PARTE 1 – NOÇÕES GERAIS DO DESENHO TÉCNICO 1 O DESENHO ...

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PARTE 1 ? NO??ES GERAIS DO DESENHO T?CNICO

1 O DESENHO COMO FORMA DE EXPRESS?O

Desde suas origens o homem comunica-se atrav?s de grafismos e desenhos. As primeiras representa??es que conhecemos s?o as pinturas rupestres, em que o homem representava n?o apenas o mundo que o cercava, mas tamb?m as suas sensa??es: alegrias, medos, cren?as, dan?as... Ao longo da hist?ria, a comunica??o atrav?s do desenho, foi evoluindo, dando origem a duas formas de desenho: o desenho art?stico ? que pretende comunicar id?ias e sensa??es, estimulando a imagina??o do espectador; e o desenho t?cnico ? que tem por finalidade a representa??o dos objetos o mais pr?ximo do poss?vel, em formas e dimens?es.

Em arquitetura, o desenho ? a principal forma de express?o. ? atrav?s dele que o arquiteto exterioriza as suas cria??es e solu??es, representando o seu projeto, seja ele de um m?vel, um espa?o, uma casa ou uma cidade.

1.1 O DESENHO T?CNICO O desenho come?ou a ser usado como meio preferencial de representa??o do

projeto arquitet?nico a partir do Renascimento, quando as representa??es t?cnicas foram iniciadas nos trabalhos de Brunelleschi e Leonardo Da Vinci. Apesar disso, ainda n?o havia conhecimentos sistematizados na ?rea, o que tornava o desenho mais livre e sem nenhuma normatiza??o. Um dos grandes avan?os em desenho t?cnico se deu com a geometria descritiva de Gaspar Monge (1746-1818), que apresentou um m?todo de representa??o das superf?cies tridimensionais dos objetos sobre a superf?cie bidimensional do papel. A geometria mongeana embasa a t?cnica do desenho at? hoje.

Com a Revolu??o Industrial, os projetos das m?quinas passaram a necessitar de maior rigor e os diversos projetistas necessitaram de um meio comum para se comunicar. Desta forma, institu?ram-se a partir do s?culo XIX as primeiras normas t?cnicas de representa??o gr?fica de projetos.

O Desenho Arquitet?nico ? uma especializa??o do desenho t?cnico normatizado voltada para a execu??o e representa??o de projetos de arquitetura. O desenho de arquitetura, portanto, manifesta-se como um c?digo para uma linguagem, estabelecida entre o desenhista e o leitor do projeto. Dessa forma, seu entendimento

Este material foi adaptado da apostila de Desenho T?cnico I dos professores Denise Schuler, Heitor Othelo Jorge Filho e Jos? Alo?sio Meulam Filho, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG (Cascavel-PR)

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envolve um certo n?vel de treinamento. Por este motivo, este tipo de desenho costuma ser uma disciplina importante nos primeiros per?odos das faculdades de arquitetura.

Assim, o Desenho Arquitet?nico ? a forma de comunica??o do arquiteto. Quando o elaboramos estamos criando um documento. Este cont?m, na linguagem de desenho, informa??es t?cnicas relativas a uma obra arquitet?nica. Esse desenho segue normas de linguagem que definem a representatividade das retas, curvas, c?rculos e ret?ngulos, assim como dos diversos outros elementos que nele aparecem. Dessa forma, poder?o ser perfeitamente lidos pelos outros profissionais envolvidos na constru??o. Esses desenhos podem ser realizados sobre uma superf?cie de papel, dentro de pranchas, na maioria das vezes em papel sulfuriz? (quando utiliza-se o grafite) ou vegetal (para o desenho a tinta, como o nanquim), ou na tela de um micro computador, para posterior reprodu??o.

Do modo convencional, s?o executados sobre pranchetas, com uso de r?guas, esquadros, lapiseiras, escalas, compassos, canetas de nanquim, etc. Hoje podem ser tamb?m digitalizados atrav?s da computa??o gr?fica, em programas de computador espec?ficos, que quando reproduzidos devem ter as mesmas informa??es contidas nos convencionais. Ou seja, os tra?os e os demais elementos apresentados dever?o transmitir todas as informa??es necess?rias, para a constru??o do objeto, com a mesma representatividade, nos dois processos.

1.2 A IMPORT?NCIA DAS NORMAS T?CNICAS Sendo o desenho a principal forma de comunica??o e transmiss?o das id?ias do

arquiteto, ? necess?rio que os outros profissionais envolvidos possam compreender perfeitamente o que est? representado em seus projetos. Da mesma forma, ? necess?rio que o arquiteto consiga ler qualquer outro projeto complementar ao arquitet?nico, para possibilitar a compatibiliza??o entre estes.

A normatiza??o para desenhos de arquitetura tem a fun??o de estabelecer regras e conceitos ?nicos de representa??o gr?fica, assim como uma simbologia espec?fica e pr?-determinada, possibilitando ao desenho t?cnico atingir o objetivo de representar o que se quer tornar real.

A representa??o gr?fica do desenho em si corresponde a uma norma internacional (sob a supervis?o da ISO ? International Organization for Standardization). Por?m, geralmente, cada pa?s costuma ter suas pr?prias normas, adaptadas por diversos motivos. No Brasil, as normas s?o editadas pela ABNT (Associa??o Brasileira de Normas T?cnicas). Para desenho t?cnico, a principal norma ? a NBR 6492 ? Representa??o de Projetos de Arquitetura. As recomenda??es dessa apostila s?o baseadas nesta norma.

Este material foi adaptado da apostila de Desenho T?cnico I dos professores Denise Schuler, Heitor Othelo Jorge Filho e Jos? Alo?sio Meulam Filho, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG (Cascavel-PR)

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2. INSTRUMENTAL DE DESENHO T?CNICO: equipamentos e materiais

2.1 L?PIS OU LAPISEIRAS

Embora a m?o e a mente controlem o desenho acabado, materiais e equipamentos de qualidade tornam o ato de desenhar agrad?vel, facilitando a longo prazo a obten??o de um trabalho de qualidade.

CHING, Francis D. K.

2.1.1 Lapiseira Mec?nica Utiliza uma mina de grafite, que n?o necessita ser apontada. Ela ? utilizada para o

tra?ado de linhas n?tidas e finas se girada suficientemente durante o tra?ado. Para linhas relativamente espessas e fortes, recomenda-se utilizar uma s?rie de linhas, ou uma lapiseira com minas de grafite mais espessas. Est?o dispon?veis lapiseiras que utilizam minas de 0,3 mm, 0,5mm, 0,7mm e 0,9mm, principalmente.

O ideal ? que a lapiseira tenha uma pontaleta de a?o, com a fun??o de proteger o grafite da quebra quando pressionado ao esquadro no momento da grafica??o.

2.1.2 L?pis O l?pis comum de madeira e grafite tamb?m pode ser usado para desenho. O

l?pis dever ser apontado, afiado com uma lixa pequena e, em seguida, ser limpo com algod?o, pano ou papel. De maneira geral, costuma se classificar o l?pis atrav?s de letras, n?meros, ou ambos, de acordo com o grau de dureza do grafite (tamb?m chamado de "mina").

A dureza de um grafite para desenho depende dos seguintes fatores: O grau do grafite, que varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente macio),

ou N? 1 (macio) a N? 3 (duro), conforme classifica??o;

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Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais ?spero um papel, mais duro deve ser o grafite;

A superf?cie de desenho: quanto mais dura a superf?cie, mais macio parece o grafite; Umidade: condi??es de alta umidade tendem a aumentar a dureza aparente do grafite.

Classifica??o por n?meros: N? 1 ? macio, geralmente usado para esbo?ar e para destacar tra?os que devem sobressair; N? 2 ? m?dio, ? o mais usado para qualquer tra?ado e para a escrita em geral; N? 3 ? duro, usado em desenho geom?trico e t?cnico.

Classifica??o por letras: A classifica??o mais comum ? H para o l?pis duro e B para l?pis macio. Esta classifica??o precedida de n?meros dar? a grada??o que vai de 6B (muito macio) a 9H (muito duro), sendo HB a grada??o intermedi?ria.

Outras classifica??es: 4H ? duro e denso: indicado para lay-outs precisos; n?o indicado para desenhos finais; n?o use com a m?o pesada ? produz sulcos no papel de desenho e fica dif?cil de apagar; n?o copia bem. 2H ? m?dio duro: grau de dureza mais alto, utilizado para desenhos finais; n?o apaga facilmente se usado com muita press?o. FH ? m?dio: excelente peso de mina para uso geral; para lay-outs, artes finais e letras. HB ? macio: para tra?ado de linhas densas, fortes e de letras; requer controle para um tra?ado de linhas finas; facilmente apag?vel; copia bem; tende a borrar com muito manuseio.

* Atualmente ? mais pr?tico o uso de lapiseira. Recomenda-se a de 0,5mm e a de 0,9mm, com grafite HB.

2.2. BORRACHA Sempre se deve utilizar borracha macia, compat?vel com o trabalho para evitar

danificar a superf?cie do desenho. Evitar o uso de borrachas para tinta, que geralmente s?o mais abrasivas para a superf?cie de desenho.

Este material foi adaptado da apostila de Desenho T?cnico I dos professores Denise Schuler, Heitor Othelo Jorge Filho e Jos? Alo?sio Meulam Filho, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG (Cascavel-PR)

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2.3 ESQUADROS ? o conjunto de duas pe?as de formato triangular-retangular, uma com ?ngulos de

45? e outra com ?ngulos de 30? e 60? (obviamente, al?m do outro ?ngulo reto ? 90?). S?o denominados Jogo de Esquadros quando s?o de dimens?es compat?veis, ou seja, o cateto maior do esquadro de 30/60 tem a mesma dimens?o da hipotenusa do esquadro de 45. Utilizados para o tra?ado de linhas verticais, horizontais e inclinadas, sendo muito utilizado em combina??o com a r?gua paralela.

ESQUADRO DE 45?

ESQUADRO DE 30?/60?

Com a combina??o destes esquadros torna-se poss?vel tra?ar linhas com outros ?ngulos conhecidos.

Os esquadros devem ser de acr?lico, espessos, r?gidos e, preferencialmente sem

marca??o de sua grada??o.

Este material foi adaptado da apostila de Desenho T?cnico I dos professores Denise Schuler, Heitor Othelo Jorge Filho e Jos? Alo?sio Meulam Filho, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG (Cascavel-PR)

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