RECURSOS para ouvir a voz dos mais pobres num processo sinodal

RECURSOS

para ouvir a voz dos mais pobres num processo sinodal

TRADUZIDO pela Diocese de Set?bal PUBLICADO pelo Centre S?vres Paris ? Facult?s J?suites - Jan 2022 AUTORES: Laure Blanchon, Jean-Claude Caillaux, Pierre Davienne,

?tienne Grieu, Fr?d?ric-Marie Le M?haut?, Fran?ois Odinet, Christophe Pichon

Se se trata de recome?ar, sempre h? de ser a partir dos ?ltimos

Papa Francisco , Fratelli Tutti, ? 235

CONVIC??ES DE BASE

Jesus Cristo ouve a voz dos pobres

Segundo o Evangelho de Marcos (10,46-52), Jesus ? chamado por Bartimeu, um mendigo confinado ? beira do caminho. A multid?o quer cal?-lo, mas Jesus sabe ouvir o seu grito, reconhecer a sua f?, e viver com ele um verdadeiro encontro. Para Bartimeu foi uma experi?ncia de liberta??o e de integra??o: a partir da? ele pode caminhar entre os disc?pulos. Este tipo de encontros acontece frequentemente nos evangelhos.

Pensar no mais pobres leva-nos ao essencial

A Igreja precisa de conhecer a vida dos mais pobres e ouvir a sua voz para descobrir os chamamentos que o Esp?rito Santo lhe lan?a. Eles t?m uma experi?ncia a comunicar e at? um pensamento a partilhar, que n?o diz respeito s? ? sua experi?ncia pessoal, mas a toda a vida da Igreja. O pensamento dos mais pobres pode orientar as quest?es da organiza??o dentro da Igreja para o essencial: como ? que as comunidades atestam realmente que Jesus Cristo salva a nossa vida e renova as nossas rela??es?

A escuta dos mais pobres garante a escuta de todos

Nos pa?ses mais ricos, como nas sociedades onde a pobreza ? massiva, h? sempre os "mais pobres", as pessoas exclu?das, abandonadas, que n?o contam para nada. Procurar encontrar essas pessoas, ouvir a sua voz, receber a sua contribui??o, ? uma b?ssola para que o caminho sinodal diga respeito a todos os membros da Igreja, de uma maneira aut?ntica.

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UM PONTO DE PARTIDA

No seio da Igreja, podemos ter a palavra, mas ? como em toda a parte, n?o chega falar, ? preciso ser escutado. H? demasiadas pessoas que sabem tudo. Ent?o, n?o podemos falar, porque n?o se acredita que tenhamos coisas a dizer, e ainda menos coisas que possam interessar aos outros. Grupo Place et parole des pauvres, Diaconia 2013

Processos pensados para os mais pobres Se queremos que a voz dos mais pobres seja escutada, ? preciso que essa aten??o esteja presente desde o princ?pio. ? muito dif?cil deixar entrar os mais pobres nos processos que n?o foram pensados para eles. ? por isso que a maneira de formular as expetativas e de recolher as palavras, deve ser determinada pela aten??o aos mais pobres e aos mais pequenos. Isto resultar? numa maior disponibilidade para todos os que t?m dificuldade em fazer ouvir a sua voz na Igreja.

Ouvir atentamente Ouvir os mais pobres requer ouvir atentamente, porque muitas vezes dizem coisas invulgares e in?ditas. Por conseguinte, ? necess?rio estar pronto para ouvir o que apresentar?o de forma surpreendente, sem enterrar as suas palavras sob discursos mais constru?dos. Ouvir os mais pobres ? tamb?m convid?-los a refletirem sobre a sua experi?ncia e a reconhecerem que se trata de uma fonte de conhecimento e de pensamento.

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UM CONTEXTO DE ESCUTA

Uma palavra esperada Os mais pobres sentir?o que a sua palavra ? leg?tima se for realmente esperada: isto significa usar o tempo e os meios para ouvi-los, e valorizar sinceramente a sua contribui??o para a reflex?o comum.

A composi??o dos grupos Falar em p?blico ? dif?cil para os mais pobres. Para que se expressem, devem faz?-lo juntos. ? preciso, portanto, que haja grupos de reuni?es sinodais onde eles est?o em maioria, e onde os outros participantes querem ouvir o que os mais pobres t?m a dizer.

Um contexto fraternal Este trabalho comum precisa de ser vivido na fraternidade. Para isso, podemos ancorar-nos em rela??es de confian?a: as equipas sinodais devem confiar em pessoas que j? t?m uma rela??o com eles, que os conhecem, etc. Al?m disso, ao organizar o trabalho de reflex?o, deve ser programado dentro de uma experi?ncia comunit?ria, que inclui uma ora??o partilhada, uma refei??o partilhada...

Cuidar a palavra Nestes grupos, deve-se ter especial cuidado com a palavra: que cada um seja convidado a falar, que n?o haja contradi??o m?tua, que n?o se expresse nenhum conselho ou julgamento, que aquele que tem mais dificuldade em se expressar tenha prioridade.

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FORMAS DE OUVIR

Imaginar question?rios diocesanos ou nacionais "acess?veis" aos mais pobres n?o ? suficiente. Para honrar verdadeiramente a sua reflex?o, temos que usar outros meios. Apresentamos uma lista de poss?veis escolhas. Os coordenadores locais poder?o implementar aquelas que acharem apropriados. O objetivo comum ? convidar os mais pobres a fazer a palavra de Deus ressoar ? sua maneira.

Partilha do Evangelho

Escolher um texto evangelho a partir de uma tradu??o acess?vel. Os participantes s?o convidados a comentar e a reagir ?s atitudes das personagens; podemos perguntar-lhes se este gesto ou a palavra de Jesus recorda ou ilumina algo da sua vida di?ria. Procuraremos depois perceber como a leitura de tal evangelho renova a nossa forma de viver na Igreja.

Exemplo: meditamos sobre Mc 10,46-52 observando as atitudes dos personagens, como nos lembram a Igreja que conhecemos, depois como Jesus permite a Bartimeu caminhar com todos os outros, e o que isto nos inspira.

A hist?ria da vida

Algumas pessoas podem ser previamente convidadas a contar as suas hist?rias. Estas hist?rias podem depois ser comentadas por grupos de outras pessoas.

Exemplos de perguntas para convidar a contar a hist?ria: Quem o ajudou a conhecer Deus, a fazer caminho na Igreja? Acha que tem um lugar na Igreja, por exemplo para partilhar a sua f? com outros?

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