1 RESENHAS, RESUMOS, PARÁFRASES E ARTIGOS ACADÊMICOS

Manual da Univates para trabalhos acad?micos

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1 RESENHAS, RESUMOS, PAR?FRASES

E ARTIGOS ACAD?MICOS

Trabalho acad?mico, para a Norma Brasileira (NBR) 14724/2005, da Associa??o Brasileira de Normas T?cnicas (ABNT), ? o documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado de disciplina, m?dulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados em cursos de gradua??o e p?s-gradua??o. Para fins deste Cap?tulo, ? aquele ligado a tarefa/exerc?cio/avalia??o mais simples e regular de aula (ao contr?rio dos trabalhos acad?micos de final de curso, que s?o mais complexos, como as monografias, os artigos cient?ficos, as disserta??es, as teses, dentre outros, os quais est?o expostos nos Cap. 3, 4 e 5 deste Manual), como resenha, resumo, par?frase, artigo acad?mico, dentre outros, que podem se valer, pelo menos, de algumas regras m?nimas na sua elabora??o.

Ao lhe ser solicitada a tarefa de fazer um desses trabalhos de aula, voc? dever? se informar com o seu professor sobre qual tipo ? o desejado e se h? alguma particularidade a ser observada.

A seguir, ser?o abordados detalhes sobre alguns desses trabalhos acad?micos de aula.

1.1 Resenha

A resenha ? uma esp?cie de resumo, de s?ntese de um objeto, o qual pode ser um acontecimento qualquer da realidade (jogo de futebol ou outro esporte, exposi??o de arte, pe?a de teatro, uma feira de produtos, uma comemora??o solene etc.) ou textos e obras culturais (filme, livro, cap?tulo de livro, pe?a de teatro etc.), com o objetivo de passar informa??es ao leitor/ouvinte/assistente.

Resenhar significa destacar as propriedades de um objeto, mencionar seus aspectos mais importantes, descrever as circunst?ncias que o envolvem, sempre de acordo com uma inten??o/finalidade previamente definida pelo resenhador (FIORIN; SAVIOLI, 1990). Normalmente, a resenha ? utilizada na m?dia (jornais e revistas, tanto em papel como online, e na televis?o), quando recebe o nome de `cr?tica', ou n?o recebe nome algum; na Academia (estabelecimento de educa??o superior), ela ? denominada de `resenha' mesmo (MACHADO, 2007).

Beatris Francisca Chemin

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A resenha pode ser elaborada sem cr?tica (s? como resumo) ou com cr?tica (resumo e coment?rio).

1.1.1 Resenha-resumo

A resenha-resumo ? um texto que sintetiza o objeto a ser resenhado, sem julgamento de valor, sem cr?tica ou aprecia??o do resenhador; trata-se de um texto informativo, descritivo, que apenas resume as informa??es b?sicas para conhecimento do leitor/ouvinte/assistente.

Por exemplo, se for resenha-resumo de um livro, sugere-se esta estrutura para a apresenta??o do trabalho:

a) folha de rosto, para a identifica??o do estudante resenhador e dados gerais do trabalho, se este for entregue ao professor. Ver item 1.5;

b) em outra p?gina, o texto da resenha em si, composta das seguintes partes, sem mudar de p?gina a cada uma delas:

? t?tulo (diferente do t?tulo da obra resenhada);

? refer?ncia dos dados da obra: autor, t?tulo, editora, local de publica??o, n?mero de p?ginas, pre?o do exemplar etc. Esses dados podem ser apresentados separadamente do texto (conforme exemplo seguinte), ou dentro de um par?grafo do texto;

? alguns dados biobibliogr?ficos do autor do livro resenhado: dizer algo sobre quem ? o autor, o que ele j? publicou etc.;

? resumo do conte?do da obra: indica??o breve do assunto tratado e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva te?rica, g?nero, m?todo, tom etc.) e resumo dos pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral.

Exemplo de resenha-resumo de um livro1:

O direito como teoria separada de outras ci?ncias sociais

KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. S?o Paulo: Martins Fontes, 1985.

A obra ? Esta obra, tradu??o de Jo?o Baptista Machado, ? o resultado da segunda edi??o alem? (a primeira ? de 1934), publicada em Viena em 1960, composta de oito cap?tulos: direito e natureza; direito e moral; direito e ci?ncia; est?tica jur?dica; din?mica jur?dica; direito e estado; o estado e o direito internacional; a interpreta??o, todos com subdivis?es, num total de 378 p?ginas.

(continua...)

1 Exemplo de poss?vel resenha-resumo, feita por Beatris F. Chemin, com fins did?ticos, em que aparecem cita??es diretas pelo sistema autor-data e as principais partes do trabalho (obra, autor, resumo) separadas umas das outras.

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(Continua??o)

O autor ? Hans Kelsen nasceu em Praga, cidade pertencente ao ent?o Imp?rio ?ustroh?ngaro, cuja capital era Viena, em 11 de outubro de 1881, e faleceu em Berkeley,

EUA, em 19 de abril de 1973. Em 1911 publicou sua primeira tese. Foi professor de Filosofia do Direito e Direito P?blico na Universidade de Viena, tendo fundado o grupo de estudos "A Escola de Viena" - uma doutrina pura do direito. Ensinou em diversas outras universidades, na Alemanha, Su??a, Estados Unidos. Al?m disso, foi constitucionalista e atuou como juiz e relator permanente do Tribunal Constitucional da ?ustria. Possui obras traduzidas em v?rios idiomas, sendo as principais "Teoria Pura do Direito" e "Teoria Geral das Normas".

Resumo ? A obra trata da descri??o de uma teoria jur?dica pura, utilizando-se de uma pureza metodol?gica capaz de isolar o estudo do direito do estudo das outras ci?ncias sociais (hist?ria, economia, psicologia etc.), descri??o essa isenta de ideologias pol?ticas e de elementos de ci?ncia natural: "Isso quer dizer que ela [teoria pura do Direito] pretende libertar a ci?ncia jur?dica de todos os elementos que lhe s?o estranhos. Esse ? o seu princ?pio metodol?gico fundamental" (p.1). Sua concep??o l?gico-normativista rejeita o direito natural, os ju?zos de valor, os crit?rios de justi?a, as considera??es de ordem axiol?gica, pretendendo determinar o direito que ?, e n?o o que deveria ser.

Analisa o objeto do Direito como (a) ordens de conduta humana, sendo `ordem' tida como um sistema de normas cuja unidade ? constitu?da pelo fato de todas elas terem o mesmo fundamento de validade, ou seja, a norma fundamental, e como (b) ordem coativa, no sentido de que ela reage contra as situa??es consideradas indesej?veis, por serem socialmente perniciosas.

[...]

O mestre austr?aco constr?i o sistema jur?dico alicer?ado no crit?rio de validade das normas jur?dicas. Ao indagar sobre o fundamento de validez de uma norma, responde que deve ser dada como resposta outra norma, formando-se, assim, uma hierarquia, uma estrutura escalonada de normas, em cujo ?pice estaria a norma fundamental, a qual n?o pertence ao direito positivo. No topo desta hierarquia de normas, dando validade a todo o sistema jur?dico, est? uma norma fict?cia, um produto do pensamento:

[...] o fundamento de validade de uma outra norma ?, em face desta, uma norma superior. Mas a indaga??o do fundamento de validade de uma norma n?o pode, tal como a investiga??o da causa de um determinado efeito, perder-se no intermin?vel. Tem de terminar numa norma que se pressup?e como a ?ltima e a mais elevada. Como norma mais elevada, ela tem de ser pressuposta, visto que n?o pode ser posta por uma autoridade, cuja compet?ncia teria de se fundar numa norma ainda mais elevada. [...] Uma tal norma, pressuposta como a mais elevada, ser? aqui designada como norma fundamental (Grundnorm) (p. 206-207).

[...]

Para finalizar sua obra, Kelsen trabalha a quest?o da interpreta??o, dizendo que "a interpreta??o cient?fica ? pura determina??o cognoscitiva do sentido das normas jur?dicas" (p. 370), que estabelece as poss?veis significa??es de uma norma jur?dica, repudiando a jurisprud?ncia dos conceitos e alegando ser incapaz de preencher as lacunas do Direito, j? que isto ? fun??o criadora de Direito que apenas pode ser realizada por um ?rg?o aplicador do Direito. Defende a ideia de que, tendo em vista a plurissignifica??o da maioria das normas jur?dicas, o ideal da fic??o de que uma norma jur?dica apenas permite uma s? interpreta??o, a interpreta??o `correta', somente ? realiz?vel de forma aproximativa.

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1.1.2 Resenha cr?tica

A resenha cr?tica ? um resumo comentado, uma aprecia??o cr?tica sobre determinada obra/fato, ou seja, al?m de fazer o resumo, acrescenta-se uma avalia??o, julgamento(s) de valor, aprecia??o, cr?tica. Quanto ? extens?o, as resenhas, por suas caracter?sticas especiais, n?o est?o sujeitas a limite de palavras: voc? dever? verificar a finalidade do trabalho e o espa?o em que ela ser? utilizada, pois se for, por exemplo, publicada em jornais/revistas, o peri?dico orienta sobre o n?mero m?ximo de linhas.

1.1.2.1 Estrutura da resenha cr?tica

Quanto ? sua estrutura, por exemplo, se for uma resenha cr?tica de livro ou similar, sugere-se esta para a apresenta??o do trabalho:

a) folha de rosto, para a identifica??o do estudante resenhador e dados gerais do trabalho, se este for entregue ao professor. Ver item 1.5;

b) em outra p?gina, a resenha em si, composta das seguintes partes, sem mudar de p?gina a cada uma delas (se for resenha de pouca extens?o, a crit?rio do professor da tarefa):

? t?tulo (diferente do t?tulo da obra resenhada);

? refer?ncia dos dados da obra: autor, t?tulo, editora, local de publica??o, n?mero de p?ginas, pre?o do exemplar etc.;

? alguns dados biobibliogr?ficos do autor da obra resenhada: dizer algo sobre quem ? o autor, o que ele j? publicou etc.;

? resumo do conte?do da obra: indica??o breve do assunto tratado e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva te?rica, g?nero, m?todo, tom etc.) e resumo dos pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral;

? avalia??o cr?tica: coment?rios, julgamentos, ju?zos de valor do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra etc.;

? refer?ncias (s? se for um trabalho de maior extens?o, em que houver a utiliza??o de outras obras para complementar o estudo cr?tico).

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Exemplo de resenha cr?tica curta referente a um filme2:

Um elefante que incomoda muita gente

Horton e o Mundo dos Quem (Horton Hears a Who!, Estados Unidos, 2008. Estr?ia nesta sexta-feira) ? Juntar novamente Jim Carrey e a obra do autor infantil Dr. Seuss (1904-1991) parece, ? primeira vista, uma temeridade ? como quem viu o insuport?vel O Grinch n?o consegue esquecer. Mas, gra?as ? criatividade do ateli? Blue Sky, de Rob?s, e da s?rie A Era do Gelo, o saldo aqui ? encantador. Carrey empresta sua voz ao expansivo elefante Horton, que incomoda muita gente quando cisma que, num pequeno gr?o de p?len que passou voando perto dele, existe todo um mundo habitado por pessoas min?sculas. Perseguido por uma canguru reacion?ria e pela massa que ela manobra, Horton ainda assim insiste na sua teoria. N?o s? prova que ela ? verdadeira, como, com a ajuda do prefeito do pequeno mundo dos Quem (com a voz excelente de Steve Carell), enfrenta perigos terr?veis para conduzir o gr?ozinho at? um lugar seguro. O enredo ? perfeito para o time da Blue Sky, cujos maiores atributos s?o o humor com um qu? de absurdo (o tra?o marcante das rimas de Dr. Seuss, preservadas na narra??o) e o talento para sequ?ncias de a??o que s?o verdadeiros del?rios da causa e efeito.

Exemplo de resenha cr?tica curta referente a um disco musical3:

Radiohead: sucesso da internet, agora nas lojas

In Rainbows, Radiohead (Flamil) ? O novo disco do quinteto ingl?s tornou-se um fen?meno do mercado por causa de sua estrat?gia de lan?amento ? em outubro do ano passado, ele estava dispon?vel para download, pelo pre?o que o f? achasse justo (estimase que um milh?o de pessoas tenha baixado o ?lbum). Neste ano, In Rainbows chegou ?s lojas de discos e tamb?m teve bons resultados, alcan?ando os primeiros lugares nas paradas dos Estados Unidos e da Inglaterra. Muito mais do que a uma estrat?gia de marketing, o ?xito de In Rainbows se deve ? excel?ncia musical do Radiohead. O quinteto capitaneado pelo guitarrista e vocalista Thom Yorke e pelo guitarrista Jonny Greenwood sabe como poucos misturar rock, m?sica cl?ssica, eletr?nica e experimental. As faixas Bodysnatchers e House of Cards s?o ?timos exemplos dessa mistura.

2 UM ELEFANTE que incomoda muita gente. Veja, S?o Paulo, 12 mar. 2008. Dispon?vel em: . Acesso em: 13 mar. 2008.

3 RADIOHEAD: sucesso da internet, agora nas lojas. Veja, S?o Paulo, 12 mar. 2008. Dispon?vel em: . Acesso em: 15 mar. 2008.

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1.1.2.2 Outra forma de analisar a estrutura da resenha cr?tica

Dito de outra forma, a resenha ter? introdu??o, desenvolvimento e conclus?o, sem aparecerem esses t?tulos no trabalho, mas ? a sequ?ncia do texto que vai revelar essas partes.

A introdu??o ? breve. Nela se procura identificar o objeto que est? sendo resenhado e contextualizar o assunto de que ele trata. Por exemplo, se for resenha de um livro, na introdu??o mencionar seus dados b?sicos: autor, t?tulo, editora, local de publica??o, n?mero de p?ginas, pre?o do exemplar etc., discutindo-se a import?ncia do assunto, a fim de o leitor, a quem ser? entregue o trabalho, ficar localizado no tempo e no espa?o.

Exemplo de um par?grafo de introdu??o de uma resenha cr?tica de um livro, em que a refer?ncia dos dados da obra aparece descrita no interior do pr?prio par?grafo4:

A TECNOLOGIA SER? INVIS?VEL

Um dos fen?menos que marcaram os ?ltimos anos do s?culo 20 foi a democratiza??o da tecnologia. Durante d?cadas, apenas as grandes corpora??es podiam manter uma estrutura pr?pria de equipamentos caros e poderosos. A miniaturiza??o e o barateamento de componentes permitiram mais tarde que os computadores passassem a fazer parte da vida cotidiana no trabalho e nas casas. O mundo da tecnologia, por?m, est? ?s v?speras de uma nova e profunda transforma??o. Em um futuro pr?ximo, tudo o que acontece dentro do computador ? desde o processamento at? o armazenamento de informa??es ? deve migrar para a internet. [...] Os contornos dessa transforma??o ? mais profunda do que parece ? primeira vista ? s?o delineados na obra The Big Switch: Rewiring the World, from Edison to Google ("A grande virada: reconectando o mundo, de Edison ao Google", em tradu??o livre e ainda sem previs?o de lan?amento no Brasil), escrita pelo especialista em tecnologia e ex-editor da revista Harvard Business Review Nicholas Carr. Rec?m-lan?ado nos Estados Unidos, o livro ? uma vis?o do novo mundo da tecnologia.

O desenvolvimento consiste em um resumo com cr?tica aberta, em que se apresentam as ideias principais do autor, concatenando-as e ordenando-as. Sempre um par?grafo, ou uma frase, deve ser relacionado com o que vem antes e depois. Como ? um resumo com cr?tica, voc?, ao mesmo tempo em que resume a obra, j? vai expondo sua opini?o, j? vai emitindo seu julgamento, mostrando os pontos falhos, destacando os pontos v?lidos, confirmando com exemplos de outros autores os argumentos apresentados, apontando causas e efeitos concordantes e/ou discordantes, comparando o livro em an?lise com outras obras lidas, com outros autores etc.

4 FUSCO, Camila. A tecnologia ser? invis?vel. Exame, S?o Paulo, 27 fev. 2008. Dispon?vel em: . Acesso em: 28 fev. 2008.

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Usam-se principalmente adjetivos, substantivos e adv?rbios para expressar a opini?o do resenhador. Verbos que expressam o ato de falar, em suas v?rias nuances, podem ser utilizados: afirmar, alertar, anunciar, apontar, citar, concordar, considerar, declarar, destacar, dizer, esclarecer, explicar, expor, lembrar, mencionar, propor, ressaltar, salientar. Dar prefer?ncia para o verbo no presente do indicativo. Normalmente, quando se resenha uma obra cujo autor seja do g?nero masculino, usa-se o seu sobrenome para identific?-lo no decorrer da reda??o; quando for do g?nero feminino, usa-se o prenome da autora5. Quando necess?rio, se for trabalho de maior f?lego, poder?o aparecer subt?tulos, para melhor distribuir os assuntos na sequ?ncia do texto, e tamb?m algumas cita??es diretas e indiretas, com as devidas refer?ncias ?s fontes/autores citados.

Exemplo de parte de desenvolvimento da introdu??o da p?gina anterior:

A ideia ? poderosa e tem implica??es profundas e imediatas para a ind?stria de software e hardware, na qual prosperaram pot?ncias inquestion?veis como Microsoft e IBM. No cen?rio delineado por Carr, ningu?m mais precisar? comprar um software para ter em sua m?quina o programa que deseja. Ele ser? um servi?o dispon?vel via internet, pago em mensalidades ou at? mesmo gratuito. Um dos exemplos disso ? [...]. "A internet tornou-se literalmente nosso computador. Os diferentes componentes que costumavam estar isolados na caixa fechada de um computador podem ser agora dispersos pelo mundo, integrados pela rede e compartilhados por todos" (p. 21), escreve o autor.

A narra??o fluente e did?tica de Carr, colaborador de publica??es como o jornal Financial Times e a revista Forbes, equilibra ideias e boas hist?rias. Uma das mais atraentes ? [...].

The Big Switch ? menos pol?mico que a obra de estr?ia de Carr, Does IT matter? ("TI importa?", em tradu??o livre), publicado em 2004. Na ?poca do lan?amento, Carr causou furor ao argumentar que a tecnologia [...].

Em seu novo livro, n?o h? nenhuma afirma??o t?o corajosa ou original. Carr, no entanto, alfineta ?cones da tecnologia. Ele dedica um cap?tulo inteiro, com o sugestivo t?tulo "Adeus, Senhor Gates", [...].

Composto de duas partes, o livro perde capacidade anal?tica e riqueza de detalhes da primeira para a segunda. O leitor encontra na primeira etapa o ponto alto da narrativa ? uma consistente descri??o sobre os paralelos hist?ricos [...]. Na segunda, embora haja uma descri??o do que ? viver na nuvem da internet, n?o existem respostas ou reflex?es claras sobre o impacto da era da computa??o como servi?o.

Na conclus?o, a qual, em alguns casos, j? se vai misturando com os par?grafos do desenvolvimento, o resenhador d? sua opini?o pessoal para fazer o fechamento da

5 Chama-se a aten??o para os exemplos A tecnologia ser? invis?vel, em que o autor Nicholas Carr ? tratado pelo resenhador durante a resenha apenas pelo seu sobrenome: Carr, enquanto na resenha O fen?meno da inven??o amorosa na voz feminina, Malvine Zalcberg ? tratada pelo seu prenome: Malvine. ? uma conven??o informal brasileira, que trata os homens autores pelo sobrenome e as mulheres autoras pelo prenome. Contudo, se for trabalho cient?fico, recomenda-se que o sobrenome da autora seja utilizado, e n?o o prenome.

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cr?tica, ou seja, ao ler e analisar o livro, ele disp?e de um bom material. Seleciona-se esse material para apresent?-lo na conclus?o. O livro tem alguma validade para quem l?-lo? Que tipo de validade? O que falta/sobra no livro? H? originalidade? A leitura ? agrad?vel? O texto est? bem escrito? A linguagem utilizada ? acess?vel? Qual a mensagem deixada pelo autor, ou o que fica com a leitura? H? v?rios aspectos, al?m dos citados, que podem ser considerados na conclus?o, devendo todos eles estar inter-relacionados.

Exemplo de conclus?o do desenvolvimento da p?gina anterior, em que ela se mistura ao pr?prio desenvolvimento:

A argumenta??o de Carr ?, em alguns momentos, insuficiente para convencer o leitor, por exemplo, da teoria de que mesmo empregos [...]. Ele insinua que os efeitos dessa transi??o devem afetar inclusive profissionais que trabalham em ?reas como finan?as, m?dia e at? sa?de. [...] O que o livro n?o deixa d?vida ? que, embora o amadurecimento desse novo formato de computa??o talvez demore a acontecer, os primeiros passos foram dados. E, para alguns, o barulho que eles j? fazem ? assustador.

Exemplo de resenha cr?tica, com subt?tulos, sem cita??es diretas, referente a um livro6:

O fen?meno da inven??o amorosa na voz feminina

Heloisa Caldas

O livro Amor paix?o feminina, de Malvine Zalcberg [Editora Campus, 256 p., R$ 39,90], destaca-se pela import?ncia de seu tema. Afinal, desde os tempos mais remotos, o amor interessa ? humanidade. O banquete, de Plat?o, e A arte de amar, de Ov?dio, para citar apenas duas grandes obras da cultura ocidental, atestam isso. [...] Ela sabe entrela?ar conceitos diversos, valendo-se, em especial, da psican?lise e da arte. Seu texto ? delicado, cuidadoso, preciso. Sustenta predominantemente a psican?lise e atesta como esta se enriquece ao n?o prescindir da arte e da cultura.

Texto viril e feminino

Pode-se dizer que ? um texto feminino. N?o porque a autora ? uma mulher, mas pelo fato de ela escrever deixando lacunas ? reflex?o, espa?os abertos ? fecunda??o, ao engendramento e ? inven??o. Contudo, ? tamb?m um texto viril, se se levar em conta a sustenta??o dos conceitos. [...] A autora o explica ao mesmo tempo que o faz. Sua habilidade com a linguagem e o rumo claro da prosa tomam o leitor pela m?o e o conduzem, passo a passo, por uma teoriza??o nada simples, nem f?cil. O livro ensina tanto o jovem que se aproxima do assunto, como o estudioso mais experiente. Endere?ar-se num mesmo texto a um p?blico t?o vasto n?o ? comum. ? preciso dedicar-se com amor a essa tarefa de transmiss?o. [...]

(continua...)

6 Exemplo de resenha de livro, adaptado pela autora, retirado desta fonte: CALDAS, Heloisa. O fen?meno da inven??o amorosa na voz feminina. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 mar. 2008. Caderno Ideias. Dispon?vel em: . Acesso em: 9 mar. 2008.

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