LEVANTAMENTO PRELIMINAR DOS GÊNEROS E ESPÉCIES DE BAETIDAE ...

[Pages:7]LEVANTAMENTO PRELIMINAR DOS G?NEROS E ESP?CIES DE BAETIDAE (INSECTA: EPHEMEROPTERA) DO ESTADO DE S?O PAULO, COM ?NFASE EM COLETAS REALIZADAS EM C?RREGOS

FLORESTADOS DE BAIXA ORDEM

Frederico Falc?o Salles1,2; Cesar N. Francischetti1; Fabio de Oliveira Roque3; Mateus Pepinelli3, Susana Trivinho Strixino3

Biota Neotropica v3 (n2)

Recebido em: 12/06/2003 Revisado em: 20/08/2003 Publicado em: 26/08/2003

1. Universidade Federal de Vi?osa. Museu de Entomologia, Departamento de Biologia Animal, Vi?osa, Minas Gerais, Brasil;

2. Autor correspondente. E-mail: ffsalles@insecta.ufv.br 3. Universidade Federal de S?o Carlos. Laborat?rio de Entomologia Aqu?tica, Departamento de Hidrobiologia,

Universidade Federal de S?o Carlos. Homepage: ufscar.br/~leia

Abstract

Preliminary survey of genera and species of Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) from S?o Paulo State, with emphasis in the fauna sampled in low order forested stream.

Although in Brazil, there has been an increasing number of studies on Baetidae in the last years, until the present study only three nominal species have been reported from the S?o Paulo State. Herein, we report the following taxa sampled in 15 low order forested streams from different macro-regions of S?o Paulo State: Americabaetis alphus, A. labiosus, A. longetron, Apobaetis fiuzai, Aturbina georgei, Baetodes cf. serratus, Callibaetis sp. 1, Callibaetis sp. 2, Camelobaetidius anubis, Cloeodes irvingi, Cryptonympha sp., Paracloeodes eurybranchus, Waltzoyphius fasciatus, and Zelusia principalis. Key words: Baetidae, Ephemeroptera, Brazil, S?o Paulo State, new reports.

Resumo

Levantamento preliminar dos g?neros e esp?cies de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) do Estado de S?o Paulo, com ?nfase em coletas realizadas em c?rregos florestados de baixa ordem

A despeito dos avan?os alcan?ados recentemente com rela??o ao conhecimento faun?stico de Baetidae no Brasil, assim como na Regi?o Sudeste, at? o presente trabalho somente tr?s esp?cies nominais haviam sido registradas para o Estado de S?o Paulo. Baseados em coletas realizadas em quinze c?rregos de baixa ordem localizados em seis macro-regi?es do estado, os seguintes t?xons de Baetidae s?o reportados: Americabaetis alphus, A. labiosus, A. longetron, Apobaetis fiuzai, Aturbina georgei, Baetodes cf. serratus, Callibaetis sp. 1, Callibaetis sp. 2, Camelobaetidius anubis, Cloeodes irvingi, Cryptonympha sp., Paracloeodes eurybranchus, Waltzoyphius fasciatus e Zelusia principalis.

Palavras-chave:Baetidae, Ephemeroptera, Brasil, Estado de S?o Paulo, novos registros.



Salles, F. F. (et al.) - Biota Neotropica, v3 (n2) - BN01103022003

1. Introdu??o

O conhecimento faun?stico da fam?lia Baetidae (Ephemeroptera) no Brasil vem sofrendo significativos avan?os nos ?ltimos anos, e como conseq??ncia disso, o n?mero de g?neros e esp?cies reportados para o pa?s aumentou consideravelmente nesse per?odo (de quatro g?neros e dezesseis esp?cies em 1991, para os atuais dezenove e 40, respectivamente). Fazendo uma an?lise mais apurada desses registros, pode-se verificar que a maioria encontra-se restrita a poucas e isoladas localidades, principalmente no norte e sul do pa?s. Portanto, o conhecimento dessa fam?lia de Ephemeroptera em outras regi?es e estados brasileiros ? praticamente nulo (LugoOrtiz et al. 2002). Mesmo a Regi?o Sudeste, alvo recente de uma s?rie de estudos taxon?micos lidando com a fam?lia (e.g. Lugo-Ortiz et al. 2002, Salles & Lugo-Ortiz 2002, 2003, Salles et al. 2003a,b, Francischetti et al. 2003), encontra-se nessa situa??o. Como as ?reas mais estudadas nessa regi?o est?o localizadas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, o que se sabe a respeito dos demais estados ainda se encontra muito aqu?m do satisfat?rio. Enquanto os primeiros registros da fam?lia foram realizados recentemente no Esp?rito Santo (Lugo-Ortiz et al. 2002), o Estado de S?o Paulo, com tr?s esp?cies descritas no in?cio do s?culo, baseadas somente em adultos [Callibaetis jocosus (Nav?s), C. zonalis (Nav?s) e Moribaetis comes (Nav?s) (Gillies 1990, Lugo-Ortiz & McCafferty 1999)], n?o possui nenhuma outra esp?cie nominal registrada.

Estimulados pela import?ncia e diversidade da fam?lia, e objetivando ampliar o conhecimento a respeito do grupo em ambientes l?ticos no Estado de S?o Paulo, apresentamos uma s?rie de registros in?ditos de Baetidae para o estado. Baseado em coletas realizadas principalmente em c?rregos florestados de baixa ordem, este trabalho tem como intuito contribuir com o Projeto "Levantamento da fauna e da biologia de macroinvertebrados de ?gua doce dos principais mananciais do Estado de S?o Paulo, com ?nfase aos bivalves, Insecta (Plecoptera, Trichoptera e Diptera) e Crustacea (Decapoda)", dentro do Programa BIOTA-FAPESP (Funda??o de Amparo ? Pesquisa do Estado de S?o Paulo).

2. Material e M?todos

O material analisado ? referente a coletas realizadas em quinze c?rregos de baixa ordem localizados em seis macro-regi?es do Estado de S?o Paulo (Fig. 1): Litoral Sul (Canan?ia, Parque Estadual da Serra do Mar), Litoral Centro (Cubat?o, Parque Estadual da Serra do Mar ? N?cleo Cubat?o), Litoral Norte (Ubatuba, Parque Estadual da Serra do Mar ? N?cleo Picinguaba), Planalto Centro (S?o Paulo, Parque Estadual do Jaragu?), Planalto Sul (Parque Estadual Intervales) e Interior (Campus UFSCAR, S?o Carlos). O

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planejamento amostral, da maior parte dos c?rregos analisados, seguiu planejamento estratificado adotado pelos projetos de levantamento de Chironomidae (F. O. Roque) e Simuliidae (M. Pepinelli) dentro do Programa BIOTAFAPESP. Na maioria dos c?rregos foram realizadas coletas em diferentes meso-h?bitats (corredeira e remanso) buscando maximizar o esfor?o amostral e coletar a maior riqueza de t?xons poss?vel. A caracteriza??o dos locais de coleta seguiu recomenda??es descritas na Ficha Padr?o do Programa BIOTA-FAPESP.

Nos registros apresentados na se??o abaixo, al?m de coment?rios referentes a cada esp?cie, est?o presentes apenas o nome do c?rrego e o n?mero de indiv?duos coletados. Informa??es mais detalhadas sobre os locais de coleta encontram-se inseridas separadamente na Tabela 1. O material encontra-se depositado na cole??o do Museu de Zoologia da Universidade de S?o Paulo, S?o Paulo, Brasil.

3. Resultados

Americabaetis alphus Lugo-Ortiz & McCafferty Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego das Pedras (2); C?rrego Sede (2). Coment?rios: A. alphus ? uma das esp?cies de Baetidae com distribui??o conhecida mais ampla na Am?rica do Sul, estando previamente registrada para Argentina, Bol?via, Chile, Paraguai e para os estados brasileiros de Minas Gerais, Paran?, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Lugo-Ortiz & McCafferty 1996c, Francischetti et al. 2003). Dessa forma, sua presen?a j? era esperada no Estado de S?o Paulo e a esp?cie provavelmente encontrase distribu?da nos demais estados da Regi?o Sudeste. Suas ninfas foram encontradas tanto em ?reas de corredeira como de remanso.

Americabaetis labiosus Lugo-Ortiz & McCafferty Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Espraiado (1). Coment?rios: A. labiosus estava inicialmente registrada para o Paraguai, Uruguai, e no Brasil, para os estados do Paran?, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (LugoOrtiz & McCafferty 1996c). Recentemente, Francischetti et al. (2003), registraram a esp?cie para o Estado do Rio de Janeiro, o que juntamente com sua distribui??o pr?via j? indicava a sua presen?a em S?o Paulo.

Americabaetis longetron Lugo-Ortiz & McCafferty Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Cambuci (1); C?rrego Chef?o (1). Coment?rios: A. longetron, assim como A. alphus e A. labiosus, encontra-se amplamente distribu?da, com registros pr?vios para o Paraguai, Uruguai, e no Brasil, para



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Fig 1. Mapa ilustrativo do Estado de S?o Paulo com refer?ncia ?s localidades consideradas no presente estudo:

- Canan?ia;

- Parque Estadual de Intervales;

- Cubat?o;

- Ubatuba;

- S?o Paulo;

- S?o Carlos.



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Tabela 1. Lista dos c?rregos onde foram realizadas as coletas, acompanhada de suas coordenadas geogr?ficas, munic?pio, bacia hidrogr?fica, ordem e datas de coleta. (*) Coordenadas referentes ao Parque Estadual do Jaragu?, (**) coordenadas referentes ao Parque Estadual Intervales.

C?rrego

Coordenadas

Munic?pio / Local

geogr?ficas

C. da Gruta

24?53'03,7'' S

Canan?ia

47?51'22,8'' W

C. Chef?o

24?53'02,0'' S

Canan?ia

47?51'22,3'' W

C. Longe

24?54'12,6'' S

Canan?ia

47?58'36,9'' W

C. do Jeep

23?54'15,2'' S

Cubat?o / N?cleo

46?28'46,9'' W

Cubat?o

C. Cambuci

23?54'08'' S

Cubat?o / N?cleo

46?28'23,2'' W

Cubat?o

C. da Sede

23?21'50,2'' S

Ubatuba / N?cleo

44?49'12,8'' W

Picinguaba

C. da Vespa

23?20'15,7'' S

Ubatuba / N?cleo

44?50'14,6'' W

Picinguaba

C. Canabineiros 23?24' S

S?o Paulo / P. E.

45?44' W *

Jaragu?

C. das Pedras 23?24' S

S?o Paulo / P. E.

45?44' W *

Jaragu?

C. do Sil?ncio 23?24' S

S?o Paulo / P. E.

45?44' W *

Jaragu?

C. do Fazzari 21?58'07,6'' S

S?o Carlos

47?53'08,8'' W

C. Espraiado C. Boca?na

21o53'50"S

S?o Carlos

47o52'25"W

24o16'13" S 48o27'9" Ribeir?o Grande

W

C. ?gua

24?12'-24?32''S;

Ribeir?o Grande

Comprida Rio das Mortes

48?03'-48?32'W ** S 24o20'20,2'' 48o26'03,2" W

Ribeir?o Grande

Obs: os nomes dos c?rregos foram atribu?dos pelos autores.

Bacia Hidrogr?fica Ribeira de Iguape Ribeira de Iguape Ribeira de Iguape Baixada Santista Baixada Santista Litoral Norte Litoral Norte Alto Tiet? Alto Tiet? Alto Tiet? Tiet? -Jacar? Tiet? -Jacar? Ribeira de Iguape

Ribeira de Iguape Ribeira de Iguape

Ordem 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 1-2 3-4

Data da coleta 07/2001 02/2002 07/2001 02/2002 07/2001 02/2002 09/2001

09/2001

09/2001 03/2002 09/2001 03/2002 07/2001

09/1998 07/2001 07/2001

06/2001 04/2002 05/2002

08/2001 02/2002 08/2001 02/2002 08/2001 02/2002



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os estados do Esp?rito Santo, Minas Gerais, Paran?, Rio de Janeiro e Santa Catarina (Lugo-Ortiz & McCafferty 1996c, Lugo-Ortiz et al., 2002, Francischetti et al. 2003). As ninfas foram coletadas em ?reas de corredeira e remanso. De acordo com Lugo-Ortiz et al. (2002), provavelmente a esp?cie seja tolerante a altos n?veis de polui??o org?nica.

Apobaetis fiuzai Salles & Lugo-Ortiz Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego da Gruta (1). Coment?rios: A. fiuzai foi descrita recentemente para os estados de Mato Grosso e Minas Gerais (Salles & LugoOrtiz 2002), e apesar de somente uma ninfa ter sido coletada em remanso, seu meso-h?bitat condiz com o reportado originalmente para a esp?cie. O novo registro estende ao sul a distribui??o da esp?cie.

Aturbina georgei Lugo-Ortiz & McCafferty Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Longe (1); C?rrego da Vespa (1). Coment?rios: A. georgei estava previamente registrada para a Guiana Francesa, o Paraguai e Brasil, estados do Amazonas, Mato Grosso e Par? (Lugo-Ortiz & McCafferty 1996a). Al?m de ser o primeiro registro da esp?cie para toda a Regi?o Sudeste, sua presen?a no munic?pio de Canan?ia e Ubatuba, litoral do estado (Fig. 1), estende consideravelmente a leste a sua distribui??o. As duas ninfas coletadas foram encontradas em ?reas de remanso.

Baetodes cf. serratus Needham & Murphy Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego da Cachoeira da ?gua Comprida (7); C?rrego Bocaina (2); Rio das Mortes (19); C?rrego Longe (3). Coment?rios: B. serratus, esp?cie tipo do g?nero, foi descrita baseada em ninfas coletadas no munic?pio do Rio de Janeiro (Needham & Murphy 1924). Posteriormente, Traver (1944) registrou a esp?cie para Minas Gerais e desde ent?o nenhuma outra cita??o foi feita a seu respeito. Como de costume para as ninfas do g?nero, todos os esp?cimes de B. cf. serratus foram coletados em ?rea de corredeira. Como a descri??o da esp?cie ? antiga e baseada em apenas um indiv?duo, sua identifica??o mais precisa s? ser? poss?vel a partir de um estudo mais detalhado.

Callibaetis sp. 1 e Callibaetis sp. 2 Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Canabineiros (1); C?rrego Sede (2). Coment?rios: ?nico dos g?neros encontrados neste trabalho previamente reportado para o estado, Callibaetis Eaton ? um dos raros casos de Baetidae presentes na Am?rica do Sul cuja taxonomia ? baseada principalmente no

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est?gio alado. Isto dificulta imensamente a identifica??o espec?fica de seus representantes no est?gio ninfal. Al?m de C. jocosus e C. zonalis, tr?s outras esp?cies j? haviam sido registradas para o estado, por?m baseadas em ninfas e n?o denominadas (Traver 1944, Demoulin 1955). Em fun??o da dificuldade do g?nero, n?o foi poss?vel associar as ninfas coletadas no presente estudo com as previamente registradas para o estado. Callibaetis ? t?pico de ambientes l?nticos, podendo contudo ser encontrado em ?reas de remanso de sistemas l?ticos, como foi o caso das ninfas coletadas.

Camelobaetidius anubis (Traver & Edmunds) Ocorr?ncia (no de indiv?duos): Rio das Mortes (2). Coment?rios: A esp?cie e o g?nero s?o pela primeira vez registrados para a Regi?o Sudeste. C. anubis apresentava a sua distribui??o restrita ? Regi?o Sul do Brasil, nos estados do Paran? e Santa Catarina (Traver & Edmunds 1968).

Cloeodes irvingi Waltz & McCafferty Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego da Cachoeira da ?gua Comprida (3); C?rrego Jeep (1); C?rrego Longe (1); C?rrego das Pedras (1); C?rrego Vespa (1). Coment?rios: C. irvingi foi recentemente registrada para o Brasil, Estado do Esp?rito Santo (Lugo-Ortiz et al. 2002), e at? ent?o a esp?cie s? havia sido registrada para a localidade-tipo, no Paraguai (Waltz & McCafferty 1987). Dessa forma, sua presen?a no Estado de S?o Paulo preenche uma lacuna com rela??o ? sua distribui??o. Suas ninfas foram coletadas em pequena quantidade em ?reas de corredeira e de remanso.

Cryptonympha sp. Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Espraiado (10); C?rrego Longe (1). Coment?rios: O g?nero Cryptonympha Lugo-Ortiz & McCafferty ? composto apenas por uma esp?cie descrita, C. copiosa Lugo-Ortiz & McCafferty, com ampla distribui??o no Brasil (estados do Acre, Amazonas, Par?, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) (Lugo-Ortiz & McCafferty 1998). Al?m de C. copiosa, Roback (1966) e Orth et al. (2000) reportaram duas esp?cies n?o identificadas para o Peru e Guiana Francesa, respectivamente. As ninfas coletadas no presente trabalho tratam-se de fato de uma nova esp?cie, e sua descri??o encontra-se em prepara??o. O g?nero ? portanto registrado pela primeira vez para toda a Regi?o Sudeste. Todos os esp?cimes foram coligidos em correnteza.



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Paracloeodes eurybranchus Lugo-Ortiz & McCafferty

Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Espraiado (1); C?rrego Gruta (2).

Coment?rios: P. eurybranchus estava inicialmente registrada para o Brasil (Estado do Rio Grande do Sul) e norte da Argentina (Lugo-Ortiz & McCafferty 1996b). Posteriormente, Lugo-Ortiz et al. (2002) a reportaram para o Estado do Esp?rito Santo, estendendo consideravelmente ao norte sua distribui??o. A presen?a da esp?cie no Estado de S?o Paulo era portanto esperada. De acordo com LugoOrtiz et al. (2002) a esp?cie ? possivelmente tolerante ? polui??o org?nica. As ninfas foram coletadas tanto em ?reas de corredeira como remanso.

Waltzoyphius fasciatus McCafferty & Lugo-Ortiz Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Espraiado (27).

Coment?rios: Descrita originalmente para o Paraguai e Brasil (estados do Amazonas e Par?) (Lugo-Ortiz & McCafferty 1995) e posteriormente registrada para o Esp?rito Santo (Lugo-Ortiz et al. 2002), W. fasciatus ? uma esp?cie com ampla distribui??o no Brasil e provavelmente na Am?rica do Sul. Suas ninfas foram coletadas em ?reas de corredeira, juntamente com as de Cryptonympha sp.

Zelusia principalis Lugo-Ortiz & McCafferty Ocorr?ncia (no de indiv?duos): C?rrego Chef?o (8); C?rrego Espraiado (1); C?rrego Fazzari (1); C?rrego Jeep (3); C?rrego Longe (2); C?rrego Pedras (10); C?rrego Sil?ncio (2); C?rrego Vespa (3).

Coment?rios: Mais uma esp?cie de ampla distribui??o, Z. principalis foi inicialmente registrada para o Brasil, estados do Amazonas e Par?, para a fronteira do Brasil com o Suriname e Col?mbia (Lugo-Ortiz & McCafferty 1998), e posteriormente para o Estado do Esp?rito Santo (Lugo-Ortiz et al. 2002). Z. principalis foi coletada tanto em ?reas de corredeira como de remanso, sendo neste estudo a esp?cie encontrada na maior variedade de c?rregos.

4. Discuss?o

Foram encontrados ao todo onze g?neros e treze esp?cies de Baetidae nos quinze riachos estudados. Adicionando esses novos registros ?s esp?cies nomeadas, previamente reportadas para o estado (Callibaetis jocosus, C. zonalis e Moribaetis comes), S?o Paulo passa a contar com um n?mero de registros superior ao dos demais estados brasileiros. Esses novos registros demonstram claramente o qu?o incipiente ? o conhecimento relativo ? fauna do grupo no Brasil. Vale ainda ressaltar, que as coletas foram realizadas basicamente em c?rregos de baixa ordem e localizados nas

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regi?es central e litor?nea do estado (Fig. 1), de forma que ? medida que novas coletas forem feitas, n?o s? em rios de m?dia e alta ordem, como tamb?m em ?reas mais a leste do S?o Paulo, esse valor provavelmente se mostrar? superior.

5. Agradecimentos

? Funda??o de Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior (CAPES; Bras?lia, Brasil) por prover fundos para FFS como estudante de p?s-gradua??o na Universidade Federal de Vi?osa, MG. Este estudo foi financiado pela Funda??o de Amparo a Pesquisa do Estado de S?o Paulo, dentro do Programa Biota FAPESP. Gostar?amos de agradecer todos os nossos amigos que nos auxiliaram no trabalho de campo.

6. Refer?ncias bibliogr?ficas

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T?tulo: Levantamento preliminar dos g?neros e esp?cies de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) do Estado de S?o Paulo, com ?nfase em coletas realizadas em c?rregos florestados de baixa ordem Autores: Frederico Falc?o Salles; Cesar N. Francischetti; Fabio de Oliveira Roque; Mateus Pepinelli, Susana Trivinho Strixino Biota Neotropica, Vol. 3 ( n?mero 2): 2003 h t t p : / / w w w. b i o t a n e o t r o p i c a . o r g . b r / v 3 n 2 / p t / abstract?short-communication+BN01103022003 Recebido em: 12/06/2003 Revisado em: 20/08/2003 Publicado em: 26/08/2003 ISSN 1676-0603

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