cenário, a queda nos índices de aprovação nas avaliações externas e o aumento da evasão escolar, particularmente no período da tarde, e o crescente absenteísmo docente nos últimos dois anos, contribuiu para o abandono parcial do projeto original.

Em 02 de outubro desse ano, participamos da assembléia regional da ABRAÇO em Fernandópolis-SP (Associação Brasileira das Rádios Comunitárias), como representantes da Rádio Espaço Aberto, rádio comunitária católica da cidade de São José do Rio Preto (situada no Parque Estoril, da qual sou vice-presidente).

Essa iniciativa nos motivou a olhar novamente para a escola e pensar nas possibilidades educativas de retomar o projeto, uma vez que em 2012 retornamos para a escola.

Daí, a apresentação desse projeto se justifica. Acreditamos no potencial educomunicativo da escola e na capacidade da equipe escolar apropriar-se do trabalho da rádio para a consecução dos seus objetivos. Propomos uma intervenção qualificada nesse ambiente educativo e uma articulação do trabalho da rádio com o trabalho do grêmio escolar numa perspectiva de construção curricular que torne as lideranças estudantis - os protagonistas desse processo.

FINALIDADES E CONCEPÇÃO DE EDUCOMUNICAÇÃO E DEMOCRACIA ESCOLAR

A educomunicação é um conceito bastante utilizado pelos profissionais de mídia que procuram atuar no campo educacional, mas ainda pouco conhecido e utilizado pelos educadores, propriamente ditos,

Educomunicação propõe a construção de ecossistemas comunicativos abertos, dialógicos e criativos, nos espaços educativos, quebrando a hierarquia na distribuição do saber, justamente pelo reconhecimento de que todos as pessoas envolvidas no fluxo da informação são produtoras de cultura, independentemente de sua função operacional no ambiente escolar. (...) A educomunicação tem como meta construir a cidadania, a partir do pressuposto básico do exercício do direito de todos à expressão e à comunicação[1].

Contudo, as possibilidades de uso pedagógico dessa modalidade de intervenção na escola são enormes,

O conceito e as práticas educomunicativas vêm somar-se às propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais no que se refere especialmente à área das linguagens e suas tecnologias[2].

Por outro lado, cabe ressaltar que a metodologia de ação desse projeto pressupõe a compreensão e uso de 2 (duas) inovadoras concepções de trabalho pedagógico:

• Implementação de mecanismos de participação popular na escola: seminários, debates, reuniões periódicas, análise de conteúdo dos programas veiculados, referendos e plebiscitos;

• Utilização de mídias, redes, comunidades virtuais e diversas técnicas de educomunicação e rádio alternativa.

A implementação desses mecanismos amplia o conceito de democracia e a compreensão da ideia de cidadania numa perspectiva mais engajada e ativa e aprofunda a educação política dos adolescentes.

Essa perspectiva vem de encontro com as teses de alguns pensadores que entendem a escola como “locus privilegiado” da aprendizagem da democracia,

Existem outros espaços para a educação do cidadão, mas a escola não deve ser substituída pela militância, pois ela forma cidadãos ativos e livres, e não homens de partido, de facções virtualmente intolerantes. A escola pode ser o grande instrumento para a formação democrática, mas também o teste decisivo sobre o êxito e o desenvolvimento - sempre dinâmico - da democracia como regime político. (BENEVIDES, 1996) [3]

Essas duas dimensões, a educomunicação, por um lado, e a democracia participativa, por outro, possibilitam a adoção de um arranjo pedagógico que amplia as possibilidades educativas da rádio no espaço escolar como instrumento de formação da cidadania dos adolescentes.

O projeto, ora apresentado, insere-se nesse contexto e tem como pressupostos básicos:

1. A afirmação do adolescente como protagonista de sua própria aprendizagem e produtor de cultura no ambiente escolar;

2. A promoção do diálogo entre as diversas formas da cultura juvenil presentes na escola e a democratização dos espaços escolares como instrumentos dessa promoção;

3. A construção de novo paradigma nas relações entre adolescentes permeadas pela perspectiva da não-violência ativa;

4. O fortalecimento dos mecanismos de auto-organização estudantil, ou seja, do grêmio escolar; e das instituições auxiliares da escola, como o Conselho de Escola e a APM (Associação de Pais e Mestres);

5. A valorização das vozes e dos saberes construídos pelos alunos e alunas da escola e o estimulo a sua livre manifestação emancipada dos olhares alienantes impostos por outros grupos de interesse e de poder e pela propaganda;

6. A utilização da rádio escolar como ferramenta de diálogo intercultural e de aprendizagem de convivência com diferentes culturas e valores simbólicos;

7. A aprendizagem de mecanismos de participação direta pela implementação de pesquisas e enquetes virtuais, plebiscitos e referendos internos na escola e criação e debate de instituições auxiliares do grêmio estudantil como o conselho editorial e os grupos de pesquisa e trabalho da rádio;

8. O uso pedagógico do recreio como lugar privilegiado da comunicação inter-escolar entre os adolescentes por meio da rádio; e de divulgação dos resultados das pesquisas e dos trabalhos escolares como fonte alternativa de construção curricular.

OBJETIVOS GERAIS E ESTRATÉGIAS

Partindo desses pressupostos básicos, o projeto tem como objetivos gerais e estratégias:

1. Orientar os adolescentes do grêmio para que se organizem de forma orgânica, planejada e consistente para desenvolver seu papel de forma responsável e solidária aos projetos da escola;

2. Desenvolver processos de participação direta e de democracia participativa na escola e promover o diálogo intercultural entre as diversas culturas juvenis;

3. Construir com os adolescentes um projeto de rádio experimental permeado por valores éticos e cidadãos a partir do debate das finalidades e filosofia desse veiculo de comunicação na escola;

4. Sistematizar equipes de trabalho para a produção, divulgação e veiculação dos programas da rádio dentro da escola, bem como equipes de apoio e pesquisa para o desenvolvimento dos programas;

5. Promover ações de formação especifica para os adolescentes envolvidos no projeto com vistas a otimização e desenvolvimento dos trabalhos e programas da rádio na escola;

a. Oficinas de formação para radialistas juvenis e membros do conselho editorial da rádio;

b. Visita de delegação da rádio às instalações da rádio USP e rádio Cultura/FM e ao curso de Rádio e TV da ECA/USP no período do recesso em julho de 2012.

6. Produzir e veicular os programas da rádio experimental no pátio da escola durante os intervalos do recreio no período da manhã e da tarde;

7. Construir parcerias com as rádios educativas e comunitárias, com os cursos de ensino tecnológico (em especial, os ligados ao Centro Paula Souza e o Sistema S) e com os cursos de graduação das universidades e faculdades que possuem profissionais e conhecimentos acumulados ligados a essa área de atuação e que possam contribuir com o desenvolvimento do projeto.

AÇÕES ESTRATÉGICAS E OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO

O projeto em questão exigirá a adoção de um calendário de ações estrategicamente planejadas e desenvolvidas ao longo de um ano letivo. Após esse período, os responsáveis e a equipe farão uma avaliação e definirão as ações a serem desenvolvidas no ano seguinte.

A metodologia que propomos a seguir, nada mais é do que um ponto de partida para a intervenção que será desenvolvida no próximo ano. Esse conjunto de estratégias e ações descritas não será desenvolvida, necessariamente na sequencia em que está apresentada, porque algumas ações diferentes poderão se dar de forma simultânea; ao passo que outras, dependem da mobilização ou boa vontade de outros atores relevantes ou da conjuntura política.

1. O projeto será apresentado, discutido e emendado pela direção e coordenação; pelos professores e pelo conselho de escola;

2. O grêmio será contactado pelo professor responsável desse projeto, provocado a refletir sobre o seu papel enquanto liderança emergente dos alunos e alunas da escola e convidado a participar da construção da rádio experimental da escola;

3. O grêmio fará, assessorado pelo professor, um planejamento estratégico situacional, e definirá algumas diretrizes de sua gestão, e organizará uma força-tarefa para atuar na radio experimental:

a. Durante o processo de Planejamento serão formados 10 (dez) grupos de trabalho compostos de 8 (oito) alunos cada, sendo 5 (cinco) do período da manhã e 5 (cinco) do período da tarde.

b. Cada grupo de 8 (oito) alunos será responsável pela pesquisa, produção e veiculação dos programas de um determinado dia da semana no mês (por exemplo: grupo da 1ª segunda do mês, da 3ª quinta do mês, e assim por diante)

c. Na 5ª semana do mês, quando houver, serão repetidos os melhores programas selecionados pelo Conselho Editorial.

4. Escolha do nome da rádio experimental precedida de processo de pesquisa, debate e Plebiscito escolar;

a. Serão sugeridos 10 (dez) nomes de personalidades relevantes da história do país pelos professores da escola e distribuídos para os grupos de pesquisa;

b. Os grupos apresentaram e defenderão suas propostas em debates realizados na escola entre os alunos;

c. O grêmio fará o plebiscito e divulgará amplamente os resultados.

5. O grêmio definirá um cronograma de atividades da rádio experimental e formará as equipes de trabalho do projeto;

6. As equipes de trabalho e o grêmio escolar farão uma assembléia para discutir e deliberar sobre a filosofia de trabalho e programação da rádio;

7. O grêmio formará o conselho editorial da rádio para avaliação e encaminhamentos necessários com relação ao conteúdo dos programas veiculados na escola;

8. Os grupos iniciarão o trabalho de pesquisa, discussão e construção das pautas jornalísticas da rádio em 2012 e iniciarão o processo de construção deprogramas;

9. A rádio será inaugurada e os programas serão veiculados no horário do recreio do período da manhã e do período da tarde na escola;

10. A equipe de apoio, divulgação e parceria articulará ações de caráter formativo junto à universidades e cursos tecnológicos e às rádios educativas e comunitárias;

11. Organização de uma biblioteca digital com a memória auditiva da rádio bem como a guarda dos produtos utilizados na programação (músicas, spots e áudios) e registros visuais do trabalho realizado e prospectos e cópias dos trabalhos e pesquisas;

12. O grêmio e as lideranças responsáveis pelo projeto promoverão assembléias de avaliação e decidirão sobre os encaminhamentos necessários do próximo período.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS E FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

Nos últimos dez (10) anos, tem se falado muito em uma educação de competências e habilidades pautadas nos 4 (quatro) pilares básicos da formação do homem: aprender a ser/fazer, aprender a conhecer, aprender a aprender e aprender a conviver[4].

A rádio experimental, construída e apropriada pelos próprios adolescentes do modo que sugerimos nessa proposta, vai de encontro com esse tipo de formação.

O caminho de construção da rádio experimental pelos atores da escola num processo de escuta, debate e encaminhamento de propostas pressupõe a aprendizagem de um conjunto de competências e habilidades especificas. Sem querer esgotá-las, apresentamos algumas dessas diretrizes, bem como algumas competências e habilidades que o aluno/a diretamente envolvido no processo deverá incorporar ao longo dessa trajetória.

1. Aprender a ser/fazer:

a. Aprender a valorizar suas próprias falas, sotaques e linguagens desenvolvendo a auto-estima e o respeito próprio e o reconhecimento público por sua ação em prol da comunidade escolar e do entorno;

b. Aprender a escutar e respeitar opiniões diferentes e a construir sínteses e dirimir os conflitos ideológicos entre diferentes concepções;

c. Aprender a dialogar e a disputar teses de forma articulada à partir de critérios de civilidade;

d. Aprender a dizer a sua palavra de forma respeitosa para um publico determinado e a construir opinião sobre os fatos que veicula;

e. Aprender a avaliar e reavaliar sua participação dentro de uma instituição com um objetivo público e externo a si próprio.

2. Aprender a conhecer:

a. Aprender a organizar o pensamento de forma articulada e sistematizada para produzir e veicular os programas da rádio;

b. Aprender os mecanismos de funcionamento de uma rádio e as habilidades específicas de programação, editoração e veiculação dos programas;

c. Aprender a lidar e se expressar com diferentes linguagens e mídias (rádio, TV, internet) e a apropriar-se dos conceitos e ferramentas teórico-práticas da educomunicação;

d. Aprender princípios, conceitos e ferramentas de educação política como sufrágio, plebiscito, referendo, opinião pública, recall, proporcionalidade e mecanismos de iniciativa popular e o funcionamento e organização das leis de um país e cidade;

e. Aprender a aplicar os saberes escolares em contextos práticos do cotidiano.

3. Aprender a conviver:

a. Aprender a negociar suas vontades e opiniões nos grupos de trabalho e pesquisa e a nortear suas decisões e escolhas pelos princípios acordados e supervisionados pelo/no conselho editorial;

b. Aprender a submeter suas escolhas individuais aos critérios do coletivo e aos princípios da rádio e da escola.

4. Aprender a aprender:

a. Aprender a pesquisar de forma rigorosa e esclarecida, confrontar ideias diferentes e compreender diferentes versões sobre um mesmo fato;

b. Aprender a estabelecer relações entre informações e saberes oriundos de diferentes códigos de linguagem e contextos sócio-históricos;

c. Aprender a rever suas práticas por meio do diálogo e da escuta coletiva.

Contudo, não se pode desconsiderar o potencial educativo das mensagens construídas e transmitidas aos demais alunos da escola e à comunidade pela programação da rádio. O potencial educativo dessas mensagens construídas pelos próprios adolescentes para dialogar com seus pares deverá mobilizar sentimentos e saberes dos ouvintes da rádio.

Alem da capacidade de multiplicação desses valores ao conjunto dos alunos e alunas da escola, pode-se acrescentar mais um elemento aos pilares da educação que poderá ser observado e aprendido pelos ouvintes da rádio:

5. Aprender a ouvir:

a. Aprender a reconhecer, conhecer e escutar outras linguagens musicais sofisticadas como a MPB, o Jazz e a Música Clássica, entre outros.

b. Aprender a se escutar e a dialogar com a escola por meio dos instrumentos disponíveis de educação política (sufrágios, plebiscitos, referendos e pesquisas de opinião) e de escuta comunitária (rádio, internet e murais).

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

O processo descrito acima se desenvolverá ao longo de 2012 de acordo com o cronograma de atividades abaixo:

|Plano de ação |Fev |Mar |

|Planejamento Estratégico do Grêmio | | |

|Formação do Conselho Editorial da Rádio | | |

|Formação de equipes de trabalho e pesquisa | | | |

|Plebiscito de escolha do nome da rádio | | | |

|Definição do temário geral das pautas de 2012 | | | |

|Produção/Veiculação de programas de rádio | | |

|Reuniões periódicas do Conselho Editorial | | |

|Ações formativas para as equipes de trabalho | |

|Avaliação e revisão do projeto para 2013 | | |

RECURSOS NECESSÁRIOS

1. RECURSOS MATERIAIS:

Os recursos existentes na escola: sala-ambiente equipada com mobiliário básico e aparelho de som, material de áudio e mesa de som para a rádio e as caixas distribuídas no pátio da escola foram suficientes para o início do projeto e permitiram uma utilização ainda precária da rádio na escola. São necessários, ainda, mídias de música e áudio e, principalmente, um notebook com programas específicos de mídia e uma razoável memória disponível o que baratearia os custos operacionais do projeto.

Além disso, o notebook possibilitaria a criação de um site específico para distribuição dos programas na rede e ampliaria as possibilidades de construção de parcerias e apoios de rádios governamentais: Rádio Educativa da Prefeitura, Rádio Cultura FM e rádio USP, rádio do senado e rádio câmara e todo o Sistema Radiobrás; apoios e parcerias de rádios comunitárias filiadas à ABRAÇO (associação brasileira de rádios comunitárias) e, possivelmente algumas rádios comerciais via Lei de incentivo á cultura.

Solicitamos também à SME, a compra de um pacote com mídias regraváveis virgens para reserva técnica das mídias, produção e armazenamento dos programas veiculados e dos produtos digitais da rádio em formato CD/DVD e de um gravador digital para coleta de depoimentos e produção de entrevistas pelos adolescentes.

Solicitamos ainda apoio financeiro e logístico para o envio de uma delegação de 10 (dez) adolescentes e 2 (dois) professores às rádios profissionais e à ECA/USP durante o recesso de julho para o aprimoramento e crescimento individual dos alunos comprometidos com o projeto e motivação das turmas.

|Relação de Equipamento para a Escola Darci Ribeiro |

|QTD |Equipamentos |Preço |Total |

|01 |Micro computador Intel® Core i5 2310 2.9GHz 4GB 1TB DVD-RW + Monitor 18,5" LED E950 |1699,00 |1.699,00 |

| |Widescreen - AOC | | |

|01 |Placa de Captura de áudio | |147,00 |

|01 |Mesa De Som (4 Canais Balanceados e 2 Canais Stéreo) |360,00 |360,00 |

|01 |Estabilizador de Voltagem (800VA) |195,00 |195,00 |

|02 |Microfones (Balanceados) |192,5 |385,00 |

|02 |Cabos para Microfones |39,00 |78,00 |

|01 |Cabo P2xP10 com 2,00 mts |35,00 |35,00 |

|02 |Cabo P10xP10 com 2,00 mts |25,00 |50,00 |

|02 |Pedestais de Mesa para Microfone |75,00 |150,00 |

| | | | |

|Observação |Serviço de Montagem, Instalação e Treinamento, (Até 3 Visitas Técnicas) Valor de R$ 1.500,00|1500,00 |1.500,00 |

| |(Um Mil e Quinhentos Reais | | |

|Total Geral | |4.599,00 |

2. RECURSOS HUMANOS:

A proposta desse projeto visa ampliar o alcance e a perspectiva do uso pedagógico da rádio na escola e, como se pode perceber nesse texto, exigirá a destinação de horas de trabalho docente que vão muito além das previstas na jornada dos professores para sua implementação.

Por isso, estamos solicitando da Secretaria Municipal de Educação, a liberação de 1 (um) professor da escola remunerado por 9 (nove) horas semanais de trabalho docente pago na forma de carga suplementar de trabalho conforme o dispositivo previsto no Decreto Municipal 13.538 de 24/04/2007 que regulamenta o artigo 7º da Lei 138/02.

A medida visa assegurar a implementação do projeto com a implantação de assessoria pedagógica aos alunos do grêmio estudantil promovendo os adolescentes à categoria de protagonistas do processo e produtores culturais da rádio.

O professor a ser designado é o Prof. Ms. Celso Aparecido de Cerqueira Barreiro, que foi idealizador do projeto original da rádio na escola; e é proponente desse projeto. As horas serão distribuídas no período da manhã e da tarde e no horário do recreio quando serão veiculados os programas da rádio na escola e o trabalho com os alunos será realizado no contraturno escolar. A supervisão dos trabalhos ficará a cargo da equipe de gestão escolar.

AVALIAÇÃO E REVISÃO DO PROJETO

Como se pode observar, o projeto da rádio experimental possui pressupostos claros e objetivos, esclarece suas próprias demandas e necessidades imediatas e futuras e será desenvolvido numa metodologia sistemática e rigorosa com vistas à auto-aprendizagem dos alunos envolvidos direta e indiretamente no projeto.

O caminho a ser percorrido será desenvolvido de forma a preservar a história do grupo numa dinâmica de registro qualificado que promoverá o exame e a avaliação constante do grupo pelos pares, professores e a comunidade. Os grupos de pesquisa e veiculação de programas de rádio, o conselho editorial e o grêmio estudantil serão submetidos a um constante processo de avaliação e autoformação na escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Escola Municipal Darcy Ribeiro está localizada numa das regiões mais pobres da cidade. É uma das poucas escolas da Rede Municipal que possui a modalidade exclusiva de 6º à 9º ano do ensino fundamental e a maior em número de alunos e professores nessa categoria.

Funcionando nos 3 (três) períodos e atuando com adolescentes da faixa etária de 11 (onze) à 14 (catorze) anos, a escola possui um desafio enorme. Esse desafio pode ser observado nos baixos índices de desenvolvimento da educação básica e nas altas taxas de evasão escolar.

Sabemos que os problemas se devem a uma série de fatores, entre os quais os altos níveis de absenteísmo docente, o número de alunos por sala e a formação docente insuficiente para o enfrentamento de problemas cada vez mais difíceis de superar num quadro caracterizado pela mudança dos padrões de sociabilidade e pela mudança de época em que vivemos.

Contudo, estamos convencidos de que é possível avançar, apesar das dificuldades. Um dos caminhos possíveis é o investimento em iniciativas que valorizem o protagonismo juvenil, ampliem a ocupação dos tempos e espaços escolares pelos adolescentes e a jornada escolar dos alunos de forma criativa e dinâmica.

A escola precisa ampliar as oportunidades de aprendizagem de nossas crianças e adolescentes, e o poder público não pode ficar alheio a isso, e deve renovar todos os esforços que estiverem ao seu alcance, nesse sentido.

Como diz a poetisa, é preciso ouvir para entender a voz do menino que repete para nós, todos os dias: Migo! Ouvir, entender e responder, decididamente: Amigo! É o que somos!

O menino pergunta ao eco

onde é que ele se esconde.

Mas o eco só responde: "Onde? Onde?"

O menino também lhe pede:

"Eco, vem passear comigo!"

Mas não sabe se eco é amigo

ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer:

"Migo!"

(Cecília Meireles)

Por isso, reiteramos nossos pedidos e solicitamos o pronto atendimento pela Secretaria Municipal de Educação com relação aos recursos humanos e materiais necessários para o encaminhamento do projeto.

Sem mais, agradecemos antecipadamente

E pedimos deferimento.

São José do Rio Preto, 30/11/2011.

Escola Municipal Darcy Ribeiro.

Celso Aparecido de Cerqueira Barreiro

Adriana Guimarães Dias

Professor proponente do Projeto Diretora de Escola

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[1]

acesso em 30/10/2011 às 17h00.

[2]

Ibidem.

[3]

. acesso em 02/11/2011 às 10h45.

[4]

Relatório Delors. UNESCO,1999.

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