4 Televidência e micromediações - a TV no cotidiano das ...

[Pages:15]4 Televid?ncia e micromedia??es - a TV no cotidiano das crian?as

Guilhermo Orozco G?mez (2001) enfatiza que a recep??o da TV, ou sua televid?ncia, n?o ? um mero recebimento mas uma intera??o sempre mediada por diversas fontes e contextualizada material, cognitiva e emocionalmente, que se desenvolve ao longo de um processo complexo e situado em v?rios cen?rios que incluem as estrat?gias e as negocia??es dos sujeitos com os referentes medi?ticos.

Nesse cap?tulo abordaremos as micromedia??es das televid?ncias das crian?as e, devido ? complexidade da percep??o e ? delimita??o das televid?ncias como prim?rias ou secund?rias, abordarei neste cap?tulo as micromedia??es de forma geral, sem fazer delimita??es entre uma ou outra, j? que as duas fazem parte do processo de televid?ncia.

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4.1 A presen?a da TV no cotidiano das crian?as

Gabriel: Quando eu t? em casa, eu t? vendo TV. Bia: Vejo TV mais de manh? e de noite. Marcelo: Eu vejo TV 24 horas por dia, se deixarem. Toda hora.

(3? s?rie - escola p?blica)

No question?rio sobre o consumo e nas conversas que tive com as crian?as percebi que tais falas est?o presentes, tanto na escola p?blica quanto na particular, nas quais a TV aparece como sendo o principal meio de comunica??o, o mais usado em casa. Na escola p?blica 18 dos 24 alunos disseram ver muita TV ou v?la todo dia. Na particular todos os 12 alunos disseram ver muita TV e todo dia. Para perceber de que forma a TV est? presente no cotidiano dessas crian?as procurei perguntar a elas em que hor?rios e por quanto tempo costumam assistir ? TV. A maioria v? TV no hor?rio em que n?o est? na escola. Alguns v?em de manh? e de noite, j? que os dois grupos estudam na escola ? tarde, e outros v?em mais de manh? ou de noite, antes ou depois da escola. No entanto, a maioria afirmou assistir "muita" TV. A TV j? faz parte da casa, da fam?lia e sabemos que essa presen?a simb?lica da TV como fazendo parte do "estar em casa" hoje n?o ? algo que seja espec?fico das crian?as, pois muitos adultos tamb?m j? a adotaram. Assim, como nos diz Lazar (1987) a pr?tica de ver TV j? faz parte da "vida familiar" e a TV j? faz parte do mobili?rio da casa.

Pesquisas como as de Lazar (1987) e Groebel (2002) refor?am o que as crian?as desta pesquisa trouxeram, a primeira ao apontar que as crian?as na faixa dos 12/14 anos consagram boa parte de seu tempo livre ? atividade de ver TV e o segundo que, ao tra?ar um panorama do acesso e uso da m?dia realizado com crian?as de 12 anos em 23 pa?ses em estudo da Unesco, constatou que a m?dia de uso da TV era de 3 horas di?rias.

Da mesma forma, na pesquisa, o ver pouca televis?o ou s? ver de vez em quando, foi relatado por algumas crian?as da escola p?blica trazendo como motivos as atividades realizadas fora de casa, como aula de nata??o, curso de desenho, entre outras. As crian?as da escola particular apontaram tamb?m que o

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ver muito ou pouco TV depende das atividades do dia sem, no entanto, nomearem que atividades s?o essas. ? importante destacar que o ver menos TV, na escola p?blica, ? atribu?do tamb?m ao dever de casa. Nesse sentido, o tempo e o espa?o para realizar o dever de casa constituem-se em motivos que disputam com a TV a primazia da aten??o desse grupo de crian?as e a escola tem um espa?o de legitimidade conferido por eles atrav?s dessas falas surgidas dentro do contexto escolar. A audi?ncia da TV para o p?blico das duas escolas parece estar mais associada ao tempo livre, ao tempo que "sobra" depois de conclu?das as obriga??es ou atividades di?rias. ? o tempo que muitos denominam por "quando n?o se tem nada para fazer" ou seja, o tempo em que podem escolher o que fazer.

Para perceber melhor a presen?a da TV no cotidiano das crian?as procurei tra?ar, a partir de nossas conversas, um breve panorama do contato e do acesso que as crian?as das duas escolas t?m ? TV e seus programas e em que canais assistem aos desenhos preferidos. Percebemos que, na escola p?blica, os meninos v?em mais desenhos do que as meninas. As meninas dizem ver v?rias novelas da Globo e do SBT, programas de fofocas e variedades, filmes variados (incluindo os de terror) e alguns desenhos. Os meninos falam dos filmes de terror, dos jornais, programas como Jovens Tardes, Sandy e Junior e a turma do Didi, al?m dos desenhos. A coincid?ncia incide somente na novela O beijo do Vampiro que ? vista tanto pelos meninos quanto pelas meninas. Na escola particular os relatos das crian?as estiveram muito mais vinculados aos desenhos. Estes aparecem como um dos principais programas vistos por elas, ressaltando-se tamb?m programas como seriados das TVs a cabo como Kenan e Kel, Sabrina, Irm?s ao quadrado, na Nickelodeon, e novelas como o Beijo do Vampiro na Globo e Betty, a feia, no SBT. N?o ? marcante, na escola particular, a diferen?a entre as prefer?ncias de meninos e meninas.

Na escola p?blica os canais da TV aberta s?o os mais citados, principalmente a Globo e o SBT. No entanto, de um total de 24 crian?as da turma, 13 dizem assistir a TV a cabo, mas apenas cinco disseram ter TV a cabo em casa. As demais declararam assistir na casa de conhecidos: da tia, do amigo ou amiga, da patroa da m?e, na casa do primo ou do irm?o, na vizinha... Assim, a maioria declara que v? a TV a cabo nos fins de semana (s?bado ou domingo). Os canais que assistem s?o Cartoon Network, citado por 11 crian?as, e depois Nickelodeon e Fox, citados por uns quatro ou cinco. Outros citados isoladamente

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foram Boomerang, Fox Kids, Disney Channel, Discovery Kids. Os desenhos mais citados foram Dragon Ball, Meninas Super-poderosas, Luluzinha, Homem Aranha, Thunder Cats, Pokem?n, Picapau e Tom e Jerry. Tamb?m citados mas em menor n?mero, com cerca de dois ou tr?s votos, aparecem Sonic, Scoobydoo, Digim?n, Medabots, Flinstones, Sakura, Hamtaro, Simpsons, Bob Esponja, Rocket Power, Street Fighter, Mortal Kombat e Power Rangers.

Na escola particular os canais a cabo s?o os mais citados. A maioria assiste Nickelodeon, o canal preferido da turma, citado por 7 das 12 crian?as da turma. Depois s?o mais citados os canais Cartoon Network, Fox Kids, Discovery Kids e, por final tamb?m s?o assistidos o Animal Planet, Discovery Channel e Nathional Geographic. Dos canais abertos citam apenas a Globo e o SBT. As crian?as dizem assistir aos canais a cabo e abertos todos os dias de manh? ou ? noite ou de manh? e de noite. Os desenhos mais citados foram Rocket Power e Arnold com tr?s votos cada um, depois Ginger, Sakura, Bob Esponja com dois votos e os demais foram citados isoladamente por uma ou outra crian?a: Dragon Ball, Pokem?n, Medabots, Yu-gi-oh, Teletubies, Dexter, Meninas Super-poderosas, Hugrats, A vaca e o frango e Tom e Jerry.

Comparando, percebemos que os mais citados de um grupo quase n?o coincidem com os do outro grupo. Tratam-se de comunidades interpretativas diferentes. Os desenhos da Nickelodeon citados pelas crian?as da escola particular n?o s?o vistos pelas crian?as da escola p?blica. Dragon Ball citado por muitos na escola p?blica ? citado por poucos na escola particular. Os desenhos que foram citados pelos dois grupos foram as Meninas Super-poderosas, Medabots, Pokem?n, Tom e Jerry, Sakura e Dragon Ball, todos desenhos que costumam passar nos programas das TVs abertas como GLOBO e SBT.

Deduzo que a diferen?a de escolhas deve-se em parte pela oferta a que cada grupo de crian?as tem acesso. Os desenhos que aparecem como mais citados na escola p?blica estavam todos sendo exibidos na ?poca da pesquisa pelas redes abertas. Apenas a Sakura estava sendo exibida no Cartoon Network mas tamb?m j? tinha sido exibida pela Globo.

A TV tem uma onipresen?a no cotidiano das crian?as dos dois grupos que ? configurado de forma variada de acordo com o uso que dela ? feito. O relato de uma das crian?as da escola particular, reiterado tamb?m por outras crian?as da mesma escola, mostra uma das formas como a TV se presentifica na vida delas:

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VALENTINA: Eu tamb?m vejo TV dormindo porque quando eu vou dormir eu deixo a TV ligada, acordada. Eu digo que vejo TV at? dormindo porque eu deixo a TV l? ligada e fico dormindo, s? ouvindo o barulhinho e quando minha m?e desliga a TV a?, eu acordo. Eu fico ouvindo aqueles sons "fofis" 28 e fico imaginando e ningu?m consegue me acordar, nem a minha m?e, nem quando coloca o despertador, s? quando desliga a TV.

Pode-se dizer que, nesse sentido, o relato das crian?as aponta para o que Guilhermo Orozco Gomez (2001) e Jes?s Martin-Barbero (2001) denominam por revolu??o do sensorium individual e coletivo, criando-se novas rela??es e percep??es a partir dos usos dos meios. Martin-Barbero (2001) refor?a tamb?m que a televis?o ? a m?dia que mais radicalmente ir? desordenar as id?ias e os limites do campo da cultura. Para essas crian?as a TV faz parte at? mesmo do seu sono, do seu momento de descanso. Apontam a presen?a da TV, na aus?ncia do sil?ncio, como prenchedora do espa?o do quarto e do tempo de dormir. MartinBarbero (1998) diz que a pulveriza??o do tempo e a acelera??o do presente numa "progressiva nega??o do intervalo" transforma o tempo num instant?neo intensivo e, assim, o fluxo televisivo passa a fazer parte da cena dom?stica e o fluxo incessante de imagens ou sons ? o que segura o espectador, poder?amos dizer, dormindo ou acordado.

Beatriz Sarlo (2000) diz que a TV criou essa impossibilidade do sil?ncio a partir do zapping pois, com ele, perdeu-se o sil?ncio e o vazio da imagem que ? sempre substitu?do por uma nova imagem. Segundo ela, isso j? tornou-se parte do discurso televisivo que agora n?o ? mais baseado na imagem mas na velocidade desta. Esse fato foi imposto pelo uso que passou-se a fazer da TV e que desenvolveu certas habilidades e atrofiou outras. Assim, o ritmo acelerado e a aus?ncia de sil?ncio ou de vazio da imagem s?o efeitos complementares da cultura perceptiva que a pr?pria TV implantou. Como lembra a autora, a velocidade e o preenchimento completo do tempo n?o s?o leis da TV como possibilidade virtual e sim da TV como produtora de mercadorias, assim a ela associa-se uma forma de leitura e uma forma de mem?ria. O fato da menina justificar que "v? TV dormindo" e que o som e o ritmo da TV a embalam, demonstra at? que ponto, essa perda de sil?ncio de que fala Sarlo referindo-se ? aus?ncia de imagem

28 Termo utilizado pela crian?a para designar os sons que ela gosta de ouvir na TV.

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transforma-se, literalmente, numa real perda de sil?ncio e da necessidade do ritmo da TV (com ou sem a sua imagem) como elemento de vincula??o com o seu cotidiano.

T?SSIA: Eu n?o consigo ficar sem ver a imagem da TV. Eu deixo a TV ligada mesmo quando eu n?o estou vendo.(escola particular)

Martin-Barbero (1998) aponta que hoje a presen?a permanente da tela acesa ? o que segura o espectador, sendo mais atrativo o ininterrupto fluxo das imagens que o conte?do do seu discurso ou a diversidade de programas. Assim, pode-se dizer que essa impossibilidade do sil?ncio se estende e, nesse caso, n?o est? mais limitado apenas ao sil?ncio da imagem mas ao sil?ncio em si, ao costume de n?o se ficar mais em sil?ncio em momento algum. Mostra como os usos de cada nova tecnologia que v?o sendo instaurados pelas pessoas criam a possibilidade de diminui??o do sil?ncio e de preenchimento do tempo de maneiras diferentes. Martin-Barbero (2001) ressalta que isso demonstra a desterritorializa??o vivida pelas culturas e a emerg?ncia de uma nova experi?ncia cultural. Os mais jovens vivem a experi?ncia do desancoramento e v?-se emergir uma gera??o em que "os sujeitos n?o se constituem a partir da identifica??o com figuras, estilos e pr?ticas de velhas tradi??es, que definem a cultura, sen?o a partir da conex?o-desconex?o (jogos de interface) com as tecnologias."

4.2 O significado da TV no cotidiano das crian?as

A TV serve para mil coisas!! (Eric- Escola particular)

At? aqui viu-se como a TV est? presente no cotidiano das crian?as pesquisadas pela freq??ncia com que assistem ? TV, de manh? ou de noite, dormindo ou acordadas. Mas, que significado essa presen?a da TV tem para eles? Para pensar sobre isso examinaremos o relato de alguns meninos da escola

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particular e p?blica sobre como entendem o que ? a TV e como ela modifica a vida deles e da maioria das pessoas.

THIAGO: A TV ? um portal para o resto do mundo. Quando voc? n?o tem a TV voc? n?o tem uma maneira de saber as coisas l? de fora, do mundo, voc? s? sabe as coisas que voc? viu em pessoa. Com a TV voc? pode ver outras coisas, aumenta o seu conhecimento. (escola particular)

A fala de Thiago expressa o aspecto da desterritorializa??o comentada por Barbero. Com a TV a crian?a deixa de estar limitada ao espa?o vivido de seu territ?rio, ou seja, a seu espa?o/local de vida di?ria e sabe de "coisas l? de fora", de fatos mundiais aos quais n?o teria acesso sem a presen?a dela. ? por isso que Martin-Barbero (2001) diz que a televis?o ? a m?dia que mais ir? desordenar a id?ia e os limites do campo da cultura provocando uma desordem cultural. Assim, essa crian?a pode saber de coisas sem precisar "ver em pessoa" como Thiago diz e isso amplia o que ele pode conhecer, aumenta o seu conhecimento que agora n?o est? mais limitado apenas ao territ?rio e ao espa?o cotidianos. A experi?ncia audiovisual de que o menino nos fala rep?e radicalmente os modos de rela??o com a realidade principalmente na transforma??o das percep??es de tempo e espa?o.

Martin-Barbero (1998) ressalta que a televis?o converte o espa?o dom?stico em territ?rio virtual e atrav?s dela reconfiguram-se as rela??es do p?blico e do privado na superposi??o dos espa?os e no apagamento de suas fronteiras. Dessa forma, como lembra Barbero, o p?blico gira em torno do privado e estar em casa n?o significa ausentar-se do mundo pois a oferta televisiva principal ? o mundo em que o telespectador ? um cosmopolita, um conhecedor e desbravador de mundos.

EDUARDO: Sem a TV a gente n?o sabe das informa??es desde o come?o daquela informa??o. Nos jornais, por exemplo, eles avisam que t? tendo a 3? Guerra Mundial. Ent?o, ningu?m sabe, tem que ir l?, desde o lugar onde falaram aquilo e tem que ir pelo boato at? o lugar que a pessoa que falou t?. Mas vendo TV ? mais r?pido porque a gente v? o jornal e j? sabe antes. (escola particular)

Chalvon (apud Lazar, 1987) diz que "a for?a da televis?o prov?m do fato de apresentar o real como real e n?o como uma imagem do real" e, assim, as imagens

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vistas na TV suscitam muita confian?a. O fato dos rep?rteres terem estado nos locais ? uma prova de que a imagem ? verdadeira, verific?vel. Eduardo aponta a diferen?a entre o tempo vivido e o tempo da informa??o, o primeiro mais lento e presencial pois ao "ter que ir l?" alia-se o tempo ao espa?o vivido; e o segundo mais r?pido porque a "gente j? sabe antes" de quem foi chegar aqui, no qual o tempo e o espa?o est?o dissociados. Na TV, como ele mesmo diz, a informa??o chega mais r?pido porque voc? sabe dela na hora em que est? acontecendo. Walter Benjamim (1985) aborda essa diferen?a entre o tempo e o espa?o da narrativa e da informa??o. Enquanto a primeira conjuga o saber de "terras distantes" do marinheiro ou viajante com o "saber do passado" da experi?ncia do campon?s, a informa??o "aspira a uma verifica??o imediata".

Benjamin refere-se ao fato, que ? apontado na fala do menino como vantagem, de que o espa?o e o tempo est?o cada vez mais deslocados. O jornal que o menino diz que vai l? e traz a informa??o a traz isoladamente, desvinculada da hist?ria que lhe d? sentido. Assim, a informa??o ? sempre contada no presente e parece sempre nova porque se mostra como fato em si, desvinculada do tempo que poderia construir a sua hist?ria. "O come?o da informa??o" de que ele nos fala era, antes do surgimento da imprensa e dos meios de comunica??o, integrada ao relato do narrador que tinha estado l? e que trazia em sua narrativa a marca da experi?ncia de ter estado no local impregnada da sua hist?ria, da sua forma de contar o que viveu ou o que viu outros viverem. Essa constru??o, no entanto, precisava de tempo, um tempo que n?o ? incorporado ? informa??o e por isso ela ? t?o r?pida. N?o h? tempo para construir essa "hist?ria". A narrativa de que nos fala Benjamin tem uma hist?ria, pois ? marcada pelo tempo, a informa??o n?o. Ela ? fragmentada e transmitida em pequenas partes, desvinculadas da experi?ncia e em nada conectada com as anteriores. Ela ? sempre o "come?o" e, por isso mesmo, ? que ela ? r?pida, instant?nea, presente, porque est? sempre come?ando hoje de novo, esquecendo o novo de ontem. ? o novo "em si" que, como nos diz Benjamin, aspira a uma verifica??o imediata e j? chega explicado porque precisa ser compreens?vel "em si" na mat?ria de hoje e n?o em rela??o ? de ontem.

RONIELLE: Todo mundo ? apegado ? TV porque todo mundo assiste. Se voc? quer ver um show, por exemplo, tem um show na praia, ela pode passar ao vivo o show e a? tu n?o precisa ir. Com a TV eu posso ver tudo agora.

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