Evolução da mortalidade no Brasil

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Evolu??o da mortalidade no Brasil

SA?DE BRASIL 2004 ? UMA AN?LISE DA SITUA??O DE SA?DE

EVOLU??O DA MORTALIDADE NO BRASIL

INTRODU??O

A an?lise da evolu??o da mortalidade permite acompanhar as mudan?as no perfil epidemiol?gico de uma popula??o por meio dos aspectos da sua estrutura, dos n?veis e da sua tend?ncia.

A mortalidade no Brasil apresentou nas ?ltimas d?cadas mudan?as importantes, tanto no perfil et?rio quanto na distribui??o dos grupos de causas.

Em 1980, a principal causa de morte era a decorrente de doen?as do aparelho circulat?rio, o que permaneceu em 2000. Dentre os dez principais grupos de causas, foram observadas algumas mudan?as significativas no ranking entre 1980 e 2000. Uma dessas altera??es ? o aumento do peso da participa??o das neoplasias. Em 1980, essa causa correspondia ao 5o lugar, passando ao 3o em 2000. Outra mudan?a importante foi o aumento das mortes por doen?as do aparelho respirat?rio e a redu??o das infecciosas e parasit?rias (Quadro 3.1).

Quadro 3.1 ? Ranking das principais causas de morte, Brasil. 1980 e 2000

Ranking 1980

1

VII. Doen?as do aparelho circulat?rio

2

XVI. Sintomas, sinais e afec??es mal definidas

3

XVII. Causas externas

4

I. Doen?as infecciosas e parasit?rias

5

II. Neoplasmas

6

VIII. Doen?as do aparelho respirat?rio

7

XV. Algumas afec??es origin. no per?odo perinatal

8

III. Gl?nd. end?cr., nutri?., metab. e transt. imunit.

9

IX. Doen?as do aparelho digestivo

10

VI. Sistema nervoso e ?rg?os dos sentidos

Ranking 2000

1

IX. Doen?as do aparelho circulat?rio

2

XVIII. Sint., sinais e achad. anorm. Ex. clin. e laborat.

(mal definidas)

3

II. Neoplasias (tumores)

4

XX. Causas externas de morbidade e mortalidade

5

X. Doen?as do aparelho respirat?rio

6

IV. Doen?as end?crinas, nutricion. e metabolic.

7

I. Algumas doen?as infecciosas e parasit.

8

XI. Doen?as do aparelho digestivo

9

XVI. Algumas afec. originadas no per?odo perinatal

10

XIV. Doen?as do aparelho geniturin?rio

A mortalidade geral no Brasil apresentou uma redu??o de 11,1% entre 1980 e 2001, passando de 6,3 para 5,6 por mil habitantes no per?odo, evidenciando uma redu??o, mas com diferen?as importantes entre as regi?es que ser?o descritas ao longo do texto.

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EVOLU??O DA MORTALIDADE NO BRASIL

Neste trabalho, foram utilizados os coeficientes gerais de mortalidade e a mortalidade proporcional do pa?s entre 1980 e 2000, considerando as principais causas e sua import?ncia dentre faixas de idade e sexo.

METODOLOGIA

Os dados de mortalidade utilizados neste trabalho s?o provenientes do Sistema de Informa??es sobre Mortalidade (SIM), da Secretaria de Vigil?ncia em Sa?de do Minist?rio da Sa?de, de 1980 a 2000. Os dados populacionais s?o provenientes do IBGE, disponibilizados na home page do Datasus.

Foram analisadas as seguintes causas de ?bito: doen?as do aparelho circulat?rio, do aparelho respirat?rio, infecciosas e parasit?rias, neoplasias, mal definidas e causas externas.

Foram feitas an?lises para o Brasil, as grandes regi?es e algumas refer?ncias a estados. As discuss?es envolveram faixas de idade e sexo. Para tanto, foram feitos c?lculos de taxas espec?ficas e da mortalidade proporcional. Os resultados mais relevantes foram apresentados em gr?ficos e tabelas.

A mortalidade proporcional ? a distribui??o percentual de ?bitos por grupos de causas na popula??o residente em determinada regi?o no ano considerado. Foi tamb?m calculada a mortalidade proporcional por idade.

O coeficiente geral de mortalidade ? a raz?o entre o n?mero de ?bitos por determinada causa e grupo de idade e a popula??o da faixa de idade estudada ajustada ao meio do ano e multiplicado por mil.

A taxa de mortalidade por causas espec?ficas ? a raz?o entre o n?mero de ?bitos pela causa analisada e a popula??o da faixa de idade estudada ajustada ao meio do ano e multiplicado por 100 mil.

RESULTADOS

EVOLU??O DA QUALIDADE DA INFORMA??O SOBRE MORTALIDADE E NASCIMENTOS NO BRASIL

O Sistema de Informa??es sobre Mortalidade do Minist?rio da Sa?de (SIM) constitui-se na fonte oficial de dados sobre ?bitos para a ?rea de sa?de no pa?s (MS, 1995). Criado em 1976 a partir da implanta??o do modelo

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padronizado da declara??o de ?bito (DO) em todo o territ?rio nacional, ? justificado n?o s? para o atendimento de exig?ncias legais, mas com o objetivo principal de fornecer subs?dios para tra?ar o perfil da mortalidade no pa?s. O SIM/MS cont?m informa??es sobre o ?bito, tais como: causa b?sica, data, local e munic?pio de ocorr?ncia, assim como informa??es sobre o indiv?duo que faleceu (idade, sexo, grau de escolaridade, ocupa??o e munic?pio de resid?ncia). As informa??es do SIM s?o dispon?veis, em termos de munic?pio, no site do Datasus do Minist?rio da Sa?de (.br).

Um dos grandes problemas que ainda permeiam as an?lises de mortalidade no Brasil ? o sub-registro de ?bitos, que tem magnitude expressiva, sobretudo nas regi?es Norte e Nordeste, com predom?nio entre os menores de 1 ano. O sub-registro de ?bitos diz respeito, principalmente, ? ocorr?ncia de sepultamentos sem a exig?ncia da certid?o, sendo associado ? pobreza e ocorrendo mais freq?entemente na ?rea rural.

O Minist?rio da Sa?de implantou o Sistema de Informa??es de Nascidos Vivos (Sinasc) em 1990, visando ?s informa??es referentes aos nascimentos em face da import?ncia do conhecimento de caracter?sticas do rec?m-nascido e da m?e, assim como da gravidez e do parto, para as pol?ticas e as a??es de sa?de.

O Sinasc toma como base a declara??o de nascimento, documento cuja emiss?o ? considerada obrigat?ria no servi?o de sa?de em que ocorreu o parto. Diferentemente do sistema de nascimentos do registro civil, cujo objetivo principal ? a contagem do n?mero de registros de nascimentos, o Sinasc tem como prop?sito caracterizar as condi??es de nascimento, de acordo com alguns fatores, como peso ao nascer, dura??o da gesta??o, tipo de parto, idade da m?e e paridade, que, reconhecidamente, influenciam o estado de sa?de da crian?a.

Atualmente, o Sinasc est? implantado em todos os estados brasileiros, e as informa??es s?o divulgadas pelo site da internet do Datasus/Minist?rio da Sa?de (.br). O sistema vem se constituindo em uma fonte de dados de inestim?vel valor para orientar as pol?ticas de aten??o ? gestante e ao rec?m-nascido nos n?veis municipal, estadual e nacional.

Embora seja percept?vel que a cobertura do Sinasc esteja crescendo e a qualidade da informa??o venha melhorando desde sua implanta??o, sabese que a cobertura do sistema ainda n?o ? completa. A compara??o entre o n?mero de nascimentos ocorridos nos hospitais do SUS e os declarados no

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