Pasteur: ciência para ajudar a vida - SBQ

[Pages:3]HIST?RIA DA QU?MICA

Pasteur

Ci?ncia para ajudar a vida Jo?o Augusto de Mello Gouveia-Matos

A se??o "Hist?ria da qu?mica" traz artigos sobre a hist?ria da

enquanto as do segundo n?o. O

constru??o do conhecimento cient?fico. Este artigo fala de um nome desenrolar e desfecho do epis?dio

fundamental para o desenvolvimento da qu?mica e de muitas outras resultou em 1848 na comunica??o his-

disciplinas.

t?rica ? Academia de Ci?ncias de Paris

sobre o desdobramento do paratarta-

Pasteur, hist?ria, germes, microrganismos, imunologia

rato duplo de s?dio e am?nio em seus

dois enanti?meros, e s?o conhecidos

de qualquer aluno de segundo grau

de nossos dias ao estudar o que ainda

?, indevidamente, denominado iso-

Louis Pasteur nasceu em Dole, na regi?o do Jura, Fran?a, em 27 de dezembro de 1822. Em

o diploma de licenciatura em ci?ncias -- que at? hoje, nos pa?ses europeus de l?ngua latina, tem um significado

meria ?ptica, e n?o enantiomeria. Ser? para explicar, entre outras coisas, a dissimetria molecular sugerida por

1827, seu pai -- antigo soldado do bastante diverso dos nossos diplomas Pasteur, que van't Hoff e Le Bel ir?o

ex?rcito de Napole?o -- instalou um 20 curtume em Arbois, ?s margens do

de licenciatura --, continuasse na ?cole a partir de 1846 para obter o

propor em 1874 a estrutura tetra?drica do carbono, o que permitir? classificar

Cuisance, pequeno rio nos arredores t?tulo de doutor em ci?ncia. Mas co- esse caso de isomeria, assim como

da cidade. ? no Col?gio de Arbois que mo no s?culo XIX n?o existia a figura os demais, a partir das caracter?sticas

Louis cursa o prim?rio e o secund?rio do bolsista de p?s-gradua??o, ali?s da estrutura da mol?cula, e n?o de seu

e onde manifesta seu primeiro interes- nem mesmo cursos de p?s-gradua- comportamento frente a um agente

se cient?fico construindo um rel?gio ??o, foi contratado como agr?g? pr?- externo, como sugere o nome `isome-

solar, em 1839. Nesse mesmo ano par- parateur, o respons?-

ria ?ptica'.

te de Arbois para estudar no Col?gio Real de Besan?on, obtendo a? o bacharelado em Letras em 1840. Continua seus estudos em Paris, ingressando no Liceu Saint Louis e freq?entando regularmente os cursos livres da Sorbonne. Em 1842, prepara-se intensamente para exames de sele??o da ?cole Normale Sup?rieure de Paris, ent?o conjunta com a ?cole Polytech-

vel por preparar e, eventualmente, ministrar as aulas de laborat?rio de qu?mica.

Sua tese de doutorado, defendida em 1847, constava de duas partes: uma em qu?mica, sobre a ca-

Algumas cartas de Pasteur demonstram como um professor ou uma professora pode

influenciar decididamente o futuro de seus alunos -- e, no

caso de Pasteur, da humanidade

At? essa ?poca, por?m, a biografia e a produ??o cient?fica de Pasteur, pequena mas brilhante, n?o se diferenciava de outros tantos bons qu?micos do per?odo. Mas ent?o o que tornou a obra de Pasteur

nique, a mais renomada institui??o de pacidade de satura-

t?o excepcional que o

ensino da Fran?a. No mesmo ano, ??o do ?cido arsenioso, e outra em transformou na d?cima-primeira -- e

obt?m o bacharelado em ci?ncias f?sica, intitulada "Estudo dos a primeira com forma??o em qu?mica

matem?ticas em Dijon, e no ano se- fen?menos relativos ? polariza??o -- das cem pessoas que, segundo

guinte ingressa na ?cole.

rotat?ria dos l?quidos" -- sendo esta Michael Hart, mais influenciaram a

Foi ainda nos cursos da Sorbonne ?ltima, na verdade, segundo o pr?prio humanidade? (Chassot, Qu?mica Nova

que conheceu Jean Baptiste Dumas, Pasteur, um programa de pesquisa na Escola, n. 5, maio de 1997.)

um dos cientistas mais influentes da para estudar, a partir de uma sugest?o

Em meados do s?culo XIX havia

?poca e not?vel professor. As cartas de Biot, a causa do estranho duas teorias concorrentes para explicar

de Pasteur nesse per?odo demonstram fen?meno dos ?cidos t?rtarico e as doen?as. A primeira, proposta desde

o seu entusiasmo pelas aulas de qu?- paratart?rico. Os cristais de ambos 1626 pelo m?dico e fil?sofo qu?mico J.B.

mica, e s?o um grande exemplo de eram encontrados nos dep?sitos que van Helmont (1579-1644), era de que

como um professor ou uma professora se formavam nos ton?is de elas eram causadas pela invas?o do

pode influenciar decisivamente o fu- fermenta??o do suco de uva e tinham organismo por seres estranhos ao

turo de seus alunos -- e, no caso de a mesma composi??o qu?mica, mas mesmo (os arqueus), os quais

Pasteur, da humanidade. Assim, nada solu??es aquosas do primeiro utilizavam as for?as vitais em seu

mais natural que, ap?s obter em 1845 desviavam o plano da luz polarizada, pr?prio benef?cio e produziam res?duos

QU?MICA NOVA NA ESCOLA Pasteur N? 6, NOVEMBRO 1997

que envenenavam a v?tima. A teoria ri- mo explica??o para os processos de

val, por sua vez, estabelecia que as fermenta??o. Por essa teoria, a fer-

doen?as eram originadas por um mau menta??o s? ocorreria se houvesse a

funcionamento do organismo, o qual presen?a de germes (no sentido de

intoxicava a si pr?prio. Nos casos em sementes) no meio, e Pasteur diz tex-

que condi??es externas intervinham, as tualmente: "pela palavra germe, eu

causas eram maus fluidos (mal'aire), e n?o estou falando de uma causa vaga

n?o organismos hostis.

e indeterminada em sua natureza, mas

A implanta??o das teorias que le- de um objeto vis?vel e tang?vel que j?

varam ?s atuais concep??es sobre as tem todos os caracteres de uma

doen?as exigiam portanto a supera- organiza??o completa e se multiplica

??o de tr?s obst?culos para entend?- em profus?o, desde que as condi??es

las e preveni-las: que elas resultavam sejam favor?veis". (?tude sur le vin,

do ataque de microrganismos, que es- 1868.) Em suma, um ser vivo. Esta

tes n?o podiam ser gerados esponta- teoria, por?m, chocava-se frontalmen-

neamente e que o processo de te com a da gera??o espont?nea, e

vacina??o -- introduzido por Jenner veio a ser lan?ada no interior de um

ainda no s?culo XVIII, no caso da va- debate cient?fico que se arrastava

r?ola -- fosse entendido e generaliza- desde o s?culo XVIII.

do. Em todas essas etapas, ao fundar

A teoria da gera??o espont?nea

a microbiologia e posteriormente a n?o era uma vis?o ing?nua de nossos

imunologia, Pasteur exerceu um papel antepassados, mas fundamentada em

preponderante.

experimentos e t?cnicas de pesquisa

Nos oito anos seguintes ? tese de t?o rigorosos quanto permitiam as

doutorado, Pasteur ocupou-se de pes- condi??es e conhecimentos da ?poca

quisas relacionadas ?

em que se iniciaram

dissimetria do ?cido

Pasteur, em

os debates. Em 1858,

t?rtarico, e isso o le-

contraposi??o as

quando Pasteur pas-

vou a ampla utiliza??o

teorias ent?o

sou a dedicar-se ao

do microsc?pio, ins- existentes de gera??o assunto, a teoria era

trumento fundamental espont?nea, prop?s e formulada por Pou-

da cristalografia da

demonstrou que os

chet, naturalista de

?poca, e a debru?ar-

processos de

Rouen e membro cor-

se sobre o processo

fermenta??o eram

respondente da Aca-

respons?vel pela pro-

originados pela

demia de Ci?ncias,

du??o dessas e ou-

presen?a de germes

em termos da exis-

tras subst?ncias assi-

t?ncia de uma for?a

m?tricas, como o ?lcool am?lico, por vital, um primus movem no ar, respon-

exemplo. Al?m disso, como as teorias s?vel pelo surgimento de novas

qu?micas de ent?o eram totalmente formas de vida no meio fermentativo.

incipientes (ainda n?o estavam O problema com esse postulado era

estabelecidos conceitos como os de que, n?o sendo poss?vel provar a

mol?cula, peso molecular, liga??es exist?ncia da for?a, tamb?m era

qu?micas etc.), suas conclus?es ti- imposs?vel provar a sua n?o-

nham de se fundamentar em forte rigor exist?ncia. O pr?prio Pasteur

l?gico-experimental, o que transfor- reconheceu esse argumento em aula

mou Pasteur num dos maiores experi- proferida na Sociedade Qu?mica de

mentalistas de todos os tempos.

Paris em 1861, observando que seu

Estudar a fermenta??o foi um des- objetivo ao abordar o assunto era

dobramento natural das investiga??es mostrar que todos os experimentos

de Pasteur, como todas as demais que sustentavam a teoria apresenta-

atividades cient?ficas que se seguiram. vam conclus?es falsas, e n?o negar a

Esses estudos foram iniciados em exist?ncia da for?a. Simultaneamente,

1855, quando ele era catedr?tico de efetuou uma s?rie de experi?ncias que

qu?mica e de?o da rec?m criada Facul- demonstraram que, existindo ou n?o

dade de Ci?ncias da Universidade de uma for?a, os respons?veis pelas fer-

Lille. O resultado das pesquisas foi a menta??es eram os microrganismos

formula??o da teoria dos germes co- agregados ? poeira do ar. O debate

que se seguiu com Pouchet levou a Academia de Ci?ncias a constituir uma comiss?o para estudar o assunto, a qual deu ganho de causa a Pasteur. Foi um dos golpes mortais na teoria da gera??o espont?nea.

Os produtos agr?colas tinham em 1863 um peso preponderante na economia francesa, e Pasteur foi convidado -- e financiado -- pelo imperador Napole?o III a estudar as doen?as do vinho. Os resultados encontrados, al?m de lhe permitirem propor uma s?rie de procedimentos para que diversos microrganismos indesej?veis n?o `florescessem' no meio, possibilitaram tamb?m introduzir uma t?cnica para conserva??o do vinho -- utilizada hoje em dia em todos os alimentos industrializados e que veio a substantivar seu nome, criando um termo universal na biotecnologia e na vida di?ria: a pasteuriza??o. Ele descobriu que o aquecimento do vinho por poucos minutos entre 50 e 55 oC, na aus?ncia do ar, permitia sua conserva??o, e 21 embora h? muito se soubesse que o calor inibia a decomposi??o microbiol?gica, o desafio foi encontrar condi??es que n?o comprometessem o sabor do vinho e a reputa??o da ind?stria vin?cola francesa.

A associa??o com o setor agropecu?rio foi o que veio a estabelecer na obra de Pasteur a rela??o direta entre doen?a e microrganismos: em 1865, foi convidado pelo Minist?rio da Agricultura a resolver os problemas das doen?as das cria??es de bichoda-seda em Al?s, denominadas pebrina e flacheria, ambas transmitidas por cont?gio entre as larvas. O exame microsc?pico revelou a presen?a de microrganismos parasitas, e Pasteur determinou medidas profil?ticas contra ambas as doen?as. Os resultados finais das pesquisas foram publicados em 1870. Todavia, a maior import?ncia desses trabalhos foi apontar o caminho de suas pr?ximas investiga??es: as doen?as de animais superiores.

Nesse sentido, efetuou ent?o estudos sobre septicemia, gangrena, altera??o da urina, febre puerperal e outras. Mas ser? estudando o antrax, doen?a fatal de gado, e o c?lera em aves -- no caso, de galinhas -- que Pasteur ir? criar a imunologia, permi-

QU?MICA NOVA NA ESCOLA Pasteur N? 6, NOVEMBRO 1997

tindo assim, por meio da vacina??o, cabra e seis vacas foram inoculadas

que a humanidade pudesse erradicar com uma cepa atenuada de antrax, e

determinados tipos de doen?as, como em 31 de maio, juntamente com outros

aconteceu com a var?ola, por exemplo. 29 animais n?o vacinados, com uma

A primeira comunica??o sobre cultura virulenta do mesmo microrga-

suas pesquisas com o c?lera em nismo. Em 2 de junho, todas as ove-

galinhas foi publicada em 1878, e con- lhas desse ?ltimo lote estavam mortas

sistia na apresenta??o do programa e as vacas muito doentes e debilita-

de pesquisa e nos re-

das, enquanto nada

sultados iniciais de O Instituto Pasteur foi acontecia aos 31 pri-

isolamento do micror-

importante n?o tanto

meiros animais.

ganismo identificado pelas pesquisas que a?

Mas restava ainda

por outros pesquisa-

passaram a ser

saber se era poss?vel

dores como associa-

realizadas, mas pela

estender aos seres

do ? doen?a, devido ? cria??o do conceito de humanos tal proce-

sua ocorr?ncia no

campanha de

dimento. O problema

sangue de p?ssaros vacina??o preventiva e ? que a metodologia

infectados. Seu obje-

regular, pr?tica

utilizada para esses

tivo era verificar se cal-

difundida no mundo

estudos n?o poderia

do de galinha era um

inteiro desde ent?o

ser aplicada: inocular

meio de cultura apro-

pessoas para verifi-

priado para crescimento, avaliar se car se um dado microrganismo ? o res-

n?o havia perda de virul?ncia entre as pons?vel pela doen?a, ou inocul?-las

gera??es sucessivas do microrganis- com uma cepa virulenta para certificar-

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mo e provar que este era o agente respons?vel por meio da inje??o dessas

se de que a atenuada ? eficaz envolve uma ?tica bastante discut?vel. A solu-

culturas em aves sadias -- uma linha ??o do problema surgiu quando Pas-

de conduta para resolver o problema teur estudava a raiva, que ao contr?rio

semelhante, em linhas gerais, ? ado- do antrax e do c?lera de aves, tamb?m

tada no caso das doen?as do bicho- se manifesta na esp?cie humana.

da-seda. Mas em 1879, quando retor- Al?m disso, era muito propagada por

nou das f?rias de ver?o em Arbois -- animais dom?sticos, em especial

de julho a setembro, na Europa --, um c?es. A grande dificuldade dessa pes-

acaso levou ? descoberta da cultura quisa foi que, ao contr?rio dos casos

atenuada, princ?pio b?sico da vacina- anteriores, ela ? provocada por um v?-

??o.

rus, e v?rus n?o s?o vis?veis em micros-

Antes de partir de viagem Pasteur c?pios ?ticos. Assim, toda a manipu-

havia preparado algumas culturas que la??o do v?rus foi realizada a partir do

resolveu utilizar quando retornou. l?quido da medula espinhal de animais

Todavia, nada aconteceu quando es- raivosos (c?es, coelhos) e por inocu-

tas foram injetadas em aves sadias. la??es sucessivas em animais sadios

Talvez para n?o desperdi?ar galinhas, at? obter-se o v?rus na atenua??o apro-

utilizou estas num lote para testar no- priada. Um trabalho longo e exaustivo,

vas culturas obtidas de aves infec- mas ao fim do qual, em meados de

tadas. Seu espanto foi que aquelas 1885, Pasteur tinha em m?os uma va-

anteriormente injetadas com a `cultura cina de comprovada efici?ncia com

velha' permaneceram vivas, enquanto animais. Mas e quanto aos seres hu-

as demais morreram. Seus pr?ximos manos? A oportunidade veio quando

passos foram estabelecer as condi- Joseph Meister, um garoto de 12 anos

??es de atenua??o dos microrganis- de idade, foi mordido por um c?o con-

mos, tentar explicar o mecanismo des- taminado. As op??es ?ticas eram da

sa atenua??o e estender os resultados mesma ordem de grandeza que as

e procedimentos para o caso do an- possibilidades de sobreviv?ncia, e no

trax. Em 5 de maio de 1881, na locali- dia 6 de julho daquele ano Joseph

dade de Poully-le-Fort, cercado de tornou-se o primeiro ser humano a ser

toda a publicidade da ?poca, fato ali?s diretamente salvo gra?as a Pasteur e

de bastante agrado ao longo de toda ao novo campo do conhecimento por

a carreira de Pasteur, 24 ovelhas, uma ele criado, a imunologia.

O Instituto Pasteur, constru?do por meio de subscri??o popular que arrecadou dois milh?es de francos, inaugurado em 1888 e criado com a finalidade de ser um centro de estudos e pesquisas, bem como de fabrica??o em larga escala de vacinas, foi outra not?vel contribui??o de Pasteur ? humanidade. N?o tanto pelas pesquisas que a? passaram a ser realizadas, academicamente importantes, mas por ter permitido a cria??o do conceito de campanha de vacina??o preventiva e regular, pr?tica difundida no mundo inteiro desde ent?o. Tal qual aconteceu com a var?ola, espera-se com essa pr?tica permitir a extin??o de doen?as como a poliomielite, alguns tipos de meningite, sarampo, rub?ola etc.

Pasteur morreu em Villeneuvel'Etang no dia 28 de setembro de 1895.

Jo?o Augusto de Mello Gouveia-Matos, qu?mico, ? professor do Instituto de Qu?mica do Centro de Ci?ncias Matem?ticas e da Natureza (CCMN) da UFRJ, no Rio de Janeiro - RJ, sendo o coordenador geral dos cursos de licenciatura do CCMN.

Para saber mais

Edi??es menos recentes de livros de microbiologia geral costumam conter uma abordagem hist?rica introdut?ria, com a vantagem adicional de podermos continuar a leitura e entendermos ao que Pasteur nos conduziu. Al?m disso, s?o facilmente encontr?veis em bibliotecas de cursos de medicina e biologia. Tr?s bons exemplos s?o os que se seguem:

STANIER, R.V.; DOUDOROFF, M. e ADELBER, E. O mundo dos micr?bios. S?o Paulo: Edgard Blucher e EDUSP, 1969. Cap. 1

DAVIS, B.D.; DULBECCO, R.; EISEN, H.N., GINSBERG, H.S. e WOOD JR., W.B. Microbiologia. S?o Paulo: Edart-S?o Paulo Livraria Editora e INL/MEC, 1973.

PELCZAR, M.; REID, R. e CHAN, E.C.S. Microbiologia. S?o Paulo: Mac Graw-Hill, 1985. Diferentemente dos anteriores, em cada cap?tulo ? encontrada uma introdu??o hist?rica sobre o assunto tratado.

QU?MICA NOVA NA ESCOLA Pasteur N? 6, NOVEMBRO 1997

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