A EVOLUÇÃO DA LÍNGUA INGLESA



A EVOLUÇÃO DA LÍNGUA INGLESA

Entre os fatos históricos determinados na formação e evolução da língua inglesa destacaram-se os seguintes: o estabelecimento nas ilhas britânicas de povos germânicos nos séculos V e VI; (2) a chegada de Santo Agostinho, no ano 597, com a conseqüente conversão da Inglaterra à cristandade romana; (3) as invasões dos viquings no século IX e a conquista, no século XI; (4) a obrigatoriedade do uso do inglês, a partir de 1362, para procedimentos judiciários; (5) o estabelecimento da imprensa de William Caxton em westminster, em 1476; (6) o apagou do Renascimento, no século XVI; (7) a população ad chamada Bíblia do rei Jaime, tradução vernácula das sagradas escrituras, em 1611; e (8) a expansão colonial para a América do Norte, Austrália e Nova Zelândia, no século XVII.

Inglês Antigo (450-1150). No ano 449, três tribos germânicas iniciaram a conquista da Grã-Bretanha: os jutos, os anglos e os saxões, procedentes respectivamente da Jultândia (atual Dinamarca), de Schleswing e de Holstein (atual Alemanha). Falavam distintos dialetos-variantes do germânico ocidental aos quais os conquistados deram a denominação geral de Englisc (língua dos anglos), devido à presença maciça de anglos na ilha. Esses dialetos deram origem ao que hoje se conhece como inglês antigo, que usava o alfabeto único, logo substituído pelo romano, introduzido por missionários irlandeses. O idioma tinha um caráter eminentemente sintético, de substantivos, adjetivos, pronomes e verbos que determinavam a relação entre as palavras numa frase. Por conseguinte, a ordenação era mais livre que na língua atual. Havia três gêneros gramaticais: masculino, feminino e neutro. O vocabulário, grande do qual desapareceu do léxico posterior, tinha caráter essencialmente germânico.

A partir de meados do século IX houve invasões em massa de tribos procedentes da Península Escandinava e no norte e leste da Grã-Bretanha. Sua influência na situação lingüística, porem, foi mínima, já que essas tribos logo abandonaram sua própria língua, em favor da língua do território conquistado. Apesar disso, o inglês atual ainda, conserva em palavras cotidianas como os substantivos egg (ovo), knif (faca), sister (irmã), verbos como to call (chamar), to die (morrer) e to give (dar), adjetivos como flat (plano), ill (doente) e também a presença do som sk em palavras com sky ou skill ( habilidade). Da mesma forma, numerosos topônimos terminados com by (cidade) e thorp (aldeia)- como Rudby, Whitby e Linthorpe e especialmente os pronomes da terceira pessoa do plural (they, then their), que substituíram o complexo sistema pronominal anterior, devesse a influência escandinava.

Uma nova invasão, procedente da Normandia, região do noroeste da França, pôs fim ao domínio lingüístico e político das tribos germânicas.A chegada em 1066, do duque vinquing Guilherme, o conquistador, e sua posterior coroação como rei da Inglaterra, representou, do ponto de vista lingüístico, a imposição do idioma franco-normando, como língua oficial da Corte e da Igreja enquanto o inglês ficava elevado às classes humildes. Essa situação se prolongou por três séculos e repercutiu consideravelmente na língua inglesa.

Inglês Médio (1150-1500). Durante o período lingüístico conhecido com inglês médio, o vocabulário e a gramática da língua inglesa passaram por profundas alterações, que transformaram radicalmente sua estrutura e a converteram numa língua analítica. A mais fundamental delas foi a perda gradual das flexões, em conseqüência da pronúncia diferente que passaram a ter as terminações flexisivas, de substantivos, adjetivos e verbos. Como resultado imediato, substantivos e adjetivos perderam o gênero gramatical. Da mesma forma, desaparecimento das flexões no sistema pronominal determinou uma ordem sintática mais rigorosa e o aumento do uso das preposições.

Todas essas características foram mantidas no inglês moderno.

Radical foi também a influência da língua francesa não mais o dialeto franco- normando, mais o francês central- no leste com inglês. Além da nossa ortografia imposta pelos escribas estrangeiros, introduziram-se numerosos termos franceses. Muitas vezes as novas palavras conviveram com a língua nativa, mas na maior parte dos casos provocaram perda do vocabulário de origem germânica.Por intermédio do francês, incorporaram-se também à língua inúmeras palavras latinas, que afetaram principalmente sua expressão escrita e literária.

Em meados do século IX produziu-se uma revitalização da língua inglesa, devido à ascensão da classe média e à animosidade gerada do povo inglês pelos cem longos anos de guerra contra a França. Assim, o inglês voltou a ser o idioma oficial da corte e se impôs em todas as esferas da vida econômica e social do país. A abundante literatura dessa época, na qual se destacam os Canterbury Tales (Contos de Canterbury), de Geoffrey Chaucer, atesta a vitalidade da língua.

Um dos traços mais característicos do inglês médio foi a enorme variedade de dialetos existentes, manifestados tanto na língua falada como na escrita. O caos lingüístico favoreceu, ao longo do século XV, o estabelecimento do inglês de Londres, capital e centro econômico e cultural como a língua-padrão do país. A consolidação desse processo foi lenta, pois o inglês de Londres, estava sofrendo uma série de lembranças fonéticas, conhecidas como the great vowel shift-a grande mudança vocálica. O aparecimento dos primeiros livros impressos, por volta de 1476, graças aos esforços de William Caxton, também contribuiu muito para a adoção do inglês de Londres em quase toda Inglaterra.

Inglês Moderno (a partir de 1500). Durante o período lingüístico conhecido como inglês moderno, que se iniciou e coincidiu com o Renascimento, o idioma alcançou certo grau de estabilidade e uniformidade.Mas língua inglesa ainda viria a experimentar novas mudanças determinadas principalmente pela rápida expansão da educação entre as classes populares e pelo desejo de converter o idioma num instrumento capaz de substituir as línguas clássicas(latim e grego) em todas as esferas do saber humano .

A ortografia e léxico foram, mais uma vez, os alvos dessa transformação.A confusão produzida pela disparidade entre a pronúncia e a língua escrita levou grande número de gramáticos a criar um sistema autográfico uniforme, o que finalmente se conseguiria em meados do século seguinte.Em relação ao léxico, a riqueza e a reconhecida superioridade do latim e do grego como línguas cultas evidenciaram a ineficácia e as carências da língua inglesa diante dos novos conhecimentos e das novas ciências que surgiam.

Assim ao longo dos séculos XVI e XVII, a necessidade de enriquecer o vocabulário da língua se resolveu com a adoção, ou com a adaptação para o léxico inglês, de grande quantidade de termos procedentes não apenas das línguas clássicas, mas também das línguas neolatinas e, em menos medida, das orientais. O processo demonstrou a flexibilidade e a extraordinária capacidade de assimilação da língua inglesa.

O século XVIII se caracterizou pela intenção de aperfeiçoar, normalizar e fixar permanentemente a língua, por meio de uma gramática que determinasse seu uso correto.Ao mesmo tempo, muitas vozes, como as dos escritores John Dryden e Jonathan Swift, se levantaram para defender a criação de uma academia da língua, projeto que, no entanto, não vingou.

A obra mais notável em prol da unidade lingüística foi o Dictionary of the English Language (1755; Dicionário da Língua Inglesa) de Samuel Johnson, que exerceria profunda influência sobre os escritores e lexicógrafos posteriores.Foi o primeiro trabalho a oferecer um estudo exaustivo e documentado sobre o uso correto e o significado das palavras.A difusão da língua inglesa no continente americano, que logo passou a concentrar o maior número de usuários do idioma, levou a publicação do American Dictionary of the English Language (1828; Dicionário Americano da Língua Inglesa), de Noah Webster.

Os traços definitivos do inglês moderno são uma fusão de todas as in fluências sofridas pelo idioma. A fonologia advém do anglo-saxão, o vocabulário, muito rico chega aproximadamente a meio milhão de palavras, como registra The Oxford English Dictionary, cuja primeira edição apareceu em 1933, baseado numa revisão do New English Dictionary on Historical Principles (1884; Novo Dicionário Inglês sobre o Princípio Histórico).No aspecto morfológico e sintático, a característica mais importante é a flexibilidade das funções.Assim, pronomes, adjetivos e advérbios podem assumir a função de adjetivos.O alfabeto tem 26 letras (cinco vogais e 21 consoantes), e o complexo sistema fonético registra 12 sons vocálicos e 24 consonantais.Uma das mais novas dificuldades para a aprendizagem da língua inglesa é a distância entre a ortografia e a pronúncia das palavras.

A partir do século XIX, o inglês se transformou num dos idiomas de maior penetração geográfico devido à expansão do império britânico e seu conseqüente poderio político e econômico, aliado ao extraordinário crescimento dos meios de comunicação.No final do século XX mais de 450 milhões de pessoas em todo mundo falavam inglês, língua oficial de países como Reino Unido, Irlanda, E.U.A. Canadá (com francês), Austrália, Nova Zelândia, África do Sul (como o africâner) e dos estados africanos independentes ligados à comunidade britânica de nações (Gana, Nigéria, Gâmbia e Serra Leoa).Em países que sofreram influência britânica como Quênia, Uganda, Zâmbia, Zimbábue, na África, Índia, e Paquistão, na Ásia, o inglês é a segunda língua e predomina nos assuntos administrativos.

Inglês Básico (1926 e 1930).O escritor e lingüista inglês Charles Kay Ogden preparou um projeto que pretendia reduzir todo o acervo vocabular da língua inglesa a 850 palavras, dispostas em três categorias, quando ao seu significado: operações, coisas, qualidades. Esse esforço de vulgarização do idioma chamou Basic English (Inglês Básico). Essa iniciativa visava a transformar a língua num instrumento de fácil comunicação humana.

A empresa vingou e, até a década de 1940, mais de cem livros sobre inglês básico tinham sido publicados e divulgados em aproximadamente 30 países. Mesmo apoiado por personalidades como Winston Churchill e o presidente americano Franklin D. Roosevelt, o projeto se perdeu com a eclosão da II Guerra Mundial. Ainda assim, ressurgiu em 1947.Acredita-se que até aquela data, tenham sido vendidos dois milhões de livro sobre o assunto. Em 1950, o escritor Bernard Shaw deixou a maior parte de sua fortuna para a realização de pesquisas sobre um alfabeto de 48 letras, o Proposed English Alphabet (Proposta de um alfabeto inglês).

Vanessa Kelly dos Santos Carvalho



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