Primeiros Tempos da Nossa Bauru - I

[Pages:19]Primeiros Tempos da Nossa Bauru - I

Foi por volta de 1856 que Felic?ssimo Ant?nio de Souza Pereira e Ant?nio Teixeira do Esp?rito Santo, ao se estabelecerem nesta regi?o, iniciaram um dif?cil trabalho, isto ?, a derrubada das matas seculares, onde ergueram pali?adas r?sticas e levantaram casebres para que pudessem alojar suas fam?lias. O duro a?o das ferramentas feria, pela primeira vez, a terra rec?m-conquistada, com o in?cio de diferentes planta??es. Para garantir sua propriedade, Felic?ssimo Ant?nio de Souza Pereira se deslocou at? Botucatu, numa viagem demorada e l? registrou a posse, colocando no final do documento: Bauru, 15 de abril de 1856. Era, talvez, a primeira vez que o nome de Bauru, como povoado, aparecia em um documento oficial.

Come?ava, desta maneira, a surgir a Vila de Bauru, um lugarejo modesto, humilde, mas que tinha tudo para expandir e transformar-se na grande cidade que hoje ?. Chegavam novos moradores, parentes e conhecidos daqueles dois desbravadores considerados os fundadores de nossa cidade.

Azarias Ferreira Leite, nascido na localidade de lavras, Minas Gerais, no dia 8 de dezembro de 1866, aqui chegou pela primeira vez em fins do s?culo passado, tendo retornado em outras ocasi?es para, em 1888 radicar-se definitivamente em Bauru com sua mulher Vicentina, filha de outro influente pioneiro - Jo?o Batista de Ara?jo Leite que com ele para c? veio(era tio e sogro de Azarias).

Novos colonos surgiram atra?dos pela fecundidade dos sert?es de Bauru, para aventurar fortuna. A lavoura cresceu e, onde anteriormente eram matagais, aparecia, agora, o verdor das planta??es enfileiradas.

Foi o in?cio da marcha para o Oeste, o desabrochar de uma esperan?a para aquela regi?o do Estado de S?o Paulo. De diferentes pontos do territ?rio brasileiro chegavam homens destemidos, e at? mesmo representantes de outro povos que para o Brasil imigravam, para Bauru vinham e, assim, naquela mescla de ra?as se alicer?ava a pequenina localidade.

Nossa modesta vila era subordinada ao munic?pio de Fortaleza(pr?ximo de Agudos) criado em 1887, cuja instala??o, bastante solene, aconteceu no dia 7 de janeiro de 1889. No entanto, Bauru progredia e as quatro l?guas que separavam o lugarejo nascente da sede do munic?pio eram um entrave ao seu progresso, principalmente quanto ?s dificuldades para a legaliza??o de qualquer ato, por esse motivo um movimento emancipador come?ava a ganhar for?a.

Em 1888, a C?mara Municipal de Len??is a cujo munic?pio Bauru pertencia, por proposta que partiu do vereador Faustino Ribeiro da Silva, ent?o presidente da edilidade daquela cidade, foi nomeado arruador para o patrim?nio de Bauru o cidad?o Vicente Ferreira de Faria. A ele coube tomar as primeiras provid?ncias que diziam respeito ? urbaniza??o da vila, delineando ruas e determinando o alinhamento das casas.

O trecho da estrada onde j? existiam constru??es passou a ser chamado de rua principal. As primeiras casas se localizavam na altura dos quarteir?es 4, 5, 6, 7 e 8 da Ara?jo Leite. Ali foi o centro comercial dos prim?rdios de Bauru.

Quanto ? vida religiosa da terra bauruense, salientamos que foi ainda em 1888 que Faustino Ribeiro da Silva solicitou, ? C?mara Municipal de Len??is, um aux?lio financeiro para o come?o da constru??o de uma igreja em Bauru, finalmente erguida sobre quatro vigas de aroeira. Desta maneira, nasceu o primeiro templo cat?lico dedicado ao Esp?rito Santo, onde os bauruenses expressavam suas religiosidade. A igrejinha estava entre a atual porta principal da Catedral e o coreto, por onde

posteriormente veio a passar a rua Batista de Carvalho, visto a demoli??o do lend?rio templo em 1913.

Lembramos que o primeiro sinal de religiosidade da ent?o vila de Bauru surgiu com o erguimento de uma cruz, nos idos de 1886, bem defronte ? atual catedral, no ent?o Largo Municipal ou Jardim P?blico e que, a partir de 1923, recebeu a denomina??o mantida at? hoje, isto ?, pra?a Rui Barbosa. Foi assim que teve in?cio a hist?ria da Par?quia do Divino Esp?rito Santo.

Sempre lutando por Bauru, Ara?jo Leite e Azarias Leite em 1893 viajaram para S?o Paulo e l? procuraram os seus amigos de maior prest?gio quando demonstraram o desenvolvimento e as possibilidades da regi?o de Bauru, pedindo que entrassem em contato com as autoridades, a fim de que fosse criado um Distrito de Paz na cidade. Apesar da s?ria oposi??o de Len??is e Fortaleza, finalmente no dia 30 de agosto de 1893 o dr. Bernardino de Campos, presidente do Estado de S?o Paulo, promulgou a Lei n? 209 que criou um Distrito de Paz na povoa??o de Bauru, anexa ao munic?pio de vila de Fortaleza. Aconteceram ent?o as elei??es para a escolha do primeiro juiz de Paz bauruense e nada mais justa a prefer?ncia que recaiu na pessoa de Jo?o Baptista de Ara?jo Leite, nome este sufragado por unanimidade. A instala??o do Distrito aconteceu festivamente no dia 6 de julho de 1894, numa das salas da resid?ncia de Manoel Jacynto Bastos, em frente ao cruzeiro que este ajudara a levantar na pra?a Rui Barbosa, do lado da rua Gustavo Maciel.

Outro fato importante para a vida bauruense estava para acontecer, visto que o modesto povoado iria realizar as suas primeiras elei??es e, no auge das discuss?es entre os pol?ticos de Bauru e os de Fortaleza, uma honrosa composi??o foi proposta, com os lideres de nossa cidade fingindo aceitar, possibilidades, que o sangue n?o viesse manchar aquele acontecimento. No Cart?rio de Jo?o Pedro de Oliveira funcionou a se??o eleitoral do Distrito e o juiz de Paz, Ara?jo Leite, foi quem a presidiu sob os olhares rigorosos de uma fiscaliza??o atenta de ambos os lados. E assim chegou-se o final do pleito(30 de julho de 1895), felizmente com a aus?ncia de um conflito que estava previsto, mas n?o consumado. Procedida a vota??o, seis bauruenses conseguem se eleger: Manoel Jacynto Bastos, Domiciano Silva, Jo?o Ant?nio Gon?alves, Jos? Alves de Lima, Joaquim Pedro da Silva e Francisco Pereira da Costa Ribeiro. Ardentes protestos s?o formulados pelos moradores da decadente vila de Fortaleza e at? mesmo recursos surgem. Mas, em v?o! O Senado Estadual ordena que a 7 de novembro se fizesse legalmente a apura??o e a 7 de janeiro do ano seguinte os eleitos fossem empossados. A justi?a vencera a prepot?ncia e Bauru passou a comandar o dom?nio e a lideran?a no munic?pio, com a conquista do legislativo.

Portanto, com a elei??o da C?mara Municipal, bem como do intendente(prefeito) Jos? Alves de Lima, ficaram definitivamente formados os dois poderes que iriam dirigir os destinos de Fortaleza e de Bauru. No dia da posse, por?m, outro acontecimento veio provocar reclama??es dos pol?ticos de Fortaleza, quando o edil bauruense, Jo?o Ant?nio Gon?alves, tirou do bolso um papel amarrotado com uma indica??o hist?rica, ou seja, propondo a mudan?a da sede do munic?pio, de Fortaleza para Bauru. Finalmente, depois de v?rios considerandos e salientamos que aquela Vila estava em completa decad?ncia e total abandono, ao passo que a futurosa povoa??o de Bauru prosperava, aumentando a sua popula??o dia a dia, indicava que fosse elevada a povoa??o de Bauru, pedindo-se para este ato a aprova??o do Estado e informava, ainda, que desde este dia, 7 de janeiro de 1896, se considere mudada para Bauru a sede da municipalidade, dando-se conhecimento ao Governo. Ap?s a transfer?ncia da sede, em todos os atos praticados pela C?mara Municipal figurava a denomina??o Munic?pio de Bauru, embora a situa??o ainda n?o contasse com a prova??o do Senado Estadual. Esta s? veio a 1? de agosto de 1896, depois de um trabalho constante da pol?tica e da campanha pela imprensa de S?o Paulo, principalmente dos jornais o Estado e, do Correio Paulistano. Trabalharam pela aprova??o no Senado Estadual, o dr. Ezequiel Ramos, que apresentou o projeto, o dr.

Cerqueira C?sar, este ent?o membro da Comiss?o Central do PRP, e o dr. J?lio de Mesquita, do jornal Estado.

Assim, naquele 1? de Agosto de 1896, o ent?o presidente(governador) do Estado de S?o Paulo, dr. Manoel Ferraz Campos Salles, sancionava a lei n? 428, do Congresso do Estado e constitu?da do ?nico e seguinte artigo: "O munic?pio de Esp?rito Santo de Fortaleza passa a denominar-se Bauru, mudando-se a sua sede para esta ?ltima povoa??o.

A not?cia do reconhecimento, pelo Senado, da situa??o criada pelos vereadores de Bauru, foi recebida na localidade de Bom Jardim(perto de Agudos) por telegrama de Jos? da Costa Ribeiro. O despacho foi trazido a Bauru pelo estafeta Domiciano, antigo escravo, e tinha os dizeres: "Senado aprovou a mudan?a da sede do munic?pio, decretando a lei de hoje, transferindo a sede".

Transcorridos alguns anos, com Bauru sendo comandada pelo prefeito Francisco Gomes dos Santos, uma not?cia iria revolucionar e transformar totalmente o destino da cidade ou seja, a constru??o de uma ferrovia que demandasse a Mato Grosso, ligando aquele imenso territ?rio ? vida econ?mica da Na??o. Uma sugest?o aconteceu primeiramente em 1852 e o estudo foi desenvolvido por meio de in?meros projetos. Aceitando, naquela oportunidade, pondera??es de Paulo de Frontin, em nome do Clube de Engenharia, o Governo baixou o Decreto n? 5349, de 18 de outubro de 1904, estabelecendo que a Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil, em seu tra?ado definitivamente aprovado, seria a partir da vila de Bauru, que era localizada na chamada Boca do Sert?o, ou onde fosse mais conveniente no prolongamento da Estrada de Ferro Sorocabana. Depois de v?rios estudos, novos planos, etc., a alta dire??o da Companhia enviou para Bauru o engenheiro Machado de Mello, formado na B?lgica, a fim de ser iniciada, imediatamente, a localiza??o da nova estrada de ferro. Da? para frente uma incomum movimenta??o tomou conta do modesto lugarejo, visto as obras da ferrovia que tinham certa prioridade quanto ao seu t?rmino.

Enquanto era constru?da a lend?ria NOB, os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana chegavam a Bauru em julho de 1905, num acontecimento marcante, pois a nossa cidade finalmente estava ligada a S?o Paulo por uma ferrovia. A pequena vila recebia com muitas festas o importante melhoramento. Enquanto isso, no ano seguinte, mais precisamente no dia 27 de setembro de 1906, a Noroeste inaugurava o seu primeiro trecho entre Bauru e Jacutinga(hoje Ava?). E a sua constru??o jamais sofreu solu??o de continuidade, apesar dos problemas com os ?ndios que quase chegaram a paralisar as obras da influente ferrovia.

Outro fato, ligado ao sistema ferrovi?rio, veio transformar Bauru em um dos mais importantes entroncamentos ferrovi?rios da Am?rica do Sul, ou seja, a chegada, em 1910, da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Estava, assim, formado aquele trin?mio, alicer?ado nas paralelas de a?o, que foi respons?vel pelo impressionante progresso da Sem Limites.

Em outros setores Bauru ganhava influentes benef?cios. Foi fundada a Sociedade Dante Alighieri, isto em 1906 e nesse mesmo ano surgiu o jornal O Bauru, de propriedade de Domiciano Silva, homem p?blico que foi o segundo prefeito bauruense. Aconteceu, em 1908, a inaugura??o do servi?o telef?nico. Tamb?m em 1908 o presidente da Rep?blica, dr. Afonso Pena, visitou Bauru para inaugurar mais um trecho da E.F.Noroeste do Brasil. Ainda em 1908, al?m de a C?mara Municipal inaugurar o seu pr?dio pr?prio frente a ?rea que viria ser a pra?a Rui Barbosa, a cidade ganhou o Cemit?rio da Saudade. Em 1910 um grupo de ferrovi?rios fundou o E.C.Noroeste e naquele ano nasceu o nosso primeiro estabelecimento banc?rio e quando o mesmo seria inaugurado - Banco de Custeio Rural - aconteceu o assassinato de Azarias Leite, homem

que simboliza, para todo o sempre o pioneiro da terra bauruense. Ele batalhou com todas suas for?as para conseguir incont?veis benef?cios para a cidade, inclusive a cria??o da Comarca, que foi uma de suas principais metas, por?m quis o destino que ele, em vida, n?o pudesse comemorar a conquista.

Precisou ser ele assassinado para que a Comarca fosse um fato concreto. Ela foi criada logo depois da morte de Azarias, ou seja, no dia 17 de dezembro de 1910 e a instala??o aconteceu no dia 09 de mar?o de 1911 com a posse de nosso primeiro juiz de Direito, Rodrigo Romeiro e do primeiro promotor p?blico, Benjamin Pinheiro. Ainda em 1911, outro melhoramento que deu um maior impulso a cidade foi a inaugura??o da ilumina??o p?blica.

Assim, com a conclus?o dos pr?dios para a usina e a chegada do maquin?rio, no dia 16 de mar?o de 1911 Bauru festejou ruidosamente o advento da ilumina??o. Salva de tiros, queima de fogos, execu??o de m?sicas por toda a cidade e bailes, marcaram o influente acontecimento.

Santa Casa e a paz no sert?o da Noroeste entre ?ndios e brancos(1912), cadeia em pr?dio pr?prio e a cria??o do nosso primeiro grupo escolar(1913), que recebeu a denomina??o de Rodrigues de Abreu em 1939; a inaugura??o da pra?a Rui Barbosa e a funda??o da Benefic?ncia Portuguesa em 1914; a instala??o do Banco do Brasil em 1918, e do Banco Com?rcio e Ind?stria em 1922; o in?cio de funcionamento do tradicional estabelecimento de ensino dos irm?os Guedes de Azevedo e a chegada das religiosas do Sagrado Cora??o de Jesus que vieram, em 1926, dar um impulso ao ent?o Externato S?o Jos? , fundado em 1922 pelo padre Francisco Wan der Mass, s?o outros benef?cios que Bauru ganhou at? meados dos anos 20, que serviram de substent?culo para o seu desenvolvimento.

A hist?ria da terra bauruense ? repleta de lances emocionantes e, se hoje vivemos numa cidade tranq?ila e hospitaleira, devemos isso aos pioneiros, homens que se sacrificaram para que pud?ssemos desfrutar desta maravilhosa Bauru.

Primeiros Tempos da Nossa Bauru - II

Em fins de 1993, tivemos a oportunidade de editar, pela Secretaria Municipal de Cultura, com o apoio de v?rias empresas do nosso com?rcio e da nossa ind?stria, o folheto intitulado "Os Primeiros Tempos da Nossa Bauru", por interm?dio do qual narramos parte da hist?ria da cidade, iniciando pelos acontecimentos surgidos a partir de meados do s?culo passado e chegando aos anos 20.

Nesta publica??o - a segunda - damos prosseguimento a este trabalho de preserva??o e divulga??o dos fatos do passado, abordando os principais lances hist?ricos, desde a d?cada dos 20 at? fins dos anos 30, fases essas das mais importantes para nossa Bauru, com a implanta??o de incont?veis benef?cios que serviram para alicer?ar o progresso sempre contagiante da "Sem Limites".

Em 1912, na gest?o do prefeito Jos? Carlos de Freire Figueiredo, foi implantado o primeiro servi?o de abastecimento de ?gua, cujo reservat?rio estava localizado em terreno hoje de propriedade do BTC, do lado da rua Ant?nio Alves com a Cussy J?nior. Todas as obras foram planejadas pelo engenheiro Saint Martin e a empresa tinha a denomina??o de Cia. de ?gua e Esgotos de Bauru.

No que tange ? pavimenta??o da cidade, em 1923 as nossas autoridades come?aram a pensar seriamente no in?cio do servi?o, cujo benef?cio aconteceu a partir de 1924, face ? aprova??o, no Legislativo, no dia 29 de outubro de 1923, da autoriza??o do prefeito Jos?(Juquinha) Gomes Duarte, para publicar o edital de concorr?ncia do sarjeteamento e cal?amento das principais art?rias bauruenses.

G?rson Fran?a, um dos vultos da pol?tica de Bauru, foi vereador, e prefeito de 7 de janeiro de 1905 a 15 de janeiro de 1909, depois de deixar a vida p?blica e aqui encerrar as suas atividades profissionais (era farmac?utico), mudou-se para S?o Paulo, onde veio a falecer em 14 de abril daquele ano. Foi no dia primeiro de agosto de 1926 que a comiss?o organizadora do Bauru T?nis Clube realizou uma Assembl?ia Geral para eleger a primeira diretoria, que teve como o seu presidente inicial o m?dico Ger?nimo de Cunto J?nior.

Um dos mais importantes fatores para o progresso da terra bauruense foi a chegada, no dia 6 de setembro de 1927, do ent?o 4? Batalh?o de Ca?adores(hoje 4? BPMI), que passou a colaborar com os poderes constitu?dos da cidade em prol da ordem e da disciplina. Foi ainda em 1927 que Bauru prestou as derradeiras homenagens ao poeta Rodrigues de Abreu, que aqui faleceu no dia 24 de novembro daquele ano. Nascido na cidade de Capivari, em 27 de setembro de 1897, na Capital da Terra Branca ele escreveu os seus mais belos poemas. Em primeiro de janeiro de 1928, gra?as ? chamada Lei Eloy Chaves, foi instalada a Caixa dos Ferrovi?rios da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, entidade que prestou relevantes servi?os aos funcion?rios daquela via f?rrea(hoje integrante da RFFSA), inclusive financiando resid?ncias, pela Tabela Price, para pagamentos at? 20 anos.

O ano de 1928 continuou a ser dos mais influentes para os bauruenses, face ? inaugura??o, naquele ano, do hospital da Sociedade Benefic?ncia Portuguesa, acontecimentos esse que trouxe incont?veis benef?cios ao setor da sa?de de nossa cidade e regi?o. A vida pol?tica bauruense foi sacudida no dia 5 de abril de 1929, quando da visita do ent?o presidente do Estado de S?o Paulo, J?lio Prestes de Albuquerque, o qual em 1930, venceu as elei??es para presidente do Brasil, mas foi impedido de tomar posse por Get?lio Vargas que, naquele ano, assumiu o poder, atrav?s de uma vitoriosa revolu??o, como ditador(ele ficou frente aos destinos do Brasil, de 1930 a 1945, quando ent?o foi deposto).

Ainda em 1929, mais precisamente no dia 11 de julho, a nossa gente sofreu um rude golpe, ou seja, o assassinato do prefeito Jos?(Junquinha) Gomes Duarte, em plena rua Batista de Carvalho(frente onde hoje est? a Modelar). Por duas vezes ele dirigiu os destinos de Bauru e em sua homenagem uma das vias p?blicas da "Sem Limites" tem o seu nome(rua Capit?o Gomes Duarte).Quanto ao lazer, em 2 de outubro de 1929 Bauru ganhava mais um cinema, ou seja, o Cine Brasil, que funcionou durante algum tempo na quadra sete da Primeiro de Agosto, quase defronte ao atual Banco do Brasil. Em meados dos anos 30, ap?s ficar fechado para reforma, quando se preparava para ser reinaugurado, um inc?ndio destruiu parte de suas instala??es e aquela casa de espet?culos acabou sendo desativada.

Corriam tranquilos os primeiros meses de 1930, quando os bauruenses receberam importante not?cia, ou seja, a inaugura??o oficial da primeira liga??o interurbana de Bauru para S?o Paulo, que foi feita no dia 2 de abril de 1930. Era prefeito o dr. Eduardo Vergueiro de Lorena e, vice, o sr. Ernesto Monte. Em 24 de outubro de 1930 a nossa popula??o assistiu a dois tr?gicos acontecimentos, ou seja, o empastelamento de dois jornais: "Correio de Bauru", que funcionava na esquina da 1? de Agosto com a Virg?lio Malta, e o "Di?rio da Noroeste" que se localizava na Rodrigues Alves, conflu?ncia com a Rio Branco. Esses dois jornais, durante a Revolu??o de 30, foram contr?rios a Get?lio Vargas, raz?o porque os seus adeptos, quando do fim daquele movimento revolucion?rio, tomaram aquela atitude.

Na vida esportiva, a cidade ganhava, em 21 de julho de 1931, um importante benef?cio, isto ?, o nascimento da Federa??o Bauruense de Futebol. Posteriormente recebeu a denomina??o de Liga Bauruense de Esportes e, hoje, ? a LBFA. Quanto ?s atividades comerciais, salientamos que no dia 2 de abril de 1931 foi fundada a ent?o Associa??o Comercial, hoje tamb?m Industrial.

Exatamente em 17 de outubro de 1931, dia dos mais importantes para o mundo cat?lico bauruense, teve in?cio a constru??o da igreja de Santa Teresinha, corajosa iniciativa para a ?poca, do padre Jo?o Van der Hulst, vig?rio da cidade. Face a falta de apoio das autoridades ligadas ao esporte, v?rios jovens tomaram a iniciativa de fundar o Clube Atl?tico Bauruense, entidade voltada unicamente ao atletismo, cuja primeira apresenta??o aconteceu no dia 24 de outubro de 1931. No setor musical, pasmem os bauruenses, j? tivemos uma Orquestra Sinf?nica, que fez a sua estr?ia em 3 de novembro de 1931 quando, sob a dire??o do maestro Guilherme Barberi, 33 m?sicos ganharam muitos aplausos do grande p?blico que prestigiou aquela noitada festiva.

Em 1931 o jornalista-historiador Jos? Fernandes fundou o "Correio da Noroeste", jornal que teve presen?a marcante para o desenvolvimento de nossa cidade. Foi, sem d?vida nenhuma, um dos baluartes da imprensa da antiga Capital da Terra Branca, com in?meras iniciativa e campanhas que trouxeram muitos benef?cios ao nosso povo.

No campo hospitalar, Bauru ganhava, no dia 21 de fevereiro de 1932, mais um benef?cio, ou seja, a inaugura??o da Casa de Sa?de S?o Lucas, que se localizava na avenida Rodrigues Alves conflu?ncia com a rua G?rson Fran?a, cujos respons?veis eram os m?dicos Al?pio dos Santos, Rodrigues Costa e Sylvio Miraglia. Em 20 de setembro de 1932, novamente o setor pol?tico foi abalado com o empastelamento do jornal "A Tribuna Oper?ria" que, durante a Revolu??o que aconteceu naquele ano, teria se voltado contra o clero e os sentimentos religiosos e patri?ticos do povo paulista. Quanto ? Igreja Presbiteriana de Bauru, foi exatamente no dia 15 de outubro de 1933 que aconteceu a assembl?ia para a organiza??o da sua primeira mesa administrativa.

Com a movimenta??o dos comerci?rios, no dia 1? de janeiro de 1934 foi fundado o Sindicato dos Empregados no Com?rcio, cuja presid?ncia, em fins daquele ano, era ocupada pelo empres?rio M?rio Ramos Monteiro.

Gra?as ao pioneirismo de Jo?o Simonetti, parte da popula??o que possu?a r?dios receptores, a partir do dia 8 de mar?o de 1934, passou a ouvir m?sicas e algumas mensagens transmitidas pela emissora bauruense PRC-8(depois PRG-8) Bauru R?dio Clube, em car?ter experimental, acontecimento de grande import?ncia inclusive para a regi?o. Na qualidade de empres?rio que abriu caminhos na ?rea de comunica??o em nossa cidade, nos anos 50 Simonetti trouxe para Bauru a primeira emissora de televis?o a funcionar em cidades do interior de toda a Am?rica do Sul.

No dia 21 de abril de 1934 circulava o primeiro n?mero do antigo jornal "Folha do Povo", que tinha como propriet?rio o jornalista Jos? L?cio da Silva. Posteriormente, mais precisamente a partir de abril do ano seguinte, Paulino Raphael passou a participar da dire??o daquele ve?culo de informa??es.

A vida educacional bauruense, quando era prefeito de Bauru o major Ant?nio G. Fraga ganhou, no dia 11 de agosto de 1934, um dos seus maiores benef?cios com a cria??o do Gin?sio do Estado pela lei n? 6601. Na parte esportiva, o lusitana F.C.(hoje Bauru A.C.) inaugurava o seu est?dio onde atualmente funcionam as instala??es do tradicional gr?mio alviceleste. Para comemorar, em 19 de agosto de 1934, trouxe o Lusitana a Bauru o S?o Paulo F.C., da Capital, para um jogo, perdendo o onze de Vila Am?rica por 8 a 1.

Outra vez a vida pol?tica bauruense foi palco de uma trag?dia que teve repercuss?o nacional. Pl?nio Salgado, o comentado l?der integralista visitava Bauru no dia 3 de outubro de 1934 quando, em uma passeata pela rua Batista de Carvalho, a comitiva foi atacada pelos comunistas, fato esse que resultou no assassinato de um correlegion?rio do Partido Integralista, o bauruense Roque Rosica.

Durante grande comemora??o Mariana de todo o Estado de S?o Paulo, realizada em Bauru no dia 18 de novembro de 1934, aconteceu a inaugura??o da igreja de Santa Teresinha. Na oportunidade, um avi?o, sobrevoando o local, derramou p?talas de rosa, s?mbolo da vida e de a??o da Santa Padroeira do tradicional templo religioso.

No futebol, em 1934, ap?s realizar bela campanha, a equipe do Smart sagrou-se campe? bauruense. Esse clube, fundado em meados dos anos 20, foi campe?o apenas uma vez pelo certame patrocinado pela ent?o Federa??o Bauruense de Futebol e, por algum tempo, teve o seu campo na rua Manoel Bento Cruz, conflu?ncia com a 13 de Maio.

Em 18 de mar?o de 1935 gra?as ao empenho do governo municipal - prof. Jos? Guedes de Azevedo - e do diretor da E.F.Noroeste do Brasil - cel. Marinho Lutz - foi instalado em Bauru o N?cleo de Ensino Profissional, que teve como primeiro diretor o professor Fortunato Lombardi, passando a funcionar inicialmente em salas dos 1? e 3? Grupos Escolares.

No calend?rio hist?rico de Bauru, a data de 28 de maio de 1935 tem um significado todo especial, pois naquele dia aconteceu a aula inaugural do antigo Gin?sio do Estado, a cargo do saudoso professor Ant?nio Xavier de Mendon?a, cujas solenidades foram realizadas na antiga Sociedade Espanhola, que funcionava na quadra seis da rua Agenor Meira. Nesse mesmo ano e m?s, dia 29, outro importante benef?cio Bauru alcan?ava no setor educacional com o registro, na diretoria geral de Ensino de S?o Paulo, do Liceu Noroeste, que tinha em sua dire??o o professor Jos? Ranieri. Em 30 de Julho de 1935 a avenida Pedro de Toledo recebeu essa denomina??o em uma homenagem p?stuma ao governador de S?o Paulo, quando da Revolu??o de 1932. Antes, era chamada de rua Sorocabana, nome este que foi dados a outra art?ria.

O E.C.Noroeste, o remanescente do velho futebol bauruense, inaugurou o seu segundo campo de futebol (o primeiro estava localizado na rua Azarias Leite, esquina com a 1? de Agosto), no dia 1? de setembro de 1935, justamente na data do seu anivers?rio, onde hoje se localiza o Centro de Sa?de. Para comemorar o evento, o alvirrubro convidou o Campinas F.C. e perdeu por 1 a zero. Por decreto do ent?o Interventor(hoje governador) do Estado de S?o Paulo, em 14 de janeiro de 1936 foi criado o Distrito de Paz de Vila Fal??o, cujo cargo de escriv?o passou a ser ocupado por N?lson de Barros Sampaio.

Outro acontecimento de relevo para Bauru foi a funda??o, no dia 28 de janeiro de 1936, do Rotary Clube, conforme reuni?o que aconteceu no restaurante do Hotel Central, cujo primeiro presidente eleito foi o engenheiro Alfredo de Castilho, ent?o diretor da E.F.Noroeste do Brasil. Terminada a Revolu??o uma campanha por parte dos estudantes da ?poca, a fim de se construir um monumento ao Soldado Paulista, cuja inaugura??o, com muitas festas, aconteceu quando era prefeito o m?dico Jo?o Br?ulio Ferraz(que tamb?m participou do movimento revolucion?rio), no dia 9 de julho de 1936.

A vida cat?lica bauruense se movimentou no dia 24 de dezembro de 1936, com a inaugura??o da Capela da Santa Casa, com as cerim?nias sendo oficiadas pelo vig?rio de Bauru da ?poca, padre Jo?o Van der Hulst. Uma singular not?cia publicada no jornal "Correio da Noroeste", de Jos? Fernandes, no dia 22 de abril de 1937, colocou o nome de Bauru no notici?rio da imprensa nacional, quando um ferrovi?rio levou ? reda??o do jornal um ovo de galinha com uma inscri??o alusiva a Get?lio Vargas. O fato repercutiu at? mesmo no Congresso Nacional.

Antigamente, como era dif?cil de se conseguir maiores benef?cios para a cidade, visto os problemas quanto ? comunica??o, no dia 29 de abril de 1937 uma comiss?o de bauruenses e pessoas da regi?o, lideradas por Jos? da Silva Martha, viajou para S?o Paulo, a fim de pedir ao ent?o governador do Estado, Cardoso de Melo Neto, que a bitola larga da Cia Paulista de estradas de Ferro Chegasse a Bauru o mais r?pido poss?vel. Dez anos depois o benef?cio aconteceu...

Vila Falc?o, um dos mais populosos bairros bauruenses, no passado muito batalhou para que ali fosse instalada uma ag?ncia dos Correios e, gra?as ao antigo morador Duarte da Silva, que cedeu gratuitamente, por alguns anos, um pr?dio de sua propriedade, na av. Alfredo Maia, a fim de que ali funcionasse a ag?ncia; no dia 18 de maio de 1937 o desejado melhoramento foi inaugurado com festas.

A liga??o por ferrovia - Bauru - Piratininga - chegou a ser um sonho dos bauruenses e esse melhoramento, finalmente, veio a acontecer no dia 23 de junho de 1937, ap?s muita luta e v?rios pedidos feitos ?s autoridades estaduais. Quanto ao lazer, no dia 26 de mar?o de 1938 Bauru ganhou uma importante casa de espet?culos cinematogr?ficos, ou seja, o Cine Bauru, na ?poca um dos maiores e mais modernos do Interior, que funcionava na quadra 7 da rua 1? de Agosto, ao lado do local onde hoje se localiza o Banco do Brasil. Na inaugura??o foi apresentado o filme "As Tr?s Pequenas do Barulho", com Deanna Durbin. Em 1939, o time de futebol do Gin?sio Guedes de Azevedo, formado unicamente por alunos e professores, foi campe?o invicto da cidade, no certame promovido pela Federa??o Bauruense de Futebol, quebrando, assim, a s?rie de vit?rias do Lusitana F.C. e do E.C.Noroeste, equipes que por muito tempo mantiveram a hegemonia desse esporte da cidade.

Dos mais festivos para Bauru foi o dia 20 de julho de 1938, quando a popula??o recebia a hist?rica visita de Get?lio Vargas, bem como do interventor Adhemar de Barros. Get?lio e comitiva pernoitaram na Fazenda Val de Palmas e Bauru se engalanou toda para recepcionar os ilustres visitantes.

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