ECONOMIA BRASILEIRA 2020-2021 - Portal da Indústria

[Pages:52]ECONOMIA

BRASILEIRA

EDI??O ESPECIAL DO INFORME CONJUNTURAL

2020-2021

BRAS?LIA-DF 2020

? 2020. CNI ? Confedera??o Nacional da Ind?stria. Qualquer parte desta obra poder? ser reproduzida, desde que citada a fonte.

CNI Diretoria de Desenvolvimento Industrial - DDI Ger?ncia Executiva de Economia - ECON

FICHA CATALOGR?FICA C748i Confedera??o Nacional da Ind?stria.

Economia brasileira 2020-2021 / Confedera??o Nacional da Ind?stria. ? Bras?lia : CNI, 2020.

ISSN 1676-5486 43 p. : il. 1.Economia Brasileira. 2. Cen?rio Economico. I. T?tulo.

CDU: 33(05)

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SUM?RIO

A pandemia e o combate aos seus efeitos definiram 2020

7

1 Atividade Econ?mica

13

2 Emprego e Renda

19

3 Infla??o, Juros e Cr?dito

25

4 Pol?tica Fiscal

32

5 Setor Externo

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Economia Brasileira 2020-2021 ISSN 1676-5486 ? Ano 36 ? N?mero 1 ? Dezembro 2020

A PANDEMIA E O COMBATE AOS SEUS EFEITOS DEFINIRAM 2020

Em 2021 o desafio ser? voltar a crescer de forma sustentada semestre

A pandemia de coronav?rus abalou a economia global em 2020. N?o foi diferente no Brasil, que, al?m de ter sofrido com a trag?dia da doen?a em si, mergulhou em profunda crise econ?mica. Apesar de chegarmos ao fim do ano em recupera??o, o grau de incerteza permanece elevado e os efeitos da crise ainda se far?o presentes em 2021 e, provavelmente, nos anos seguintes.

A economia brasileira ainda estava se recuperando da crise de 2014/2016, quando a necessidade de isolamento social para conter o avan?o da Covid-19 paralisou o setor produtivo em abril. Nesse primeiro momento, Servi?os, Com?rcio e Ind?stria experimentaram redu??o brusca da demanda e restri??es em sua capacidade de operar.

Recupera??o heterog?nea

A partir de maio, as din?micas foram diferentes. O segmento de servi?os foi o mais afetado. Foi o primeiro a ser impactado e o ?ltimo a reabrir no processo de flexibiliza??o das medidas de distanciamento social. Foram afetados, em especial, os servi?os ofertados ?s fam?lias, que requerem a presen?a do consumidor (bares e restaurantes, por exemplo). A recupera??o tem sido gradual e s? se iniciou em junho.

Com?rcio e Ind?stria, de modo geral, iniciaram a recupera??o em maio e retornaram rapidamente ao n?vel pr?-pandemia. O com?rcio varejista voltou ao patamar do volume de vendas antes da crise em junho e a ind?stria de transforma??o, em setembro. Note-se que tanto no Com?rcio como na Ind?stria a recupera??o tem sido heterog?nea, com setores j? acima do n?vel pr?-pandemia e setores ainda abaixo desse n?vel.

n?o dur?veis foi pouco afetada, enquanto a procura por bens de consumo dur?veis e por servi?os ofertados ?s fam?lias caiu consideravelmente.

O aux?lio emergencial e a permiss?o do saque emergencial do FGTS ajudaram a recompor parte das perdas de renda da popula??o com a pandemia. Com isso, algumas fam?lias mais vulner?veis at? observaram aumento da renda e puderam, inclusive, aumentar o consumo, sobretudo de bens de consumo n?o dur?veis, como alimentos, material de limpeza e produtos de higiene pessoal.

As fam?lias de maior renda aumentaram a poupan?a, seja por precau??o, seja pela impossibilidade de consumir em raz?o do fechamento do com?rcio. Ademais, o processo gradual de reabertura, pelo lado da oferta, e o temor do cont?gio, pelo lado da demanda, fizeram com que a recupera??o dos servi?os se mantivesse lenta. Como resultado, o consumo de bens aumentou sua participa??o nos gastos das fam?lias com rela??o aos servi?os.

Outro efeito da crise foi a desorganiza??o das cadeias produtivas e o aumento dos pre?os. Os diferentes setores da economia foram atingidos com intensidades diferentes, o que resultou em interrup??es parciais ou totais em alguns elos das cadeias.

No per?odo mais cr?tico da pandemia, a redu??o na produ??o foi imediata, sem o ac?mulo de estoques. Adicionalmente, a elevada incerteza e a falta de receita levaram as empresas a reduzirem ainda mais seus estoques. Isso ocorre pois, quando o risco de insolv?ncia ? alto, acumular estoques deixa de fazer sentido.

Parte das diferen?as no ritmo de recupera??o ? explicada pelas mudan?as no padr?o de consumo. De certo modo, a demanda por bens de consumo

A recupera??o da demanda foi mais r?pida que o esperado. A flexibiliza??o das medidas de distanciamento social se iniciou, no fim de maio, na

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Economia Brasileira 2020-2021 ISSN 1676-5486 ? Ano 36 ? N?mero 1 ? Dezembro 2020

maior parte do Brasil. Al?m disso, as medidas de prote??o ?s empresas e fam?lias, implementadas pelo governo federal e o Congresso Nacional, se mostraram eficazes.

O setor produtivo n?o conseguiu responder de forma homog?nea provocando restri??es nos elos das cadeias produtivas. A Ind?stria est? com dificuldade de obter insumos e/ou mat?riasprimas e, consequentemente, com dificuldade de atender seus clientes.

Como resultado de todos esses efeitos temos uma produ??o industrial crescendo, mas menos do que o suficiente para atender a demanda. Al?m disso, notamos expressivo crescimento dos pre?os, sobretudo, o de insumos, mat?rias-primas e alimentos. O ?ndice de Custo com Bens Intermedi?rios (componente do Indicador de Custos Industriais, da CNI) encerrou o terceiro trimestre de 2020 com alta de 15,5%, na compara??o com o mesmo trimestre de 2019. Uma primeira heran?a dos efeitos da crise de 2020, que se estender? para 2021.

? falta de insumos se somou o aumento nos pre?os tamb?m estimulados pela desvaloriza??o do real e demanda crescente da China. A desvaloriza??o da moeda brasileira encareceu n?o s? os insumos importados como tamb?m os produzidos nacionalmente, mas cujo pre?o ? atrelado ao mercado internacional.

Finalmente, a pr?pria mudan?a em h?bitos de consumo afetou, pontualmente, alguns mercados de insumos importantes. O aumento do com?rcio eletr?nico e o aumento de servi?os de delivery aumentou a demanda por embalagens, por exemplo.

A dificuldade de se obter insumos dever? terminar no segundo trimestre de 2021, assim como a press?o sobre os pre?os, como resultado tanto da valoriza??o do real, como da reorganiza??o das cadeias produtivas.

A recupera??o est? em andamento, mas o crescimento econ?mico no terceiro e quarto trimestres n?o ser?o suficientes para salvar o ano de 2020. O PIB dever? cair 4,3% na compara??o com 2019 e o PIB industrial, 3,5%. A queda do PIB que projetamos em 2020 ficou muito pr?xima ? prevista no cen?rio base do primeiro Informe Conjuntural do ano, de maio.

Gr?fico 1 - Queda da atividade foi mais forte que previsto e a recupera??o, mais r?pida Cen?rios e estimativa da evolu??o mensal do PIB N?mero ?ndice - Janeiro 2020 (Informe I-2020) = 100

105

100

95

90

85 dez/19 jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20

Cen?rio otimista*

Base*

Elabora??o: CNI *Informe Conjuntural maio 2020

Pessimista*

Estimado CNI

Previs?o CNI

8

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