Vinci compra 8 provedores e cria a Vero

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Vinci compra 8 provedores e cria a Vero

28/05/2019 - 05:00

Vinci compra 8 provedores e cria a Vero

Por Ivone Santana

Os pequenos provedores de internet j? vinham chamando a aten??o do mercado de telecomunica??es nos ?ltimos anos pelo crescimento consistente e resili?ncia nos rinc?es do Brasil, mesmo durante a crise econ?mica. A Vinci Partners - gestora de recursos com quase R$ 25 bilh?es de patrim?nio sob gest?o - observou o movimento, selecionou os alvos e decidiu fazer sua primeira incurs?o no setor de telecomunica??es. Comprou de uma s? vez o controle de oito provedores de Minas Gerais. O investimento, entre R$ 500 milh?es e R$ 750 milh?es, inclui a compra e os recursos para expans?o em cinco anos.

Fabiano Ferreira, da Vero: plano de ter a rede em 200 cidades em 5 anos, com recursos da opera??o e mais aquisi??es

Entre as empresas que a Vinci Partners j? investiu no mundo est?o o Burger King e a Unidas Rent a Car. No Brasil, por meio do fundo VCP III, que tem R$ 2,8 bilh?es para aplicar em diferentes setores, a Vinci investiu na Domino's, uma rede de pizzarias, e na Cura, de servi?os diagn?sticos, em 2018.

Interessada em investir em empresas de tecnologia da informa??o e telecomunica??es para compor seu portf?lio, por meio do VCP III, a Vinci estudava os mais de 6 mil provedores espalhados pelo pa?s. Coincidentemente, acabou cruzando o caminho de oito deles, que j? haviam se estruturado de olho em uma fus?o.

BD OnLine, NWNet, Efibra, PowerLine, G4 Telecom, Viaceu, ViaReal e City10 chegaram a criar uma holding em 2016 para gerar economia de escala e trocar experi?ncias. No ano seguinte, perceberam que precisariam de um investidor mais robusto.

Os provedores contrataram a consultoria Advisia, que fez a ponte com o VCP III. A negocia??o com os provedores transcorreu de fevereiro a novembro de 2018, quando assinaram um acordo, fechado em janeiro de 2019.

A Vinci liderou, ent?o, a fus?o das empresas e criou uma nova companhia de telecomunica??es, a Vero Internet. O fundo j? det?m mais de 50% do neg?cio, diz o diretor-presidente da Vero, Fabiano Ferreira.

Ex-vice-presidente da TIM e da Telef?nica no Brasil, Ferreira assumiu a Vero em novembro de 2018. O plano ? que a Vinci atinja cerca de 70% de participa??o na Vero, conforme crescem os aportes, ao longo dos cinco anos. Os antigos donos das empresas de internet viraram s?cios minorit?rios da Vero, proporcionalmente ao tamanho dos neg?cios que fundaram.

A Vero nasce com 750 funcion?rios, 140 mil clientes distribu?dos em 39 cidades mineiras e 2,4 mil km de fibras ?pticas at? a resid?ncia dos clientes para oferecimento de acesso em banda larga fixa. A rede de fibra atende a 85% dos assinantes - o restante tem tecnologia de radiocomunica??o. Ferreira n?o revela a receita anual, mas diz que em mar?o o faturamento bruto foi de R$ 13 milh?es. As empresas vinham crescendo 30% ao ano.

Nessas localidades, a startup det?m a lideran?a, com 31%, em m?dia, de participa??o de mercado. A Oi segue logo atr?s, com 30%, e em algumas cidades a Vero atinge 58%, segundo o executivo. "Ainda tem muita oportunidade para crescer. Nessas cidades, banda larga ? como ?gua e energia el?trica, uma necessidade mesmo."



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5O/28p/l2a0n1o9 de neg?cios prev? uma rede nacional em 200Vcinicdi acdomesprpae8qpureovneadsoreesme?cdriiaasa nVeorointerior do pa?s, em cinco anos, o que significa avan?ar para mais 161 cidades. Isso ser? feito com recursos da pr?pria opera??o e novas aquisi??es, possivelmente a partir deste ano, diz Ferreira, acrescentando: "Essas empresas v?o trazer oportunidades que antes n?o podiam [alcan?ar] por falta de capital."

Embora pequenos, os provedores j? haviam se preparado para uma consolida??o. S?o empresas superavit?rias, sem alavancagem ou problema de caixa, e com governan?a, diz o executivo. "Elas n?o tinham cr?dito para comprar, por isso n?o tinham d?vida." A Vinci planeja fazer uma oferta p?blica inicial de a??es (IPO, na sigla em ingl?s), mas espera uma melhora do cen?rio econ?mico. Para Ferreira, dois anos ? um prazo vi?vel para avaliar esse movimento.

A venda da participa??o da Vinci tamb?m est? prevista ap?s os cinco anos. At? l?, o fundo pretende lan?ar uma plataforma de conte?do para que a Vero ofere?a v?deo sob demanda. TV por assinatura nos moldes tradicionais e telefonia celular est?o fora da estrat?gia.

Segundo a Ag?ncia Nacional de Telecomunica??es (Anatel), em mar?o o Brasil registrou 31,4 milh?es de acessos em banda larga fixa. Do total, 6,7 milh?es eram de provedores regionais. Nos ?ltimos tr?s anos, esses prestadores tiveram crescimento acima de 177%. No mesmo per?odo, a l?der do servi?o, Claro / Net, evoluiu 14,3%, para 9,4 milh?es de acessos.

Esses provedores s?o de todos os portes, desde micro at? aqueles que possuem mais de 50 mil clientes. Tem empresa que ? operada pela fam?lia. Quando ganha um cliente, coloca a escada no carro e vai instalar os equipamentos, diz Eduardo Neger, presidente da Associa??o Brasileira de Internet (Abranet). Esses associados prestam desde servi?os de internet fixa at? conte?do, meio de pagamento, internet das coisas, enfim tudo que tem a ver com a cadeia de valor na internet.

Estudo da entidade em 2018 mostra que de 6.043 provedores de comunica??o multim?dia (SCM), 1.369 n?o t?m nenhum servi?o ativado; 1.132 t?m no m?ximo 100 clientes; 1.622 tem entre 100 e 500 conex?es. S? 15 empresas t?m mais de 50 mil acessos.

A maioria delas tem limita??o de financiamento, geralmente ? dinheiro do pr?prio s?cio, diz Neger. "Elas n?o t?m garantia real, os bancos n?o aceitam suas redes. Est? entrando a fase de consolida??o, com as micro sendo absorvidas pelas maiores regionais, inclusive com aporte de fundos."

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