O SISTEMA LEGADO DE PRODUÇÃO DA FIAT AUTOMÓVEIS

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Foz do Igua?u, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007

O SISTEMA LEGADO DE PRODU??O DA FIAT AUTOM?VEIS

Paulo Fernandes Sanches Junior (UFVJM) sanchesjr@.br

Rog?rio Rezende S? Fortes (IBMEC) rsfortes@

Este artigo faz uma revis?o te?rica sobre os sistemas de administra??o da produ??o (SAP) e analisa o sistema de administra??o da produ??o da Fiat Autom?veis S.A., identificando os objetivos dos m?dulos que comp?e esse sistema, como eles se interagem e funcionam. Atrav?s de uma pesquisa descritiva pode-se notar que o SAP FIAT, respons?vel pela coordena??o da cadeia log?stica de empresa, ? um sistema legado perfeitamente caracterizado como um sistema Material Requirements Planning(MRP) de demanda dependente entre seus m?dulos. Concluise que o atual sistema Fiat leva aos gestores dos diversos departamentos ? tomada de decis?es de forma isolada, desrespeitando a hierarquia das decis?es tomadas nos m?dulos superiores do sistema que acabam prejudicando a performance global da cadeia de suprimentos. Recomenda-se que a Fiat analise a implanta??o de um ERP (Enterprise Resouce Planning) como forma de minimizar os custos envolvidos nas decis?es log?sticas.

Palavras-chaves: Sistemas de Administra??o da Produ??o, MRP, Gest?o da Informa??o

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Foz do Igua?u, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007

1. Introdu??o

A dr?stica mudan?a na estrat?gia empresarial da ind?stria automobil?stica, passando do sistema PUSH para o sistema PULL, exigiu das empresas uma reformula??o de todos os processos log?sticos desde o recolhimento de pedidos, passando pelos processos de produ??o at? a entrega do produto final ao cliente. Segundo Fleury et. al. (2000), a log?stica passa a ser vista como um sistema integrado capaz de agregar valor por meio dos servi?os prestados.

Para Dornier et. al. (2000), a log?stica ? a gest?o de fluxos entre marketing e produ??o e todo o processo log?stico atravessa todas as ?reas funcionais, criando importantes interfaces. Sob esta perspectiva, o desenvolvimento de um sistema de administra??o da produ??o se torna fundamental para suportar a integra??o do processo log?stico.

Alinhada ?s mudan?as no cen?rio mundial, a FIAT Autom?veis decidiu projetar e desenvolver o seu pr?prio sistema de administra??o da produ??o. Todos os sistemas Fiat foram desenvolvidos pela matriz do grupo localizada em Turim, It?lia, na d?cada de 80 e implantados na filial brasileira de Betim (MG) na d?cada de 90.

Esse artigo faz uma revis?o te?rica sobre os sistemas de administra??o da produ??o e analisa o sistema de administra??o da produ??o da Fiat Autom?veis S.A., identificando os objetivos dos m?dulos que comp?e esse sistema, como eles se interagem e funcionam. De posse de dados coletados na empresa, ? feito uma an?lise de algumas inefici?ncias encontradas no processo log?stico da FIAT que s?o resultados do atual sistema de administra??o da produ??o.

2. Sistemas de Administra??o da Produ??o

Sistemas de Administra??o da Produ??o (SAP), tamb?m denominados de Sistemas de Planejamento e Controle da Produ??o (PCP), s?o conjuntos de sub-sistemas inter-relacionados que existem para atingir os objetivos estrat?gicos da organiza??o (CORR?A et. al., 2000).

Os Sistemas de Administra??o da Produ??o s?o sistemas que geram informa??es que suportam o gerenciamento eficaz do fluxo de materiais, utiliza??o de m?o-de-obra e dos equipamentos, a coordena??o das atividades internas com as atividades dos fornecedores e distribuidores e a comunica??o/interface com os clientes no que se refere ?s suas necessidades operacionais (SCHUCH, 1998). O ponto chave nesta defini??o ? a necessidade gerencial de usar as informa??es para tomar decis?es inteligentes. Segundo Cristopher (1997), de nada vale simplesmente automatizar os processos manuais por processos computadorizados pois estaremos automatizando a inefici?ncia da informa??o.

Os SAP n?o tomam decis?es ou gerenciam sistemas ? os administradores s?o quem executam estas atividades. Os SAP t?m fun??o de suportar estes administradores para que possam executar sua fun??o de forma adequada. Para Tubino (2000), apesar da informatiza??o, a ess?ncia do acompanhamento dos processos por pessoas qualificadas ? fundamental para a identifica??o de excess?es/gargalos e na confec??o de planos de produ??o consistentes e confi?veis.

De acordo com Corr?a et. al. (2000), algumas atividades que t?m repercuss?o direta sobre as vantagens competitivas da empresa (custo, qualidade, velocidade de entrega, confiabilidade de entrega e flexibilidade) devem ser suportadas por um sistema de Planejamento e Controle da Produ??o (figura 1). S?o elas:

- Planejar as necessidades futuras de capacidade de forma que se possa atender ? demanda

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de mercado; - Planejar os n?veis apropriados de estoque, garantindo o funcionamento da f?brica com o

m?nimo de investimento poss?vel; - Programar atividades de produ??o de forma a n?o desperdi?ar esfor?os, ocupando os

recursos com as atividades priorit?rias, visando atender plenamente os pedidos dos clientes; - Informar prazos com precis?o aos clientes e depois cumpri-los, mesmo em situa??es ambientais din?micas e dif?ceis de prever.

Fonte: Corr?a, Gianesi & Caon (2000) Figura 1 ? Entradas e Sa?das do PCP

De acordo com Schuch (1998), os sistemas de Planejamento e Controle da Produ??o (PCP) normalmente tem fundamentos em um dos tr?s m?todos de Administra??o da Produ??o mais conhecidos: Manufacturing Resources Planning (MRP II), Just-in-Time (JIT) e Optimized Production Technology (OPT). Cada um destes m?todos, por sua vez, tem origens nas tr?s principais filosofias da Administra??o da Produ??o: Filosofia Tradicional ? Fordismo (que deu origem ao MRP), Sistema Toyota de Produ??o (que deu origem ao JIT) e a Teoria das Restri??es (que deu origem ? OPT). 3. MRP x MRPII O m?todo MRP (Material Requirements Planning), original dos anos 60, tem o objetivo de verificar todos os componentes necess?rios para a produ??o dos pedidos dos clientes no prazo estabelecido (CORR?A et. al., 2000). O MRP permite que as empresas calculem o que ser? produzido, quantos materiais de determinado tipo s?o necess?rios e quando ser? utilizado. Para isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim como uma previs?o para os pedidos que a empresa ir? receber (SLACK et. al., 1997).

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Fonte: Corr?a, Gianesi & Caon (2000) Figura 2 ? Abrang?ncia do MRP e MRP II

Durante os anos 80, o conceito de planejamento das necessidades dos materiais expandiu-se integrando novas fun??es que deveriam al?m de prover os materiais, avaliar todas as implica??es financeiras, de engenharia e de recursos da empresa (figura 2). Essa evolu??o ? chamada de MRP II (Manufacturing Resources Planning) e pode ser definida como um plano global para o planejamento e monitoramento de todos os recursos de uma empresa de manufatura: manufatura, marketing, finan?as e engenharia (SLACK et. al., 1997). Segundo Corr?a et. al. (2000), quando comparamos o sistema MRP II a um ve?culo, identificamos tr?s grandes fun??es do sistema ? o Comando de Dire??o, o Motor e as Rodas: - Comando de Dire??o: este m?dulo ? composto pelos n?veis mais altos de planejamento

(n?vel macro) que tem a responsabilidade de determinar as linhas mestres para empresa e sua atua??o no mercado. O desempenho competitivo da empresa depende principalmente deste m?dulo que ? composto pelos sub-sistemas: Sales and Operation Planning (S&OP) ou Planejamento de Vendas e Opera??es, Gest?o Demanda, Master Production Schedule (MPS) ou Planejamento Mestre da Produ??o e Rough Cut Capacity Planning (RCCP) ou Planejamento dos Recursos Cr?ticos. - Motor: composto pelo n?vel mais de baixo de planejamento (n?vel detalhado) gerando informa??es do que, quanto, quando produzir e/ou comprar, e decis?es referentes a capacidade produtiva de curto prazo. ? a for?a motriz que ir? garantir os recursos necess?rios para cumprir as ordens dadas pelo Comando de Dire??o. ? composto pelos sub-sistemas: Material Requirements Planning (MRP) ou Planejamento da Necessidade de Materiais e Capacity Requirements Planning (CRP) ou Planejamento de Capacidade de Curto Prazo. - Rodas: composto apenas de fun??es operacionais. Deve executar as ordens estabelecidas pelos m?dulos anteriores sustentando as decis?es do Comando de Dire??o e utilizando os recursos do Motor. ? composto pelos m?dulos de Compras e Shop Floor Control (SFC) ou Controle da Produ??o que deve cumprir tudo que foi planejado. Este conjunto de m?dulos formam uma estrutura hier?rquica onde as decis?es dos n?veis superiores condicionam as decis?es dos n?veis inferiores (figura 3).

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Fonte: Corr?a, Gianesi e Caon (2000) Figura 3 ? MRP II

4. O SAP da FIAT Para se estudar o SAP FIAT utilizou a pesquisa descritiva pois conforme Gil (1999), ? aquela que possibilita ao pesquisador conhecimento sobre as caracter?sticas de grupos, estimar propor??es de determinadas caracter?sticas, al?m de constatar a presen?a de rela??es entre diversas vari?veis. De acordo com Malhotra (2001), os dados de toda e qualquer pesquisa podem ser classificados como dados prim?rios ou como secund?rios, dependendo da forma e dos objetivos de tal coleta. Dados prim?rios s?o aqueles que s?o coletados pelo pr?prio pesquisador junto ao objeto de observa??o com a finalidade de elucidar o problema em pauta. J? os dados secund?rios s?o coletados pelo pesquisador em outras fontes de dados, com fins diferentes dos especificados pela sua quest?o de pesquisa. Os dados prim?rios utilizados na pesquisa foram coletados atrav?s de entrevistas com gerentes e gestores da FIAT e dos seus fornecedores e os dados secund?rios foram obtidos nos relat?rios, planilhas e gr?ficos de controle gerados pelo sistema FIAT, pelos pr?prios gestores ou pelos fornecedores. O sistema FIAT ? perfeitamente caracterizado como um sistema MRP (Material Requirements Planning), n?o podendo ser definido como um MRP II em fun??o da falta de m?dulos respons?veis pela integra??o dos setores da empresa. A fun??o do SAP Fiat ? o de planejar a produ??o de acordo com os pedidos dos Clientes dentro do prazo estabelecido bem como elaborar uma programa??o de materiais para os fornecedores, informando a quantidade e o momento em que cada material ser? utilizado. O sistema FIAT tamb?m pode ser definido como sistema legado. Segundo Chopra e Meindl (2003), sistemas legados s?o sistemas baseados em tecnologia de mainframe (computadores de grande porte) que normalmente funcionam em n?vel operacional em apenas um est?gio ou mesmo em uma fun??o dentro de um est?gio da cadeia de suprimentos. Os sistemas legados t?m capacidade anal?tica muito restrita porque concentram-se mais no ac?mulo de informa??es do que na an?lise das informa??es para a tomada de decis?es. Exatamente como

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