GERENCIAMENTO DE TEXTURAS PARA APLICAÇÕES DE …



Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola Politécnica

MBA em Tecnologia da Informação Executivo

Inclusão Digital: Os problemas da implantação eficiente no Brasil

RESUMO

Inclusão Digital é definida como uma forma de inclusão social através da capacitação, introdução e uso da tecnologia da informação por comunidades mais pobres, isoladas, portadores de necessidades especiais, idosos ou qualquer comunidade sem acesso direto a essas tecnologias, com o objetivo de melhoria dos quadros sociais.

Modificar as estratégias e pensamentos do setor de educação, separando os grupos sociais heterogêneos, qualificar profissionais/ educadores e incentivar a iniciativa privada para aquisição de equipamentos e tecnologias para o desenvolvimento social dessas comunidades, são fatores essenciais nos quais governo deve investir para viabilizar a inclusão social no Brasil.

Palavras-Chave: Inclusão Digital; Inclusão Social; Educação; Qualificação profissional; Investimento.

ABSTRACT

Digital inclusion is defined as a practice to qualify and allow the use of technology to all citizens as poor communities, old citizens, isolated communities, citizens of special needs, or any community without direct access to technologies, with the main target: social inclusion.

To modify the strategies and thoughts of the education sector, being separated the heterogeneous social groups, to qualify professionals educators and to stimulate the private initiative for acquisition of equipment and technologies for the social development of these communities, are essential factors in which government must invest to make possible the social inclusion in Brazil.

Key-words: Digital Inclusion; Social Inclusion; Education; Professional Qualification; Investment

SIGLAS

GPS – Global Position System

NTI - Novas tecnologias de informação

RITLA- Rede de Informação Tecnológica Latino Americana

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Pnad – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

IBIT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações

Sumário

|1 Introdução |1 |

| | |

|1.1 - Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |1 |

|1.2 - Delimitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |1 |

|1.3 - Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |1 |

|1.4 - Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |2 |

|1.5 - Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |2 |

|1.6 - Descrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |3 |

| | |

|2 Papel da Internet na sociedade da Informação |3 |

| | |

|2.1 - Sociedade da Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |4 |

| | |

|3 A Inclusão Digital e a Educação |8 |

| | |

|3.1 - O Que é Inclusão Digital . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . |8 |

|3.2 - Objetivo da Inclusão Digital . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . |8 |

|3.3 - Público Alvo .................... . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . |9 |

|3.4 - Qualificação Profissional . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . |9 |

|3.5 - Exclusão Digital –Segregação x Cidadania . . . . . . . . . . . . . |10 |

|3.6 - Inclusão Digital x Necessidades Especiais .. . . . . . . . . . . . . . . |11 |

| | |

|5 Concentração de Renda e Exclusão Digital no Brasil |12 |

| | |

|5.1 - Indicadores de Desigualdade .... . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . |12 |

|5.2 - Considerações sobre a Inclusão Digital e Exclusão Digital . . . |13 |

|6 Iniciativas Federais |14 |

| | |

|6.1 - Projetos governamentais para inclusão digital ........................... |14 |

|6.2 - Iniciativas de ONGs ................................................................... |18 |

| | |

|7 Senac Móvel |20 |

| | |

|10 Conclusão |14 |

| | |

|Bibliografia |15 |

Lista de Figuras

|2.1 – Logotipo do DEL ........................................................................................... |1 |

|7.1 – Senac Móvel interior da carreta ..................................................................... |21 |

|7.2 - Senac Móvel carreta ....................................................................................... |21 |

|7.3 - Senac Móvel Barca ......................................................................................... |22 |

|7.4 - Senac Móvel exterior da Barca ....................................................................... |22 |

Lista de Tabelas

|5.1 – Indicadores de Uso da Internet ....................................................................... |13 |

|6.1 - Critérios de utilização do FUST ..................................................................... |19 |

Capítulo 1

Introdução

1.1 – Tema

Esta dissertação pretende, por meio de pesquisas em sites do governo, sites estatísticos e artigos científicos, demonstrar a situação atual do Brasil no que se refere à Inclusão Digital.

1.2 – Delimitação

O objetivo do trabalho não é analisar políticas públicas de inclusão digital, mas sim expor os conceitos e a problemática envolvida neste assunto extremamente importante para os dias atuais. Não serão abordados dados de outros países. O foco do nosso estudo é a inclusão digital das classes menos favorecidas através do computador. No capítulo “Inclusão Digital via outros meios de comunicação” são abordados alguns dados sobre a infoinclusão através da TV Digital e através do uso do celular.

1.3 – Justificativa

O assunto Inclusão Digital pode parecer simples ao olhar distante de quem já escuta estas duas palavras há bastante tempo. Porém, a simplicidade pára quando os problemas envolvidos vêm à tona, passando pela falta de infra-estrutura no país até o “congelamento” da metodologia pedagógica dos nossos ensinos fundamental e médio que não conseguem se adaptar à utilização da informática disponível atualmente. É com esta visão que o trabalho abordará este tema de suma importância para o desenvolvimento social do Brasil que apresente atualmente acentuada exclusão digital.

1.4 – Objetivos

- Objetivo Geral

Com este trabalho, pretende-se:

• Expor os principais problemas e possíveis soluções para que a Inclusão Digital no Brasil seja cada vez mais eficiente.

Para tanto, pretende-se

• Conhecer o papel da informação para o desenvolvimento social e econômico do atual momento da sociedade;

• Esclarecer o correto entendimento do que é a Inclusão Digital;

• Correlacionar a educação com a Inclusão Digital;

• Relacionar algumas iniciativas federais e aprofundar em uma iniciativa privada;

• Expor informações sobre a Inclusão Digital através de outros meios de comunicação e, finalmente,

• Tecer comentários acerca dos desafios que o Brasil está passando para que a Inclusão Digital seja disseminada para todas as classes econômicas.

1.5 – Metodologia

Este trabalho foi realizado utilizando-se a metodologia de pesquisa bibliográfica. Através de pesquisas em sites do governo, sites contendo dados estatísticos e principalmente artigos científicos, pôde-se constatar os conceitos da Inclusão Digital e observar as dificuldades relacionadas à sua implantação no país.

É importante destacar que a atualidade do tema gera uma mutabilidade na bibliografia para a reflexão sobre o assunto e as práticas de Inclusão Digital. Os propósitos dos documentos encontrados são, muitas vezes, um desafio para a reflexão crítica. Alguns documentos analisados foram inclusive para sustentar idéias que de certa forma inspiram posições políticas. O trabalho não levou em consideração qualquer posição partidária, subtraindo apenas os conceitos neles existentes.

1.6 – Descrição

No capítulo 2 serão abordadas questões referentes às relações entre sociedade e conhecimento, abordando as temáticas da sociedade da informação. O capítulo também destaca o papel da Internet na sociedade da informação, relatando como esta ferramenta pode contribuir positivamente no modo das pessoas se comunicarem e como a sociedade pode adquirir conhecimento com o correto uso. Também são destacados alguns problemas com o advento da internet.

O conceito do que é a Inclusão Digital, quais são suas premissas e os erros comuns de interpretação são apresentados no capítulo 3.

Já no capítulo 4, aborda-se a importância da inclusão digital na educação.

Dados comparativos entre a concentração de renda e a exclusão digital no Brasil serão expostos no capítulo 5.

Nos capítulos 6 e 7 são listados programas apoiados pelo governo federal e um detalhamento do programa privado do SENAC sob o título de SENAC Móvel.

Alguns dados sobre a inclusão digital através de outros meios de comunicação, em específico para os celulares e a TV Digital serão abordados no capítulo 8.

Por fim, no capítulo 9 são discutidos os principais problemas identificados na implantação da Inclusão Digital no Brasil e no capítulo 10 apresentado possíveis soluções para que a Inclusão Digital no país seja mais eficiente e mais abrangente.

Capítulo 2

Papel da Internet na sociedade da informação

O termo sociedade da informação, também chamado de Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia, surgiu no fim do Século XX, com origem no termo Globalização. Esta sociedade atualmente encontra-se em processo de formação e expansão.

A sociedade contemporânea passa por um processo de mudança onde o bem mais valioso atualmente é a informação. A forma de pensar pela sociedade foi profundamente transformada com o decorrer do tempo. Contudo, há de se perceber que a informação sempre foi fator determinante para o desenvolvimento da sociedade. A capacidade e a maturidade da sociedade sempre estiveram relacionadas ao nível de informação agregada.

O que difere da nossa sociedade para a sociedade antiga no tratamento da informação não está em sua importância, mas sim na capacidade de gerar, processar, armazenar e transmitir a mesma. Hoje, o conhecimento (informação analisada, criticada e transformada em algo útil) não está apenas na cabeça dos poderosos, está disponível para a sociedade como um todo, independente da classe econômica. Os meios utilizados para se alcançar as informações que geram o conhecimento é que não são atualmente bem distribuídos. Este assunto será melhor elaborado no capítulo 5.

A sociedade contemporânea estaria para muitos teóricos e observadores, conforme Lojikine (1999) [1], presenciando uma revolução informacional, e segundo Castells (1999) [2], utilizando-se da retro alimentação e da sinergia de uma série de tecnologias formando a “era da informação e do conhecimento”. Para Dantas (1996) [3] o capital-dinheiro também assumiria o formato de capital informação. A essência da economia atual estaria passando por diversas transformações onde a informação e o conhecimento foram elevados ao topo do processo econômico. Segundo Dosi (1996) [4], a economia tornou-se baseada no conhecimento.

O momento atual da sociedade está sendo amplamente impactado pelas tecnologias digitais de informação e comunicação. Esta fase da sociedade começou a ser traçada com o advento da internet, um sistema planetário de comunicação que viabiliza a conexão direta entre o mundo global, podendo atingir milhões de indivíduos. Este sistema alterou as percepções tradicionais de tempo e espaço, ao mesmo tempo em que favoreceu o início de uma nova dimensão de cidadania.

A Internet é hoje considerada como o principal espaço de informação na sociedade contemporânea. Enquanto ampla rede de comunicação constituída para armazenar ou para distribuir informação, com o surgimento da Internet criou-se um novo espaço de circulação da informação, denominado ciberespaço.

Lévy (1999, p. 104) [5] nos esclarece que "o ciberespaço designa ali o universo das redes digitais, como lugar de encontros e de aventuras ... nova fronteira econômica e cultural. [Atualmente,] designa menos os novos suportes de informação do que os modos originais de criação, de navegação no conhecimento e de relação social."

Verifica-se então que a Internet converte-se em um artefato importante para a formação do conhecimento, onde as informações contribuem para o desenvolvimento individual e coletivo de uma sociedade dependente do conhecimento globalizado.

As tecnologias digitais possuem um alto grau de potencialidade no desenvolvimento de uma série de serviços na área da informação, comunicação, transporte, agricultura, saúde, proteção ao meio ambiente, comércio e principalmente na educação. A informação hoje originada em qualquer canto do mundo é comunicada ao restante do globo terrestre em poucos segundos através da internet. O trânsito da sua cidade pode ser acompanhado ao vivo pela rede mundial dos computadores. Até acompanhar onde o carro do seu filho está localizado já é possível com a integração de sistemas de localização via satélite (GPS) e a internet. A área da agricultura também aliada ao GPS se beneficia para as análises das características do solo, verificação de quais áreas foram plantadas e outras tantas utilidades. Nunca se pensou que há 30 anos uma cirurgia pudesse ser realizada por um médico que não estivesse presente fisicamente na sala de cirurgia. Esta prática já é mais comum do que se parece atualmente. Quanto à proteção do meio ambiente, recentemente surgiu um sistema onde qualquer indivíduo em qualquer lugar do planeta pode ajudar a proteger a mata atlântica de queimadas e desmatamento ilegais. Este é só um exemplo de tantos outros já existentes. O comércio eletrônico cresce a cada ano aproveitando-se das facilidades de manutenção das lojas virtuais e da agilidade de compra pelos usuários, que possuem a disponibilidade de comprar vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. A educação é a grande beneficiada de todos esses serviços citados. Nesta área, crianças, jovens, adultos e idosos, ricos e pobres podem se favorecer.

A aplicação da Internet nos governos também abriu uma nova perspectiva de modernização e de aproximação entre governantes e governados. A redução do tempo e espaço pela eliminação das distâncias e pela possibilidade de interação em tempo real segundo Lévy [5], tem incentivado discursos, projetos e tentativas de prestação de serviços estatais que propiciem maior comodidade, economia de tempo, redução de burocracia e transparência de gestão. Conforme Castells (1999) [2] a disseminação das redes informacionais pelo planeta ocorreu nos anos 90, sendo assimilada pelas elites e pelos órgãos de gestão do poder. A convergência de múltiplos interesses levou os Estados a se informatizarem e iniciarem um processo de digitalização de documentos e procedimentos, bem como, de interligação de seus órgãos em redes internas (intranet) que gradativamente se vincularam à Internet.

Novos problemas políticos e sociais surgiram também com o advento da Internet. De acordo com Lévy [5], a fragilidade na regulamentação da Internet pelos governos é notória, uma vez que os fluxos de informação são transnacionais. Segundo Silveira (2000) [6], da mesma forma como a velocidade de transmissão de informações é fundamental para a sociedade moderna, esta também permite a existência de poderosos instrumentos de vigilância e controle.

Através de sites de relacionamento virtual como o popular Orkut e salas de bate-papo, os indivíduos podem extrapolar suas fronteiras nacionais, criando múltiplas identidades e se escondendo atrás de nicknames e webmails que protejam seu anonimato. Apesar da positiva troca de experiência social e cultural envolvida na utilização destas ferramentas, muitos são os problemas que surgem com esta modificação da comunicação. Invasão de privacidade, venda de drogas e até pedofilia são exemplos de problemas sérios que se têm hoje em dia. Ao mesmo tempo em que há o anonimato utilizado nas ferramentas supracitadas, sua navegação na rede é cada vez mais observada pelos provedores de acesso, bazares virtuais, empresas de marketing e por agências estatais interessadas em controlar os cidadãos. Quanto mais a sociedade se interliga na rede, mais aumentam as possibilidades de vigilância e de quebra de privacidade.

Como relatado por Freire (2006) [8] apud Miranda (2000, p. 81) [7], enquanto processo de desenvolvimento de complexas interconexões entre sociedades, culturas, instituições e indivíduos, a globalização estimula e favorece a remoção de nossos relacionamentos e de nossas referências de vida de contextos locais para contextos transnacionais. Esse problema tornou-se alvo de constante preocupação para governos e sociedades do mundo inteiro, pois a noção de homogeneidade cultural envolve a idéia de perda ou enfraquecimento das identidades culturais locais. Aqui no Brasil, pode-se evidenciar essa preocupação mediante ações formuladas para preservar a identidade cultural do país, como as descritas no Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil (BRASIL, 2000) [9].

Capítulo 3

A Inclusão Digital e a Educação

3.1 - O Que é Inclusão Digital.

Melhorar as condições de vida de uma determinada região ou comunidade, com ajuda da tecnologia.

Inclusão digital deve ser usada para melhorar as condições de vida da sociedade. Portanto, trata-se de uma forma de inclusão social. Esse deve ser o principal fator de motivação dos governos em suas políticas públicas de inclusão, sejam para moradores de comunidades isoladas, em áreas rurais, populações de baixa renda, minorias étnicas, segmentos específicos do mercado e/ou portadores de necessidades especiais. O acesso a Tecnologia da informação e comunicação, contribui com o combate a essa desigualdade social e regional.

Para um cidadão ser considerado incluído digitalmente, é necessário possuir alguns instrumentos, como microcomputador com acesso à rede e linha telefônica. No caso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), os serviços de telecomunicações oferecem no mercado, equipamentos para telefonia móvel e TV digital que podem fornecer serviços para a melhoria da qualidade de vida do cidadão.

que podem fornecer serviços para a melhoria da qualidade de vida do cidadão.

3.2 - Objetivo da Inclusão Digital.

O objetivo da inclusão digital é erradicar o analfabetismo funcional ou digital, e não formar ou qualificar profissionais ou usuários avançados no ramo da tecnologia da informação. A alfabetização digital é o processo de capacitar a população para a utilização de recursos da tecnologia da informação e comunicação disponíveis além de melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores e tecnologias dos meios de comunicação.

3.3 – Público Alvo.

O governo deve definir as suas metas para atingir seu público-alvo. Uma delas, dever ser a rede escolar, onde, realmente o conjunto da população pode ser atingido. Através da educação, a inclusão digital se transforma em um instrumento para socialização de indivíduos e sua inclusão no mercado de trabalho. Ou seja, a política de inclusão digital destina-se, principalmente à parcela da população menos favorecida e portadores de algum tipo de necessidade especial, que não possui acesso a tecnologia da informação nas escolas. Mas, para atingir o objetivo citado: “capacitar a população para a utilização de recursos da tecnologia da informação e comunicação disponíveis”, é necessário saber que, qualquer ação completa deve integrar outros segmentos da sociedade ou classes sociais, pois a cidadania é alcançada digitalmente, quando a rede é tecida incluindo excluídos e não-excluídos.

No âmbito da educação formal, alunos de uma escola que recebe o apoio de incitativas públicas ou privadas, na compra de equipamentos para a criação de laboratórios de informática conectados a Internet, praticamente derrubam as paredes das salas de aula trocando informações e conhecimentos com outros alunos de cidades e países distantes, promovendo um intercâmbio cultural sem fronteiras. Ou seja, a anterior tarefa de alfabetização, dos educadores, deve ser ampliada, englobando também a alfabetização digital. Novos métodos pedagógicos devem ser criados para imputar essa realidade mundial na mentalidade dos alunos, numa sociedade globalizada.

Outro alvo importante é o local de trabalho, onde o governo deve criar estratégias inclusivas para facilitar o acesso de pessoas de baixa renda às tecnologias da informação, aonde empresas viriam a adquirir computadores mais avançados para o uso da Internet, com instrutores capacitados para ministrar cursos aos empregados, que em sua maior parte, não possui computadores em suas residências ou não possuem o acesso a Internet, limitando-os no mercado de trabalho. Pois um computador desconectado da Internet tem uma utilidade extremamente restrita na era da informação.

3.4 - Qualificação Profissional.

Inclusão digital não se resume a aquisição de equipamentos e softwares, fornecidos à baixos custos pelos governos federal, estadual ou iniciativa privada. A capacitação dos profissionais/ educadores que passarão as informações para os usuários, é primordial para o avanço e disseminação do conhecimento para a população como um todo. Quando existe, é claro, a presença desses profissionais.

Na mídia, ouvimos notícias de que vários equipamentos e/ou investimentos no campo da tecnologia da informação são abandonados por falta de usuários capacitados para sua operação, principalmente em cidades do interior, comunidades rurais ou ribeirinhas e para atender a parcela que possui necessidades especiais. É neste ponto, o investimento no educador, que a política pública também deve focar.

3.5 - Exclusão Digital – Segregação x Cidadania.

Exclusão Digital é uma nova vertente da exclusão social, formada por pessoas que não possuem acesso às tecnologias digitais de informação e comunicação. Não referente apenas à ausência de infra-estrutura, mas também aos fatores que limitam o uso dessas tecnologias, sejam elas barreiras lingüísticas, sociais, econômicas, políticas ou culturais diante das interfaces tecnológicas disponíveis.

À medida que novos avanços sejam eles do ramo da tecnologia da informação, telecomunicações, TV digital, são introduzidos no mercado, há o aumento da desigualdade social e digital. Pois a camada considerada mais rica da população é a primeira a usufruir das vantagens do uso dessas novas tecnologias no mercado de trabalho, ao passo que, a falta dessas, aumenta a desvantagem dos grupos mais pobres, diminuindo as oportunidades. Portanto, temos que ter cuidado ao classificarmos que "todo" o avanço tecnológico no âmbito da comunicação e informática gera inclusão digital. As empresas de telecomunicação, por exemplo, ao lançarem um novo serviço/produto no mercado, visam facilitar a vida de apenas uma parcela da população, a parcela de consumidores em potencial para adquirir seu produto, que, em sua maior parte, é a camada mais rica, pois para usufruírem desses serviços, na maioria dos casos, há a necessidade de compra de novos hardwares, aparelhos telefônicos, televisivos ou adaptadores mais caros, e com custo de manutenibilidade alto.

O economista italiano Ricardo Petrella da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, define esta realidade como techno-apartheid. Petrella escreveu em seu livro Vers un techno-apartheid (Rumo a um techno-apartheid): “Assistimos à emergência de um arquipélago de cidades/regiões ricas, hiper-desenvolvidas nos planos tecnológico, industrial e financeiro, no oceano de uma humanidade cada vez mais pobre”.

Em uma sociedade que considera os conhecimentos de informática um pré-requisito de acesso ao emprego, e a prática operacional ou utilização da Internet como uma ferramenta inovadora para diminuir fronteiras, ou até mesmo, abismos nesse mundo globalizado, ficar de fora desse mundo significa estar privado do exercício da cidadania.

3.6 – Inclusão Digital x Necessidades Especiais.

Outro fator importante é: A inclusão digital como ferramenta de inclusão social para portadores de necessidades especiais e idosos.

Não é só a falta de formação digital que atinge aos educadores, mas também, a falta de informação. Informação esta, a respeito do individuo que está sendo educado ou inserido da sociedade digital.

Pessoas com deficiências mental e física, retardamento e desajuste social ou familiares e até mesmo idosos, não tem uma orientação específica no campo educacional.

Os educadores recebem crianças de todas as classes sociais e deficiências como se fosse um único grupo. Mas, na realidade, é uma mescla de conhecimentos e capacidades completamente heterogênea. São realidades sociais e culturais distintas. Estas pessoas fazem parte do grupo da exclusão social e digital, pelo motivo de não possuírem condições físicas, mentais ou sociais para acessar, identificar ou usufruir das informações e tecnologias que impulsionam o mundo globalizado.

Capítulo 5

Concentração de Renda e Exclusão Digital no Brasil

5.1 – Indicadores de Desigualdade

De acordo com pesquisa do IBGE, através de levantamento da PNAD em 2007, 20,2% dos domicílios tinham acesso à Internet, o que expressa um aumento em relação a 2002, quando apenas 12% tinham acesso à Internet. Atualmente, dados fornecidos pelo Internet World Stats (), de março de 2008, informam que há mais de 50 milhões de usuários número superior a de diversos países.

No entanto estes números expressam a totalidade da população, quando os índices são classificados quanto à proporção, o Brasil apresenta 26,1% da totalidade de brasileiros, encontrando-se atrás de Chile, Uruguai e Argentina e a 76ª posição entre os 193 países pesquisados pela União Internacional de Telecomunicação, segundo dados fornecidos pela RITLA no seu relatório do Mapa das Desigualdades Digitais no Brasil [10].

No mesmo relatório, a diferença se torna maior ainda quando é feita uma leitura por região, em Alagoas, por exemplo, temos 7,6% da população com acesso a internet. Índice este 5,4 vezes menor que o de Brasília com 41,2%. E se a comparação for entre os extremos, temos uma diferença de 154 vezes, ficando clara a discrepância na distribuição de renda e acesso a tecnologia.

Ainda no estado de Alagoas, por sua extrema desigualdade na distribuição de renda, temos uma diferença do grupo de maior renda no acesso a internet de 35,6 vezes mais do que o grupo de menor renda, ou seja uma diferença de 3.460%. Se fizermos a mesma comparação nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo temos uma diferença de 5,2 e 6 vezes respectivamente, entre as classes de maior e menor renda.

Tabela 5.1 – Indicadores de Uso da Internet

Fonte: Pnad 2007 - IBGE

5.2 – Considerações sobre a Concentração de Renda e a Exclusão Digital

Com base nos indicadores apresentados, ficou clara a forte ligação entre a má distribuição de renda e a exclusão digital no país. Isto é mais evidente nas populações pobres do norte e nordeste, quando comparadas as regiões sul e sudeste.

O fato de ter um computador reforça a idéia de que o conhecimento e o sucesso na educação estão associados à inclusão digital. No entanto, os números apresentados pela Pnad/IBGE mostram que medidas governamentais não estão resolvendo este problema, criando uma situação até utópica quando confrontados com casos de pessoas convivendo abaixo do nível de subsistência. Inclusão Digital sem Inclusão Social não apresenta resultados relevantes ao desenvolvimento social. Isto é confirmado nas diversas pesquisas existentes, onde a criação de escolas sem um bom plano de ensino e apoio as famílias mais carentes para que possam desenvolver-se econômica e socialmente.

Capítulo 6

Iniciativas Federais

6.1 – Projetos governamentais para inclusão digital

O governo federal tem se mobilizado para realizar a inclusão digital no país, através das iniciativas federais, estaduais e municipais isso tem se tornado uma realidade no Brasil. Inúmeros programas são implementados afim de tornar mais acessível a informação e menos distante a realidade empregatícia da população carente. O governo federal promove ações de mobilização nacional afim de incentivar o acesso a informação, a internet e criação de novas idéias.

Através do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) criado em 2000 através da Lei nº 9998, o governo financia os programas por ele criado e apóia ONGs que se encaixam dentro das suas normas e diretrizes.

O governo reconhece que ainda é muito lento o processo de inclusão digital, pois sabem que diversas são as dificuldades para o avanço de inclusão digital como o analfabetismo, a falta de interesse pessoal, a qualidade do ensino, a falta de mão de obra qualificada e dos recursos oferecidos.

De acordo com Maslow (1943), nos países pobres ou em desenvolvimento, um menor número de pessoas tem acesso a computadores e à Internet do que em países ricos, simplesmente porque elas são pobres demais, analfabetas ou semi-alfabetizadas, ou têm preocupações mais prementes, tais como alimentação, saúde e segurança.

Para combater o analfabetismo digital o governo federal tem disponibilizado, em diversas regiões os seguintes recursos, que facilitam o ensino da informática, aprimorando as iniciativa, desenvolvendo interesse da população menos favorecida:

• Recursos físicos: acesso a computadores e a redes de telecomunicações.

• Recursos digitais: disponibilidade on line de materiais digitais (conteúdo e língua).

• Recursos humanos: educação e alfabetização (inclusive digital).

• Recursos sociais: suporte institucional, da comunidade e das estruturas sociais.

Dentro dos serviços prestados pelo governo federal existem serviços específicos para determinadas áreas que tem o intuito de adequar o cidadão aos empregos oferecidos no mercado, todos eles dentro da meta de diminuir a exclusão digital no país, são alguns:

Serviços bancários: Assim como a inclusão bancária pode ser entendida como uma dimensão da inclusão social, a inclusão digital bancária pode ser encarada como uma faceta da inclusão digital, os caixas-eletrônicos de atendimento automático, terminais bancários de uso compartilhado, foram, no Brasil, as primeiras interfaces digitais a se popularizarem entre todas as camadas da população, mesmo antes do início da difusão do acesso via Internet (home banking), tendo assim representado para muitos cidadãos o primeiro contato com a informática. Para muitas pessoas, essa é ainda a janela mais freqüente, ou mesmo a única, para o mundo digital.

• Serviços de acesso a internet: Uma outra faceta da inclusão que deve ser bem definida é o tipo de acesso que os usuários fazem. Se o recurso de acesso é de uso coletivo, tal como em telecentros e espaços públicos, o tempo de navegação pode ser limitado e o conteúdo acessado pode ser restringido por assunto. Assim, alguns telecentros só permitem acesso a páginas de serviços de e-gov.

• Serviços de e-gov e cidadania: Essa faceta da inclusão digital consiste na criação de páginas do governo ou de outras instituições e tem como objetivo prestar serviços públicos por meio da Internet e oferecer informações para o exercício da cidadania.

• Serviços para incremento de renda: São iniciativas que criam mecanismos para que pequenos negociantes se beneficiem da rede mundial para viabilizar seus negócios. Dessa forma, esses cidadãos são incluídos digitalmente com o uso da Internet

Dentro das ações, o governo federal tem atuado para a inclusão digital, acredita-se que o fornecimento ao acesso a internet, recuperação e reaproveitamento dos equipamentos de informática, treinamento e o fornecimento de infra-estruturas adequadas para a realização dos programas.

Em 2004 o governo federal tentou criar o programa chamado PBID (Programa Brasileiro de Inclusão Digital), sob a coordenação da Casa Civil, mas não houve muito êxito, tendo assim que passar para o Ministério das Telecomunicações, seguem abaixo alguns programas utilizados pelo governo federal.

• Casa Brasil - O projeto Casa Brasil é um programa do governo federal com o intuito de promover a inclusão digital / social, o lazer e a cultura para a população de baixa renda (classes C e D) em todas as capitais, nas cidades localizadas na região centro-oeste e nas maiores cidades do país.

• Computador para todos - É um projeto do governo federal no âmbito do Programa Brasileiro de Inclusão Digital. Os objetivos principais é de oferecer microcomputadores com acesso à Internet a preços e condições de pagamento para as classes sociais menos privilegiadas da população brasileira, gerar uma grande rede de suporte em software que gere novos empregos, permitir que pequenas empresas tenham acesso ao computador conectado, entre outros.

• Telecentros comunitários – Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento – o projeto Telecentros tem o intuito de promover a inclusão digital em todo país, ficam em espaços públicos onde o cidadão tem acesso a computadores ligado a internet. Os usuários podem usufruir serviços como o acesso a impostos e taxas, certidões,documentos pessoais, multas, concursos públicos, ajuda médica, Procon, pesquisas escolares e outros. Cada cadastrado terá um e-mail comunitário. O alvo do programa são pessoas de baixa renda que possuem pouco ou nenhum contato com a Internet. Todos os serviços oferecidos são gratuitos.

• Centro Rural de Inclusão Digital - O Centro Rural de Inclusão Digital (CRID) é um laboratório de informática educativa que funciona como um ambiente virtual de aprendizagem. A gestão é realizada pela própria comunidade, de forma integrada à escola local. O público alvo é formado pela população dos assentamentos rurais, tendo a escola como local de funcionamento. Os laboratórios são instalados em comunidades de assentamentos rurais, as quais apresentam geralmente grande carência de infra-estrutura e de comunicações. A prioridade para a localização dos laboratórios é a organização do assentamento, dificuldade de acesso geográfico e de comunicação com o mundo exterior.

• Maré – Telecentros da Pesca - É um projeto que busca assegurar a implantação de telecentros em comunidades de pescadores, fornecendo equipamentos, conexão à Internet, formação e manutenção de agentes locais para monitoria e uso de software livre.

6.2 – Iniciativas de ONGs

O governo federal reconhece que ainda falta muito para acabar com a exclusão digital, pois a burocracia, a falta de comunicação e questões políticas dificulta o trabalho de avanço da inclusão digital, mas o próprio tem se esforçado aplicando suas idéias.

No s últimos anos ONGs vem trabalhando mudando a realidade de milhões de pessoas de forma eficaz aonde o governo não consegue chegar, desta forma a inclusão digital tem diminuindo muito em diversas cidades brasileiras, alavancando a educação e avançando na desigualdade social no que diz respeito as chances de mercado.

Alguns projetos organizados por ONGs que são apoiados pelo governo federal:

• Gemas da Terra - A ONG Gemas da Terra, em parceria com a UNESCO, Ministério das Comunicações, Prodabel, Funivale, ONG Comunidades Catalisadoras, associações comunitárias e voluntários, tem como missão facilitar a criação de telecentros livres nas comunidades rurais brasileiras com até 2.500 habitantes e promover sua integração aos movimentos globais de inclusão digital. Além disso, pretende-se capacitar as próprias comunidades para a gestão dos telecentros, buscando um modelo auto-sustentável, que não afete significativamente os valores das comunidades, fortalecendo a cultura local. Cinco comunidades sediam o projeto piloto de Telecentros Rurais: Gonçalo do Rio das Pedras, Tombadouro, Milho Verde, Rodeador e Conselheiro Mata, todos localizados na região da Serra do Espinhaço, Alto do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

• Rede Povos da Floresta - O projeto possibilita o acesso a TI aos moradores de áreas remotas, possibilitando o contato com outras comunidades, ajudando-os a defender seus direitos, a preservar sua cultura, suas tradições e territórios. A proposta é levar as comunidades a compartilhar suas semelhanças e, ao mesmo tempo, reforçar o que cada uma tem de particular e único, criando um circuito reintegrador que valoriza suas origens. A rede facilitará a denúncia de queimadas, desmatamentos, assédio de garimpeiros e disputas de terras. Também haverá melhores condições para negociar o produto do extrativismo vegetal e do artesanato, principais fontes de subsistência para esses povos.

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Tabela 6.1 – Critérios de utilização do FUST

Fonte: Abr/2007 – Ministério das Comunicações

Capítulo 7

Senac Móvel

O Senac Móvel é uma verdadeira escola sobre rodas com um conceito educacional exclusivo para a população que mora nos pontos mais distantes da cidade. O projeto iniciou-se no município de SãoPaulo e aos poucos foi se regionalizando.

Uma carreta de 14 metros de comprimento, 4 metros de altura e 2,6 metros de largura que comporta toda uma infra-estrutura – ar condicionado, computador, recursos audiovisuais, televisão, antena parabólica etc - totalmente voltada para a realização de cursos profissionalizantes, com o mesmo padrão de qualidade dos treinamentos oferecidos nos Centros de Formação Profissional do Senac.

O Senac Móvel corre todos os municípios do interior dos estados do Brasil, mas, também é solicitado pela própria população e também pelas prefeituras. O foco do projeto é atender a população de baixa renda, a fim de que as mesmas tenham oportunidades de entrar no mercado de trabalho. Não é necessário que haja nenhuma estrutura específica na cidade para receber o Senac Móvel, pois as ações educativas são realizadas na própria carreta que, geralmente fica na praça ou em um local estratégico onde o público da cidade tenha acesso. Referente à população ribeirinha, existe uma balsa escola que atende à população ribeirinha de municípios do Amazonas. A balsa conta com dois andares, cada um com 180 metros quadrados, e com a mesma infra-estrutura e equipamentos das carretas.

Além das ações educativas, são realizadas oficinas de orientação profissional, palestras e seminários com o objetivo de criar oportunidades de inserção no mercado de trabalho. O Senac Móvel também já virou até posto de vacinação pra atender várias comunidades. As programações do Senac Móvel duram cerca de 3 meses, dependendo da programação. As ações são em dias e horários alternados, para atender o maior número de pessoas da localidade. No ano de 2007 foram atendidos 1.402 participantes só no RJ.

O SENAC não aloca os participantes no mercado de trabalho. O objetivo de cada programação é criar oportunidades para que este seja inserido no mercado e isso acontece através das oficinas. Após o final de cada programação, o participante é cadastrado no “Clik Oportunidades”, um link disponibilizado no site do SENAC onde empresas parceiras tem acesso e solicitam muitos dos concluintes das programações a fim de concorrerem a uma oportunidade de trabalho. O Senac também emprega uma boa parte de seus qualificados, não só através do projeto Senac Móvel, mas de outros projetos que o Senac realiza.

Os resultados apresentados neste projeto são pessoas com melhores condições de entrarem e permanecerem no Mercado de Trabalho, nas áreas de Informática, Hotelaria e Beleza.

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Figura 7.1 – Senac Móvel interior da carreta

Fonte: Senac Rio de Janeiro

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Figura 7.2 – Senac Móvel carreta

Fonte: Senac Rio de Janeiro

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7.3 - Senac Móvel Barca

Fonte: Senac Rio de Janeiro

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7.4 - Senac Móvel exterior da Barca

Fonte: Senac Rio de Janeiro

Capítulo 10

Conclusão

Para que, de fato, se realize a inclusão digital, algumas soluções de cunho social devem ser adotadas:

1. Pesquisa do IBICT, de maio de 2007 divulgou um levantamento do Observatório de Políticas Públicas de Inclusão [11], em que o país possui 108 programas de Inclusão Digital, sendo que, desse total 65 são iniciativas dos governos federal, estadual e/ou municipal. Os 43 restantes são projetos do terceiro setor, porém 60% com financiamento do governo. Quanto à informatização nas escolas, o Plano de Desenvolvimento da Educação, promovido pelo Ministério da Educação de fornecer laboratórios de informática em todas as escolas públicas até 2010, além de internet em 17 mil escolas do ensino médio. Estes números informam uma crescente preocupação quanto aos PIDs (Programas de Inclusão Digital) por parte do governo.

• Para que estas políticas obtenham sucesso é necessário a associação com políticas sociais, principalmente as tenham envolvimento direto com a educação. Isto não significa que devemos aguardar até que problemas como o alto índice de analfabetismo tenha sido solucionado, porém o acesso a novas tecnologias da informação e comunicação dissociados ao acesso universal dos bens sociais.

• Outra consideração é a identificação de qual parcela/região da população será atingido por estes projetos. Campanhas de telecentros são implantados em regiões que já possuem algum nível básico de renda e educação, estes projetos devem focar a rede pública de ensino, além de propiciar meios para que as empresas possam adquirir computadores além de oferecer treinamento para os funcionários.

2. Oferecer computadores e acesso a internet nas escolas como meio de Inclusão digital não é o suficiente, pesquisas comprovam que o uso de computadores e internet nas escolas é contraditório. O aperfeiçoamento dos professores deve ser uma busca constante e primordial para o sucesso deste tipo de projeto. Além disto, softwares apropriados ao aprendizado nas escolas , com aproveitamento pedagógico.

3. A implantação de telecentros comunitários, com envolvimento de empresas, governo e população devem ser pautados em pontos claros e objetivos a serem alcançados. A universalização ao acesso destas tecnologias deve ser o principal foco de atuação deste meio.

4. Todas as políticas de inclusão digital devem passar pela inclusão social, apoiadas em metas e princípios claros. Buscando o máximo de resultados com os recursos e meios de que dispõem, fazendo uso de indicadores que norteiem o melhor caminho a ser adotado de acordo com a região onde se está implantando o projeto.

Bibliografia

[1] LOJKINE, Jean. A revolução informacional. São Paulo, Cortez, 1999.

[2] CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo, Paz e Terra, 1999.

[3] DANTAS, Marcos. A Lógica do Capital Informação. Rio de Janeiro, Contraponto, 1996.

[4] DOSI, G. “The contribution of economic theory to the understanding of knowledge-based economy”, in: OCDE (org.), Employment and growth in the knowledge-based economy. Paris, OCDE, 1996.

[5] LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

[6] SILVEIRA, S. A. Poder no ciberespaço: o Estado-Nação, o controle e a regulamentação da Internet. Dissertação de mestrado, São Paulo, USP, 2000.

[7] MIRANDA, A. A sociedade da informação: globalização, identidade cultural e conteúdos. Ciência da Informação, v. 29, n. 2, p. 78–88, maio/ago. 2000.

[8] FREIRE, Isa Maria. Janelas da cultura local: abrindo oportunidades para inclusão digital de comunidades. Ci. Inf. , Brasília, v. 35, n. 3, 2006 . Disponível em: . Acesso em: 02 2008. doi: 10.1590/S0100-19652006000300022.

[9] BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Sociedade da informação no Brasil: Livro Verde. Brasília, 2000. Disponível em:

< >. Acesso em: 2008.

[10] WAIZELFISZ, Julio Jacobo. Mapa das Desigualdades Digitais no Brasil. Brasília, Rede de Informação e Tecnológica Latino-Americana, RITLA, 2007.

[11] , acessado em 30/10/2008

[12] , acessado em 28/10/2008

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