ABSTENÇÃO E PARTICIPAÇÃO ELEITORAL EM PORTUGAL
ABSTEN??O
E PARTICIPA??O
ELEITORAL
EM PORTUGAL:
DIAGN?STICO E HIP?TESES DE REFORMA
Jo?o Cancela & Marta Vicente
ABSTEN??O
E PARTICIPA??O
ELEITORAL
EM PORTUGAL:
EDITOR: C?mara Municipal de Cascais
ISBN: 978-972-637-303-2
T?TULO: Absten??o e Participa??o Eleitoral
em Portugal: Diagn¨®stico e Hip¨®teses de Reforma
DIAGN?STICO E HIP?TESES DE REFORMA
Jo?o Cancela (coord.) & Marta Vicente
AUTOR: Jo?o Cancela
CO-AUTOR: Marta Vicente
COMISS?O CIENT?FICA:
DESIGN E PAGINA??O: Ana Filipa Ferreira
Nuno Garoupa (presidente), Catarina Santos Botelho, Marina Costa Lobo e Pedro Magalh?es
REFORMAR
A DEMOCRACIA
O governo representativo est¨¢ em crise. Com a eros?o da participa??o
eleitoral, os governos continuam a ser governos, mas representam cada
vez menos cidad?os.
Ao contr¨¢rio dos autores deste estudo, a minha ci¨ºncia pol¨ªtica baseiase t?o s¨® na observa??o e na experi¨ºncia.
Estou na pol¨ªtica desde os meus 14 anos. Perdi a conta ao n¨²mero
de elei??es que disputei. E ao longo da minha vida constatei que as
pessoas t¨ºm muitas - e algumas vezes boas - raz?es para se absterem
de ir ¨¤s urnas.
N?o votam porque n?o confiam no sistema, nos partidos e nos seus
representantes. N?o votam porque n?o identificam projetos pol¨ªticos
alternativos e est?o cansadas da acrim¨®nia est¨¦ril entre os protagonistas.
Porque o sistema n?o est¨¢ desenhado para facilitar a vida ao eleitor e,
por isso, n?o admira que este encare o voto como um custo. Porque as
pessoas sentem que o seu voto n?o conta para nada. N?o votam porque
se sentem incapazes de escrutinar ou, sequer, estabelecer uma liga??o
direta com os seus representantes. Ou porque, por ¨²ltimo, h¨¢ muita
gente que encara a absten??o como uma manifesta??o de protesto.
Em sentido contr¨¢rio, percebi ao longo dos anos que a absten??o
tende a baixar sempre em tr¨ºs situa??es. Primeiro: sempre que o
resultado da elei??o se afigura incerto; segundo: sempre que h¨¢ uma
real e contrastada oferta de propostas pol¨ªticas; terceiro: sempre que as
O problema ¨¦ que cada vez menos o povo faz parte desta equa??o
pessoas sentem que o seu voto conta e que a sua escolha ¨¦ valorizada
democr¨¢tica.
pelo sistema.
As pessoas colocaram-se ¨¤ margem do processo de decis?o. Dividiram
At¨¦ parece f¨¢cil fazer com que a participa??o eleitoral resulte. Bastaria
o mundo entre ¡°eles¡± (a elite que governa) e ¡°n¨®s¡±, o povo a quem
garantir que a elei??o ¨¦ uma corrida renhida, que os protagonistas s?o
viraram as costas. N?o h¨¢ nada que cause mais dano ¨¤ liberdade e aos
capazes de marcar clivagens e que as pessoas t¨ºm confian?a no sistema.
direitos.
A quest?o ¨¦ que vivemos precisamente em Democracia. Nenhuma
destas coisas se pode alcan?ar por decreto.
Como ¨¦ que se restaura esta rela??o?
Como ¨¦ que se ultrapassa este impasse?
Procuremos pistas para reflex?o nas p¨¢ginas que se seguem. Ele ¨¦ o
contributo de Cascais para a discuss?o necess¨¢ria, mas nem sempre
Com mais, n?o menos, aprofundamento democr¨¢tico. ? partida isso
f¨¢cil, de (re)democratiza??o da nossa Democracia.
obriga-nos, junto das pessoas, a clarificar a ideia de Democracia. A
democracia produz melhores resultados econ¨®micos do que outros
sistemas ¨C mas em si mesma, a democracia n?o ¨¦ um sistema econ¨®mico.
Muita gente tem confundido a democracia com sistema econ¨®mico, com
garantia de bom governo, com pleno emprego ou com a garantia de
uma vida confort¨¢vel.
Essa ¨¦ uma vis?o que s¨® apraz aos detratores da democracia. Porqu¨º?
Porque ¨¦ f¨¢cil deslegitimar o regime sempre que o governo representativo
n?o alcance os resultados prometidos.
? pois essencial que todos compreendam o seguinte: a democracia ¨¦ o
¨²nico sistema pol¨ªtico feito ¨¤ medida da dignidade de todas as pessoas
precisamente porque cada pessoa vale o mesmo perante a lei.
A democracia ¨¦, na feliz express?o de Lincoln, o governo do povo, pelo
povo e para o povo. E, sendo isto, ¨¦ o ¨²nico regime que nos garante que
a Lei ¨¦ soberana, e n?o que o soberano ¨¦ a lei.
Carlos Carreiras
Presidente da C?mara Municipal de Cascais
?NDICE
?ndice de figuras ......................................................................................................................... 8
?ndice de tabelas ....................................................................................................................... 8
Lista de abreviaturas ..................................................................................................... 9
Pref¨¢cio
Miguel Pinto Luz - Conselho
Estrat¨¦gico | PT Talks ................................................................................................ 11
Sum¨¢rio executivo ............................................................................................................ 12
Introdu??o ................................................................................................................................................ 14
1. Como tem evolu¨ªdo a absten??o
eleitoral em Portugal?
A defini??o de absten??o ............................................................ 16
A evolu??o da absten??o eleitoral
entre os eleitores recenseados ...................................... 16
As insufici¨ºncias do c¨¢lculo
da absten??o a partir
do n¨²mero de recenseados .................................................... 18
Em s¨ªntese ................................................................................................................................ 25
2. A absten??o eleitoral em Portugal
em contexto comparado
A evolu??o da participa??o
portuguesa no contexto global ................................. 26
A geografia da absten??o
noutras elei??es ....................................................................................................... 38
Discrep?ncias entre recenseados
e estimativas da popula??o
ao n¨ªvel municipal ............................................................................................... 39
Voto electr¨®nico n?o presencial .............................. 78
Evolu??o da capacidade
explicativa de diferentes fatores
nas elei??es legislativas .................................................................... 42
Qualidade dos dados
e divulga??o ao p¨²blico .................................................................... 81
Varia??es individuais
da participa??o
em outras elei??es ........................................................................................... 48
Em s¨ªntese ............................................................................................................................... 49
4. Direitos pol¨ªticos
e legisla??o eleitoral
Em s¨ªntese .................................................................................................................................. 81
Bibliografia ........................................................................................................................................... 82
Jurisprud¨ºncia ............................................................................................................................ 87
Documentos oficiais consultados ................................... 88
Recenseamento eleitoral .............................................................. 50
Anexo
Voto universal ................................................................................................................ 52
Programa da confer¨ºncia
¡°A absten??o em Portugal¡±,
19 de outubro de 2019 .......................................................................................... 91
Voto livre ...................................................................................................................................... 55
Em s¨ªntese .................................................................................................................................. 61
A geografia da absten??o
nas elei??es legislativas .................................................................... 36
Elei??es escolares simuladas ............................................ 79
Agradecimentos dos autores ....................................................... 90
Elei??es para
o Parlamento Europeu ........................................................................ 30
3. Varia??es da absten??o
em Portugal
Voto electr¨®nico presencial .................................................. 78
Nota introdut¨®ria ................................................................................................ 50
Voto igual .................................................................................................................................. 60
Em s¨ªntese ................................................................................................................................ 35
Voto antecipado e em mobilidade .................. 75
Diferen?as de participa??o
ao n¨ªvel individual ................................................................................................. 41
Elei??es presidenciais ............................................................................ 29
Explicando as varia??es
de n¨ªveis de participa??o eleitoral ..................... 33
Dia da vota??o ............................................................................................................. 74
Voto por antecipado
por correspond¨ºncia ................................................................................. 76
Voto pessoal e secreto ........................................................................ 56
Explicando a diminui??o
da participa??o eleitoral ................................................................. 32
Elei??es simult?neas ................................................................................... 73
A absten??o eleitoral
dos portugueses residentes
no estrangeiro .............................................................................................................. 40
Elei??es legislativas ...................................................................................... 29
Elei??es para o poder local ..................................................... 31
Altera??es ao sistema eleitoral ................................... 72
5. O debate sobre a absten??o
O tratamento jornal¨ªstico
da absten??o ................................................................................................................... 62
Administra??o eleitoral e absten??o ......... 64
Propostas de combate ¨¤ absten??o ........... 66
Em s¨ªntese ................................................................................................................................ 68
6. Medidas de combate ¨¤ absten??o
O que influencia
a participa??o? ........................................................................................................... 69
Obrigatoriedade do voto ............................................................... 71
................
................
In order to avoid copyright disputes, this page is only a partial summary.
To fulfill the demand for quickly locating and searching documents.
It is intelligent file search solution for home and business.
Related download
- ana sofia ferreira pt
- eleições presidenciais de 1976 análise do discurso do
- eleitoral comportamento pedro magalhães as ulisboa
- universidade de lisboa instituto de ciências sociais
- esclarecimentos dia da eleiÇÃo
- do presidente da repÚblica
- eleição para a presidência da república cne
- eleições presidenciais 2006 sondagem marktest
- url doi universidade de coimbra
- as presidenciais de 2006 reflexões sobre a interpretação